Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O Bitcoin e Outras Moedas Virtuais

4 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a criação de moedas virtuais, noticiário intenso no mundo, sofisticações tecnológicas

Este artigo está redigido de forma a ser acessível a todos sobre o assunto que é de uma elevada complexidade tecnológica. A disseminação das chamadas moedas virtuais está sendo tão rápida e assustadora que mereceu um artigo no The Economist, ainda que tratado no capítulo da tecnologia. Elas exigem o uso de uma matemática sofisticada, com técnicas chamadas de criptográficas, e o Bitcoin e outras moedas virtuais estão se espalhando por todo o mundo, dos Estados Unidos até a China, sem o controle das autoridades monetárias. Muitos especuladores estão visando elevados lucros, pois as suas cotações denotam uma bolha.

Todas as moedas envolvem confiança, que normalmente é proporcionada pelas autoridades monetárias de um país que também usufrui de sua senhoriagem, a vantagem que decorre de sua emissão aceita pela população, que de outra forma não deixaria de ser um simples papel pintado. Já vêm sendo substituídas pelos cartões de crédito, além das versões virtuais que ainda tem como base a moeda tradicional. Elas servem como meios de transações e de reserva de valor, muitas vezes com seus fluxos internacionais sendo difíceis de serem controlados.

Bitcoin_0index-13

Leia o restante desse texto »


Sementes de Hortaliças da Sakata no Brasil

4 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: agrônomo Nelson Shoiti Tajiri, artigo no Valor Econômico, brócolis e pimentão, sementes de alface | 2 Comentários »

Um artigo de Luiz Henrique Mendes informa que o fornecimento de sementes de hortaliça do tipo alface, brócolis e pimentão estão sendo efetuado no Brasil pela empresa japonesa Sakata Seeds, que tem como presidente o engenheiro agrônomo Nelson Shoiti Tajiri. Ele é formado nas primeiras turmas de agronomia da Unesp e iniciou a sua carreira na antiga Cooperativa Agrícola de Cotia, que contava com uma unidade para o fornecimento de sementes chamado Agroflora, para produzir sementes adaptadas para as condições brasileiras.

A Sakata já foi poderosa no fornecimento de sementes de tomate entre 1990 e 2005, com os tomates chamados de longa vida, tendo perdido terreno para suas concorrentes internacionais, como a Monsanto e a Syngenta. Mas, como a Sakata detém a tecnologia dos tomates chamados “sweet grape”, que está com o consumo para mesa em crescimento, poderá recuperar parte do mercado. O artigo informa que a Cooperativa Agrícola de Cotia tinha tecnologia adaptada para as sementes voltadas para o clima tropical.

Data: 26/11/2013     
Editoria: Agronegocios
Reporter: Luiz Henrique Mendes
Local: Braganca Paulista, SP.
Pauta: Materia sobre a Sakata, empresa centenaria de sementes de hortalicas.
Setor: Agricultura
Tags: horatlicas, sementes, frutas
Personagem: Nelson Shoiti Tajiri, presidente da Sakata, fotografado durante entrevista na area de campo da Sakata Field Day, evento promovido pela Sakata em Braganca Paulista.
Foto: Silvia Costanti / Valor

Nelson Shoiti Tajiri. Foto: Valor Econômico

Leia o restante desse texto »


Visita do Imperador e Imperatriz do Japão à Índia

27 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: Brahma Chellancy no Project Syndicate, interpretação correta, visita à Índia

Um artigo escrito pelo professor Brahma Chellancy divulgado pelo Project Syndicate parece necessitar de alguns ajustamentos mínimos na sua interpretação. O autor é professor de Estudos Estratégico no Centro de Pesquisa de Política baseado em Nova Delhi e refere-se à próxima visita do Imperador Akihito e Imperatriz Michiko à Índia como marco antecipatório das relações de economia e segurança entre as duas maiores democracia da Ásia. Não há dúvida que o Casal Imperial é o símbolo do Estado Japonês, da dinastia mais antiga do mundo, e suas ações não interferem diretamente nas ações de governo do Japão. Na realidade, o que o governo japonês vem estabelecendo com a Índia pode estar sendo sancionado pela sua visita, não sendo adequado interpretar que a visita se antecipa ao que o Japão estará efetuando.

A estabilidade política recomenda o fortalecimento das relações entre os dois países, e o governo de ambos os países já estabeleceram fortes laços de intercâmbio, começando pela implantação do importante corredor de exportação entre Nova Delhi e Mumbai, onde as grandes empresas japonesas estão construindo um sistema com financiamentos de longo prazo a custos privilegiados bem como expressivos investimentos. Também o governo japonês vem prestando sua colaboração ao Corredor Oeste da Índia e ao projeto do Metrô de Bengala. A visita pode ser a consolidação do que o Estado japonês está entrosando com o Estado indiano, o que foi estabelecidos por ambos os governos. Parece um detalhe semântico, mas não parece adequado interferir que a Casa Imperial esteja inspirando a ação governamental do Japão.

imperador

Imperador Akihito e da Imperatriz Michiko. Foto: Reuters

O artigo refere-se à visita feita pelo Casal Imperial em 1992 à China, como um apoio ao governo de Deng Xiaoping e a sua política externa. Na realidade, se algo foi efetuado neste sentido, também foi pelo governo japonês da época, sem que sua diretriz fosse dada pelo Imperador, que não interfere nestes assuntos depois da Segunda Guerra Mundial, como está na Constituição japonesa.

O autor ainda faz considerações inadequadas sobre futuras viagens do Imperador Akihito, bem como possíveis contrastes com as do primeiro-ministro Manmohan Singh, quando este é Chefe de Governo, não se confundindo com o de Chefe de Estado.

Ainda que o artigo faça uma série de outras considerações sobre assuntos estratégicos da Ásia, notadamente no seu relacionamento com a China, estas interpretações preliminares que não correspondem às formalidades políticas não atribuem às colocações uma validade que seria desejável, ainda que certamente estejam perseguindo a importância da viagem.

Fica difícil compreender como o Project Syndicate distribuiu um artigo que contém interpretações controvertidas como as que estão apresentados nesta matéria.


Esboços da Atual Geopolítica Mundial

24 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: colocações do The Economist, experiências militares, os problemas em ambos os países, teóricas disputas entre os Estados Unidos e a China na hegemonia das próximas décadas

Ainda que sejam estudos de futurologia que dependem muito do que continuará acontecendo nas próximas décadas em todo o mundo, as hipóteses de geopolítica costumam especular sobre o futuro mais longínquo e as possibilidades da China superar os Estados Unidos na hegemonia mundial nas próximas décadas. A revista inglesa The Economist é uma das que insistem neste assunto, ainda que a China sempre afirme que deseja somente a melhoria do padrão de vida de sua gigantesca população que ainda é muito baixa, não tendo pretensões imperialistas. Ela é feita na análise da atual situação dos Estados Unidos, onde visivelmente o presidente Barack Obama perde importância mundial, num país que depende mais do que acontece no seu setor privado, principalmente na economia. A China também se dispõe a efetuar reformas importantes para superar as suas dificuldades de manutenção de um ritmo de crescimento razoável na próxima década, tentando ampliar suas alianças internacionais.

O que parece evidente é que os Estados Unidos se desgastaram muito com as intervenções que promoveram no Iraque e no Afeganistão, inclusive ameaças na Síria que consumiram muitos recursos e prestígios, exigindo que suas presenças como nos mares que cercam a China contem com colaborações dos seus aliados na região, principalmente nos seus financiamentos. A revista entende que os norte-americanos colheram experiências com suas atuações utilizando suas forças militares em conjunto com os drones, o que os chineses não têm, mesmo contando com o apoio da Rússia, que não aprecia a hegemonia dos Estados Unidos. Mas estas contestações só ocorrem no campo diplomático, onde no Conselho de Segurança das Nações Unidas veta em conjunto as pretensões dos norte-americanos como no caso da Síria e do Irã.

20131123_SRC596_5

Os Estados Unidos estão melhorando do ponto de vista econômico com o aumento significativo de sua produção interna de petróleo e gás, notadamente do fraqueamento das rochas do xisto que permite combustíveis baratos, ainda que isto continue poluindo suas águas. Eles afirmam que principalmente o gás é menos poluente que o carvão mineral e continuam dando pequena importância ao lançamento do CO2, mesmo que as irregularidades climáticas estejam aumentando, impondo pesados custos sociais em diversas partes do mundo, inclusive no seu próprio país. Estes e outros posicionamentos determinaram o fracasso das reuniões promovidas em Varsóvia, reunido praticamente todos os países do mundo.

Na China, o presidente Xi Jinping parece ter consolidado de forma impressionante o seu comando político, econômico, tanto interno como o de política externa, impressionando o mundo. Deve esmagar as resistências internas como relacionados com a corrupção, poder das estatais como das autoridades locais, ao mesmo tempo em que promove uma forte distensão política interna, ampliando a participação das massas populares. O primeiro-ministro Li Keqiang tende a se tornar somente a sua sombra, para executar o que ficar sobre a sua responsabilidade. Profissionais preparados como com Liu He, com aperfeiçoamentos em Harvard, com um pequeno grupo de liderança deve ajudar Xi Jinping nas difíceis tarefas de reformar radicalmente a China, adquirindo uma importância política que nem Deng Xiaping, reconhecido como o grande reformador, não teve naquele país.

A China vai depender do fornecimento de energia e matérias primas, ampliando suas influências como na África e em outros países emergentes como o Brasil, consolidando também suas alianças com a Rússia. Sua agilidade e pragmatismo são impressionantes, fazendo uso pleno das reservas de moedas estrangeiras que acumulou os últimos anos. Ainda que esteja aumentando o seu poder militar, ele é insignificante diante dos estoques de armamentos, experiências e tropas de que dispõem os Estados Unidos e seus aliados.

Parece que os chineses possuem a plena consciência desta situação, não se dispondo a correr os riscos como os que levaram a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas à sua dissolução. A corrida armamentista não parece estar nos seus planos, o que leva a entendimentos para uma convivência com os Estados Unidos, como estão sendo promovidos em diversas reuniões e intercâmbios.

Os Estados Unidos, de sua parte, parecem tentar encurralar estrategicamente a China como movimentos de pinças, tanto com os europeus como com seus aliados na região do Pacífico. Mas conflitos militares entre ambos os blocos não são imaginais pelos custos para todos. Do ponto de vista de relacionamento comercial, todos tentam intensificar com acordos de todos os tipos, mas a experiência passada indica que não suficientes para superar os problemas de hegemonia do poder, segundo a revista.

O quadro atual aparenta contar com dirigentes que se tornaram mais pragmáticos que ideológicos, apesar de sempre se contar com radicais por todos os lados. De outro lado, o poder parece estar mais distribuído, não se concentrando somente nas lideranças de dois blocos, havendo um grande grupo de países intermediários que também aumentaram suas participações nas influências internacionais.


Discussões Sobre a China Continuam em Pauta

21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as dificuldades existentes, entendimentos de cúpula entre a China e a Comunidade Europeia, Harvard Business Review sobre as opiniões de Josef Joffe

Os que imaginam que o desenvolvimento é um processo fácil devem observar o que está ocorrendo na China que, apesar das suas dificuldades, empenha-se no estabelecimento estratégico de entendimentos com a cúpula da Comunidade Europeia. Ao mesmo tempo em que é criticado por estudiosos como Josef Joffe, autor do livro “The Myth of America’s Decline” (tradução livre, o Mito do Declínio Americano), que estudou também aquele país. O presidente Xi Jinping da China encontrou-se com o presidente Herman Van Rompuy do Conselho Europeu e o presidente Jose Manuel Barroso da Comissão Europeia, na reunião de cúpula do novo governo chinês com a União Europeia, segundo o China Daily. Justin Fox da Harvard Business Review entrevistou Josef Joffe, que analisou os países que poderiam disputar com os Estados Unidos a supremacia da liderança econômica e política mundial, apontando os problemas que a China deve encontrar.

O que o presidente da China espera é que a União Europeia promova novas áreas de cooperação, incluindo a urbanização, a inovação, a aeronáutica e a astronáutica, cuja discussão será comandada pelo primeiro-ministro Li Keqiang, procurando um plano para até 2020. Ainda que existam interesses de ambas as partes, os mecanismos atuais terão que ser aperfeiçoados, pois a Europa criou problemas com os painéis solares da China, e esta retaliou com investigações sobre o dumping com vinhos da Comunidade Europeia. Os chineses solicitam maiores facilidades para que possam fazer investimentos na Europa. Os parceiros procuram quais os papéis que podem desenvolver num longo prazo.

clip_image001

Herman Van Rompuy, Xi Jinping e Jose Manoel Barroso. Foto: Xinhua

Leia o restante desse texto »


The Economist Discute a Controvérsia Sobre o Xisto

15 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dificuldades das grandes empresas, mesmo os empresários questionam os benefícios do xisto, utilização do gás barato

A revista The Economist publica um artigo sobre a controvérsia sobre a exploração do xisto para a produção do petróleo e o gás, usando a tecnologia conhecida como fracking, que deixou o campo dos que se preocupam com o meio ambiente para atingir também as grandes empresas petrolíferas. Peter Voses, como o responsável pela Shell, afirma que um dos seus maiores arrependimentos são os investimentos de US$ 24 bilhões efetuados nas camadas de xisto nos Estados Unidos, segundo a revista. Também no mês passado, a BHP Billiton, que gastou cerca de US$ 20 bilhões em 2011 numa aposta no xisto, afirmou que vai leiloar a metade de suas áreas de petróleo e gás de xisto no Texas e no Novo México. Existem os que afirmam que estas grandes empresas de petróleo chegaram atrasadas, quando os melhores locais já estavam ocupados.

Mas pequenos empresários também se tornaram céticos sobre o xisto, na medida em que muitas explorações estão se esgotando rapidamente, não justificando os investimentos efetuados. Também, afirma a revista, analistas de empresas investidoras, como a Goldman Sachs, informam que os benefícios totais são modestos. Ninguém nega que a produção de petróleo e gás nos Estados Unidos aumentou sensivelmente, devendo ultrapassar a Rússia e a Arábia Saudita neste ano, bem como criou empregos.

shale-plays-map-big

Regiões onde é possível a exploração do xisto nos Estados Unidos

Leia o restante desse texto »


Visão dos Ingleses Sobre as Mudanças Chinesas

15 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: consenso que as mudanças foram mais políticas, os problemas de poluição, posições do Financial Times, uma nota do The Economist

Uma das técnicas mais utilizadas por todos é falar mal dos outros, quando se enfrentam problemas próprios graves. Os ingleses ainda usam também da ironia, fazendo humor com a sua própria desgraça, como o The Economist nos recentes artigos que falavam sobre a decadência do Reino Unido, que já teve muito mais importância mundial. O jornal Financial Times acaba destacando que a poluição chinesa é a prova de que muitos objetivos estabelecidos pelos diversos planos passados dos chineses são meras palavras, como as atuais que só tiveram o objetivo de concentrar o poder nas mãos do presidente Xi Jinping e do primeiro-ministro Li Keqiang, mostrando que sem isto as resistências para as reformas seriam incontornáveis. Ambos os veículos, que escrevem muito sobre a China, concordam que a mudança na organização da administração foi mais importante e efetiva que as medidas de reformas ainda a serem detalhadas. A nós parece que as mudanças no tratamento dos imóveis rurais também têm a sua importância marcante.

O Financial Times desfila depoimentos de muitos acadêmicos chineses que se mostram insatisfeitos expressando suas críticas, muitas delas realmente relevantes. O problema mais complexo costuma ser o que terá que ser feito e como, havendo múltiplas opiniões daqueles que não contam com o poder para executá-las. Para quem não tem a responsabilidade de implementá-las, criticar é fácil. O The Economist já tinha antecipado as equipes competentes que foram selecionadas, tanto na formulação dos planos como na cobertura política, agora se limitou a registrar a importância da mudança no poder de decisão.

china-vote_2731876beconomist-logofinancial_times_logo

Third Plenary Session of the 18th CPC Central Committee in Beijing Photo: AP/XINHUA

Leia o restante desse texto »


Diferenças nos Aproveitamentos dos Grandes Eventos

15 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia | Tags: aproveitamentos japoneses dos grandes eventos, o caso brasileiro, preparação das Olimpíadas de 2020 em Tóquio

Na recente visita do ex-ministro japonês Heizo Takenaka ao Brasil, ele enfatizou a preparação que o Japão está efetuando para aproveitar as Olimpíadas de 2020. Na realidade, em 1964 já houve uma Olimpíada em Tóquio, quando aquele país já estava plenamente recuperado da Segunda Guerra Mundial e desejava mostrar ao mundo o avanço que já tinha conseguido. Para tanto, aquele importante evento foi utilizado para modificar totalmente o tratamento que proporcionavam aos visitantes estrangeiros. Como exemplos, citam-se as mudanças ocorridas nos comportamentos dos taxistas, que antes eram conhecidos como kamikazes, que procuravam aproveitar todas as oportunidades para consumir menos tempo nos deslocamentos de um lugar para outro, com uma forma perigosa de dirigir os seus veículos.

Depois de uma orientação dada pelas autoridades japonesas, eles alteraram completamente seu comportamento e passaram a dirigir respeitosamente pelo trânsito daquela grande metrópole, que ainda contava com ruas e avenidas relativamente estreitas para os padrões ocidentais. A sua atenção com os passageiros, não somente estrangeiros como locais, passou a ser cortês, despertando a atenção de todos, ainda que sua compreensão de idiomas estrangeiros continuasse precária. Mas eles entendiam o básico em inglês, o suficiente para atender suas ordens.

Rio-de-Janeiro131906563tokyo

Rio de Janeiro                                               Tóquio

Leia o restante desse texto »


Análise de Antonio Palocci Sobre a China Atual

14 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Antonio Palocci no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, observações de um mês na China, paralelos com problemas brasileiros

Todos devem admitir que Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil no Brasil, com formação básica de médico sanitarista, é uma pessoa com elevada capacidade para a compreensão de problemas políticos, econômicos e administrativos, ainda que nem todos concordem com suas posições. Tendo iniciado a sua carreira política em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, foi eleito para diversos cargos e chegou a ocupar posições chaves no governo Lula da Silva, com elevada capacidade de diálogo com o setor privado. Esteve por um mês na China, em outubro último, a convite da School of International Studies da Universidade de Pequim, tendo feito estudos e debates com variados setores da China. Publicou um interessante artigo no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, com acesso para os assinantes do jornal no http://www.valor.com.br/cultura/3337966/o-dilema-de-pequim.

Suas observações constatam o que ele observou no crescimento da China das últimas décadas e discussões que já se travavam sobre as reformas indispensáveis para a continuidade do seu desenvolvimento, cujas diretrizes para os próximos anos foram aprovadas pela cúpula do Partido Comunista Chinês recentemente. Ao mesmo tempo em que menciona sua interpretação sobre o que teria causado a desaceleração do crescimento no Brasil. Todos estes assuntos não necessitam ser considerados consensuais, permitindo outras interpretações. Os debates sobre estes problemas acabam acrescentando conhecimentos que podem ser aproveitados em ambos os países, bem como em situações semelhantes em outros países emergentes.

shenzhen_lycheepark-300x200untitled

Shenzhen, cidade da na China                                   Antonio Palocci

Leia o restante desse texto »


O Japão e o Relacionamento com a América Latina

14 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: iniciativa do BID no Japão, tentativas de recuperação da presença japonesa na região, visita do ex-ministro Heizo Takenaka à Fiesp

Do reconhecimento realístico que o Japão não vem mantendo um relacionamento intenso e dinâmico com a América Latina e o Brasil recentemente, apesar de algumas iniciativas pontuais, o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, como já se tornou tradicional, vem efetuando reuniões no Japão convidando empresas daquele país para observarem as mudanças que estão ocorrendo na região. É preciso reconhecer que tanto o Japão como os países da América Latina estão concentrados em outras prioridades, tanto que os seus chefes de Governo não se concentram nestes intercâmbios, ficando as visitas oficiais para níveis ministeriais, no máximo. Por exemplo, a presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro Shinzo Abe não estão preparando projetos bilaterais que justifiquem visitas recíprocas.

Na reunião do BID no Japão, o Brasil foi representado pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que não tem tradição no relacionamento com os empresários e as autoridades japonesas. O embaixador André Corrêa do Lago, embaixador do Brasil em Tóquio, procurou preencher a lacuna com o que é rotineiro na sua função atual. O máximo que foi apresentado é a afirmação que o Brasil está se concentrando na elaboração da infraestrutura para o Pacífico que deverá facilitar o intercâmbio com o Japão, além do que está sendo feito. Deve-se reconhecer que estes projetos brasileiros só podem ter efeito ao longo prazo, não atendendo o cerne dos interesses bilaterais. Da parte do Japão, quem visitou o Brasil foi o ex-ministro Heizo Takenaka. Apesar destas visitas serem sempre úteis, não são marcantes suficientes para mostrar uma reversão da atual situação em grandes projetos de interesse brasileiro.

miriam_belchior555px-Heizo_Takenaka_2008

Miriam Belchior                                                                    Heizo Takenaka

Leia o restante desse texto »