13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: os problemas do comércio exterior e suas estatísticas, posição da Bloomberg, posição do China Daily
O comportamento do comércio exterior é relevante em qualquer economia, pois são as exportações que sustentam parte de suas atividades internas, geram as divisas para as importações necessárias bem como todos os encargos financeiros dos relacionamentos com o exterior, e as importações demonstram como estão se comportando as absorções de equipamentos atualizados, com suas novas tecnologias provenientes do exterior. Os dados chineses preocupavam, pois no final do ano passado já denotavam um menor dinamismo, mas os dados de janeiro vieram surpreendentemente elevados, gerando até suspeitas de algumas manipulações, como expresso no site da Bloomberg. O China Daily, órgão oficial do governo daquele país, saudou os mesmos com certa euforia, informando que isto permitiria continuar com as reformas que estão planejadas.
Todos no mundo estão preocupados com a recuperação econômica mais modesta dos Estados Unidos, bem como as dificuldades de melhores resultados na Europa e no Japão, enquanto os países emergentes sofrem com as turbulências nos mercados de recursos externos que afetam seus câmbios. Se a China reduzir drasticamente o seu crescimento, acabará somando dificuldades neste cenário complicado, afetando toda a economia mundial. Mas, todos sabem que os dados de comércio exterior permitem interpretações diferentes, que podem denotar algo mais do que o volume físico das exportações, pois existem muitos mecanismos para influir nestes dados, usualmente utilizados pelos que atuam nos relacionamentos com o exterior.
O movimentado porto de Xangai, na China
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13 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a análise do FED, contradições no Japão e na Europa, deteriorando a situação dos emergentes, efeitos de sua política no mundo, observações da Bloomberg
Lamentavelmente, o mundo está bastante confuso e mesmo o FMI – Fundo Monetário Internacional no seu relatório mais recente não consegue apresentar uma análise mais profunda, considerando o Brasil e a Turquia como países emergentes que são classificados como de maior fragilidade, comparando dados que no início do período considerado apresentam diferenças significativas, que estão sendo corrigidas. Um artigo publicado no site da Bloomberg, elaborado por Ye Xie e John Detrixhe, chama a atenção sobre o volume de reservas que também se diferenciam entre os países emergentes e que era mais elevado que nas crises anteriores. Mas, quando o mercado fica extremamente nervoso, há um risco de pânico que no momento ainda está contido, mas que pode atingir indistintamente a todos os países emergentes dadas a pouca racionalidade de um comportamento de manada.
O fato que não pode ser negado é que o sistema financeiro internacional insiste em se manter fora de qualquer controle, almejando lucros exorbitantes, e qualquer medida que lhe proporcione perdas, acaba sendo motivo para suas críticas e aversões, mesmo que muitas economias emergentes sejam as vítimas de políticas monetárias e creditícias dos países desenvolvidos, que só pensam nas soluções para os seus problemas, ainda que afetem o mundo todo, como deixou claro a nova presidente do FED – Sistema Federal de Reservas, Janet Yellen. Há que se fortalecer as atenções para as possibilidades de gerações de divisas externas, que nem sempre foram praticadas no passado, para evitar riscos como os que estão se apresentando aos países emergentes. As medidas de elevação de juros acabam sendo um mero paliativo, pois reduzem as possibilidades de crescimento destas economias, tornando-as mais vulneráveis no longo prazo.
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as duras realidades, decisões cínicas como dos Estados Unidos, entendimentos pragmáticos indispensáveis, medidas que estão sendo tomadas pela China, não basta ter um câmbio competitivo
A imprensa nacional e internacional está divulgando uma série de exemplos particularmente interessantes que demonstram a dura realidade na acirrada disputa pelos mercados internacionais. O Brasil enfrenta o duro cinismo dos Estados Unidos que não cumprem sequer as condenações efetuadas pela OMC – Organização Mundial do Comércio no que se refere a sua política de subsídio da produção de algodão, e estabelece uma nova programação para suporte de sua agricultura, não se importando com os reclamos do Brasil como de outros países. Os jornais japoneses registram que a simples desvalorização do yen não é capaz de recuperar suas exportações, dificultando os resultados do chamado Abeconomics. E a China, depois de 65 anos, procura se entender com Taiwan para ampliar as suas exportações.
Todos reconhecem que as suas exportações são estratégias para as políticas de desenvolvimento ou recuperação do crescimento que ainda é baixo em todo o mundo. E que elas necessitam de um conjunto de medidas que não se restringe a um câmbio competitivo, mas de apoio às suas atividades produtivas que podem estar sendo afetadas por outros concorrentes internacionais. Procuram utilizar todos os instrumentos que dispõem, usando também o poder político, pouco importando se estão prejudicando terceiros, mesmo que tenham assinado acordos internacionais globais, como o do âmbito da OMC.
Plantação de algodão no Brasil
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11 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: considerações importantes de Dani Rodrik de Princeton, o problema das economias emergentes no momento, título inadequado para um artigo importante
Um resumo interessante, mas incompleto foi apresentado pelo professor Dani Rodrik no Project Syndicate e reproduzido em português pelo Valor Econômico, colocando seus pontos de vista sobre os problemas que estão sendo enfrentados pelos países emergentes, inclusive o Brasil, bem como gigantes asiáticos. Os emergentes tinham adquirido importância no mundo quando economias desenvolvidas como a dos Estados Unidos, da Europa e do Japão enfrentavam suas dificuldades. No entanto, nem todos os países emergentes aproveitaram o momento, quando seus produtos de exportação contavam com bons preços, para efetuar as reformas que necessitavam. Todos acabaram valorizando suas moedas, e agora enfrentam dificuldades.
O que Dani Rodrik não deixa muito claro é das dificuldades dos países emergentes enfrentarem o violento aumento dos fluxos de recursos externos, provocado pela política de easing monetary policy, como dos Estados Unidos que inundaram a economia mundial de recursos financeiros, que agora começam a ser contraídos aos poucos. O sistema bancário mundial se opunha aos controles dos fluxos monetários internacionais, e nenhum país emergente isoladamente poderia tomar medidas restritivas, sem correr fortes riscos de ser isolado do mundo globalizado. Mas, ele tem razão sobre as outras faltas de providências para reformas que agora são obrigados a executar.
Professor Dani Rodrik
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9 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo da Folha de S.Paulo, baixo desemprego entre idosos no Brasil, dados do IBGE, discrepância com outros países
Existem alguns fenômenos demográficos no Brasil que diferem profundamente dos padrões encontrados em outros países. A Folha de S.Paulo divulga um artigo elaborado por Pedro Soares e outro por Lucas Sampaio mostrando que os idosos no Brasil contam com os mais baixos níveis de desemprego, diferindo totalmente dos problemas enfrentados por outros países. Os dados do IBGE coletados pelo Pnad – Pesquisa Nacional efetuada nos domicílios que abrangem 3.500 municípios mostram que no segundo trimestre de 2013, comparado com o do ano anterior, foi na faixa dos mais de 60 anos que o emprego mais cresceu, 6,8% ao ano, enquanto na faixa os dos jovens de 14 a 17 decresceu em 10,1% no mesmo período.
Muitas explicações mostram que o Brasil se encontrava em 2013 em pleno emprego, que começou a declinar ligeiramente no final para começo deste ano. Além de a população brasileira estar se tornando mais idosa, acompanhando o que acontece no resto do mundo, o mercado demanda incrivelmente pessoas mais experientes, ao lado de muitos que poderiam estar aposentados continuarem nos seus empregos, para não sofrerem queda nos seus rendimentos. No outro artigo, informa-se que rede de mercados procura idosos na missa atraindo-os para trabalharem nos seus estabelecimentos oferecendo como atrativo os planos de saúde. O objetivo seriam conseguir funcionários mais responsáveis, educados nos atendimentos.
Editoria de Arte/Folhapress
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7 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: desperdício de água, excesso de ar condicionado no verão, exemplos de localidades que enfrentam carência | 2 Comentários »
Os brasileiros que sempre contaram com abundância de água potável no país e energia elétrica de origem hidráulica barata enfrentam novas situações, notadamente nos principais centros metropolitanos com a possibilidade de racionamentos dos seus fornecimentos. As chuvas não têm sido contínuas e intensas, fazendo com que os reservatórios estejam em níveis críticos, principalmente se nas próximas semanas não se registrarem mudanças climáticas sensíveis. Os meteorologistas informam que somente no final de fevereiro haveria possibilidades de chuvas, não se sabendo sobre a sua intensidade, principalmente na região Centro Sul do país.
Como o Brasil é um país sabidamente amplo, com relativa abundância de águas potáveis, não se desenvolveu uma cultura para a sua economia, havendo um consumo exagerado, bem como desperdícios no seu fornecimento como no seu uso, pois suas tarifas são baixas. Os sistemas de abastecimentos são do início do século XX, construídos pelos ingleses, e as tubulações utilizadas continuam as mesmas, sem uma manutenção adequada. Da sua captação ao transporte para os locais de consumo existem perdas substanciais que nunca foram objetos de sua eliminação de forma sensível, pois as tarifas das águas não eram compensadoras. Em alguns centros estas captações estão ocorrendo atualmente a grandes distâncias, que tendem a se elevar.
Desperdícios de água devem ser evitados
Sistema Cantareira está em nível crítico
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7 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no The Wall Street Journal, emprego de trabalhadores de 25 a 54 anos, mesmo com títulos acadêmicos, tempo de desemprego
Um artigo publicado no site do The Wall Street Journal, elaborado por Mark Peters e David Wessel, informa sobre as dificuldades dos trabalhadores norte-americanos na faixa dos 25 a 54 anos conseguirem empregos formais, quando estão desempregados por muito tempo, afetados pela crise atual. As indicações são que as recuperações da economia norte-americana, que apresentam dúvidas com alguns dados, devem ser mais lentas que esperadas. Muitos continuam se candidatando, mas não recebem respostas animadoras, mesmo na faixa de salários de US$ 40.000 anuais, tendo alguns até cursos como de MBA – mestrado em negócios administrativos. Outros desistiram, vivendo de subsídios que estão terminando ou dos trabalhados dos seus familiares, sem contar com condições de reescalonarem as hipotecas a que estão sujeitos.
Muitos casos são citados, mostrando variadas situações em que adultos nesta faixa estão vivendo com algumas tarefas temporárias abaixo das qualificações com que contam. Somente uma recuperação vigorosa da economia, que ainda não apresenta nenhuma possibilidade que venha a ocorrer em breve, poderá absorver esta massa de trabalhadores que não constam como desempregados, pois até muitos desistiram de procurar emprego. Os que possuem filhos pequenos e outros encargos insistem em enviar seus currículos, mas não conseguem sequer respostas para suas solicitações.
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6 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a coluna na Folha de S.Paulo, dificuldades na velocidade dos problemas reais, exageros nas euforias e nos pessimismos, notícias de maior impacto, o artigo do The Wall Street Journal no Valor Econômico
Muitos estão percebendo que na imprensa nacional como mundial predominam matérias que se relacionam com as flutuações de curto prazo das economias, passando muitas vezes rapidamente de exageradas euforias para pessimismos. O artigo de Jon Hilsenrath do The Wall Street Journal publicado em português no Valor Econômico refere-se às visões dos mercados mundiais que vão do otimismo à angústia num curto espaço de tempo. Na Folha de S.Paulo, o colunista Marcelo Miterhof analisa seus pontos de vista sobre o jornalismo econômico que atualmente exagera no pessimismo. Seria interessante examinar o que estaria provocando tendências desta natureza.
É evidente que imprensa procura atender às preocupações mais agudas dos seus leitores, e entre eles estão os que acompanham os mercados nas suas flutuações de curto prazo, hoje com grande disponibilidade de dados de acesso rápido por meios como a internet, acabando por exacerbar as impressões que não fornecem o quadro completo, considerando também as tendências de longo prazo. Muitos que continuam atuando nas bolsas e nos mercados financeiros tendem à neurose no seu anseio de recuperações rápidas e acabam ficando frustrados com as mais lentas que ocorrem no lado real da economia.
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5 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: análises do Bloomberg e do Financial Times, preocupações expressas em notícias divulgadas em diversos meios de comunicação, salários no Japão ainda continuam baixos, sucesso do Abeconomics | 6 Comentários »
Dos muitos artigos publicados nos meios de comunicação do mundo preocupados com os salários reais dos japoneses, vamos comentar o assunto utilizando os divulgados por Andy Sharp e Masaaki Iwamoto publicados no site da Bloomberg e de Jonathan Soble do Financial Times. O primeiro registra que o de 2013 ficou como o mais baixo dos últimos 16 anos, registrado em 2009, quando o mundo foi tomado pela recessão. Seria um risco elevado para os gastos dos consumidores que deverão arcar com um imposto sobre vendas mais elevado previsto para este ano. Excluídos os bônus usuais e as horas extras no Japão, o pagamento em 2013 caiu para 98,9 pontos no índice mantido pelo Ministério do Trabalho, que tem o índice 100 em 2010, voltando para o patamar de 1990.
O primeiro-ministro Shinzo Abe está convidando as empresas a aumentarem os salários diante do yen que caiu 18% com relação ao dólar no ano passado. Este assunto, que deveria ser cuidado somente entre as empresas e os sindicatos, não está proporcionando aumentos para os assalariados, pois os seus representantes sindicais não estão mais estruturados para tanto, com o nível de renda dos países desenvolvidos. A Bolsa japonesa recuperou-se e os lucros das empresas estão em alta, como no caso da Toyota que quintuplicou no último trimestre, levando a previsão de US$ 18,8 bilhões no ano fiscal que termina no próximo mês de março.
Primeiro-ministro Shinzo Abe
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4 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: coluna de Delfim Netto no Valor Econômico, entrevista de Luis Stuhlberger para a Folha de S.Paulo, participação da China e do resto do mundo, problemas dos EUA e dos emergentes
Duas apresentações magistrais esclarecem de forma simples os problemas de países emergentes, notadamente do Brasil, diante do quadro atual de acentuado nervosismo na economia mundial. Luis Stuhlberger, considerado um dos melhores operadores de fundos, atualmente no Credit Suisse-Hedging Griffo que administra fundos de RS$ 20 bilhões no Brasil, esclarece as responsabilidades pela atual crise numa entrevista concedida à Mariana Carneiro da Folha de S.Paulo. Para ele, não se trata da política do FED – Sistema Federal de Reservas, o Banco Central dos Estados Unidos, nem da redução do crescimento da China, pois quando o dinheiro estava fácil no mundo e o clima favorável, os países emergentes, inclusive o Brasil, não efetuaram as reformas que eram necessárias.
Outro esclarecimento é fornecido pela coluna do professor Delfim Netto no Valor Econômico mostrando Janet Yellen, hoje presidente do FED, mas já membro do Fomc – o Copom dos EUA em 2002, explicando as suas relações com os países emergentes. Os norte-americanos cuidam de sua economia, que, por ser importante no mundo, acaba provocando facilidades e dificuldades no resto do mundo. Mas caberia aos emergentes cuidarem de suas economias, o que nem sempre fazem quando o clima é favorável, para sofrerem quando as dificuldades se acumulam.
Prédio do do FED em Washington e do Great Hall of People em Beijing
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