China Aumenta Substancialmente Pesquisas Agrícolas
18 de agosto de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Ciência, Editoriais e Notícias, Tecnologia | Tags: artigo no China Daily, aumento de recursos para pesquisa agrícola em 60% até o final do próximo ano, usando novas tecnologias
Lamentavelmente, de forma diversa do que pensam os mal informados, a atividade agrícola depende do conjunto de muitos fatores, onde os climáticos têm grande importância. Os chineses, com sua longa história, estão conscientes que necessitam ampliar as suas pesquisas de ciências e tecnologias na agricultura, para dependerem menos dos fornecedores externos, principalmente quando ocorrem irregularidades climáticas, como secas e inundações. Eles estão programando o aumento de 60% dos recursos voltados para as pesquisas agrícolas até o final do próximo ano, visando reduzir os problemas como das secas, incluindo a produção de arroz, milho e trigo, produtos relevantes para a alimentação de sua gigantesca população, usando tecnologias avançadas.
Um drone espalhando fertilizantes nos campos de trigo em Daliuzhuang. Foto constante de um artigo publicado no site do China Daily
O artigo de Wang Xiaoyu no China Daily cobre o assunto mostrando que as autoridades chinesas estão dando elevada prioridade para as pesquisas adicionais no setor agrícola. No ano passado, a China apresentou um crescimento de 58,3% da produção agrícola, mais de 10% com relação a 2005 e 5% mais alto que sete anos passados, mas eles não estão satisfeitos.
A ineficiência de algumas práticas agrícolas por muitos anos tornou a agricultura chinesa vulnerável às mudanças climáticas que tendem a se intensificar nos próximos anos. Em 1961, as difíceis condições climáticas reduziram a sua produção em 61 milhões de toneladas, uma queda de 30% com relação a 1958. Também houve um boicote de fornecimento de alimentos norte-americanos para a China, provocando uma forte dificuldade com a fome no país.
Desde 1980, o comando central dos chineses concedeu uma grande significância à inovação agrícola. Em 2015, os investimentos em pesquisas científicas e tecnológicas nesta área foram elevados para cerca de US$ 7,8 bilhões (55 bilhões de yuan), quando eram em 1978 de apenas 720 milhões de yuan, segundo Du Zhixiong, pesquisador do Rural Development Institute da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Os chineses, com a aplicação do que chamam de “crop-breeding platforms”, cientificamente provaram que os resultados foram significativos como no “dwarf-sterile wheat” (trigo anão esteril), no sistema do “super rice” (superarroz) e “hybrid corn” (milho híbrido), que permitiram melhoramentos rápidos em produções selecionadas e asseguraram o suprimento de alimentos confiáveis de forma segura no longo prazo naquele país.
Também as melhorias tecnológicas dos agricultores chineses, além de aumentar a produção, estão reduzindo os danos ambientais. Cerca de 15% da produção agrícola chinesa já evita áreas afetadas por pestes. Cerca de 20 a 30% de redução observou-se no uso de produtos químicos. O uso de fertilizantes está concentrado, observando as condições locais, obtendo-se algumas reduções, procurando-se aproveitar melhor as condições naturais.
Ainda que o Brasil disponha de áreas agrícolas diferenciadas, para superar as dificuldades como as climáticas, pesquisas de alta tecnologia se tornam indispensáveis, não se utilizando somente o que foi desenvolvido no exterior.