Incompreensível Política Ambiental do Governo Brasileiro
12 de julho de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Meio Ambiente, Política | Tags: atendendo interesses limitados e criminosos, necessidade de uma revisão urgente e de longo prazo, política ambiental contra a opinião dos brasileiros e estrangeiros
A imprensa brasileira está cansada de apontar para o governo que a atual política ambiental do Brasil só provoca prejuízos, beneficiando número muito restrito de madeireiros e mineradores ilegais. Os empresários brasileiros que são afetados pelas irracionalidades do governo aumentam, internamente e no exterior, as pressões pela mudança urgente e permanente. A opinião pública mundial é quase consensual no mesmo sentido, pois vem contribuindo para as irregularidades climáticas universais.
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Empresários brasileiros de porte como Caio Magri, presidente do Instituto Ethos, Marcelo Bacci, diretor executivo de finanças da Suzano, João Paulo Ferreira, da Natura, chamam a atenção para a urgência na mudança da atual política ambientalista do governo brasileiro, como consta de um artigo de Fernanda Perrin, publicado na Folha de S.Paulo. Algo similar também é publicado nos jornais mais importantes do Brasil, bem como muitos estrangeiros. As restrições para a compra de produtos que utilizaram estas áreas incendiadas e desmatadas são crescentes, estendendo-se pelos responsáveis pelos programas que proporcionam recursos como os de crédito do carbono. O Brasil está sendo marginalizado no mundo, com as piores imagens possíveis, que só acrescentam obstáculos para o desenvolvimento do país.
Os empresários brasileiros entendem que o aumento da produção destas regiões ocorre com a elevação da produtividade nas áreas já exploradas, não havendo necessidade de outras adicionais que só provocam efeitos extensivos. Muitos já utilizam o crédito de carbono, cujo mercado conta com muitos recursos, carecendo de projetos adequadamente elaborados, que possam ser executados pragmaticamente.
A política brasileira equivocada começa com o apoio do presidente da República que tem uma visão distorcida do problema, e na execução da correção deveria contar com o suporte do vice-presidente que encabeça hoje um organismo que reúne muitos que têm o pleno conhecimento do que é adequado para o Brasil. A continuidade da atual política só traz prejuízos para a economia brasileira, notadamente na já deteriorada imagem decorrente dos danos no meio ambiente.
Estão aumentando as restrições de operações com o Brasil, tanto na compra de produtos agropecuários como financiamentos na administração do meio rural brasileiro, inclusive das necessárias infraestruturas para escoamento para os portos. Os recursos potenciais são elevados, desde que se melhore o meio ambiente, bandeira que adquiriu importância no mundo.
Se o governo brasileiro formular um programa coerente, ainda que na execução seja indispensável um período longo, a imagem do Brasil tende a melhorar, facilitando a inserção do Brasil na comunidade internacional. Sem que se faça algo, a imagem negativa tende a se aprofundar, com consequências desastrosas. Não basta a mudanças de alguns ministros, mas da concepção que o governo tenha do problema.