China Aboliu Limite do Mandato Presidencial de Xi Jinping
12 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: Congresso Nacional do Povo da China aprova reforma constitucional que permite a Xi Jinping renovar mandatos de forma vitalícia, igualdade de condições com Mao Tsetung, pequena oposição de dissidentes
As principais agências noticiosas do Ocidente transmitiram a informação que o Congresso Nacional do Povo da China aprovou a reforma constitucional que permite ao presidente Xi Jinping renovar seus mandatos de forma vitalícia, igualando ao que gozava Mao Tsetung, além de inserir no seu texto a forma especial de socialismo chinês, como era desejo dele.
Foto do presidente Xi Jinping, participando da votação pela reforma constitucional na China, publicada nos principais jornais
O Congresso Nacional do Povo da China conta com 2.964 delegados para votar, sendo que 2.958 votaram a favor da reforma, dois contra, três abstenções e uma votação anulada. O governo chinês vinha censurando as manifestações oposicionistas nos meios de comunicação precárias daquele país, mas a equipe do Washington Post, comandada por Emily Rauhaia e composta por Amber Zing Wang, Shirley Feng e Yang Liu, conseguiu uma manifestação dissidente.
Li Datong, ex-editor da China Youth Daily, um jornal regional, afirmou que se tratava de um retrocesso histórico e somente os imperadores e Mao tiveram permanências no poder até a morte. E o que saiu disso foram desastres para a sociedade e muitas lições dolorosas. Estamos voltando para Mao.
He Weifang, professor de direito da Universidade de Beijing, afirmou que se a constituição pode ser alterada por uma pessoa poderosa de acordo com a sua vontade ela não é mais uma constituição. O legado de Deng Xiaping foi completamente abolido.
Também será inserida na constituição a teoria de Xi Jinping de um socialismo com características chinesas para uma nova era. A mídia do partido está exaltando Xi Jinping com o pai da nação e o homem que estava exclusivamente equipado para liderar, como uma personalização que não se via no passado recente.