Desastrada Decisão do Presidente Francês Emmanuel Macron
12 de abril de 2021
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: considerada de elite, Fechamento da ENA Escola Nacional de Administração, inclusive ele mesmo, onde se formou muitos presidentes da França
Um artigo escrito por Roger Cohen no The New York Times, reproduzido em português pelo site do Estadão, informa que o presidente Emmanuel Macron fechou a ENA – Escola Nacional de Administração, onde ele e muitos outros presidentes se formaram independentemente de suas convicções ideológicas. Macron alega que a escola é elitista. Pelo visto, ele prefere presidentes despreparados.
Foto do pátio interno da ENA, a Escola Nacional de Administração, em Estrasburgo. Foto: Patrick HERTZOG / AFP, constante do artigo que vale a pena ser lido na sua íntegra
Para mencionar somente alguns outros, o seu antecessor François Hollande, Jacques Chirac, Giscard d’Estaing lá se formaram. Muitos países procuram seguir o exemplo original da França, pois lá não existe preferência ideológica. Imaginar que um país pode ser administrado por políticos despreparados é um absurdo difícil de acreditar nos nossos dias, quando tantos incompetentes estão causando tantos estragos aos seus países.
Bandeiras da União Europeia e da França sobre a porta de entrada da ENA. Foto: AP Photo/Francois Mori
Esta escola foi criada por Charles de Gaulle para que não ocorresse algo parecido com o que os nazistas fizeram na Europa e será substituída por uma mais popular para formar novos funcionários públicos para a França, anuncia-se na imprensa.
O então presidente da França, Charles de Gaulle (ao centro, com o primeiro-ministro, Michel Debre (à direita), visitam a ENA em 1959. Foto: AFP.
Quem acompanha o que acontece atualmente na França sabe que os chamados coletes amarelos voltam a se manifestar mesmo contra a situação política. No passado, também os estudantes das escolas francesas se manifestaram violentamente, tendo contribuído para importantes avanços que se espalharam pelo mundo. Esta tradição francesa é muito relevante para muitos países e quem vem se mostrando incapaz de enfrentar esta situação parece ser Macron.
Fico imaginando na atual situação política no mundo se os estudantes não estivessem manifestando suas inconformidades. Quem estaria?
Pensando na situação brasileira, conformar-se com a calamitosa situação em que se encontra o país, do ponto de vista político, sanitário, econômico e social, com poucos manifestando publicamente a favor do atual governo é algo muito estranho, lamentavelmente.