Inadequados Usos Políticos de Questões Médicas
10 de abril de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política, Saúde | Tags: a questão do uso da cloroquina, ainda que não sejam plenamente reconhecido oficialmente, efeitos colaterais, o papel da competente médica Nise Yamaguchi, uso possível quando o paciente se encontra num hospital | 4 Comentários »
Quando existem usos políticos como dos partidários do presidente Jair Bolsonaro sobre o uso da cloroquina para os afetados pelo coronavírus acabam ocorrendo inconvenientes, pois nem todos os cuidados médicos paralelos são sempre considerados de forma adequada. Os depoimentos da qualificada médica brasileira Nise Yamaguchi esclarecem que os afetados devem estar num hospital, pois podem ocorrer alguns problemas paralelos reconhecidos, como os descontroles das palpitações do coração. Ela entende que a equipe do Ministério da Saúde vem executando um bom trabalho.
A qualificada doutora Nise Yamaguchi adota uma posição ligeiramente diferente do Ministério da Saúde do Brasil, pois recomenda o uso da cloroquina tão logo o paciente já se encontre num hospital, para evitar eventuais problemas paralelos, mas ela não se imiscui de posições políticas
Esta medicação já vem sendo utilizada para problemas de malária e vem se mostrando eficiente em alguns casos respiratórios, mas ainda não é recomendada para uso geral, principalmente pelos efeitos paralelos, como as irregularidades nas pulsações. Quando o paciente se encontra num hospital, estes detalhes podem ser acompanhados, com os ajustes indispensáveis. Como os partidários do presidente Jair Bolsonaro desejam acelerar o seu uso nas questões relacionadas com o atual coronavírus, explorou-se como isto fosse algo no qual o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta não seguisse a orientação do chefe do Governo. Muitas outras questões deixam claro que existem diferenças de posições, que estão sendo minimizadas durante a atual crise, como o isolamento máximo da população, salvo em alguns casos urgentes.
Esta divergências ocorrem em diferentes frentes no mundo, como o do presidente dos Estados Unidos que reclama da Organização Mundial de Saúde – OMS, que recebe substanciais recursos dos norte-americanos, mas não teriam sido alertados sobre a gravidade da velocidade de disseminação desta atual praga. Muitos acusam a China que não teria alertado o mundo, quando o problema teria começado naquele país.
Também alguns países que esperavam ter superado o pico da atual crise voltam a tomar medidas restritivas ao livre deslocamento de suas populações, tanto na Ásia como na Europa. O que acontece é que há um período das manifestações externas dos contaminados, que acabam disseminando a praga para outros membros da população. Pensava-se que os asiáticos, por se preocuparem com os males transmitidos para terceiros, teriam melhores defesas, mas alguns países voltam a registrar aumentos nos contaminados.
No Brasil, as limitações das UTIs, dos respiradores artificiais e dos meios para diagnosticar os infectados rapidamente, nem todos poderão ser atendidos, havendo que dar prioridade para alguns até que as insuficiências sejam superadas. Como quase tudo em matéria médica, as medidas para tanto não conseguem consenso, notadamente quando há preocupações sobre os impactos na economia. O pano de fundo dos interesses políticos e eleitorais acabam complicando ainda mais o quadro geral.
YOKOTA, um medicamento japonês chamado Avigan mostrou-se muito promissor num estudo realizado na China. O Japão disse que irá fornecer, gratuitamente, o citado remédio para o país que solicitar.
Caro Igor Gonçalves de Lima,
Também notei esta notícia. Mas, ainda seria uma das tentativas de achar um remédio adequado, necessitando ser aprovado pelas autoridades de diversos países, pois pode apresentar também alguns inconvenientes desconhecidos. Mas é uma das esperanças.
Paulo Yokota
O blog tem um maravilhoso conteúdo. Merece aplausos!
Caro Fernando Fernandes,
Obrigado pelo comentário. Vamos nos empenhar em procurar ângulos diferentes na apreciação de assuntos que estão em discussão no mundo.
Paulo Yokota