Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Pressa é Inimiga da Perfeição

27 de novembro de 2020
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: acumulando com incompetência do governo brasileiro, empresas de porte como AstraZeneca, imperfeições nas pesquisas, mesmo com a colaboração com a Universidade de Oxford, pressa na obtenção de vacinas para a Covid-19

Lamentavelmente, até o laboratório AstraZeneca, que colabora com a Universidade de Oxford na corrida para obter uma vacina eficiente e confiável para a Covid-19, confessa que houve erros, como nas dosagens dadas aos voluntários nas pesquisas. A pressa para se chegar às vacinas acaba provocando acidentes nos trabalhos, o que reduz a credibilidade dos mesmos que estão sendo efetuados. Quando isto se soma às deficiências de governos, como o brasileiro, na adequada compreensão das necessidades científicas, os custos dos trabalhos clip_image002se elevam e muitos desperdícios acabam ocorrendo, enquanto as vítimas aumentam.

O laboratório AstraZeneca revelou que erros foram cometidos nas pesquisas para a produção das vacinas para Covid-19, que conta com a colaboração da consagrada Universidade de Oxford

De outro lado, autoridades como as brasileiras baseiam se nas suas convicções pessoais nos usos de medicamentos, sem que tenham bases científicas. Ao mesmo tempo em que muitos materiais são desperdiçados, como os testes para constatar a contaminação de pessoas com a Covid-19. Sem que haja ainda um plano logístico que as possíveis vacinas possam chegar, em todo o país, e aplicadas nos que delas necessitam prioritariamente, como os profissionais que atuam no setor de saúde.

O Brasil já tem 171.497 óbitos e 6.204.570 diagnósticos pela Covid-19, segundo consórcio de veículos de imprensa. Média móvel de casos está em 31,6 mil por dia, maior marca desde setembro, segundo a TV Globo, na nota abaixo.

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A magnitude e a velocidade de propagação do vírus Covid-19 no mundo continuam preocupando a todos e os trabalhos são intensos com os novos rounds de afetados e mortos que estão ocorrendo em muitos países. Não se trata de um problema que se restringe ao Brasil, com muitas pessoas saturadas com os isolamentos e cuidados mínimos indispensáveis para se evitar os contágios. Mas os norte-americanos e os brasileiros continuam com as cifras recordes de pacientes, exigindo agora intensos trabalhos duros. Em alguns países, como muitos asiáticos, os números continuam mais modestos, ainda que recentemente também em elevação.

Evidentemente, estes problemas se estendem pela economia, pois os recursos indispensáveis para o seu combate eficiente são elevados, aumentando os endividamentos destes países de forma preocupante. Muitas atividades que proporcionam empregos, como os relacionados ao turismo, continuam deficitárias, dificultando a recuperação da economia internacional. Começa-se esboçar os esforços para a nova cooperação mundial, mas ainda serão necessários muitos avanços demorados.

Parece indispensável que o Brasil organize um importante grupo de especialistas, com formação científica que estabeleçam as diretrizes do que deve ser feito a curto, médio e longo prazo. Não são problemas que dependem da sensibilidade de alguns poucos políticos e os discursos não são capazes de superar as expressivas dificuldades que estão pela frente. Não se trata de problemas que podem ser superados por mudanças de posições ideológicas.

Ainda que as tentativas para se conseguir vacinas eficientes sejam promissoras, o pouco que se conhece sobre a Covid-19 indicam situações diversas em variadas regiões do mundo, com possibilidades de suas alterações com o tempo, como muitas outras moléstias com as quais a humanidade convive, de forma razoavelmente controlada. Portanto, o Brasil precisa preparar-se adequadamente para atuar no setor de saúde ao longo do tempo.