Dificuldades de Aprovação da Reforma da Previdência Social
22 de fevereiro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: artigo publicado no site da UOL, depois de conhecer o texto final com aspectos impopulares, dificuldade de conseguir presidente e relator para o projeto, falta de uma articulação governamental eficiente
Segundo um artigo publicado pela Débora Álvares no site da UOL, já existem dificuldades de conseguir o presidente e o relator para o projeto de reforma da Previdência Social, o que ficou claro com a declaração da deputada Joice Hasselmann (PSL – PR), vice-líder do seu partido.
Deputada Federal Joice Hasselmann (PSL – PR
Tomando conhecimento do texto final do projeto do governo sobre a reforma da Previdência Social, quando os deputados costumam disputar os cargos que lhes dão projeção, como de presidente e de relator, está se constatando a dificuldade para conseguir candidatos convenientes, ainda que hajam alguns sem a devida experiência, ou de partido que já ocupa muitos cargos, como os Democratas. Muitos aspectos são demasiadamente duros e impopulares, sendo difícil de serem aprovados. Os que desejam disputar o cargo de prefeito nas próximas eleições temem os seus desgastes neste episódio.
Também se observam que alguns governadores, como do Norte e do Nordeste, já revelam suas reservas, mostrando que não desejam se envolver profundamente na aprovação do projeto. A articulação do governo para atuação eficiente no Congresso Nacional ainda não se revelou eficiente, deixando os congressistas em posição de cautela. Deve-se lembrar que o governo já foi derrotado numa questão, mesmo que sem grande importância, com o presidente do PSL, partido do presidente da República, tendo alegado que “cometeu erro” na votação eletrônica.
Na tramitação normal do projeto, o presidente da Comissão da Constituição e Justiça, que seria do PSL, o partido com maior número de deputados, é que determina quem seria o presidente e o relator deste projeto. No entanto, isto está sendo feito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Os deputados voltam para as suas bases neste fim de semana, quando podem sentir melhor o que seus eleitores pensam sobre o projeto. Também o Carnaval dará oportunidade para esta sondagem mais profunda. Mas os primeiros sinais não são muito animadores, mostrando que o projeto sofrerá mudanças em muitos dos seus aspectos.
Estima-se, grosseiramente, que o governo não deve contar com o apoio de 200 deputados na versão atual, quando necessita no mínimo de 308 votos para a aprovação do projeto, em dois turnos.