8 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no The Japan News, contínuo aperfeiçoamento do comportamento dos funcionários no Japão, formação global e bem estar dos funcionários
O Japão veio se marcando pelas inovações introduzidas com relação à eficiência e bem estar dos seus recursos humanos. Agora, novas mudanças estão sendo notadas e noticiadas, como as que destinam os horários iniciais do dia para atividades de lazer, passatempo, exercícios físicos e outras atividades culturais. No passado, havia uma concentração de atividades visando o aperfeiçoamento e qualificações destes funcionários como cursos para seu aprimoramento, mas está se observando que o bem estar dos funcionários contribui para o aumento da eficiência do seu trabalho no restante do expediente, que pode até envolver horas extras no final do dia. Uma notícia sobre o assunto, elaborada por Tomoaki Nonaka do Yomiuri Shimbun, foi publicado no The Japan News.
Parece que a ideia surgiu de um passeio que um funcionário fazia pela região de Tsukiji, famosa em Tóquio pelo seu mercado de peixe e outras atividades relacionadas com a culinária. Ele notou que isto lhe dava uma satisfação que aumentava a sua disposição de trabalho durante o resto do dia. Hoje, existem muitas organizações oferecendo variadas atividades que são destinadas a funcionários de diversas empresas, que não parecem relacionadas diretamente com suas tarefas nas empresas, mas acabam aumentando o bem estar e a disposição para o resto do dia, contribuindo para o aumento de sua eficiência.
Participants in Takibi Maestro Class in Chiyoda Ward, Tokyo. The Yomiuri Shimbun
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7 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no China Daily, estratégia mundial chinesa, lembrando a Rota da Seda, reunião como os árabes em Beijing
Há que se respeitar a grande capacidade chinesa de formular novas concepções estratégias internacionais com uma visão de longo prazo. Na sexta reunião de nível ministerial do Fórum Para a Cooperação Sino-Arábe realizada em Beijing, o presidente Xi Jinging expressou que a Rota da Seda deveria ser a referência para esta colaboração. Todos devem ter em mente que a Rota da Seda foi o mais expressivo intercâmbio da história da Ásia, contando com a ativa participação do Oriente Médio na sua ligação com a Europa. A mesma concepção volta a ser colocada num momento crucial, quando os árabes estão deixando de merecer a devida atenção do Ocidente. A China está colocando explicitamente a sua intenção de se estabelecer uma nova aliança com os árabes, baseada nos pilares na colaboração na construção de uma infraestrutura para tanto, tendo como foto a cooperação na área energética de alta tecnologia, envolvendo a nuclear, aeroespacial e novas energias.
O assunto consta de um artigo publicado no China Daily com a participação do Xinhua, a agência oficial da China. A infraestrutura e a energia, com os investimentos e comércio, seriam os esteios das ligações deste amplo entendimento. Xi Jinping expressou que a próxima década será crítica para a China como para os países árabes, devendo expandir o volume de comércio dos atuais US$ 240 bilhões para US$ 600 bilhões. As empresas chinesas estão sendo encorajadas a investir em energia, petroquímica, agricultura, indústrias e serviços nos países árabes, dentro de um esquema que permita a transferência de tecnologias.
President Xi Jinping and other leaders attend the opening of the Sixth Ministerial Conference of the China-Arab States Cooperation Forum in the Great Hall of the People in Beijing on Thursday. [Photo / China Daily]
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6 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo do The Economist sobre desmatamento, esforços adicionais, o Brasil como exemplo no mundo, reconhecimento internacional
O Brasil, que passou décadas sendo criticado pelo desmatamento de suas florestas, começa a ser reconhecido internacionalmente pelos seus esforços na redução do desmatamento, até por revistas internacionais de prestígio como o The Economist, que dedica uma matéria sobre o assunto. O gráfico apresentado abaixo, constante do artigo daquela revista, é expressivo e fala por si só. No entanto, além das informações prestadas pelo artigo, podem-se adicionar algumas observações mostrando os fatores que influenciaram na mudança deste comportamento. O artigo usa as informações recém-publicadas na revista científica Science por Dan Nepstad, do Earth Innovation Institute de San Francisco, Estados Unidos. Ele aponta um processo de três fases no caso brasileiro: uma que proíbe o desmatamento, outra com a melhor governança nas áreas de fronteira e a pressão dos consumidores de produções destas áreas desmatadas.
O que poderia se adicionar a estas informações é que, além da exigência de 80% de reservas na Amazônia, o que era irrealista e foi reduzido para 50%, melhoraram-se os conhecimentos dos limites exatos de cada propriedade com uso do GPS, além do uso dos satélites que permitiam a localização exata dos desmatamentos. A nova legislação com o Código Florestal também permite que se efetuem esforços no sentido de um aumento da produtividade, sem que o crescimento seja extensivo. Além disso, foram criadas as reservas de todos os tipos na Amazônia, como as indígenas, de preservação do meio ambiente, numa escala nunca vista no mundo.
Apesar do artigo do The Economist ligar este declínio do desmatamento à produção de soja, o que se verifica é que esta está mais ao sul do que a floresta amazônica, cuja mata desmatada destinava-se à pecuária, além da produção de arroz que procurava aproveitar a fertilidade natural logo após o desmatamento.
As medidas creditícias restritivas às produções que provocavam desmatamentos também deram a sua contribuição, ao lado do controle do comércio das madeiras mais nobres desmatadas. Hoje, exige-se a certificação de origem das madeiras comercializadas, ficando as demais consideradas ilegais. As madeiras apreendidas eram leitoadas, e os próprios desmatadores ilegais acabavam arrematando-as, o que agora está sendo evitado.
Hoje, deve-se reconhecer que existe um esforço persistente para que este desmatamento seja reduzido, o que está proporcionando resultados concretos, como os que podem ser observados pelos dados do gráfico. Na medida em que estes esforços sejam reconhecidos no exterior, e acabem sendo auxiliados com dotações de recursos de incentivo para tanto, os resultados serão mais expressivos, consagrando o Brasil como o país que mais faz esforços neste sentido da preservação da floresta.
5 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: caso excepcional, desafios à frente, formações de Narendra Modi e Raghuram Rajan, não se conheciam
Todos sabem que a Índia é um país emergente pobre, com uma população perto de 1,3 bilhão, com grandes diferenças regionais e desafios imensos para acelerar o seu desenvolvimento ao mesmo tempo em que mantém uma inflação sob controle num nível razoável. Com a esmagadora vitória eleitoral do nacionalista Bharatiya Janata Party, o seu líder Narendra Modi, que tinha obtido sucesso no Estado de Gujarat, tornou-se o seu presidente. Ele tem uma formação na Índia com um curso de política obtido a distância na Universidade de Delhi e obteve o mestrado na Universidade de Gujarat, sem ter a oportunidade de cursos no exterior como muitos líderes hindus.
Escolheu para primeiro-ministro Raghuram Rajan, que exerceu por pouco tempo a presidência do Banco Central da Índia, procurando manter uma política monetária contracionista visando a redução da inflação que apresentava uma tendência de elevação, para voltar ao seu patamar normal. Ele estudou na prestigiosa MIT – Massachusetts Institute of Technology, ensino na igualmente cotada Chicago University e trabalhou como chefe de pesquisa no Fundo Monetário Internacional. Portanto, tem uma formação internacional como dos melhores profissionais da Índia. O seu ministro da Fazenda é Arun Jaitley, diplomado na Universidade de Delhi e foi um líder sindical.
Indian Prime Minister-designate and Hindu nationalist Bharatiya Janata Party leader Narendra Modi pays his respects at Rajghat, the memorial of Mahatma Gandhi, in New Delhi on May 26. © AP
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4 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: prioridade para a China e Coreia do Sul, relações com o Brasil, relações com o governo, um novo Keidanren, uma nova imagem
Uma entrevista concedida pelo novo presidente do Keidanren – Federação das Organizações Econômicas do Japão ao jornal Yomiuri Shimbun esclarece muitas das mudanças que estão se processando naquele país. O Keidanren já foi a porta de entrada do Brasil no Japão, mas hoje parece que, mesmo mantendo o Comitê Empresarial Nipo-Brasileiro com a CNI – Confederação Nacional da Indústria do Brasil, suas prioridades estão centradas na melhoria de suas relações com a China e a Coreia do Sul, em termos internacionais. Também procura melhorar as relações com o governo japonês, pois na administração anterior desta cúpula empresarial, com uma posição crítica com relação à política econômica conhecida como a Abeconomics, houve um distanciamento. Procura ampliar o relacionamento com a população japonesa, que via o interesse das grandes empresas distanciadas com o do povo japonês. Seu papel de um importante coordenador das doações empresariais para os segmentos políticos, que estava suspensa, parece em rediscussão, para restabelecer o seu poder político.
O novo presidente Sadayuki Sakakibara é também chairman da Toray Industries, uma das mais importantes do setor petroquímico japonês, concentrada na produção de fibras de alta tecnologia. Ele discute a possibilidade de reformas internas do Keidanren, para recuperar o seu papel que já foi mais importante no passado, quando havia o que ficou conhecido como Japan Inc. que aglutinava o setor privado, representado pelas grandes empresas, incluindo os bancos, as trading companies e outros serviços, com um intenso relacionamento coletivo com o governo. As duas décadas de deflação que agora está tentando superar com uma meta de inflação anual de 2%, mas luta para que a carga tributária das empresas fique no nível de 25%, como acontece na média dos países da OCDE – Organização da Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Sadayuki Sakakibara
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2 de junho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: diversas fontes, iniciativas nos Estados Unidos, o caso da China, soluções particulares em cada país
Ainda que continuem haver resistências, mesmo os grandes países poluidores, como os Estados Unidos e a China, acabam sendo obrigados a tomar iniciativas para medidas locais visando a redução do lançamento de poluentes no ar. No Estados Unidos, artigos como os divulgados no site da Bloomberg informam que, mesmo tardiamente, o governo Barack Obama procura aprovar no Congresso daquele país medidas que visem a redução do lançamento de poluentes, ainda que conte com as resistências que estão concentradas entre os Republicanos. Na China, informações da revista Science informam que o primeiro-ministro Li Keqiang se interessa pelo assunto, havendo autoridades regionais procurando tomar medidas concretas, diante dos insuportáveis níveis de poluição em diversas frentes, ainda que existam dificuldades para acordos globais como os propostos no âmbito das Nações Unidas.
Barack Obama, que teria prometido na campanha eleitoral iniciativas para a redução da emissão de gases estufa, esboça propostas concentradas nas usinas que ainda utilizam o carvão mineral para a geração da energia elétrica. Sua proposta parece propor um corte de 30% sobre os níveis de 2005 no país, até 2030, que é um prazo bastante longo. Até Michael R. Bloomberg, que foi o prefeito de Nova Iorque, escreveu um editorial sobre o assunto, pois ele já estava contrariado com a demora de uma ação do governo, principalmente quando a região daquela metrópole foi atingida pelo furacão Sandy.
Barack Obama Li Kequiang e Marcia McNutt, editora chefe do Science
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31 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: consequências econômicas, opções com a imigração, os problemas demográficos
Entre as previsões possíveis para o futuro, as demográficas estão entre as que apresentam maiores precisões. E elas influenciam fortemente as evoluções econômicas possíveis em países como o Japão. Ainda que o atual governo de Shinzo Abe tente eliminar o processo de deflação, que é um problema mais difícil que o controle do processo de inflação, tentando recuperar o crescimento econômico do país, o quadro demográfico japonês está entre os mais desfavoráveis. O assunto está sendo discutido intensamente no Japão, tendo chegado até o The Economist que lhe dedica um artigo na sua edição japonesa, que também consta do seu site.
O mais dramático neste quadro é que, além da tendência de queda substancial do total da população nas próximas décadas, com muitas cidades ficando vazias, observa-se uma redução de sua população em idade ativa (de 15 a 64 anos) que contribui com o seu trabalho e pagamentos dos impostos. Ao mesmo tempo, a faixa de idosos (acima de 65 anos) aumenta, implicando em elevados gastos sociais com saúde, aposentadoria e assistência social. Como até as crianças (até 14 anos) declinam, as escolas fundamentais ficam com menos alunos, enquanto as demandas de casas de repousos para idosos dependentes aumentam.
Publicado no The Economist
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31 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo do Financial Times, efeito no novo Código Florestal, pecuária na região de Alta Floresta – MT
Um interessante artigo foi publicado por Joe Leahy no Financial Times, que está atento ao trabalho executado pela ONG ICV – Instituto Centro de Vida que atua na região de Alta Floresta, município que foi instalado pelo colonizador Ariosto da Riva como consequência de uma colonização privada que ajudei a implantar quando era presidente do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. O artigo informa que, como consequência do novo Código Florestal, cuja regulamentação prática foi publicada no último dia 5 de maio e restringe o desmatamento, pecuaristas de gado de leite, como Wilson Wittman, originário do sul do Brasil, como a maioria dos que atuam na região, estão desenvolvendo trabalhos que estão elevando suas produtividades do gado leiteiro com medidas simples. Como muitos, eles chamam a região de Floresta Amazônica, quando na realidade está localizada nos seus contornos, mas as regras florestais são as mesmas, ou seja, o máximo de 50% de aproveitamento agropecuário, com o restante 50% preservado como reserva florestal.
Ainda existem muitas áreas que não chegam a este limite de utilização, que permite que sejam destinados para a compensação de propriedades que excederam no desmatamento legal, e necessitariam efetuar o reflorestamento. Mas a limitação do desmatamento acaba induzindo aproveitamentos mais intensivos e racionais, como os que estão sendo estimulados pela assistência dada pelo ICV – Instituto Centro de Vida aos produtores rurais, que contavam com o lobby da CNA – Confederação Nacional da Agricultura para coibir medidas mais drásticas exigidas pelo novo Código Florestal que já completa dois anos depois de sua aprovação. Com a regulamentação do CAR – Cadastro Ambiental Rural, que tem somente um ano para ser atendido pelos produtores, a nova regulamentação entra na sua fase prática, que se espera seja obedecida da melhor forma possível, inclusive no prazo exíguo.
Vista aérea de Alta Floresta
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30 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: artigo no Bloomberg, medidas preventivas, novos medicamentos, pesquisas
Um excelente artigo publicado por Robert Langreth no site da Bloomberg, aproveitando o congresso em Chicago da American Society of Clinical Oncology, informa sobre os custos do tratamento do câncer que estão se elevando com os novos medicamentos desenvolvidos que já estão no mercado. O que o Dr. Yousuf Zafar do Duke Cancer Institute descobriu com seus clientes é que muitos estão falindo diante dos preços pagos, principalmente pelos medicamentos, pois as seguradoras estão exigindo que parte destes custos seja arcada pelos pacientes. Ele constatou que existem medicamentos alternativos que são fornecidos por entidades governamentais, tendo mudado a prescrição.
Os detalhes sobre estes medicamentos podem ser fornecidos pelos médicos especialistas em câncer, pois muitos dependem dos diversos tipos destas moléstias. O que parece possível de ser discutido do ponto de vista econômico e prático é que parte das pesquisas destes novos medicamentos deveria contar com o suporte dos governos, e não serem patentes de laboratórios privados que visam somente seus lucros. No Brasil, também já existem medicamentos que são fornecidos para alguns pacientes, mas os orçamentos acabam sendo sempre limitados. Mas as autoridades podem saber quais são mais acessíveis com preços convenientes, quando feitos em grandes volumes. Outra linha óbvia seriam as recomendações de medidas preventivas que nem sempre merecem as atenções das autoridades para serem divulgadas junto à população.
Dr. Yousef Zafar
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29 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ajuda aos pequenos e médios exportadores, alimentos para a Ásia, publicação do Valor Econômico, relacionamento com as pesquisas
As pequenas, médias e até grandes empresas necessitam do suporte governamental para iniciar suas exportações para qualquer parte do mundo. Os entraves existentes nos países importadores são muitos, além do próprio desconhecimento dos produtos que precisam ser apresentados para as empresas que visualizem as oportunidades de colocação nos seus países. A APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos foi criada e desempenha um bom trabalho, participando de diversas feiras no exterior que são visitadas por muitos interessados, inclusive nos produtos brasileiros.
A biodiversidade brasileira costuma ser aproveitada para diversas finalidades, como nos setores voltados à saúde e a beleza. As matérias-primas que são aproveitadas pelos industriais e provenientes das mais variadas regiões brasileiras, notadamente a Amazônia, estão viabilizando muitas iniciativas, algumas que acabam representando volumes apreciáveis. Mas outros produtos com empreendimentos inovadores, ainda pouco conhecidos, encontram oportunidades para serem colocados no exterior, desde que os primeiros obstáculos sejam superados com a ajuda de agências como a APEX. Ajudam a diversificar as exportações brasileiras para além de minérios e produtos agropecuários tradicionais.
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