Os Problemas da Kirin no Mundo
12 de março de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: a falta de experiência no exterior, a procura de bebidas mais saudáveis, Kirin procurando novos caminhos, redução do consumo de cervejas no Japão com o avanço da idade média | 2 Comentários »
O presidente e chefe executivo da Kirin Holding, Yoshinori Suzuki, numa entrevista em Tóquio, apresenta as dificuldades que estão enfrentando, com a queda persistente do consumo de cervejas numa sociedade que envelhece e reduz a sua população como o Japão. Mas a experiência do grupo está concentrada neste produto, do qual não pode se separar.
Yoshinori Isozaki, CEO da Kirin Holding, bebe chá gelado na entrevista à imprensa. Foto distribuída pela Reuters e constante do artigo no Japan Today
O drama de uma empresa tradicional em cervejas como a Kirin foi apresentado à imprensa pelo seu CEO, informando a queda contínua de suas vendas no Japão, com a redução e envelhecimento de sua população. Suas experiências no exterior não foram felizes, como no Brasil, onde amargaram um prejuízo de aproximadamente US$ 2 bilhões com a compra desastrada da Schincariol por US$ 3,9 bilhões e venda da mesma para a Heineken por US$ 1,09 bilhão. Eles caminham no sentido de aumentar a venda de seus produtos saudáveis, como iogurte e bebidas probióticas, inclusive refrigerantes sem álcool, além de considerarem investimentos no mundo emergente do Sudoeste Asiático, possivelmente com mais cuidado.
Tanto a Kirin com a sua concorrente japonesa Asahi procuram investimentos no exterior. Apesar da preferência pessoal do CEO da Kirin com o negócio de cervejas, admite-se a necessidade de trabalhar com produtos saudáveis, inclusive bebidas sem álcool no mercado japonês. Isto que está se verificando no Japão pode indicar uma tendência no mundo, com alguma diferenciação nos países emergentes da região tropical, que parece caminhar para o consumo de muitas cervejas artesanais.
A Asahi, que obteve grande receita com o seu “Super Dry”, também investiu US$ 11 bilhões na aquisição nos dois últimos anos de marcas na Europa da Anheuser-Bush InBev, controlada pelos brasileiros. Ainda assim, está consciente que bebidas com elevada caloria não devem continuar em expansão.
A obesidade está se tornando um problema com o qual muitos consumidores se preocupam e estas empresas também precisam examinar as alternativas disponíveis. O Brasil conta com uma ampla biodiversidade podendo produzir bebidas a partir de frutas que não tenham exageradamente açúcar. Pode ser estes produtos venham a ser colocados no mercado internacional, como já vem ocorrendo com o chá gelado.
Doutor Yokota:
A meu ver, a Kirin deveria ter feito fusão com a Suntory no passado. A Asahi poderia, também, fundir-se com a Sapporo. Ficariam mais fortes, com certeza.
Caro Carlos Silva,
Cada economia tem suas formas de atuar, e parece que pretender, do exterior, ter uma visão mais completa das alternativas, não parece considerar adequadamente os respeitáveis interesses que estão envolvidos.
Paulo Yokota