15 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a atração das atividades financeiras, artigo do Financial Times reproduzido no Valor Econômico, comércio como comunicações
A elevada rentabilidade das atividades financeiras faz com que empresas dos mais variados setores procurem usufruir resultados relacionados com elas. Um artigo publicado por Sally Davies, Ducan Robinson e Hannah Kuchler no Financial Times, republicado em português no Valor Econômico, informa que o Facebook procura autorização na Irlanda para poder operar também neste segmento. Seria para prestar serviços de remessa de valores pela internet, quando tais recursos acabam ficando por um período com a organização até serem entregues aos destinatários. Também existem recursos que são destinados para o pagamento das operações de e-commerce. Mesmo que estas operações não sejam remuneradas com taxas, a simples permanência destes ativos permitem aplicações que resultarão em bons resultados.
O artigo explica como, em função da penetração da Facebook em vários países, existem oportunidades para que se tenham condições de usufruir das atividades financeiras, que no seu conjunto acabarão representando cifras substanciais, mesmo que sejam montantes pequenos em cada uma das operações. Segundo informações enviadas à SEC – Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos em 2013, a Facebook teria transferido cerca de US$ 2,1 bilhões nestas transações.
Mark Zuckerberg, criador do Facebook
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15 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no site da Bloomberg, redução de crescimento da economia chinesa, seus efeitos no mundo
Havia no passado uma afirmação que uma tosse nos Estados Unidos provocava uma gripe no Brasil. Agora, quando o mundo se preocupa com a redução do crescimento da economia chinesa, como descrito num artigo publicado pelo site da Bloomberg, ainda que a estimativa para o ano se mantenha acima dos 7% ao ano, todos se preocupam com o seu impacto no resto do mundo. Notadamente em economias emergentes como a brasileira, que dependem muito das exportações para a China. O primeiro-ministro Li Keqiang já revelou suas preocupações, mostrando que as autoridades daquele país procuram tomar medidas adicionais para que esta desaceleração não seja muito expressiva, até porque o resto do mundo também não apresenta um crescimento robusto, capaz de compensar a redução chinesa.
As informações disponíveis mostram que no primeiro trimestre o crescimento teria sido estimado em 1,5%, quando a previsão anterior seria de 1,8%. Para os padrões mundiais, ainda são percentuais elevados, mas como se encontram num processo de reforma para dependerem mais do próprio mercado interno, que não é fácil, todos se preocupam que não consigam um soft landing. No caso brasileiro, também as indicações são de um crescimento que era mais robusto no primeiro trimestre, mas já no mês de abril nota-se um ânimo menor, principalmente dos consumidores. Como o quadro se apresenta cada vez mais complicado para o resto do ano, ainda que exista a Copa do Mundo, mas com o governo sofrendo crescentes pressões num ano eleitoral, as preocupações com um quadro externo mais difícil não injetam otimismo.
Li Keqiang
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14 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: caso da Ucrânia, caso dos pequenos países, Lee Hsien Loog, os problemas com os japoneses, visão de Cingapura para o mundo
Uma entrevista-almoço em Londres de uma importante figura asiática como o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, não explicita tudo nem mesmo para Gideon Rachman, o chefe de assuntos estrangeiros da Financial Times, evidentemente muito experiente. Há muito o que se interpretar nas entrelinhas do que foi discutido, como o uso de expressões faciais e risos do entrevistado. Ainda que ele já seja o herdeiro de um pai que já foi primeiro-ministro em Cingapura e tenha feito o curso universitário em Cambridge, como parte de sua preparação para exercer o elevado cargo no seu país. Ele cursou matemática e computação, com distinção, considerado como não tendo sequer um osso frívolo e um tecnocrata cerebral. Completou o seu currículo com o título de general brigadeiro no seu país. O ideal é que os leitores o leiam a rica matéria na íntegra, diante das muitas nuances que a integra no: http://www.ft.com/intl/cms/s/2/4511f092-bf2c-11e3-8683-00144feabdc0.html#axzz2ytIZSfQp .
Os assuntos abordados foram amplos, como a crise na Ucrânia que gera preocupações separatistas até para a China, acabando sendo relevante para a Ásia. Como a afirmação nacionalista do Japão que preocupa os vizinhos diante das lamentáveis experiências que ocorreram na Segunda Guerra Mundial, que chegaram até Cingapura. A entrevista ocorreu dentro de uma programação intensa do primeiro-ministro Lee Hsien Loong na Inglaterra, e ainda que não admitido decorra dentro de um regime forte, considerado democrático pela eleição formal, num país que praticamente conta somente com um partido político de fato. O tema é considerado tabu, não sendo explicitado na entrevista. Separado da Malásia, Cingapura é um país-cidade de 5,3 milhões de habitantes, consagrou-se com uma espécie de capital regional do Sudeste Asiático, notadamente no setor financeiro, tendo atingido um invejável nível de renda per capita, um dos mais elevados do mundo, dentro de uma disciplina que beira a ditadura. Equilibra-se entre os Estados Unidos e a China, ainda que hoje 60% de sua população seja de origem chinesa.
Primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong
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13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aproveitamento do subsolo em Tóquio, artigo no The Japan Times, ativação da construção pesada
Na maioria das economias no mundo utiliza-se a construção civil para ajudar a recuperar a economia. No Japão, além da constante renovação de edifícios que para o padrão brasileiro ainda seriam considerados relativamente novos, está se planejamento o maior aproveitamento do subsolo na região metropolitana de Tóquio. Eles estão projetando verdadeiras avenidas do tipo de Champs-Elysées em Paris, com arborizações e tudo o mais, no subsolo da Capital, como no túnel que vai de Tsukiji (famoso pelo consagrado mercado de peixe) até Toranomon, próximo ao setor governamental daquela cidade. O que até agora ia até 40 metros de profundidade, com alguns andares subterrâneos visando principalmente o sistema metroviário e todas as lojas que procuram aproveitar o grande fluxo de pessoas, agora estão indo mais abaixo, dentro do que o Escritório de Desenvolvimento Urbano da Região Metropolitana do governo japonês está coordenando.
Estas vias de transporte subterrâneas estão separadas somente por 30 centímetros por onde passam os sistemas elétricos, que estão operando em conjunto com as empresas de gás, água e telecomunicações que correm por galerias. Para os turistas que não conhecem que existe uma verdadeira cidade abaixo da superfície, cheias de lojas, restaurantes e os mais variados estabelecimentos para atender as necessidades de alimentação e bebidas da população. As estações de metrô costumam contar com vias diretas para as grandes lojas de departamento, bem como edifícios de escritórios onde trabalham milhares de pessoas.
at Tokyo Station in August 2009. | REUTERS
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13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Nikkei Asian Review, necessidade de mais prazo para atendê-los, surpreendentes volumes de encomendas
Algumas medidas de política econômica que vieram sendo adotadas dentro da chamada Abeconomics estão resultando em mudanças surpreendentes. A construção naval japonesa, que era competitiva no pós-guerra, diante da política cambial imposta aos japoneses pelo chamado G-7 que manteve sua moeda valorizada, ficou estagnada com relação aos seus concorrentes coreanos e chineses por muitas décadas. Agora, com a easing monetary policy que vem sendo adotada pelo Bank of Japan, provocou-se a desvalorização do yen a tal ponto que ela está recebendo encomendas nos últimos anos que não consegue atender no prazo desejado. Estas indústrias pesadas não contam com flexibilidade para aumentar a sua capacidade rapidamente, mas com o tempo, diante da disponibilidade de tecnologia, vai acabar mais competitiva que seus concorrentes internacionais.
O artigo de Yuta Takashima publicado no Nikkei Asian Review informa sobre estas mudanças importantes que estão ocorrendo. É evidente que não se trata somente da situação cambial, mas da disponibilidade de tecnologia da indústria de construção naval do Japão que tem uma longa tradição. Uma parte inicial das encomendas nasceu da capacidade japonesa para a produção de navios destinados à liquidificação do gás e seus transportes às grandes distâncias. Com a mudança cambial, outras encomendas, em nível surpreendente, começaram a chegar a muitas indústrias japonesas do setor, que, além de enxugarem seus custos, vem como provocando fusões que aproveitavam as sinergias possíveis de muitas empresas.
Mitsui Engineering’s Chiba Woks constante no Nikkei Asian Review
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13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: JR Tokai oferece tecnologia do Maglev, ligação de Washington-Baltimore-Boston, noticia no Nikkei Asian Review
Uma notícia publicada pela Nikkei Asian Review informa que JR Tokai, operadora que está construindo no Japão o novo sistema de transporte rápido Maglev, que liga Tóquio a Nagoya, paralelo ao Shinkansen, propõe-se a fornecer sem custo a tecnologia destes trens de levitação magnética quando em velocidade para os Estados Unidos se for escolhida para a sua construção. O projeto norte-americano visa ligar inicialmente Washington a Baltimore, com 60 quilômetros de distância como primeira fase, para chegar a Boston finalmente com 730 quilômetros. O custo de sua construção está estimado em US$ 19,5 bilhões, sendo que metade deste montante seria financiada pelo JBIC – Japan Bank for International Cooperation.
A tecnologia da JR Tokai mantém o trem elevado a cerca de 10 centímetros no ar com a força magnética de imãs supercondutores a bordo dos vagões e bobinas junto aos trilhos. Isto permite uma incrível estabilidade a uma velocidade de 500 quilômetros por hora. O primeiro trem desta natureza foi construído do aeroporto de Xangai à proximidade do centro urbano, com tecnologia dos alemães. Em poucos minutos, o trem está a uma velocidade superior a 200 quilômetros, e como não tem contato com os trilhos não apresenta nenhuma trepidação. Na experiência do seu uso, notamos que mal se sente a sua aceleração.
Trem Maglev da JR Tokai, que pode correr a 500 quilômetros por hora, correndo numa pista para teste. Foto publicada no Nikkei Asian
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12 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Peter Singer no Project Syndicate, discussões somente de interesses políticos partidários, o interesse nacional, o quadro brasileiro de carência de estadistas
Acompanhando a discussão recente do que ocorre na política brasileira, acaba se reconhecendo a importância do que Peter Singer, filósofo e professor da Universidade de Princeton, expressa no seu artigo recente divulgado no site do Project Syndicate, que chama a atenção à lacuna que se forma com a insuficiência de um conhecimento humanístico. Não se deve confundir este problema com a insuficiência da educação formal, pois a sabedoria de um estadista pode ser decorrente da reflexão sobre os problemas existentes que é o campo de onde é possível extrair conhecimentos fundamentais. Certamente, o filósofo Sócrates não poderia dispor de um curso acadêmico, mas acabou sendo acusado de corromper a juventude por ensinar a pensar.
Peter Singer parte da constatação da redução de candidatos para os cursos de bacharelado em humanismo mesmo nas grandes universidades como Harvard. Mas, ele apressa-se em confessar que não tem consciência por que isto vem ocorrendo, humildade que é vital para qualquer intelectual. A ignorância decorrente da pretensão de saber é que parece facilitar afirmações chocantes que existem entre muitos pretensos donos da verdade, que não facilitam as discussões para a procura de medidas que possam sanar alguns graves problemas brasileiros. Claudia Safatle, na sua coluna semanal do Valor Econômico, refere-se à infeliz entrevista de um ex-presidente aos bloguistas, que tanto chocou os que são simpáticos a sua volta ao poder, expressando o entendimento de uma ação nefasta da imprensa tradicional na formação de uma concepção negativa do governo e do Brasil do momento.
Peter Singer
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11 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: mudança na política argentina, negociações com a União Europeia, prosseguimento das negociações
Quando os demais membros efetivos do Mercosul, Brasil, Uruguai, Paraguai já estavam dispostos a apresentar uma proposta para um acordo de comércio com a União Europeia sem a participação da Argentina houve uma surpreendente mudança. Na reunião realizada em Montevidéu na última quarta-feira, a Argentina, possivelmente temendo o seu isolamento completo, apresentou a sua concordância para a proposta que pode eliminar as tarifas de 87 a 90% dos produtos comercializados com a Europa, como haviam decididos os demais países membros do Mercosul. O assunto está relatado num artigo elaborado por Denise Neumann, Daniel Rittner e Catherine Vieira, publicado no Valor Econômico, baseado nas informações fornecidas pelo ministro brasileiro Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A Argentina, lamentavelmente, já vinha adotando posições pouco racionais que dificultava o adequado funcionamento do Mercosul, bloqueando as possibilidades dos seus parceiros estabelecerem acordos de livre comércio que estão proliferando em todo o mundo, diante das dificuldades de acordos gerais no âmbito da OMC – Organização Mundial do Comércio. Suas dificuldades políticas internas já chegam à beira da desagregação, preocupando a todos. E a existência do Mercosulinibia os demais países membros efetivos do acordo regional que ficavam constrangidos nas tentativas de criar condições para a continuidade de sua integração na economia mundial globalizada. Se concluído o acordo com a União Europeia, seria um primeiro e importante passo para evitar a sua marginalização.
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10 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, diversos tipos existentes, prosseguimento dos projetos de smart grid
Se há uma tecnologia já comprovada como eficiente em diversas partes do mundo, ela é a do smart grid que procura gerenciar sistemas que utilizam de forma eficiente o consumo de energia. Como as elevações das tarifas de energia tendem a se elevar no Brasil, com as inúmeras dificuldades que estão sendo enfrentadas pelo setor, nada mais racional e rentável que os investimentos que permitem o seu gerenciamento eletrônico. Isto ocorre numa região que conta com uma rede de distribuição de energia para consumos industriais, comerciais, de serviços bem como em complexos empresariais ou de residências que contam com variadas demandas, onde muita energia continua sendo desperdiçada.
O ex-ministro Dias Leite costumava insistir que a energia mais barata é a economizada, pois, por mais que tenham se aperfeiçoadas determinadas gerações e distribuições, os investimentos que proporcionam a economia na sua demanda acabam sendo mais interessantes. E todos admitem que os desperdícios existentes no Brasil são gritantes, começando na rede de distribuição que se encontra em situação calamitosa. O smart gride permite detectar onde os consumos estão sendo exagerados, permitindo a tomada de medidas para a sua racionalização. Ainda que algumas empresas já estejam procurando a eficiência no uso de energia, ela ainda é pouco significante, condicionado pelos hábitos e pela cultura consolidada ao longo de períodos onde as tarifas eram relativamente baixas.
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10 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: importância do mercado chinês no mundo, notícia no site da Bloomberg, tendência inevitável de ligação
Um artigo publicado por Kana Nishizawa no site da Bloomberg informa que a China pretende ligar as operações efetuadas pelas bolsas de Shanghai e de Hong Kong que resultariam em negociações diárias de US$ 3,8 bilhões. Um comunicado da China Securities Regulatory Commission afirma que ações listadas nestas bolsas, 10,5 bilhões de yuans de Hong Kong e 13 bilhões de Xangai, poderiam ser negociadas na outra, o que está estimado em 21% dos negociados em Hong Kong e 14% dos de Xangai, segundo a Bloomberg. Os especialistas entendem que estas operações apresentam tendência de aumento.
Desde a incorporação de Hong Kong na China continental, dentro do conceito de um país e dois sistemas, estas integrações tendem a se elevar. Basta lembrar que o Hong Kong Shanghai Bank já atuava nas duas praças antes da implantação do regime comunista. Com o tempo, pode ser que Taipé também seja integrado, na medida em que avancem os entendimentos políticos entre as autoridades de Taiwan e da China, sendo que esta última já considera aquele arquipélago uma de suas províncias. Na medida em que se encontrou um sistema para a incorporação de Hong Kong, a tendência pode ser neste sentido, ainda que Taiwan já contasse com uma população anterior à chegada dos nacionalistas chineses adeptos de Chang Kai Check, expulsos da China por Mao Tsetung.
Bolsa de valores de Xangai e de Hong Kong
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