China Abre Novos Setores Para o Capital Estrangeiro
6 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: competições com monopólios locais, forçando melhorias tecnológicas, novas mudanças na política chinesa
As intenções de reformas profundas na economia chinesa estão sendo forçadas pela entrada de grupos estrangeiros que podem internar novas tecnologias até para competir com alguns monopólios existentes no país.
Setor ferroviário chinês está entre os 10 que mais geram patentes, mas aceitam grupos estrangeiros para produzir componentes tecnicamente avançados. Foto constante no China Daily
Tudo indica que os chineses estão confiantes nos avanços tecnológicos que estão obtendo, mas como em outros setores onde havia alguns monopólios estatais, inclusive de regiões da China, o governo central está abrindo o país para investimentos estrangeiros através do The National Development and Reform Commission – NDRC. Eles proíbem as autoridades regionais a apresentarem restrições aos grupos estrangeiros.
Eles estão estimulando setores de serviços, inclusive financeiros, além de franquias para investimentos para licitar em infraestrutura. Os estrangeiros podem entrar nos “pequenos” projetos abaixo de US$ 300 milhões, sendo que os superiores estão sujeitos à aprovação do NDRC. Esperam que em 2025 as empresas estrangeiras sejam tratadas igualmente às chinesas. Os setores de transportes ferroviários, notadamente seus componentes, motos e etanol serão abertos para os grupos estrangeiros. Os investimentos estrangeiros de mais de US$ 2 bilhões serão acompanhados pelo State Council, o mais elevado do governo daquele país.
Os chineses estão esperando competir com empresas como a Siemens, a Bombardier, a ABB Group e a Knorr-Bremse que também desejam participar do mercado chinês, notadamente no fornecimento de componentes. Outros negócios como contabilidade, design, arquitetura, serviços de rating, telecomunicação e educação também serão abertos paulatinamente. Eles estão conscientes que, para serem eficientes em diversos setores, também precisam contar com as tecnologias de estrangeiros, notadamente em seus componentes.
Espera-se que o Brasil comece a pensar grande e pragmaticamente para competir com países emergentes como a China. O primeiro passo seria acelerar o projeto de zonas especiais, que continua emperrado no país. É preciso convencer-se de que o papel aceita tudo, como os discursos, mas há que se evoluir para medidas concretas. Executar, como os chineses estão fazendo, é coisa um pouco mais difícil.