Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Controle do Desmatamento na Amazônia

30 de outubro de 2018
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, posição dos militares para o governo eleito, visão de prazo mais longo para o problema do desmatamento

Um artigo interessante de Ribamar Oliveira foi publicado no Valor Econômico informando que os militares se posicionam contrários à fusão do Ministério da Agricultura e do Meio imageAmbiente, dada a necessidade de longo prazo para a preservação, principalmente da floresta amazônica. Isto contraria a parcela mais imediatista da bancada ruralista, mas os que possuem visões mais longas são a favor do aumento da produtividade e não da extensão, mesmo para a pecuária.

Pecuária de alta produtividade na Amazônia, sem necessidade de desmatamento adicional, como na região de Alta Floresta no Mato Grosso do Norte

Somente uma parte da bancada ruralista com visão de curto prazo pode ser a favor de um desmatamento adicional de uma floresta como a Amazônica, pois a pecuária mais racional visa o aumento da produtividade que acaba sendo estimulada quando se evita a expansão meramente extensiva. Na região de Alta Floresta, por exemplo, as impossibilidades de desmatamentos adicionais acabaram provocando um aumento da produtividade mesmo da pecuária, usando novas técnicas que permitem a convivência da floresta com pecuárias intensivas que tiram o melhor proveito das áreas já desmatadas no passado.

Ainda que seja desejável a redução de ministérios, se a da Agricultura incorporar também o de Meio Ambiente, haveria uma tendência de conflito dentro de uma mesma entidade. Muitos ruralistas mais conservadores ainda confundem o crescimento extensivo com o desenvolvimento, quando este só pode ser obtido pelo aumento da produtividade, inclusive no segmento da pecuária. São muitos os exemplos de ruralistas que estão conseguindo produtividades mais elevadas pela introdução de novas tecnologias para explorações mais intensivas, com profundas preocupações de sustentabilidade das florestas que, se desmatadas, acabam apresentando riscos até de desertificação que ocorre em algumas partes do mundo, em paralelos correspondentes a estas áreas brasileiras.

Mesmo no atual cerrado que foi transformado em áreas de lavoura de grãos, quando não se preservam as reservas requeridas, principalmente nas matas ciliares junto aos rios que precisam ser mantidas, ocorre uma tendência de redução das chuvas. As preocupações de sustentabilidade de longo prazo centram-se no aumento da produtividade que ajudam na convivência de explorações racionais utilizando novas tecnologias. Muitos militares acabaram adquirindo visões de longo prazo que certamente podem ajudar na procura de tecnologias de explorações sustentáveis com o aumento da produtividade, sem que problemas para o futuro sejam criados.

Espera-se que o novo governo brasileiro eleito tenha a possibilidade de promover as economias indispensáveis na dimensão do setor público, preservando as suas visões que são sempre de prazo mais longo, pensando no interesse nacional.