Existem Alternativas Para o Atual Governo Brasileiro
21 de setembro de 2019
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: a possibilidade de contar somente com um plano geral para ir se adaptando às mudanças que ocorrem no Brasil e no mundo, os economistas não possuem a capacidade para estabelecer metas razoáveis ao longo do tempo, qualquer economia depende de muitos fatores internos e externos
Quando se observa que somente em cerca de poucos mais de oito meses de gestão o atual governo brasileiro com seus planos sofreu dezenas de mudanças, que implicam em desgastes políticos na sua credibilidade, parece recomendável que as metas estabelecidas com o uso das técnicas de planejamento devam conter somente os instrumentos que serão utilizados e suas diretrizes básicas. Sugeridos pela equipe econômica de acordo com o presidente da República eleito e seus principais auxiliares, seria desejável que houvesse um razoável consenso interno do governo sobre a proposta. As estimativas dos economistas costumam ser grosseiras e dependem das pressões e aprovações do Congresso Nacional, das condições externas da economia mundial e até das variações climáticas que estão se agravando internacionalmente.
Uma ilustração interessante do jornal brasileiro Diário da Manhã, com traços imprecisos do Brasil que se deseja
Nenhum país conta atualmente com um planejamento rígido e os diagnósticos que são efetuados sobre a sua situação acabam sofrendo mudanças internas e externas em poucos meses. O lamentável é que o governo brasileiro não consegue recomendar nem as medidas que possam sanar suas dificuldades básicas. A equipe econômica concluiu que um dos desequilíbrios fundamentais estaria na Previdência Social, onde poucos privilegiados do setor público usufruem de parte substancial dos recursos e outros pobres mortais contam com benefícios mínimos. Mas, até agora, o que se aprovou em termos gerais no Congresso só consolidou os privilégios, ficando os sacrifícios por conta dos que não possuem acesso às fontes das decisões políticas.
Pouco do atual desequilíbrio será corrigido, pois nem a capitalização que estava prevista foi aprovada. O grosso da população terá que acumular reservas durante o seu período de trabalho, como nas aquisições tradicionais dos imóveis no Brasil, para poder contar com o mínimo de suporte na sua velhice.
A equipe econômica entendeu que a carga tributária, ainda dependente da reforma fiscal, deverá ser aliviada sobre os privilegiados do setor privado, pois eles devem ser estimulados a promover os investimentos que não podem ser efetuados pelo setor público. Mas cabe às não estruturadas atualmente agências a fiscalização das empresas privadas contempladas com as privatizações, que tendem a formar monopólios privados, que são mais danosos que as estatais. Quando se fala dos investimentos privados externos, todos necessitam estar conscientes que eles visam retornos razoáveis para as suas inversões, não se tratando de entidades beneficentes.
O desenvolvimento que deve proporcionar o emprego aos brasileiros precisa decorrer de projetos competitivos, interna e externamente. Para tanto, as tecnologias de ponta de elevada eficiência são indispensáveis, mas os poucos recursos que estavam voltadas para as pesquisa estão em visível processo de redução. O mesmo acontece no setor educacional, que necessita preparar recursos humanos competitivos como ocorre em alguns países.
Ao mesmo tempo, a população brasileira envelhece rapidamente, ampliando suas necessidades de saúde como de sua assistência, onde o governo está se mostrando incapaz de atender ao mínimo indispensável.
Na economia propriamente dita, a indústria brasileira está se aproximando da extinção, vivendo o Brasil da produção agropecuária e da mineração, que dependem dos suportes governamentais na maioria dos países do mundo, envolvendo riscos elevados. Nos setores dos serviços, os brasileiros não se destacam no exterior, sendo os estrangeiros que estão com suas empresas atendendo diversos segmentos.
O Brasil continua dispondo de uma ampla natureza, com uma biodiversidade invejável. Os seus recursos humanos são criativos com uma forte miscigenação de populações provenientes das mais variadas partes do mundo. Sua criatividade tende a ser elevada, mas precisa contar com um governo que não atrapalhe. Aos trancos e barrancos, o Brasil pode recuperar-se, mas depende de uma política governamental mais eficiente, que tenha flexibilidade para se ajustar às variações que estão ocorrendo no mundo.
Há que se convencer os segmentos políticos que o Brasil não pode continuar a consumir mais do que produz, havendo que se encontrar formas para restringir os privilégios dos que atuam no setor público, com mais inteligência do que veio se fazendo nestes meses do novo governo.