Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Crescimento Neste Início de 2010

31 de maio de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: beneficiando a periferia, mais que as economias centrais, recuperação econômica

Um interessante fenômeno está ocorrendo na economia mundial. Diversos dados estatísticos disponíveis, das mais variadas fontes, informam que as economias periféricas, como os principais países do Asean, apresentam recuperações rápidas, que dificilmente continuarão sendo mantidas pelo resto do ano.

O Brasil também vem apresentando estimativas que impressionam, na medida em que indicam crescimentos comparáveis com a Índia e a China. Mas é preciso entender que estas duas economias somente reduziram o crescimento durante a crise mais aguda e continuam crescendo vigorosamente, exigindo medidas para a sua moderação, de forma a não fomentar suas inflações. Enquanto outras tiveram sensíveis decréscimos.

Nni20100531D3ZHH802061732

Tanto os dados publicados pelo Asian Development Bank, pelo The Economist, como as estimativas do Banco Central do Brasil mostram um crescimento acentuado no primeiro trimestre deste ano. Parece, no entanto, que este crescimento começa a se moderar no segundo trimestre, havendo indicações que o ano de 2010 deve ser bom, mas difícil de manter o mesmo ritmo de crescimento do início do ano. Tanto pelas medidas que já foram tomadas para evitar problemas inflacionários como as dificuldades de solvência pública que aumentaram nos países europeus.

De qualquer forma, mostram que os grandes países emergentes como a China, a Índia e mesmo o Brasil estão impulsionando os menos desenvolvidos, onde os custos da mão de obra ainda são mais baixos. Somente países que passam por distúrbios políticos, como a Tailândia, é incapaz de acompanhar estas tendências.

Pode-se concluir que o mesmo fenômeno positivo de redistribuição da renda a favor dos menos favorecidos, que acontecem em alguns países emergentes, está também ocorrendo entre países, fazendo os menos desenvolvidos também se integrem no mundo globalizado.

Há notícias que mostram que algumas empresas que tinham como base o aproveitamento da mão de obra barata da China, por exemplo, já procuram países como o Vietnã para conseguirem trabalhadores ainda com salários relativamente baixos. Com o tempo, estes também devem melhorar o seu padrão de vida.

Enquanto isto, algumas economias parecem esclerosadas, como a do Japão e a da Europa, que passam a enfrentar dificuldades, o que faz com que a distância entre os padrões de vida no mundo devem se reduzir, ainda que seja um processo doloroso de ajustamento.