China Está Dando a Cidadania Chinesa Para Cientistas

22 de fevereiro de 2017
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Política | Tags: cientistas consagrados no mundo | 2 Comentários »

Num processo semelhante à dos Estados Unidos antes da Segunda Guerra Mundial, um artigo de Zhang Zhhao publicado no China Daily informa que a China está concedendo cidadania para cientistas consagrados do mundo, como os que obtiveram o Prêmio Nobel ou outros equivalentes para eles se tornarem membros da Academia Chinesa de Ciências. (O prêmio Nobel C.N.Yang e o vencedor do Turing Award Yao Qizhi receberam a cidadania chinesa e ingressaram na Academia Chinesa de Ciências. Foto constante do artigo publicado no China Daily)

Antes da Segunda Guerra Mundial, muitos cientistas europeus, principalmente os de origem judaica perseguidos pelo nazismo e pelo fascismo, se transferiram para as universidades norte-americanas, sendo o caso mais famoso o de Albert Einstein. Atualmente, cidadãos de outros países estão recebendo a cidadania chinesa e se tornando membros da Academia Chinesa de Ciências, sendo o prêmio Nobel C.N.Yang e o vencedor do Turing Award Yao Qozhi os dois mais recentes e famosos. C.N.Yang é destacado em física matemática e Yao Qizhi em tecnologia de informática e ciência.

As informações disponíveis na Academia Chinesa de Ciências indicam que são membros atualmente 754 cidadãos chineses e 78 cientistas estrangeiros.

As mudanças de cidadania são consequências destas mudanças. É fácil reconhecer que a comunidade científica internacional está observando que a China está dando uma elevada importância ao desenvolvimento científico, concedendo aos pesquisadores as condições para efetuar suas pesquisas, contando com equipes de auxiliares e recursos indispensáveis para tanto. Muitos que tinham até saído da China voltam para trabalhar no seu país depois de atuar algum tempo no exterior.

Estas tendências são de longo prazo e muito difícil de serem alterados novamente. Deve-se reconhecer que os Estados Unidos e a Europa passam por períodos de grandes mudanças, enquanto na Ásia, notadamente na China, mas também na Índia, as prioridades para pesquisas básicas estão merecendo elevada prioridade. Na realidade, países emergentes como o Brasil também precisam observar que pesquisas de longas maturações são indispensáveis, pois, além das condições naturais ou recursos humanos de ponta, são indispensáveis para os avanços tecnológicos de ponta.