O Problema do Dióxido de Carbono na China e no Brasil
27 de janeiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: artigo de Ma Jon no China Daily, o problema brasileiro chega a ser insignificante comparado com o chinês, Pronunciamento de Xi Jinping na Assembleia da ONU em setembro último
O problema brasileiro de lançamento do dióxido de carbono, quando comparado com o da China, chega a aparentar quase insignificante. As emissões chinesas podem chegar ao seu pico em 2030, para chegar à neutralidade em 2060, exigindo investimentos de trilhões de yuans, segundo o presidente Xi Jinping. Isto consta de um artigo publicado por Ma Jun, presidente do Comitê de Finanças Verdes da Sociedade Chinesa de Finanças e Bancos, no China Daily.
Poluições provocadas pelas fábricas chinesas
Para atingir estas metas, os chineses necessitam acelerar a descarbonização em grande escala nos setores de eletricidade, transporte, construção e indústrias. A China precisa cortar drasticamente a produção, o consumo e o investimento em produtos intensivos em carbono, especialmente aqueles relacionados ao carvão.
Precisa ainda, segundo este autor, investir em energia renovável, transporte verde, edifícios verdes, manufatura de baixo carbono e silvicultura. São tarefas que exigem a ação do sistema financeiro verde, que começou em 2015 e está em segundo lugar no mundo. No entanto, os seus atuais padrões não estão divulgados com informações ambientais e não estão totalmente alinhados com os objetivos, segundo o artigo. Muitas instituições financeiras chinesas não reconhecem totalmente os riscos envolvidos e não tomam medidas para gerenciá-los.
Segundo o autor do artigo, o sistema financeiro chinês não está envolvido operacionalmente para exercer este papel, divulgando o que está sendo feito. Uma série de medidas práticas está sendo sugerida, para se atingir os objetivos perseguidos, inclusive nas operações internacionais.
Comparando a situação brasileira com a chinesa, é possível constatar que no Brasil poderia se incrementar as medidas que evitem os desmatamentos, aumentando a produtividade do setor agropecuário nesta direção. Outras irregularidades estão sendo cometidas com as florestas e matas, e é necessário a intensificação do uso da energia solar e eólica que seja competitivo com outras fontes poluentes.
Nos transportes, os usos de combustíveis não poluentes poderiam ser acelerados, o mesmo acontecendo nas indústrias e serviços, sem grandes sacrifícios adicionais. O Brasil conta com alternativas menos custosas que podem ser implementadas com maior velocidade, ajudando no relacionamento internacional positivo, sem a atual imagem negativa que nem procura utilizar os créditos de carbono, financiamentos e até doações, envolvendo tecnologias avançadas na direção correta, com metas para prazos fixados.
O que se constata é que o Brasil, apesar de contar com problemas que podem ser equacionados com alternativas, ainda não possui uma visão de longo prazo, com metas quantificadas a serem perseguidas, com mecanismos financeiros adequados.