Produtos Japoneses Consagrados Falsificados no Exterior
11 de abril de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais e Notícias | Tags: artigo publicado no Yomiuri Shimbun, principalmente na China, produtos japoneses consagrados estão sendo falsificados no exterior
Existem diversos produtos japoneses consagrados que estão sendo falsificados, principalmente na China. Eles são vendidos online e até as suas embalagens são copiadas.
Os caquis secos Ichida Gaki falsos estão listados em um site chinês de compras online. Foto, parcialmente alterada, publicada no artigo do Yomiuri Shimbun
O Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, numa rápida pesquisa, localizou 17 produtos japoneses consagrados que estão sendo falsificados no exterior, notadamente na China e vendidos online. Um deles é o consagrado caqui seco da marca Ichida Gaki, onde até a embalagem é copiada. Este tipo de crime está aumentando todos os anos, ainda que estes produtos estejam listados pelo governo japonês para a proteção da Indicação Geográfica, pois é característica de uma localidade japonesa. Este caqui é extremamente doce e é exportado para Taiwan pelos japoneses.
Também este tipo de produto é fabricado no Brasil por dezenas de anos, mas, além de uma característica diferenciada, não utiliza o mesmo tipo de embalagem. Na região de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, o caqui chamado biombo é seco ficando com uma camada de açúcar por fora é era mais produzido no passado, sendo atualmente vendido em pequena quantidade no bairro da Liberdade.
Também o chamado Kobe Beef, uma carne de gado entabulado e extremante macio, é vendido em muitos países como se fossem japoneses. Também o chá verde utilizado nas cerimônias de chá, vendido como Nishio no Manchá, está sendo usado como ingrediente de diversos confeitos ou até sorvetes.
Na pesquisa do governo japonês foram examinados 82 grandes sites de vendas online e se localizou, entre outros, o Yubari Melon, de Hokkaido, carne Matsusaka Ushi, de Mie, Oita Kabusu, de cítricos, sendo que 80% eram produzidos na China, mas também no Brasil e nos Estados Unidos.
Muitos países do mundo procuram defender seus produtos usando com exclusividade a marca de uma determinada localidade. Assim, por exemplo, a França exige que se chame de Champagne o que é produzido naquela região, sendo que os demais devem ser considerados espumantes. Já existem acordos internacionais como do Japão com a Europa para evitar estes usos indevidos, como o que acontece com o queijo Gorgonzola e de Parma, mas estes avanços ainda não chegaram ao Brasil. O Japão está negociando estes acordos com a Tailândia e o Vietnã.
Quando se estabeleceu o OMC – Organização Mundial de Comércio, tentou-se regulamentar este assunto, mas acabou-se admitindo a China como economia de mercado, apesar de se saber que muito incentivos oficiais são proporcionados por aquele país. Os demais países desejam parte do mercado consumidor chinês, evitando atritos que resultem em boicotes da China.