Brasil Atrai Pesquisadores Internacionais da Medicina
24 de agosto de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Medicina | Tags: equipes reconhecidas e experientes, importâncias do Instituto Butantan e Fiocruz, outros medicamentos e tratamentos, pacientes variados, testes internacionais de remédios para Covid 19
Um artigo de Fabiana Cambricoli foi publicado no site do jornal O Estado de São Paulo referindo-se às razões do Brasil atrair 21 testes internacionais de remédios e vacinas para o Covid 19, autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. A autora enfatiza o número elevado de afetados e mortos no Brasil, que atraem possíveis usuários destes trabalhos, além de uma população diversificada nos seus perfis. No entanto, parece que, além destas razões, conta-se no Brasil com o Instituto Butantan e a Fiocruz que prepararam muitos profissionais, têm uma tradição na produção de vacinas e medicamentos em grande escala, contando com mecanismos para aplicá-los na população, com o SUS – Sistema Único de Saúde de abrangência nacional, sem os quais haveria necessidade de muito tempo de trabalho para que os resultados possam ser utilizados.
Instituto Butantan e Fiocruz, duas organizações importantes para estudos de medicamentos e tradição na produção de vacinas
Das 33 autorizações concedidas para estudos internacionais de medicamentos ou vacinas para Covid 19 pela Anvisa, 21 são de testes possíveis de tratamentos da infecção e os demais 12 são estudos acadêmicos ou científicos paralelos, que passam pelo aval da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – Conep. Muitos são acompanhados de recursos internacionais, mostrando que o Brasil conta com prestígio nos trabalhos deste setor.
Dos 178 ensaios clínicos autorizados pela Conep, 30 são financiados por instituições estrangeiras, mostrando que está se encontrando formas dos estudos serem efetivados, apesar das limitações dos recursos governamentais brasileiros. Estes estudos necessitam ser aplicados na população e, no caso do Brasil, muitos deles estão afetados, além da ampla diversidade dos mesmos nos seus perfis, em graus diferentes de gravidade.
Como países asiáticos e europeus viveram mais cedo o pico da pandemia, Brasil e Estados Unidos, que ainda registram número expressivo de infecções, tornaram-se os principais locais de estudo de possíveis tratamentos e imunizantes, segundo o artigo publicado.
Informa-se que a farmacêutica AstraZeneca, que participa do projeto de vacina da Universidade de Oxford (Reino Unido), trouxe também ao Brasil dois estudos de medicamentos. Ambos já são registrados para outras moléstias. Também o Hospital Albert Einstein está envolvido nestes esforços com medicamentos para o diabetes, mostrando que o setor privado também vem colaborando.
O complexo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo também trabalha com pelo menos cinco testes clínicos internacionais de medicamentos das farmacêuticas Roche e da Glaxo, com medicamentos para artrite reumatoide. Como ainda se conhece pouco sobre o coronavírus, estão sendo pesquisados diversos medicamentos comprovados para outras finalidades.
Mas, no geral, pode-se afirmar que grupos importantes do exterior consideram que as equipes brasileiras podem ser boas parceiras para as suas pesquisas.