Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Ministro Japonês Motegui Toshimitsu em Brasília

9 de janeiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: almoço com o chanceler Ernesto Araujo e cumprimento ao presidente Jair Bolsonaro, assuntos de interesse dos dois países, ministro japonês de Negócios Estrangeiros visitou Jair Bolsonaro e o Itamaraty

De forma protocolar, o ministro de Negócios Estrangeiros do Japão, Motegui Toshimitsu, visitou Brasília, mantendo um almoço de trabalho com o chanceler Ernesto Araujo e cumprimentando o presidente Jair Bolsonaro. Reafirmaram a importância do Japão como investidor no Brasil e parceiro comercial. Comprometeram-se a aprofundar os entendimentos bilaterais e colaborar inclusive com assuntos internacionais que afetam as relações com seus vizinhos, como a Coreia do Sul e a Venezuela, além das participações em organismos clip_image002internacionais como as Nações Unidas, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE e Organização Mundial do Comércio – OMC.

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o ministro de Negócios Estrangeiros do Japão, Motegui Toshimitsu, em Brasília

Segundo o Itamaraty, os japoneses procuram retornos seguros nos seus investimentos no exterior e buscam um diálogo trilateral com os Estados Unidos, evitando falar sobre os problemas atuais daquele país. Os japoneses esperam que as reformas em andamento no Brasil melhorem o ambiente para os investimentos das empresas japonesas, que já foram mais intensas no passado e poderiam ser mais agressivas. Os dois ministros assinaram acordos de cooperação para exploração do nióbio e do grafeno que ainda se encontram nas intenções, sem se tornar projetos concretos.

A atual situação econômica brasileira vem dificultando o cumprimento de alguns dos seus compromissos de pagamentos com os organismos internacionais, e alguns deles estão atrasados.

As exportações de produtos agropecuários brasileiros para o Japão continuam em andamento, mas são mais expressivos nos voltados para a China. Também os investimentos japoneses na infraestrutura brasileira poderiam estar mais agressivos, mas são mais privados, recebendo muitas vezes o respaldo de entidades governamentais.

Todos sabem que a atual imagem do Brasil no exterior não é das mais brilhantes, pela falta de empenho na preservação do meio ambiente, que contribuiria na redução das tendências para o aquecimento global. Evidentemente, de forma diplomática, estes assuntos não são discutidos, mas não determinam uma agressividade maior nos investimentos, inclusive na melhoria da tecnologia, onde os japoneses poderiam contribuir.