Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Mesmo Crescimento Por Trimestres Sucessivos

3 de novembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo publicado no The Economist, desconfiança sobre as estatísticas chinesas, fenômeno que tem se repetido no mundo emergente e desenvolvido, mesma taxa de crescimento por trimestres sucessivos

São muitos os que desconfiam das estatísticas chinesas e, quando o crescimento mantém a mesma taxa por trimestres sucessivos, a elevada taxa anual de 6,7% aumentam as dúvidas, mas a revista The Economist informa que isto já aconteceu muitas vezes em países emergentes e desenvolvidos.

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                                   Tabela publicada no artigo do The Economist

Sempre tem havido dúvidas sobre a exatidão das estatísticas chinesas, inclusive de analistas daquele país. Quando as taxas de crescimentos trimestrais se repetem por muitos períodos, as dúvidas aumentam. Mas a revista The Economist demonstra numa tabela que isto tem se repetido até em países desenvolvidos, não se justificando tal preconceito. Todos que trabalham com dados como os das chamadas Contas Nacionais sabem que as metodologias originárias das Nações Unidas não são perfeitas, havendo muito usos do que se chama “proxis”, ou seja, aproximações da realidade com base em indicadores que se mostram fortemente correlacionadas entre eles. Quando se trata de países continentais como o Brasil, é preciso acreditar que as empresas fornecem as informações corretas, não havendo sonegação.

Estas estatísticas costumam ser agregadas pos municípios, depois por estados para se chegar finalmente ao país todo. Como envolvem além das indústrias, agropecuárias, minerações e serviços, entre muitos outros setores, haveria que se contar com uma máquina administrativa gigantesca, para com muita rapidez agregar estes dados, uma atividade que costuma interessar pouco o município para o uso do seu orçamento.

Do ponto de vista prático, o desejável é que se contasse com censos completos, mas seus custos são elevados, sendo elaborados a cada década ou cinco anos para definir alguns coeficientes para amostras elaboradas com maior frequência. As informações para as autoridades ou agentes privados necessitam de maior rapidez, havendo países que divulgam estimativas preliminares que podem ser corrigidas posteriormente. As metodologias utilizadas estão em constantes aperfeiçoamentos, promovidos por quadros técnicos competentes.

Por mais que se empenhem as instituições responsáveis por estes dados, como o volume das informações é grande, não há como garantir que não haja erros. Se eles se compensarem dentro do conceito de grandes números, com erros que se anulam entre si, não haveria grandes problemas e só seriam complicados se houver um viés sistemático em um determinado sentido.

Quando são estatísticas, estas estimativas devem estar dentro de um intervalo de confiança, que costuma se chamar de variância, para o que se utiliza as probabilidades para apreender o grosso das variações. Existem muitas dificuldades técnicas envolvidas, o que leva a conveniência de que tais dados sejam utilizados como aproximações, em qualquer país, não se podendo jurar que sejam as verdades.