Tentando Entender as Diferenças da Covid-19 Entre Países
2 de fevereiro de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Saúde | Tags: casos concretos de meus amigos japoneses, o relativamente baixo nível no Japão, Os dados elevados de mortes e contaminações no Brasil
Quando se observam as estatísticas japonesas e brasileiras sobre contágios e mortes com a Covid-19, as diferenças acentuadas chamam a atenção e ainda que casos isolados não possam fornecer informações seguras acabam sendo algumas pistas das diferenças de comportamento dos dois povos.
Um amigo que mora em Tóquio e possui um imóvel nas proximidades do Monte Fuji informou que há seis meses só tem contatos com seus netos por meios eletrônicos. Meus netos, com todos os cuidados indispensáveis, como o uso de máscaras e uso constante do álcool gel, frequentam pessoalmente minha residência em São Paulo com maior assiduidade, ainda que também usem meios eletrônicos. Parecem ser diferenças culturais importantes que determinam resultados diversos de saúde da população, ainda que não possam ser considerados indicadores científicos, mas meras suspeitas.
Japonesas reclusas em suas residências por causa da Covid-19
As residências no Japão costumam ser de dimensões limitadas, mas bem aproveitadas para os banhos como para guardar o indispensável, que contam com compartimentos atrás das portas, muitas corrediças para exigir menos espaços. Os japoneses procuram ler muito durante este período, praticar pequenos exercícios físicos e se adaptar às restrições usuais neste período.
Os brasileiros costumam contar com mais espaços, alguns usando piscinas nos condomínios ou jardins públicos onde possam dar uma caminhada. Mesmo assim, muitos jovens fazem questâo de manter contatos com seus amigos, nem sempre com os cuidados mínimos recomendáveis. Os resultados acabam sendo desastrosos e difíceis de serem controlados pelas autoridades.
População brasileira indo à praia sem os devidos cuidados
Isto é acentuado quando estão nas praias, onde as fotos mostram muitas pessoas sem as máscaras e alguns tomando banho de mar como nada esteja acontecendo. Lamentavelmente, algumas autoridades minimizam os riscos, pois eles contam com hospitais para atendê-los, o que não está disponível para toda a população. As diferenças entre os privilegiados e os menos favorecidos chegam a ser gritantes.
Discute-se agora no Brasil a volta às aulas dos estudantes, até porque o país não conta com condições para atendê-los adequadamente. Também nem todas as escolas têm dependências para todos os alunos, pois eles devem ficar nas salas com distanciamentos mínimos, contando com professores qualificados para estas circunstâncias. Tudo indica que estas adaptações precisam ser introduzidas, pois o tempo exigido pela Covid-19 sugere que sejam longos.