9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: entrevista sobre o projeto nacional, o problema da escolha dos setores privilegiados numa política industrial, observações bem elaboradas
O Valor Econômico publicou uma longa entrevista de Vanessa Jurgenfeld com o professor Wilson Cano, do Instituto de Economia da Unicamp, que critica que o Brasil está sem rumo, havendo necessidade do estabelecimento de um projeto nacional. Ainda que suas observações críticas sejam adequadas, a falta da formulação de maiores detalhes de uma proposta para preencher a lacuna existente, a não ser em termos vagos, mostra a dificuldade para tanto. Sempre é mais fácil criticar, mas sugerir uma política para o país, notadamente no setor industrial, mostra a dificuldade de sua concepção, os instrumentos que seriam utilizados, bem como a escolha dos setores que seriam considerados prioritários.
Certamente, o baixo crescimento da economia brasileira depois da crise do petróleo e da dívida pública somente interrompido pelo curto período da melhoria das condições da economia global, ao lado dos elevados preços dos produtos exportados, é uma realidade incontestável. Diagnosticar o que teria resultado neste comportamento poderia ser mais explorado. Se o Brasil não consegue estabelecer um plano de longo prazo, mesmo nos diversos governos que se sucederam neste longo período, deve haver uma razão para tanto, no que o entrevistado denominou de crise estrutural. Isto teria ocorrido tanto no período do regime militar como no que chama de neoliberal que teria se seguido.
Wilson Cano
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9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aperfeiçoamentos contínuos, aproveitamento dos veteranos liberados pela robótica, artigo no The Japan Times
A Toyota vem sendo pioneira no estabelecimento de muitos sistemas de trabalho nas suas unidades fabris. Um artigo elaborado por Craig Trudell, Yuki Hagiwara e Ma Jie para a Bloomberg e publicado no The Japan Times informa sobre inovações na utilização da experiência dos operários veteranos da Toyota que estão sendo substituídos por muitos robôs nos trabalhos repetitivos. Os japoneses sempre deram importância para as experiências dos veteranos que ajudaram a gerar as tecnologias hoje utilizadas, com contribuições que vieram sendo acumulados ao longo do tempo. O diretor técnico da Toyota Mitsuro Kawai tem consciência de todas as habilidades manuais que vieram sendo desenvolvidas pelos operários, lembrando que os mestres eram considerados como deuses com suas experiências que eram transmitidas para os jovens.
Hoje, com o largo emprego da robótica, muitas tarefas repetitivas estão sendo efetuadas pelas máquinas, mas sempre ocorrem dificuldades que não conseguem ser superadas por elas que não pensam. O número de recall da indústria automobilística é elevado, resultando em altos custos para as empresas. Os operários sabem que existem tarefas que foram aperfeiçoadas pelos verdadeiros artesãos, com o desenvolvimento contínuo do nível de arte e habilidade, que nem sempre as máquinas conseguem executar. A Toyota, com o seu período de crescimento rápido, também acabou ficando com muitas dificuldades que estão procurando sanar.
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9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: Bloomberg sobre os entendimentos da Austrália com o Japão e a Coreia, tendências da formação de blocos, Wall Street Journal sobre entendimentos chineses e brasileiros sobre o milho
Diante do crescimento da economia e da defesa chinesa, muitos dos seus vizinhos aliados dos Estados Unidos procuram estabelecer alianças para a possibilidade de tensões na região. O site da Bloomberg informa num artigo de Isabel Reynolds e Sam Kim que, além do fortalecimento das relações da Austrália com o Japão e a Coreia em termos de defesa recíproca, avançam os entendimentos para o estabelecimento de acordos comerciais, que tendem a ajudar o chamado TPP – Transpacif Partnership, inclusive com a participação dos Estados Unidos. A Austrália se tornaria uma forte fornecedora de produtos agropecuários e facilitaria a importação de produtos industrializados, começando com o Japão e a Coreia do Sul, visitada pelo primeiro-ministro Tony Abbott. Isto dificultaria a competitividade do Brasil como fornecedor atual e potencial de importância para aqueles mercados.
De outro lado, a China, segundo o Wall Street Journal num artigo elaborado por Chuin Wei Yap, procura reduzir a sua dependência do fornecimento de milho dos Estados Unidos que é responsável por 90% do importado pelos chineses estabelecendo um acordo com o Brasil. Evidentemente, o Brasil possui interesses nas exportações para a Ásia, o que vem fazendo com muitos produtos, tendo potencial para o seu aumento significativo. Os chineses procuram também o fornecimento da Argentina para produtos agropecuários. As providências começam pelos acordos fitossanitários, mas também empresas especializadas procuram se aparelhar, para superar os elevados custos de transportes a grandes distâncias.
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7 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, certificado para o café do cerrado mineiro, evolução
O Brasil, por ser o maior produtor mundial de café, acomodou-se na política de manter a sua participação no mercado internacional sem procurar aprimorar a sua qualidade, ainda que sempre tenha existindo alguns esforços isolados neste sentido. A política oficial se concentrava na obtenção de bons preços, inclusive com a retenção de parte da produção, procurando maximizar as receitas cambiais que dependiam muito do café. Mas, na medida em que a demanda mundial e local caminha para uma maior sofisticação, multiplicam-se os esforços para consolidar a conquista da qualidade que se diferencia por regiões.
Depois de um deslocamento do Vale do Paraíba para a região de Campinas com a mão de obra de imigrantes, depois pelas terras roxas da região de Ribeirão Preto, caminhou-se pelas terras virgens do oeste paulista até chegar ao norte do Paraná, onde os solos eram convenientes, mas existiam os problemas como a geada, que, além de prejudicar a sua qualidade, geravam monstruosas flutuações no mercado internacional. Com a elevação dos custos da mão de obra, caminhou-se da região de Franca para o Sul de Minas, e de lá para o cerrado, já com o uso das técnicas de renque confinado, onde as colheitas mecânicas ficavam facilitadas. Sempre houve esforços de melhoria da qualidade da bebida, como o sombreamento e as seleções das cerejas nos chamados cafés lavados. Só mais recentemente, com a consolidação de Minas Gerais como importante produtora, estendendo-se pela Bahia e Espírito Santo, onde se produzia variedades mais pobres, caminhou-se na procura das elevadas qualidades, com produções certificadas por fazenda.
Foto: Valor Econômico
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7 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, exposição no evento para pequenas e médias empresas, grupo Odebrecht e seus investimentos
Um artigo elaborado por Fábio Pupo e publicado no Valor Econômico informa sobre a posição tomada pelo empresário Marcelo Odebrecht, presidente do seu grupo, num seminário para pequeno e médio empresário promovido por aquele jornal. Ele expressou que os empresários, como temos insistido neste site, se guiam com suas visões de longo prazo no que vai acontecer na economia global, examinando os projetos mais interessantes, independente das posições que são tomadas pelos investidores financeiros que se relacionam com os retornos de prazo mais curto. A Odebrecht é um dos grupos empresariais brasileiros que estão mais globalizados nos seus empreendimentos, que vão da infraestrutura, construção pesada como no setor petroquímico e de energia.
As visões financeiras de curto prazo acabam se alterando com frequência, gerando pessimismos exagerados não somente com relação ao Brasil como em todo o mundo globalizado. Mas este ritmo mais modesto de crescimento econômico recente gera as oportunidades para crescimentos futuros que precisam ser considerados, pois continua havendo um crescimento demográfico principalmente nos países emergentes, que estão incorporando importantes contingentes nos mercados consumidores. Apesar das dificuldades, há um avanço nos sistemas democráticos eleitorais que estão expressando as aspirações de grandes camadas da população mundial por padrões mais elevados de qualidade de vida.
Marcelo Odebrecht participa da Maratona PME 2014. Foto: Silvia Costanti
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5 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a aquisição de ingressos, a chave dos Estados Unidos, artigo no site da Bloomberg | 2 Comentários »
Um artigo publicado no site da Bloomberg por Kavitha A. Davidson tenta entender porque os norte-americanos adquiriram cerca de 10% dos bilhetes até agora vendidos pela FIFA para a Copa do Mundo no Brasil neste ano. Dos quase 1,6 milhão dos vendidos, 65% foram adquiridos pelos brasileiros, mas os norte-americanos chegaram a próximo a 10%, seguido de longe pelos australianos, ingleses e colombianos. A surpresa é a baixa venda para os argentinos, possivelmente pela crise econômica por que passam. Como é sabido, o futebol que chamam de soccer não está entre os esportes mais populares nos Estados Unidos, sendo superado pelo futebol americano, pelo basquete e pelas competições automobilísticas. Mas sabem que no mundo é o futebol que mais atrai público, e os meios de comunicação, como a televisão, devem estar ajudando na sua divulgação.
Como é sabido, os Estados Unidos foram sorteados para o grupo chamado da morte na primeira fase da Copa do Mundo, composta também pela Alemanha, Portugal e Gana, não havendo muito otimismo entre os especialistas para passarem para a segunda fase. Mas os fãs que adquiriram até agora os bilhetes da FIFA parecem mais otimistas, sabendo-se que dois países entre os quatro serão classificados. Parada dura, pois muitos consideram que a Alemanha e Portugal são os favoritos, mas não se pode desprezar nem Gana e nem os Estados Unidos. As informações são que mesmo na África do Sul, quando os norte-americanos ainda não estavam tão bem, muitos foram fazer turismo naquele país.
Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Gana compõem um grupo difícil
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3 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: atenções do The Economist, Brasil, Hungria, Indonésia, notícias das eleições na Índia
Diversos países emergentes considerados importantes devem passar por eleições neste ano e a revista The Economist ressalta o caso da Índia onde a democracia já é tradicional e Narendra Modi da oposição será, possivelmente, o novo primeiro-ministro, segundo pesquisas de opinião que indicam uma avassaladora vitória. 815 milhões de eleitores, entre eles muitos analfabetos e até alguns bilionários, passarão por um complexo sistema eleitoral em nove fases, que devem durar cinco semanas a partir de 7 de abril próximo. Depois de sua independência do Reino Unido, a Índia veio contando com sucessivos governos onde as famílias Gandhi e Nehru tinham importância. Mas o Partido do Congresso, que conta atualmente com a liderança quase divina de Rahul Gandhi, bisneto de Jawaharlal Nehru, o primeiro premiê da Índia, que não conta com muito apetite e está desgastado com a corrupção estimada em subornos que vão de US$ 4 a 12 bilhões entre seus colegionários.
Narendra Modi é o líder do Partido Bharativa Janata, tendo o ministro chefe de Gujarat, uma província que conseguiu um desenvolvimento invejável, sendo considerado um político limpo. Esta região passou por problemas étnicos entre nacionalistas indianos e muçulmanos que provocaram muitas mortes. Isto tradicionalmente vem gerando dificuldades da Índia com o vizinho Paquistão que ficou dividido quando da independência do Reino Unido, por causa do problema étnico-religioso. Investigações efetuadas pela respeitável Suprema Corte indiana não provaram nenhuma culpa de Modi. Ele é apoiado por um grande número de empresários, e afirma-se que ele mudou, além de contar com o apoio de muçulmanos pobres. Sua ascensão ao poder nacional é uma mudança significativa para a Índia.
Narendra Modi
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2 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: atividades especulativas do setor financeiro, o que já aconteceu no Brasil, os problemas atuais na China
Houve um período em que a economia brasileira sofria uma onda internacional de especulação com o forte influxo de recursos externos que determinavam uma valorização previsível do seu câmbio, ao mesmo que remunerava com juros elevados estas aplicações que vinham do exterior. Suas remunerações em dólares chegaram a mais de duas dezenas, pois o câmbio apresentava uma tendência clara e contínua de valorização. Algumas autoridades monetárias brasileiras eram consideradas geniais, quando na realidade atuavam para proporcionar remunerações elevadas para especuladores internacionais. Quando esta tendência do câmbio deixou de existir, com o início de sua desvalorização, o sistema financeiro internacional acabou contando com riscos cambiais adicionais, e, porque não contavam com lucros certos, as críticas do sistema bancário sobre a economia brasileira começaram a se intensificar, criando um clima pior que os dados permitiam, como o que prevalece atualmente.
Algo semelhante começou a ocorrer na China, por causa da estabilidade da sua taxa cambial. As autoridades chinesas ampliaram o intervalo de sua variação, elevando o seu risco para não se tornarem reféns da especulação do sistema financeiro internacional, no momento em que promove reformas que resultam na redução do patamar de sua taxa de crescimento econômico. Dispondo de um volume expressivo de reservas em moedas externas, a China, por intermédio de suas autoridades monetárias, passou a atuar no sentido contrário das tendências esperadas do câmbio pelo sistema financeiro internacional, impondo até pesados prejuízos. Como consequência, deve-se esperar a intensificação de críticas afirmando que suas autoridades não são racionais e que a economia chinesa deve sofrer uma forte redução do seu ritmo de crescimento, quando o natural no mercado financeiro internacional é que haja flutuações envolvendo riscos e não certezas de que assegurem ganhos elevados aos especuladores.
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2 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: estímulo à imigração, os custos, redução da população
Um artigo de William Pesek publicado no site da Bloomberg refere-se ao decréscimo da população japonesa em 2013, que foi de 250 mil habitantes. Para reduzir o seu impacto, o governo de Shinzo Abe pretende estimular a entrada de 200 mil imigrantes estrangeiros por ano, para ajudar a estimular a economia local. Isto reduziria a homogeneidade da população japonesa atual que permite a sua coesão, limitando o crime e outros problemas sociais. Mas haveria limitações com os problemas dos salários, pois normalmente os imigrantes estrangeiros recebem menos que os japoneses e, no entanto, não poderiam continuar a fazê-lo para as tarefas que teriam pela frente.
Muitos filipinos e indonésios, principalmente, estão sendo convocados para atender os idosos japoneses, e como seus salários originais nos seus países são baixos, permitem que uma parte seja remetida para ajudar suas famílias. O governo deseja ampliar o mercado local, mas as elevações dos impostos não ajudam e o câmbio desvalorizado está elevando o custo da energia. As empresas não podem colaborar elevando os salários como deseja o governo, inclusive com o aumento do emprego da mão de obra feminina.
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1 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aumento dos impostos de venda, dúvidas sobre a recuperação japonesa, pesquisas sobre o ânimo das empresas
Apesar de uma ligeira melhora no entusiasmo das empresas com a política do governo japonês expressa na pesquisa denominada Tankan, os analistas se preocupam com os efeitos da elevação dos impostos que começou a funcionar neste começo do mês. Os impostos sobre as vendas que eram de 5% foram elevados para 8% que um esforço para conter a elevação da dívida pública, a ser completada em 2015, quando deverá chegar a 10%. O índice Tankan elaborado pelo Banco Central do Japão atingiu o ponto mais elevado desde 2007 neste mês de março, mas abaixo da expectativa dos economistas. As grandes empresas pretendem elevar os investimentos em 0,1%, quando era de 3,9% no ano fiscal anterior. O que se espera que as autoridades monetárias japonesas promovam maior flexibilização para estimular a economia.
O governo vem conseguindo uma desvalorização cambial, mas as exportações japonesas não conseguem melhorar ainda, possivelmente porque o crescimento da economia mundial está ainda modesto. Ainda que os lucros destas empresas tenham melhorado no último ano fiscal que terminou em março, e de forma expressiva, com estimativa de aumento de 28%, ainda que os resultados finais não estejam sendo divulgados, a previsão para o exercício que começo neste mês de abril é de queda de 2,3%. Evidentemente, os resultados não são uniformes para todas as empresas, mas em muitos setores as quedas podem ser expressivas.
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