Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Dificuldades na Formação de Equipes Eficientes no Brasil

15 de abril de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: a possível substituição da equipe de Luiz Henrique Mandetta, as dificuldades nas substituições de equipes, culturas diversas entre povos, ênfases nas liberdades dos profissionais de medicina | 8 Comentários »

Além do atual problema provocado pelo coronavírus no mundo, exigir uma atuação conjunta de equipes que tenham diversos conhecimentos humanos, a cultura que prevalece no Brasil não facilita o seu bom desempenho. Em graus diferentes, o mesmo problema acontece em muitos outros países, mas em alguns parece que prevalecem os interesses coletivos aos direitos e concepções individuais. Deve-se lembrar de que, bem ou mal, o presidente Jair Bolsonaro foi eleito devido a diversas circunstâncias que o ajudaram na ocasião, tendo o poder de substituir seus auxiliares que não possuem mandatos, ainda que estejam executando duros trabalhos que apresentam falhas menores, de forma a serem bem avaliados por parte clip_image001expressiva da população brasileira. Conseguir a colaboração de uma nova equipe eficiente que aceite as vontades muitas vezes estranhas do presidente, de familiares e auxiliares que o cercam, não é certamente uma tarefa das mais fáceis.

O ministro da Saúde, doutor Luiz Henrique Mandetta, que provavelmente será substituído pelo presidente Jair Bolsonaro

Comenta-se sobre algumas alternativas de personalidades que possuem aspectos comuns com o presidente, como a conveniência de restringir-se o isolamento recomendado da população que prejudica a economia, a adoção de medicamentos que mesmo ajudando ainda não estejam comprovados cientificamente apresentando alguns inconvenientes paralelos, entre os pontos considerados mais relevantes. No entanto, elas não possuem equipes já comprovadas em atender as muitas e gigantescas tarefas que precisam ser executadas para minorar os problemas, principalmente diante das limitações dos meios humanos e materiais que são acentuadas no Brasil, como em muitos outros países. Também seria desejável que contem com experiências nas negociações com os políticos e outros segmentos que influem em diversas atividades relacionadas, como a burocracia e o Judiciário.

A equipe do ministro Luiz Henrique Mandetta surpreendeu a muitos, tendo uma ideia clara do objetivo a ser perseguido, reconhecendo as muitas limitações existentes, com experiências de décadas no SUS – Sistema Único de Saúde. Num país que tende a preservar mais a opinião pessoal de cada profissional de medicina do que de uma equipe. A atual equipe, com razoável conhecimento da área política mostrou-se capaz de comunicação social eficiente, conseguindo uma simpatia da população, mas gerando problemas com as características pessoais do presidente e seus auxiliares mais diretos, influenciados ideologicamente. Não parece fácil obter-se a colaboração de uma equipe semelhante nesta área difícil da saúde que ainda apresenta muitas dúvidas que vão se conhecendo aos pouco em todo o mundo. Ao qual se soma os problemas econômicos e geopolíticos, que muitos analistas no mundo consideram equiparar-se aos problemas como da crise de 1929 e a Segunda Guerra Mundial, não havendo até agora um Plano Marshall para superá-los nas próximas décadas.

Que o Brasil e o mundo vão sobreviver a tudo isto não parece haver dúvidas. O problema é sempre sobre a sua eficiência no tempo e o seu custo, que não é somente econômico, mas de vidas humanas, principalmente dos menos privilegiados.


8 Comentários para “Dificuldades na Formação de Equipes Eficientes no Brasil”

  1. Josiclei Souza
    1  escreveu às 18:24 em 15 de abril de 2020:

    O Luiz Henrique Mandetta é um ótimo ministro!

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 08:39 em 16 de abril de 2020:

    Josiclei Souza,

    O Ministro Luiz Henrique Mandetta foi uma agradável surpresa.

    Paulo Yokota

  3. Julia Ribeiro Gomes de Aguiar
    3  escreveu às 23:32 em 15 de abril de 2020:

    Yokota, infelizmente, acho que o Bolsonaro demitirá o ótimo ministro Mandetta. Lamentável!

    Beijos.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 08:37 em 16 de abril de 2020:

    Cara Julia Ribeiro Gomes de Aguiar,

    Pelo visto isto está decidido, mas o governo não consegue uma equipe de qualidade para substituir ao atual, pois não se trata somente do Ministro.

    Paulo Yokota

  5. Rodolfo Bierrenbach
    5  escreveu às 12:15 em 16 de abril de 2020:

    Sr. Yokota:

    Acho que a médica Nise Yamaguchi seria uma excelente opção para ocupar a vaga do atual ministro da Saúde, uma vez que todos sabem que o Bolsonaro irá demiti-lo.

    É a oportunidade para dar espaço as pessoas da etnia amarela mostrarem o seu valor.

    Rodolfo M. Bierrenbach

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 16:10 em 16 de abril de 2020:

    Caro Rodolfo Bierrenbach,

    Obrigado pelo comentário. Mas, parece que existem muitos outros profissionais que têm mais experiências com outros, pois há que se contar com uma equipe que tenha estomago que aguente um Presidente como o nosso. Mas, os problemas também se repetem em outros países avançados como os Estados Unidos, mostrando quanto é difícil ligar com uma praga nova. Parece que a Coreia do Sul e alguns países como a Alemanha vêm conseguindo resultados razoáveis. Não acredito que alguém de origem asiática seja relevante, ainda que muitos deles tenham capacidade para um trabalho intenso, mas parece que o que se procura é alguém que esteja aberto para as boas experiências mundiais, tendo uma elevada capacidade política.

    Paulo Yokota

    Paulo Yokota

  7. Carlos Weber Castro
    7  escreveu às 08:12 em 17 de abril de 2020:

    Amigo:

    Dos melhores blogs que eu encontrei nos derradeiros anos!

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 09:19 em 17 de abril de 2020:

    Caro Carlos Weber Castro,

    Muito obrigado pelo comentário. Mas, apesar de ler muito do que vem sendo escrito no mundo, não se consegue acompanhar todos, mas dentro do possível procura-se selecionar os que nos parecem mais construtivos, usando um pouco da nossa experiencia vivida.

    Paulo Yokota