26 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: deslocamentos para conhecimentos além dos jogos, o beisebol e a culinária regional, preferência dos astros
Um artigo publicado por Steve Trautlein no The Japan Times informa sobre as promoções que estão sendo efetuadas no campeonato nacional de beisebol no Japão. Como muitas partidas são realizadas pelas diversas cidades japonesas, aproveitam-se as mesmas para atrair o público oferecendo culinárias regionais e as de preferência dos principais astros, tanto para os torcedores locais como aos visitantes. Como também diversos astros japoneses estão jogando no exterior, principalmente nos Estados Unidos, algumas estreias deles acabam provocando o aluguel de uma grande aeronave para promoverem também o turismo dos torcedores para cidades como Nova Iorque.
Uma partida disputada em Hokkaido, no norte do Japão, acabou num verdadeiro festival culinário com 18 pratos diferentes, utilizando as matérias-primas locais, bem como as especialidades pelas quais aquela região é mais renomada. Eram macarrões em caldo com espetinhos de carne, vieiras cozidas com arroz no vapor, cordeiros grelhados, croquetes de carne e camarão apimentados, Também em Yokohama ficaram conhecidos como os voltados para gourmets com petiscos chineses (a cidade tem a maior Chinatown do Japão), além dos frutos do mar, arroz com enguias, rosbifes e costeletas famosas nas cidades vizinhas. Na realidade, estava se ligando o esporte à promoção do turismo.
Cheap and tasty local food at Yokohama Stadium, home to the DeNA BayStars. | © YDB
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22 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: aceitações difíceis, consagrados nas provas cegas, empenho de longa data dos japoneses, noticia do Bloomberg sobre os single malts japoneses
Sempre que se fala que os whiskies single malt japoneses estão superando os escoceses, naturalmente as notícias são recebidas com alguns risos denotando dúvidas, notadamente dos apreciadores tradicionais destas bebidas. Um artigo está publicado no site da Bloomberg, escrito por Elin McCoy, informando que em provas cegas estas bebidas japonesas estão conseguindo resultados surpreendentes, o que já vem acontecendo há alguns anos. Em 2012, o Yamazaki, de 25 anos de envelhecimento, bateu 300 concorrentes do mundo numa prova cega internacional. Já existem bares nos Estados Unidos, no Reino Unido e em Hong Kong que contam com estas bebidas, com preços que dispararam no mercado.
O artigo informa o que já é conhecido dos que acompanham estas evoluções. Em 1918, um químico japonês viajou para a Escócia para estudar a sua produção, e voltando para o Japão associou-se com o empresário Shinjiro Torii, fundador da Suntory, que recentemente adquiriu o controle do Beam, fabricante do consagrado Bourbon Jim Beam dos Estados Unidos. Mas também existem outros produtores japoneses que estão evoluindo na produção de whisky de qualidade, como a Nikka. Todos sabem que os japoneses estão entre os grandes consumidores destas bebidas, ao lado dos tradicionais do Japão como o Shotchu e o saquê.
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4 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: alimentação e exercícios, artigo sobre os idosos no Japão no Financial Times, custos mais baixos que nos Estados Unidos, percentual elevado no Japão, tratamentos paliativos domésticos
Se existem regularidades em alguns fenômenos ligados aos seres humanos, os mais previsíveis estão no campo da demografia. Os japoneses estão entre os povos mais idosos, contavam com 5% da população em 1950 com mais de 65 anos e hoje eles são 25% tendendo-se a elevar nas próximas décadas. Como a taxa de fertilidade da japonesa está entre as mais baixas no mundo, com 1,41 nascimento por mulher, há uma tendência inexorável na redução da população, pois o número de imigrantes naquele país é irrisório. O governo efetua uma campanha para estimular a gravidez, mas os resultados são pífios. O Japão é obrigado a efetuar um movimento para admitir muitos asiáticos, que falem o idioma japonês, para ajudar a cuidar dos seus idosos, com destaque dos filipinos e alguns latino-americanos. Suas remunerações costumam ser compensadoras, pois usualmente contam também com casa e comida, cujos custos no Japão são elevados.
Um artigo de David Pilling, um especialista no assunto, foi publicado no Financial Times e reproduzido em português no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico. Explica-se parte dos problemas no Japão, pela saudável alimentação da população que consome relativamente muito peixe, e muitos, principalmente os idosos, praticam exercícios como o gateball e tai chi chuan. Ainda assim, a despesa total com a saúde no Japão é de 9,3% do PIB, enquanto nos Estados Unidos chega a 18%. A expectativa de vida dos homens é de 80 anos e das mulheres de 86 anos entre os japoneses.
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4 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: além dos grandes desfiles que se tornaram caçadores de recursos, mudanças que são uma evolução no Carnaval, multiplicação dos blocos, valorização das influências musicais fundamentais
As crises econômicas que atingem a todos acabam provocando adaptações importantes e criativas no carnaval brasileiro. Como as alegrias incontidas dos brasileiros necessitam se expressar, os grandes desfiles tendem a escolher homenagens às personalidades que podem patrocinar seus desfiles, ou localidades que dispõem de orçamentos para divulgar suas imagens, acabando por desvirtuar ainda mais estes grandiosos espetáculos explorados pelos meios televisivos. Mas encontrou-se um novo filão na multiplicação dos blocos locais, mais espontâneos e expressivos de grupos menores e menos custosos, que passam a receber suportes até oficiais. Mas as ricas raízes brasileiras encontram também espaços para serem merecidamente exaltados, como no artigo publicado pelo suplemento Eu & Fim de Semana, pelo credenciado Zuza Homem de Mello (http://www.valor.com.br/cultura/3447004/no-bloco-do-samba-cancao).
Zuza Homem de Mello tem uma longa e tradicional carreira de pesquisas e apresentações inteligentes do que existe realmente de importante na evolução da música popular brasileira, que apresenta agora não com a habitualidade desejada pelos seus velhos admiradores. Lembro-me de suas apresentações corriqueiras, ao vivo, há décadas, em estabelecimentos especializados, mas acanhados, ainda quando a Vila Madalena não contava com o prestígio atual. Suas histórias eram intercaladas por interpretações magníficas, quando os intérpretes ainda não contavam com generosos espaços nas mídias eletrônicas.
Zuza Homem de Mello, Lupicínio Rodrigues, Dorival Caymmi e Aracy de Almeida
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2 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: MC Guimê e seus sucessos no You Tube, o Brasil real, o funk dos favelados, País do Futebol com o Neymar | 10 Comentários »
Por: Paulo Yokota Seção: Cultura, Editoriais e Noticias Tags:
O The Wall Street Journal noticia, com um artigo elaborado por Loretta Chao, que o sucesso do momento no Brasil é o funk, com MC Guimê cantando com a participação de Neymar o “País do Futebol”, que já atingiu mais de 15 milhões de acessos pelo You Tube, na onda da Copa do Mundo. Desbanca qualquer astro nacional ou internacional badalado pelos esquemas tradicionais. O funk ganhou importância nas favelas do Rio de Janeiro e de São Paulo retratando suas verdades de um Brasil real e novo que se apresenta para o país e ao mundo, mostrando o seu ritmo marcado, dançado como no “Na Pista Eu Arraso” que já obteve 16 milhões de acessos no mesmo You Tube. Nem é preciso falar das violências ou das insatisfações populares com os atendimentos sociais. Fala do futebol dos que começam crianças nos pequenos espaços de terra, daqueles que foram percebidos pelo papa Francisco, e que acabam consagrados como Neymar.
Esta é uma parte importante do Brasil real, não a que procura espaços na mídia tradicional com um minuto de fama, com a violência que é cultuada por aqueles que procuram as manchetes. A pobreza está por toda a parte, multiplicando-se pelas favelas e moradias precárias que hoje não se restringe às grandes metrópoles. Mas esta população procura se expressar da forma que é possível, pela dança ou pela música, ou ainda pelo esporte que é uma paixão e que pode explodir com grande alegria numa Copa do Mundo, se não for prejudicada pela cartolagem corrupta e por autoridades que procuram tirar proveitos destes eventos. Deixa o povo falar…
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20 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: capital da Sibéria Oriental, centrados em Ulan-Ude, chegaram no Século VIII, hoje são cerca de 150 mil, presença budista na Rússia, quase 150 templos menores e 30 datsans (templos maiores monásticos)
Uma notícia pouco conhecida foi divulgada pela Gazeta Russa, distribuída como um suplemento da Folha de S.Paulo, informando sobre a presença de budistas na Rússia, precisamente na Sibéria Oriental, tendo como centro a capital Ulan-Ude. Lá chegaram no século VIII e hoje são estimados em 150 mil, possuindo 150 templos menores e 30 datsans, que são maiores e monásticos, funcionando como universidade. Evidentemente, esta parte da Sibéria faz fronteira com a Mongólia, ao norte da China, e as fronteiras da época variaram ao longo do tempo, pois na época do Gengis Khan o império mongol estendia-se do Pacífico até os limites da atual Europa, ocupando praticamente toda a Ásia.
O templo principal é o datsan Ivolguinski, construído em 1945, e haveria conexão com o Dashi-Dorjo Itiguilov, o 12º Pandido Khambo Lama, líder budista russo do início do século XX e seguidor próximo do 14º Dalai Lama, segundo o artigo. Sua morte teria ocorrido logo depois de 1927, e ele teria pedido aos monges que visitassem o seu corpo depois de 30 anos. Ficando em posição de lótus, teria começado a meditar e morreu. Em 1973 foi exumado e ao ser examinado constatou-se que suas articulações permaneciam flexíveis e sua pela estava macia, fenômeno que não consegue ser explicado pelos cientistas.
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18 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: as porcelanas Imari, exportação tradicional para a Europa, exposição da coleção do Museu da Cerâmica Oriental de Osaka em Tóquio | 8 Comentários »
Das muitas escolas consagradas de cerâmicas e porcelanas japonesas, possivelmente a Imari é das mais conhecidas no exterior por estar sendo exportada desde o final do século XVII, ainda quando o relacionamento internacional do Japão era efetuado exclusivamente pelos holandeses, que passou por uma abertura na Era Meiji. Convidado pelo governo japonês, tivemos o privilégio de compor um grupo restrito para conhecer alguns fornos mantidos por gerações na região de Arita, na atual Prefeitura de Saga, alguns que eram considerados Tesouros Nacionais Vivos, por utilizarem as técnicas tradicionais e ter parte de sua produção adquirida pelo governo para constarem dos acervos dos Museus.
O acervo mais importante de peças Imari encontra-se atualmente no Museu de Cerâmica Oriental de Osaka. 190 peças foram selecionadas deste acervo e estão sendo apresentadas em Tóquio atualmente, no já renomado Museu de Arte Suntory, em Roppongi, que vem se destacando por excepcionais apresentações de variados objetos de arte, da mais elevada qualidade. Como é sabido, os japoneses aperfeiçoaram as técnicas aprendidas dos chineses, por intermédio dos artistas coreanos, tendo se concentrado inicialmente na região sul do Japão, mais próxima da península coreana. Sua exportação substituiu a chinesa, sendo efetuada pelo porto Imari, ficando consagrada por este nome. Um artigo publicado no Japan News, do grupo do jornal Yomiuri, relata o assunto, ricamente ilustrado com fotos de Kazuyoshi Miyoshi.
The Museum of Oriental Ceramics, Osaka/Photo by Kazuyoshi Miyoshi
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17 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: apoio da Fundação Kunito Miyasaka, Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, estudo preliminar importante, o jornal Gakusei (1935-1938) | 2 Comentários »
Um interessantíssimo trabalho foi coordenado pelo sociólogo Sedi Hirano e elaborado pelos doutorandos Gustavo Takeshy Taniguti e Matheus Gato de Jesus, todos do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo. Foi financiado pela Fundação Kunito Miyasaka, que vem se destacando pelo suporte a importantes trabalhos. No final de 2013, foi apresentado um relatório parcial de pesquisa que contém valiosas informações históricas mostrando que um pequeno grupo de japoneses e seus descendentes organizaram a Liga Estudantina Nipo-Brasileira, que acabou tendo uma curta duração devido ao advento da Segunda Guerra Mundial, mas desempenhou um importante papel. Documentos relevantes foram resgatados, que devem servir de subsídios para todos que se interessam por estes assuntos que contribuem para a formação da identidade brasileira.
Antes da Segunda Guerra Mundial, um número muito limitado de imigrantes japoneses e seus descendentes moravam na cidade de São Paulo, talvez somente alguns milhares (estima-se entre 2.500 a 4.500, que cresceu no período), pois a imigração tinha se iniciado formalmente em 1908. A metrópole paulistana começava a se consolidar como o centro que reunia muitos vindos do interior do Estado e arredores, principalmente para estudarem, pois os imigrantes japoneses atribuíam alto valor à educação. Um importante grupo de recém-formados em cursos superiores, estudantes universitários e outros que ainda no secundário pretendiam utilizar a educação formal como mecanismo de ascensão social e integração à sociedade brasileira (estima-se que eram em 300 em 1934), e alguns deles formaram esta importante e significativa instituição composta de poucas centenas de membros, com crescente predominância dos que tinham nascido no Brasil com o tempo. Ainda eram de nisseis, ou seja, a segunda geração dos imigrantes, mas que se definiam como brasileiros, mesmo que alguns pais japoneses tradicionalistas ainda alimentassem o sonho de retornar ao Japão. A menção pioneira destes fatos, em português, está no fabuloso livro de Tomoo Handa, “O Imigrante Japonês, História de Sua Vida no Brasil”, T.A. Queiroz, Editor, Centro de Estudos Nipo-Brasileiros, São Paulo, 1987.
A Liga Estudantina foi fundada em 21 de outubro de 1934, com o apoio do Consulado Geral do Japão, da Liga dos Amigos das Escolas Japonesas de São Paulo, e patrocinadores privados. Editou uma revista Gakuyu (escola em japonês) e dois jornais Gakusei (estudante em japonês) e Transição. O Centro de Estudos Nipo-Brasileiros preserva a coleção dos mesmos. O trabalho preliminar de setembro de 2013 concentra-se no Gakusei e o seu conteúdo, que reflete os artigos elaborados pelos membros da Liga Estudantina, procurando interpretar os seus pensamentos básicos de integração dos seus autores na sociedade brasileira.
O importante a ser ressaltado é que a Liga, neste curto espaço de tempo, passou a contar crescentemente com dirigentes e membros nisseis, bem como relacionamentos com alguns brasileiros natos que se interessavam pelo grupo, com a diminuição natural dos nascidos no Japão. Mesmo depois da Guerra, quando a comunidade nipo-brasileira passou a contar com uma participação mais ativa após do Quarto Centenário da Fundação de São Paulo, em 1954, esta integração era mais acentuada que na atualidade. A inicialmente Sociedade Paulista (hoje Brasileira) de Cultura Japonesa e especialmente a Aliança Cultural Brasil Japão contavam com a participação ativa de personalidades, inclusive como dirigentes, que não eram da comunidade nipo-brasileira, mas que se interessavam pelos aspectos culturais dos japoneses e seus descendentes.
O impressionante é que dos membros desta Liga Estudantina dois se tornaram deputados federais, Yukishigue Tamura e João Sussumo Hirata, um deputado estadual, Ioshimufi Utiyama, muitos profissionais liberais consagrados nas mais variadas áreas do conhecimento, como médicos e advogados, uma educadora renomada como Yoneko Nishie, alguns empresários importantes, e jornalistas atuantes na imprensa brasileira como José Yamashiro e Hideo Onaga. Era o que havia de melhor na sociedade nipo-brasileira, bastante diferente de hoje, lamentavelmente.
Com a perspectiva atual, incidentes como os relacionados com os tradicionais japoneses perderam a importância, mas ficou marcada a importância do processo de integração na sociedade brasileira daquela época, que, com toda a forte miscigenação com outras etnias e culturas recentes, acabou diferenciando uma nova identidade.
O trabalho cuidadoso permite muitas outras considerações, e deve ser uma primeira fase de um trabalho que pode se ampliar, resgatando as raízes das contribuições de muitos nipo-brasileiros para a consolidação da sociedade brasileira. Acaba contribuindo para a compreensão da evolução do bairro da Liberdade, onde se concentravam os japoneses da época, com seus descendentes.
Fornece uma ideia das faculdades e escolas que eram frequentadas pelos membros da Liga, indicando também a bibliografia disponível sobre assuntos correlatos, bem como dá uma ideia de onde podem ser localizados os documentos originais. Alguns dos seus dirigentes mais destacados também são sucintamente mencionados.
São informações que estimulam novas pesquisas e considerações, permitindo que muitos debates sobre estes assuntos e correlatos possam ser objetos de trabalhos acadêmicos.
16 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: as divulgações das notícias dramáticas sobre o hibakusha, depoimento da jovem Masaki Koyanagi, explicações necessárias
Muitas foram as vítimas das bombas atômicas lançadas pelos norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki, tanto as que morreram nas destruições destas cidades como pelos efeitos das radiações que sofreram. Estas vítimas são chamadas pelo nome de hibakusha e não se divulga muito sobre elas, pois existe um preconceito sobre seus descendentes que seriam portadores de algumas vulnerabilidades para algumas doenças. Um artigo publicado pelo jornal de gigantesca circulação no Japão, Asahi Shimbun, informa sobre uma jovem neta de um casal de vítimas, Masaki Koyanagi, 16 anos, que depois de visitar seus túmulos comprometeu-se a divulgar seus horrores onde for possível, o que fez no México numa conferencia que cuida do assunto, para uma audiência de mais de 700 participantes. Ela que sabia pouco sobre o assunto, não tratado pela sua família ou nas escolas.
Vivem no Brasil ainda mais de 100 destes hibakusha que são submetidos a exames médicos regulares, bem como seus descendentes. Graças a Deus, não se tem observado que eles estejam mais fragilizados, depois de quase 70 anos daqueles trágicos bombardeios de 1945, que aceleraram o término da Segunda Guerra Mundial. São controvertidas as razões que levaram a decisão destes bombardeios, havendo uma avaliação feita por uma ala norte-americana que eles teriam evitado um sacrifico de muitos soldados aliados, que teriam morrido no desembarque sobre a principal ilha do arquipélago japonês. Os militares japoneses prefeririam a morte a se renderem.
Bomba atômica que destruiu vidas em Hiroshima, no Japão
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14 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigos na imprensa japonesa, formas de verem os estrangeiros, preocupações com a integração | 43 Comentários »
Dois artigos recentes publicados em jornais que circulam no Japão demonstram que naquele país onde a população local veem os estrangeiros de forma diferenciada já desperta uma discussão sobre o assunto. Um publicado por Hifumi Okunuri no The Japan Times, ela que é professora no Sagami Women’s University, preocupa-se com a polêmica que se criou com um anúncio da ANA – All Nippon Airline, o qual os estrangeiros consideravam discriminatório, mas os japoneses achavam que era natural. Outro foi publicado por Kate Elwood, professora na Waseda University’s School of Commerce, no Japan News, que é mantido pelo popular Yomiuri Shimbun de grande tiragem. Ela, que vive 30 anos no Japão, ainda é tratada como gaijin, ou seja, estrangeira.
O anúncio da ANA reproduzia uma conversa de dois pilotos japoneses referindo-se às localidades para os quais viajariam, e propõe com um gesto um abraço, ao qual o outro reage com espanto, ao qual o primeiro comenta “uma reação tão japonesa”, e recebe a resposta “porque eu sou japonês”, recebendo uma observação “vamos mudar a imagem do povo japonês”, e aparece a cena em que o outro personagem surge com uma peruca loira e um falso nariz de Pinóquio de proporções avantajadas. Assim que este anúncio foi ao ar, tamanha foi a reação negativa que acabou sendo rapidamente retirada, com pedidos de desculpas pela ANA.
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