Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Discutíveis Premiações das Contribuições Econômicas

16 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as premiações do Nobel para a economia, questionamento do Financial Times, relevância para os desenvolvimentos futuros

Existem muitas opiniões de que as premiações concedidas pela Real Academia Sueca de Ciências, no mínimo na área da Economia nos últimos anos, não expressam necessariamente as contribuições relevantes para o aumento dos conhecimentos neste discutível ramo que denominam ciência. Se existe um setor onde os economistas estão falhando gritantemente são nos setores relacionados com o mercado financeiro, criando dificuldades como os que provocaram os problemas recentes em todo o mundo. O Financial Times expressa o estado de confusão em que se encontram os economistas com a premiações deste ano, ainda que pessoalmente este acadêmicos, Eugene F. Fama e Lars Peter Hansen, da Universidade de Chicago, e Roberto J. Shiller, da Universidade de Yale, todos eles possuam trabalhos interessantes.

Parece que procuraram premiar em 2011 os que contribuíram à capacidade de prever no longo prazo o movimento dos preços dos ativos, segundo o artigo. Neste ano, o professor Fama e Shiller escreveram sobre a hipótese de eficiência do mercado, principalmente no mercado financeiro, com Fama apontando que era extremamente difícil fazer estas previsões no curto prazo, sendo que Shiller é crítico com relação a esta hipótese. Hansen teria contribuído com métodos estatísticos para estes trabalhos. Alguns desconfiam que as opiniões do setor financeiro mundial acabaram influenciando nestas escolhas para as quais não parece existir um consenso.

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Eugene Fama                               Roberto Shiller                          Lars Hansen

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Expectativa dos Mercados Ainda Emergentes

16 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Richard Cooper e Jaana Remes no Project Syndicate, aumento das cidades dos países emergentes, localização das novas multinacionais, versão em português no Valor Econômico

Depois de um boom de interesse pelos países emergentes, notadamente dos chamados BRICS, após a crise que começou em 2008 nos mercados financeiros dos países desenvolvidos, muitos avaliavam que o mundo voltaria ao comportamento anterior. No entanto, este artigo de Richard Cooper, professor de economia internacional na Harvard University, e da Jaana Remes, do McKinsey Global Institute de San Francisco, USA, publicado no Project Syndicate e reproduzido em português no Valor Econômico, estima que muitas multinacionais futuras terão sede em cidades do mundo emergente, notadamente chinesas, mas incluindo até São Paulo e Campinas, no Brasil.

Eles utilizaram nas suas análises e projeções dados do MGI CompanyScope (http://bit.ly/ZN2Y95), uma nova base de dados de todas as empresas com receitas superiores a US$ 1 bilhão, que são atualmente 8 mil em todo o mundo, 75% localizadas no mundo desenvolvido. Informam que até 2025, o número deverá aumentar em 7 mil novas empresas, com 70% localizadas em regiões de mercados emergentes, não se explicando claramente a metodologia utilizada. Fizeram um mapeamento (http://cnnmon.ie/13xktBp) da localização de suas sedes, constatando que as 20 maiores cidades abrigam 30% destas empresas, sendo que somente cinco delas estão em mercados emergentes.

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Richard Cooper, da Universidade de Harvard, e Jaana Remes, da McKinsey

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Opiniões Contrárias a Abeconomics no Japão

15 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Takamitsu Sawa da Universidade de Shiga, dúvidas sobre a eficácia da Abeconomics, o que poderia recuperar a economia japonesa

Um artigo bem articulado de Takamitsu Sawa, presidente da Universidade de Shiga, foi publicado no The Japan Times expressando pesadas dúvidas sobre a eficácia da Abeconomics para a recuperação da economia japonesa, apesar do sucesso popular até hoje alcançado. O autor relata que até o final do século 20, o Japão teve que reconstruir com sucesso o país derrotado na Segunda Guerra Mundial, com avanços industriais que foram comandados pelo MITI – Ministério de Comércio Exterior e Indústria japonesa. Em 1993, o Banco Mundial publicava um artigo falando do milagre no Leste Asiático, comandado pelo Japão. O mesmo foi alcançado com políticas econômicas e sociais adequadas, conseguindo igualar-se aos países desenvolvidos do Ocidente.

Segundo o autor, a recessão japonesa começou em 1991, e mesmo com as políticas governamentais não foi possível evitar a desaceleração do crescimento e a deflação. Junichiro Koizumi tinha alertado no ano 2000 que sem reformas substanciais não haveria como recuperar o crescimento com a consolidação do regime democrático, utilizando basicamente os mecanismos dos mercados livres e competitivos. Ainda que se tenha alterado muito, Koizumi não conseguiu efetuar as reformas indispensáveis, resultando em fracasso. A atual administração de Shinzo Abe, que começou pela segunda vez em dezembro de 2012, tem como meta acabar com a deflação e voltar ao processo de crescimento com a identificação de setores estratégicos para tanto.

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Takamitsu Sawa

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Mudanças Nas Pesquisas de Opinião nos EUA

15 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no suplemento Economix do The New York Times, aumento das preocupações com os políticos, caso brasileiro, mais que a tradicional preocupação com a economia

Um interessante artigo foi publicado no suplemento Economix do The New York Times sobre as mudanças detectadas pelas pesquisas de opinião. Era tradicional que o comportamento da economia fosse a preocupação principal dos eleitores, mas neste mês de outubro o comportamento do Governo/Congresso/Políticos acabou superando os relacionados com a economia em geral, bem como o desemprego e o trabalho, como foi constatado numa pesquisa da Gallup. Isto significaria uma mudança das preocupações que vinham se mantendo por um longo período entre os eleitores, que se transformaram num fator considerado em todas as eleições em todos os países pelos candidatos e seus assessores.

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Jornalistas Indianos Esclarecem Problemas da Índia

15 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: adaptações dos novos investimentos japoneses, apesar do gigantesco projeto Delhi – Mumbai, baixa compreensão dos japoneses sobre a Índia, os problemas políticos

Um dos problemas comuns entre o Brasil e a Índia é a falta de explicações dos seus problemas no exterior. Um simpósio organizado em Tóquio pelo Keizai Koho Center com jornalistas indianos permitiu suprir parte desta lacuna, assunto que foi divulgado pelo The Japan Times num artigo elaborado por Takashi Kitazume, procurando mostrar o potencial da crescente classe média em expansão naquele país. Participaram das exposições Sankhadip Bas, do diário Anandabazar Patrika, Bharat Bhushan, do Conselho Indiano de Pesquisas em Ciências Sociais, Subhomoy Bhattacharjee, do Indian Expres, e Kaushik Mitter, do Asian Age.

Como é sabido, a Índia e o Japão firmaram um acordo entre seus governos onde o Japão ajuda na implementação de um corredor de exportação de Delhi a Mumbai, suprindo uma das grandes dificuldades de infraestrutura do país. Muitas empresas japonesas estão presentes na Índia, mas somente agora começam a entender as mudanças de comportamento daquele mercado, e os jornalistas procuraram esclarecer os problemas que enfrentam, inclusive com as próximas eleições que podem mudar a orientação do atual governo, que não vem contando com elevado prestígio na condução de sua gigantesca economia. A Índia, que também sofreu uma desaceleração no crescimento de sua economia, ainda não conta com um plano como o que vem sendo elaborado pela China.

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Subhomoy Bhattacharjee (right) of the Indian Express daily discusses the Indian economy during a symposium in Tokyo, as Kaushik Mitter of Asian Age listens. | SATOKO KAWASAKI

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Rakuten Anuncia a Ampliação de Suas Atividades no Brasil

14 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: lojas virtuais, notícia no Nikkei, plataforma para venda pela internet Rakuten

A Rakuten é uma empresa que funciona como uma plataforma, sendo a mais ampla no Japão, e continua ampliando suas atividades em todo mundo. Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei informa que ela pretende ampliar da atual 535 lojas virtuais para 1.500 nos próximos 12 meses, depois da visita do seu Senior Executive Officer, Masatada Kobayashi, a São Paulo. A empresa começou a suas atividades no Brasil em abril de 2013, e já está em entendimento com outras 300 em andamento. Pretende atingir 20.000 lojas online até 2018, trabalhando com os mais variados produtos.

Ela planeja os fatores que determinam o sucesso de suas lojas populares como de calçados, móveis e outros itens que estão vendendo bem, dividindo os seus conhecimentos com os parceiros. As suas vendas globais, segundo suas informações, estão crescendo a uma inacreditável taxa de cerca de 20% ao mês, que soa exagerada para um mercado que mesmo tendo uma base baixa não aparenta crescer a este ritmo, o que poderia ser um erro com a anual.

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Entrevista de Lakshimi Mittal na Folha de S.Paulo

13 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: maior empresário siderúrgico do mundo, o problema no Brasil, suas avaliações do mercado mundial

Quando a Folha de S.Paulo entrevista Lakshimi Mittal, CEO do maior grupo siderúrgico do mundo, há que se prestar atenção às suas informações, ainda que ela tenha sido prestada pelo e-mail, com todo o cuidado. Como todos os grandes empresários, com tradição familiar no setor industrial pesado, revela um otimismo moderado com uma visão de longo prazo. Pois, na realidade, a China, hoje a maior produtora de materiais siderúrgicos, com capacidade para um bilhão de toneladas ano, está utilizando somente 70% de sua capacidade, situação que não é muito diferente em todas as partes do mundo, mas voltado basicamente para o mercado interno. Ele acredita que a China vai continuar a demandar produtos siderúrgicos, notadamente na demanda para a infraestrutura e produções que devem ocorrer no Oeste chinês, menos desenvolvido que a parte litorânea.

A grande marca dos empresários do setor pesado é que possuem uma visão ampla, dando importância para o desenvolvimento tecnológico, fundamental para o que acontecerá no futuro de muitas décadas, ainda que considerem as situações presentes. E o setor siderúrgico, apesar das dimensões dos seus investimentos, passa por um período de grandes transformações com novos produtos voltados para as condições atuais, que exigem economia de energia e desafios para a exploração de recursos menos poluentes em condições mais difíceis. A indústria pesada, pela sua natureza, não conta com flexibilidades para mudanças rápidas, pois seus investimentos demandam anos para se efetivar, o mesmo acontecendo com suas desmobilizações.

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Lakshimi Mittal

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Seminários Folha Sobre Mobilidade Urbana

13 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: exemplos internacionais, o problema do transporte no Brasil, problema dos zoneamentos residenciais e dos empregos, transportes coletivos e de autos particulares

A Folha de S.Paulo também aderiu ao sistema de promover seminários sobre determinados assuntos, para depois publicar um suplemento, conseguindo publicidade abundante voltado para um público interessado neles. O desta semana refere-se à mobilidade urbana, uma das reivindicações das manifestações populares que começaram em junho deste ano. Diante do inusitado aumento de veículos, principalmente automóveis de uso particular, em detrimento ao transporte público, sem que a infraestrutura para tanto fosse providenciada, provocou-se um aumento do tempo gasto pela população para os deslocamentos indispensáveis de suas residências para os locais de trabalho e em condições precárias.

Especialistas foram reunidos num debate promovido pelo jornal, e o assunto acabou merecendo o suplemento, com abundante publicidade, que ajuda no difícil equacionamento econômico-financeiro que está sendo enfrentado por parte substancial da imprensa escrita não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Dois aspectos parecem se destacar nestas discussões, que também envolvem exemplos de outras cidades. Uma seria a necessidade de um novo planejamento da ocupação das cidades, aproximando os locais de trabalho das residências, minimizando a necessidade de demorados deslocamentos. Outro seria a prioridade para o transporte coletivo, pois até o momento o aumento de veículos particulares para uso de um número limitado de pessoas veio sendo privilegiado, considerando que a indústria automobilística teria um forte impacto sobre os demais setores econômicos na promoção do desenvolvimento.

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Especialistas sugerem pedágios nas marginais (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapres)

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Procurando Entender Um Pouco da China

12 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: artigo do The Economist sobre a economia global, lições possíveis, o caso da Haier, tornou-se a maior empresa de aparelhos domésticos

A revista The Economist publica um artigo sobre a empresa chinesa Haier que se tornou a maior em aparelhos eletrodomésticos no mundo, com a liderança de Zhang Ruimin, que assumiu o seu comando em 1984, quando ela estava em péssima situação aproveitando algumas coisas que ele aprendeu na Alemanha. Informa-se que este destacado empresário tem um obcecado estilo inovador, aceitando examinar aperfeiçoamentos cujas sugestões provenham de funcionários, clientes como fornecedores, conseguindo reverter o quadro de uma precária empresa que produzia refrigeradores. Deu prioridade para o mercado interno, mas também conseguiu qualidade competitiva nos Estados Unidos e na Europa, e as suas receitas estão em contínua ascensão, passando de cerca de US$ 10 bilhões em 2003, quando tinha 3,1% do mercado global, para mais de US$ 25 bilhões em 2012, conseguindo 9,6% de participação no mercado mundial, ultrapassando as marcas tradicionais no mundo.

A empresa que tinha 80.000 funcionários em áreas tradicionais como produção, venda e outros, conta hoje com 2.000 das chamadas ZZJYT’s, equipes que executam muitos papéis diferentes, ficando responsáveis pelos ganhos como pelas perdas do seu setor. Os funcionários são pagos pelos seus desempenhos, com os gestores contando com suportes para pesquisas e marketing, objetivando incentivar inovações de uma empresa marcantemente aberta. Algo parecido já se adotava em algumas empresas japonesas, fazendo com que houvesse um empenho de cada uma das equipes, que concorriam entre si.

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Os Problemas da Desindustrialização Prematura

12 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a industrialização e o aumento da produtividade, caso do Brasil, desindustrialização cada vez mais prematura, problemas decorrentes

O conhecido professor de ciências sociais Dani Rodrik, do Institute for Advanced Study, Princeton, New Jersey, USA, apresenta no seu artigo divulgado pelo Project Syndicate um instigante problema da desindustrialização cada vez mais prematura nos países emergentes, inclusive no Brasil. Ele faz um rápido apanhado histórico mostrando que desde a Revolução Industrial, que começou na Grã-Bretanha, o pico do percentual do emprego industrial ocorreu antes da Segunda Guerra Mundial, quando atingiu 45% do total dos empregos. Já em 1970 estava em torno de 30%, e atualmente encontra-se em menos de 10%, mas ajudou no aumento da produtividade da mão de obra, que marcou o seu processo de desenvolvimento.

Ele cita outros dados dos países desenvolvidos, onde os Estados Unidos cuja indústria empregava menos de 3% da força de trabalho no início do século XIX, atingiu 25-27% no terço médio do século XX, e está absorvendo menos de 10% nos últimos anos. Na Suécia, chegou-se a um pico de 33% em 1960, e mesmo na Alemanha, considerada a economia industrial mais forte do mundo, o seu pico foi em torno de 1970, com cerca de 40% do emprego. Segundo Robert Lawrence, da Universidade de Harvard, a desindustrialização a desindustrialização é um fenômeno comum e antecedeu a recente onda de globalização econômica.

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