Suspensão do Isolamento na França

7 de junho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: a redução dos afetados pelo coronavírus na França permite a suspensão dos isolamentos, a volta do aumento de detectados pode provocar a volta dos isolamentos, cuidados sem o uso de máscaras, elevado número dos submetidos aos testes

Os franceses estão entre os que mais apreciam tomar um café e ficar horas conversando nas calçadas das amplas avenidas. como as de Paris. O número de testados sobre a possibilidade de estarem com o coronavírus é elevado e qualquer volta do aumento deles pode provocar novo isolamento.

Os franceses não estão usando muitas máscaras, mas eles contam com uma rede de hospitais equipados para atender os possíveis contaminados, o que difere do Brasil

Muitos jornais franceses estão estampando fotos como a de cima, mostrando que eles adotam distâncias mínimas entre os fregueses, mas nem todos os cuidados recomendados estão sendo obedecidos rigorosamente. Se sinais de novo aumento dos contaminados ocorrerem, eles terão que voltar a adotar os isolamentos, mesmo localizadamente.

Com algumas diferenças, outros países europeus que já passaram pelo pico de contaminados estão flexibilizando os isolamentos, mas eles também estão preparados para as hipóteses de volta de isolamentos radicais, além de contar com uma rede hospitalar mais equipada, principalmente de recursos humanos.

As curvas dos dados no Brasil ainda não indicam que se atingiu o pico, sendo necessário cuidados adicionais para evitar o aumento dos contaminados, pois a rede hospitalar local não conta com estruturas para atender a todos, exigindo que muitos se mantenham isolados em suas casas.

O que vem sendo observado no Brasil é que nem mesmo os equipamentos indispensáveis estão adequadamente instalados, contando com recursos humanos para fazê-los funcionar com a eficiência esperada. Resta manter o isolamento por todo o tempo possível, contando com a colaboração da população que, não vendo o que acontece com os pacientes assintomáticos, não tomam os cuidados recomendados.

Lamentavelmente, vem-se verificando muitos casos fora dos padrões considerados normais, exigindo que a Organização Mundial de Saúde seja mais conservadora, pois as situações diversas estão mostrando que não há somente um tipo de situação, mas pequenas diferenças entre muitos delas. Também as autoridades precisam dar exemplos que sejam compreensíveis para toda a população, com toda a facilidade.

As indicações de medicamentos e vacinas, para serem comprovados cientificamente, parecem demandar mais tempo do que seria desejável, e seus usos generalizados demorarão mais tempo para atingir o grosso da população brasileira. Cuidados exagerados parecem mais recomendáveis do que surtos de contaminados e elevação das lamentáveis mortes.