23 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a Índia é a mais afetada dos BRICS, economia indiana no The Economist, possibilidade de mudança da política monetária dos EUA
O simples anúncio da possibilidade de mudança da política monetária do FED norte-americano já está afetando os mercados cambiais, principalmente dos países emergentes, notadamente da Índia que se encontra em situação mais frágil. O The Economist que circulará na próxima semana considera o assunto como de capa, informando que exige uma resposta ousada, como não se verificada desde 1991. Os investidores do mundo estavam acostumados a juros baixos, mas somente a ameaça futura de sua elevação já provoca grandes distúrbios cambiais, pois os fluxos financeiros especulativos são maiores que os movimentos comerciais, representados pelas exportações e importações, bem como as demais circunstâncias que os cercam.
O primeiro-ministro da Índia, o consagrado economista Manmohan Singh, afirmava em 2008 que 8 a 9% ao ano de crescimento era a velocidade de cruzeiro daquele país, permitindo superar a pobreza, a ignorância e a doença do seu povo. A rupia, a moeda indiana, despencou 13% somente nestes três últimos meses, como também está ocorrendo em outros países, que não estão em situação tão crítica.
Manmohan Singh
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23 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: análises do Nikkei, anúncios modestos de Li Keqiang, consolidação do poder, informações de jornais chineses de Hong Kong
No passado, as autoridades chinesas anunciavam as medidas de estímulo ao crescimento com grande ênfase. Observa-se que agora algumas medidas que procuram preservar o crescimento ao nível de 7% ao ano estão sendo anunciadas pela imprensa chinesa de Hong Kong com mais discrição, com observa uma análise publicada no jornal econômico japonês Nikkei, elaborado por Hisatsugu Nagao. Apesar do objetivo de um crescimento de 7,5% neste ano, muitos analistas suspeitam que os chineses possam ficar ligeiramente abaixo, em torno de 7%, como vem se observando em todo o mundo. Li Keqiang, o novo primeiro-ministro procura se manter discreto, mas também não pode ficar num crescimento muito baixo, pois sofreria críticas de outros dirigentes do Partido Comunista Chinês.
O jornal South China Morning Post, de Hong Kong, informou que o China Development Bank, vinculado diretamente ao State Council of the People’s Republic of China, trocou memorandos com os governos das cidades de Hebei, Jiangsu e Qinghai sobre o desenvolvimento da infraestrutura. Também sobre construção de aeroportos e habitações públicas, que envolveriam cifras elevadas. Outra notícia informou que o Agricultural Bank of China fez um acordo com o governo local de Xangai, que corresponderia a 12,5% do produto da localidade, estimulando a elevação da cotação do índice de sua bolsa de valores.
Primeiro-ministro chinês Li Keqiang
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22 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: colocação pragmática, flexibilidade do Bank of Japan, receio dos efeitos depressivos de um aumento dos impostos
Diante dos receios no Japão de uma nova queda do nível de atividades em decorrência do aumento dos impostos que será necessário impor, o presidente do Bank of Japan, Haruhiko Kuroda, informa que maior flexibilidade monetária poderá ser concedida, segundo artigo publicado por Ben McLannahan no Financial Times. Ninguém pode assegurar qual o efeito que o aumento de impostos de venda, que passaria de 5% para cerca de 8% que se espera para abril próximo, poderia causar no início da recuperação que vem despertando um grande entusiasmo naquele país, com repercussões no resto do mundo. O artigo informa que o presidente do Bank of Japan estaria estimulando o primeiro-ministro Shinzo Abe que se mostraria temeroso com o aumento do imposto necessário diante da elevada dívida pública daquele país, e a possibilidade de uma redução do entusiasmo de hoje.
Segundo o presidente do BOJ, a política monetária é dinâmica e terá que se ajustar às circunstâncias que forem aparecendo, havendo riscos. Se os preços se ajustarem mais rapidamente, e eles perseguem uma elevação da inflação para 2% anual da atual deflação, ou a recuperação não se tornar óbvia, medidas monetárias terão que ser tomadas. Este discurso se ajusta à posição do Ministério de Finanças do Japão, que necessita de recursos adicionais e está pressionando o Chefe de Governo, que sendo político, tem receio das reações de segmentos da população.
Fachada do Banco Central do Japão
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21 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a desvalorização cambial no Brasil, aplausos dos exportadores, defesa dos afetados, problemas dos fluxos financeiros exagerados
Continuam ocorrendo as fortes flutuações cambiais afetando agora os países emergentes com acentuadas desvalorizações de suas moedas. Eles decorrem da política norte-americana que, para recuperar a sua economia, inundou o mundo com dólares e créditos. Estes ativos financeiros foram especulares em outros países, mas, na medida em que suas condições macroeconômicas apresentam pioras, os fortes fluxos de retorno ampliam as dificuldades cambiais. No Brasil, enquanto o ministro de Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, aplaude a forte desvalorização que vem ocorrendo no ano que beneficia os exportadores, exigiu-se a atuação do Banco Central para evitar consequências inflacionárias exageradas, e outras autoridades se preocupam com os efeitos colaterais que estes fluxos provocam inclusive políticos.
Alem de encarecerem as importações e os serviços que foram prestados no exterior, muitas empresas que se endividaram em moeda estrangeira, confiando na sua estabilidade, passam a enfrentar problemas se não efetuar as operações adequadas de hedge contra estas flutuações bruscas. O adequado, para qualquer entidade pública ou privada que assume responsabilidades em moeda estrangeira, é que tenham receitas compensadoras destes riscos na mesma moeda. Aqueles que importam podem ficar prejudicados, mas, se estiverem exportando no mesmo montante, eles terão benefícios que os compensam.
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21 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: advertência russa, controle sanitário para uso interno e exportação, novos produtos a serem evitados
Um vasto país com a dimensão brasileira sempre enfrenta problemas relacionados ao controle sanitário dos alimentos que produz, tanto para proteção dos consumidores locais como para os produtos que são exportados. A luta contra a aftosa que afeta principalmente o gado bovino é longa e vem se aperfeiçoando em todo o país com sucesso, mas novas drogas passam a ser utilizadas para melhorar a engorda, o que não costuma ser aceito pelas agências reguladoras, diante dos seus riscos para a saúde humana. Um artigo publicado por Iúri Paniev, pulicado na Gazeta Russa, que tem uma edição comercial que acompanha a Folha de S.Paulo de hoje, alerta sobre o assunto, pois o mercado russo será o mais importante para os suínos brasileiros, quando problemas foram localizados no sistema sanitário para a carne bovina.
Segundo o presidente do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Serguêi Dankvert, se os mesmos problemas que suspenderam a exportação da carne bovina brasileira para aquele país em julho último for detectado na carne suína, a sua importação poderá ser embargada. Foi detectado um estimulador de crescimento muscular chamado ractapomina na criação bovina brasileira, havendo a possibilidade do mesmo ocorrer com os suínos. O problema foi apontado por uma missão russa que esteve no Brasil, constatando que os problemas detectados anteriormente não foram corrigidos.
Carnes bovina e suína brasileiras sob suspeita
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21 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ajustamento que está sendo efetuado, artigo de Andrew Sheng e Xiao Geng, as estatais, autoridades locais, modelo de desenvolvimento baseado no urbano e na exportação, necessidade de coordenação do Estado, o crescimento do passado, reequilíbrio
Por: Paulo Yokota Seção: Economia, Editoriais e Notícias, WebTown Tags:
Andrew Sheng e Xiao Geng são autores que escrevem regularmente para o Project Syndicate com foco principal na análise da economia chinesa, estando sediados em Hong Kong. Apontam no seu último artigo que a economia chinesa veio crescendo entre 1978 a 2012 com uma elevada taxa média de 10% anual. Isto decorreu de um modelo utilizando uma urbanização e ênfase na exportação, que teve o mérito de tirar 500 milhões de chineses da pobreza. Mas este processo criou grandes desafios que necessitam ser agora superados, como as bolhas de propriedades imobiliárias, engarrafamentos no trânsito, poluição, dívida elevada do governo, corrupção, agitação com a desigualdade social, entre outros problemas. A mudança para um crescimento voltado ao consumo, com estabilidade, inclusão social e sustentabilidade está no topo da agenda chinesa.
O novo modelo de crescimento considera os principais fatores de produção, a terra, o trabalho, o capital e a produtividade total dos fatores mostrando a sua eficiência. Afeta, com isto, a dimensão humana dos chineses, a forma de viver dos cidadãos comuns. Exige uma nova configuração das instituições sociais, políticas e econômicas, com o estabelecimento de normas, procedimentos, leis e mecanismos de sua aplicação, segundo os autores. Conduz a necessidade de respeito pela natureza, um desenvolvimento harmonioso e inovador.
Andrew Sheng Xiao Geng
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21 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: avaliação do Prêmio Nobel, bem ou mal a economia caminha para uma estabilidade, decisões na China, definição na Europa, otimismo com relação aos EUA
Michel Spence, Prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Nova Iorque, publica no Project Syndicate um artigo otimista com relação à economia no mundo, afirmando que neste segundo semestre serão tomadas as decisões chaves que definirão uma estabilidade, eliminando a incerteza atualmente existente. Segundo ele, a economia norte-americana, mesmo com a eliminação do atual incentivo com a política monetária flexível, continuará crescendo, ainda que abaixo do que seria possível. Ele entende que os distúrbios que ocorreram em países como a Turquia e o Brasil tendem a estabilizar-se com a redução das incertezas, mostrando que não há como insistir somente no crescimento econômico nos países emergentes.
De outro lado, com a próxima eleição na Alemanha ficará definido o apoio que aquele país pode dar ao euro, eliminando a incerteza que impera atualmente, aumentando a turbulência na economia mundial. Ele entende que a China, com a nova administração, acabará definindo numa decisão do Partido Comunista Chinês o nível da redução do seu crescimento, determinando a magnitude da intervenção governamental. Ele entende que os Estados Unidos virão mais turbinados, mesmo com a redução do incentivo monetário que provoca instabilidade nas economias emergentes. E o Japão também contará com suas definições.
Michael Spence
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20 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: infraestrutura rodoviária, suplemento especial do Valor Econômico, trechos em licitação
Já informamos que as licitações para as concessões rodoviárias no Brasil serão estratégicas, tanto para a redução dos custos de escoamento como para a ativação da economia. O jornal Valor Econômico publica uma série de suplementos especiais, e o de hoje cuida da Infraestrutura Rodoviária, falando da licitação que deverá ocorrer no próximo dia 18 de setembro, numa matéria elaborada por Juan Garrido. Os investimentos que deverão ser provocados por estas rodovias superam a R$ 50 bilhões e devem resolver diversos gargalos que existem hoje para o escoamento das safras como de outros transportes estratégicos no país.
O artigo informa que as licitações devem ser divididas em sete lotes, que servem o Centro-Oeste, ligando ao litoral e ao Sudeste, compreendendo mais de 7.000 quilômetros, devendo ter um retorno de 7,2% ao ano, em valores reais, no mínimo. Os vencedores serão os que oferecem tarifas mais baixas para os transportes que serão escoados pelas mesmas. Estima-se que o pedágio só deve começar a ser cobrado a partir de 2015.
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20 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comando das iniciativas, esperanças com as licitações de infraestrutura, panorama geral no mundo, somente pequenas iniciativas
Percorrendo o noticiário internacional, verifica-se uma falta de iniciativa que não se restringe ao Brasil. Constata-se uma generalizada iniciativa de desvalorização das moedas das economias emergentes como defesa do que vem sendo provocado pelos Estados Unidos. O quadro geral não se torna animador para os empresários, salvo a redução do custo de energia com o uso do xisto, infelizmente poluente. Mesmo os dados das últimas vendas não acusam um quadro muito otimista. Os diversos governos procuram tomar a iniciativa para reverter este quadro, e no caso brasileiro torna-se indicativo o esforço que se faz para melhorar as condições atrativas para os empresários, nas licitações programadas para os diversos projetos de infraestrutura.
O governo brasileiro vem aprendendo que não pode contar com o entusiasmo do setor empresarial se não proporcionar condições de adequado retorno, como expressa o professor Delfim Netto na sua coluna semanal no Valor Econômico. Se conseguir uma adesão, o quadro poderá se alterar, injetando um pouco de entusiasmo ainda para o segundo semestre deste ano. Na realidade, fica-se com a impressão que as autoridades brasileiras estão correndo atrás dos problemas, e não assumindo uma atitude de comando, e quando o fazem, como no episódio da reforma política, acaba criando mais atritos com os parlamentares do que galvanizar os seus interesses que são parcialmente da população brasileira.
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19 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Barack Obama advertindo sobre bolhas, dificuldades com o poder do sistema financeiro, problemas similares na China
Barack Obama expressou suas preocupações com as bolhas artificiais que poderiam ser criadas com os atuais estímulos à recuperação econômica em muitas partes do mundo, principalmente nos Estados Unidos. O assunto está apresentado no site da Bloomberg de hoje num artigo escrito por David J. Lynch que explica que ele assumiu quando enfrentava as consequências de uma das bolhas. Na realidade, a criatividade do setor financeiro internacional que ganhou uma importância inusitada nas últimas décadas vem repetindo estas bolhas com período de profunda contração como a que se seguiu a crise imobiliária de 2007/2008, espalhando seus efeitos deletérios pelo mundo.
Também na China noticia-se que o setor financeiro, diante das dificuldades que enfrenta, inclusive com um sistema paralelo ao bancário e elevado endividamento, com muitos créditos não realizáveis, está sendo criados novos papéis sobre eles. São operações típicas de bolhas financeiras, ao mesmo tempo em que o setor imobiliário passa por outra. No Japão, na esteira dos Estados Unidos, para recuperar o seu nível de atividade, facilita-se créditos de todos os tipos, formando-se um novo boom imobiliário, de elevado risco, ao mesmo tempo em que a Bolsa de Valores atinge recordes sucessivos. Em muitos países emergentes, os resultados estão sendo superados pelos que se observam atualmente nos países chamados desenvolvidos.
Presidente Barack Obama
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