17 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Complexo Industrial, Entusiasmo no Ceará, Melhoria Portuária, ZPE – Zona de Processamento da Exportação
Observa-se um justificado entusiasmo no Ceará com a implantação do conjunto que denominam CIPP – Complexo Industrial e Portuário de Pecém, a cerca de 45 quilômetros de Fortaleza. Depois de uma incompreensível demora nas autorizações, está em plena execução a primeira Zona de Processamento da Exportação de porte no Brasil com o início das obras da CSP – Companhia Siderúrgica do Pecém, uma joint-venture da Vale com as coreanas Dongkuk e Posco que, na primeira fase prevista para 2015, deve permitir a produção de 3 milhões de toneladas/ano de chapas grossas, que serão basicamente exportadas.
O complexo já conta com um terminal portuário em pleno funcionamento, recebendo contêineres, bem como está preparado para receber carvão mineral importado, tanto para a produção de energia elétrica como para a siderurgia. Muitas indústrias já estão instaladas neste conjunto, destacando as produtoras de cimento e de equipamentos para a geração de energia eólica, aproveitando as excepcionais condições do litoral nordestino do Brasil. Verifica-se que já existem muitos técnicos coreanos na região, frequentando inclusive restaurantes da culinária local.
Porto de Pecém e Zona de Processamento da Exportação de Pecém
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11 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as insuficiências dos BRICS, irritante arrogância de um professor de Harvard, o papel dos Estados Unidos e da Europa
Um artigo publicado por Dani Rodrik, da Universidade de Harvard, no site do Project Syndicate, infelizmente, continua dando uma mostra da arrogância de alguns acadêmicos do mundo desenvolvido, ignorando os seus próprios aspectos que deveriam ser condenados. Ele lamenta que a reunião de cúpula dos BRICS na África do Sul resultou numa “obsoleta” proposição da criação de um novo banco de desenvolvimento para financiar os projetos de infraestrutura, algo que se assemelha a proposição dos idos 1950, informando que se esperava que os países emergentes assumissem maior importância desempenhando um papel mais relevante no mundo contemporâneo, o que pode ser uma parte pequena da discutível verdade. Adicionalmente, teria se criado uma reserva de US$ 100 bilhões de dólares para lidar com os problemas de liquidez que porventura se apresentem, originária do mundo desenvolvido.
Segundo este autor, a economia global tem operado até agora sob um conjunto de ideias e instituições que emanaram dos países avançados do Ocidente, o que não parece uma colocação das mais corretas e felizes. Arrogantemente, ele atribui aos Estados Unidos a doutrina liberal oferecida ao mundo, o multilateralismo em cujas regras o sistema mundial vem funcionando, ao que poderia ser acrescentar mal. E a Europa trouxe os valores democráticos, a solidariedade social e a engenharia institucional que permitiu criar a União Europeia. Parecem ideias parciais e uma desconsideração pela longa história da humanidade que ainda mal começava a se formar, quando outras civilizações asiáticas já tinham registrado avanços expressivos. Suas declarações poderiam gerar inúmeras contestações, dos mais variados ângulos, mesmo não se desejando gerar mais polêmicas.
Dani Rodrik
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10 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aparente contradição, as tendências no Brasil, mudanças em muitos países do mundo, pragmatismo
Sempre existem os críticos contumazes que procuram marcar suas posições políticas oposicionistas ressaltando eventuais pontos falhos que ocorrem em qualquer economia, neste período de grandes incertezas em todo o mundo. Tudo indica que nenhum governo está fazendo exatamente o que quer, mas o que lhe é possível no momento, ainda que saiba que não pode contentar a todos. Na sua coluna semanal no Valor Econômico, o professor Antonio Delfim Netto procura mostrar que existem os que pretendem a elevação dos juros, diante da ameaça inflacionária, mesmo reconhecendo que isto não provoca a elevação da oferta atendendo a demanda existente. O que poderia se provocar é uma maior desaceleração da economia, com custo elevado para a redução geral da pressão inflacionária.
Isto poderia parecer contraditório com o que os jornalistas Claudia Safatle, Mauro Zanatta e Fernando Exman escreveram no mesmo jornal com base no depoimento de Luiz Gonzaga Belluzo, que participou de um almoço com a presidente Dilma Rousseff e o próprio Delfim Netto e Yoshiaki Nakano em Brasília. Registraram que ninguém teria se oposto a uma elevação dos juros pelo Banco Central nos próximos dias. Na realidade, parece que a posição pragmática da presidente é ouvir as mais variadas posições sobre as diversas medidas de política econômica que estariam sendo tomadas, incluindo a monetária. Mas tudo indica que se recomenda que também seja cogitada a elevação dos juros, mesmo que isto não seja necessariamente implementada pelo Banco Central.
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10 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: América Latina exportava mão de obra, artigo do The Economist, passou a importar mesmo com algumas dificuldades
Um artigo publicado no The Economist menciona não somente o Brasil assim como o México e outros países da América Latina, que costumavam exportar parte dos seus trabalhadores, oficial ou ilegalmente e passaram a ser importadores dos mesmos tanto da Europa como dos Estados Unidos. Com dados que não são precisos, informa-se que o desemprego nos países chamados desenvolvidos está provocando uma nova onda de migrações para os países emergentes que demandam recursos humanos para o seu atual crescimento, principalmente de países que apresentam similaridades como a Espanha e Portugal. Devem se somar ainda os que tinham migrado para a Europa, Estados Unidos ou Japão, e que estão retornando aos seus países de origem, que, bem ou mal, apresentam melhores oportunidades de emprego no momento.
O artigo menciona que isto está se refletindo na área dos restaurantes, que transferiam hábitos de consumo dos países latino-americanos para os desenvolvidos, e agora estão provocando transferências daqueles que preparam culinárias, como as europeias, para o novo mundo. Muitos novos restaurantes e estabelecimentos voltados a todos os tipos de culinária estão se multiplicando não somente no Brasil como nos seus vizinhos, apresentando novas leituras, diferentes e atualizadas dos que foram trazidos pelos antigos imigrantes do final do século XIX e todo o século XX. Observam-se, também, alguns restaurantes asiáticos e até peruanos, ainda que muitos não sejam autênticos.
Tasca da Esquina, que tem a matriz em Lisboa, conta hoje com uma unidade em São Paulo
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8 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: aspectos positivos, Joseph Stiglitz no Project Syndicate, os custos da política, outros aspectos positivos, predominância de torcidas | 2 Comentários »
Um apoio expressivo de um Prêmio Nobel de Economia como Joseph E.Stiglitz à política econômica japonesa que está sendo chamada de Abenomics ajuda a consolidar importantes condições para o seu sucesso, ainda que sejam evidentes os que devem arcar com seus custos. O aspecto que parece mais importante é que isto está motivando o setor empresarial japonês que há tempos aguarda por sinais para a recuperação de sua econômica. Joseph Stiglitz afirma que ele vem propondo algo semelhante para os Estados Unidos e a Europa, vendo uma consistência entre aspectos monetários e cambiais, com a fiscal e estrutural, ainda que se possa colocar em dúvida a fiscal. Ela vai acrescentar mais dispêndios, esperando-se que a dívida pública seja reduzida em termos reais por aumento da inflação, ou seja, um imposto não explícito sobre a população, que vai sofrer quedas de salários reais e redução dos seus ativos financeiros, que não podem ser desprezados do ponto de vista político.
Se a política conseguir despertar o espírito animal dos empresários para expandir suas atividades exportadoras e seus investimentos, como parece que está ocorrendo, aumentar os consumos da população com os riscos das perdas sobre suas poupanças, há possibilidades de sucesso desta política. Mas, parece difícil que simultaneamente os Estados Unidos, a Europa e o Japão continuem desvalorizando seus câmbios e ampliando suas exportações, com ganhos para todos. Uma surda resistência política da população poderá ocorrer, ainda que os empresários tenham uma forte influência sobre o estado de espírito da população como um todo, utilizando todos os meios de comunicação social, que até o momento não vem revelando grande entusiasmo.
Joseph Stiglitz
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6 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: além das notícias positivas da China, artigo de Claudia Safatle, novo comando de Xi Jiping e Li Keqiang, tarefas hercúleas, visita à China
O mundo acostumou-se com as notícias que só informam os aspectos positivos da China, que são muitos, mas os desafios que enfrentam são também gigantescos. Metade da população chinesa ainda encontra-se no campo, a renda per capita média do país é a metade da brasileira, com uma distribuição de renda pior. Claudia Safatle foi uma das poucas convidadas para visitar a China quando da entrevista coletiva para a imprensa internacional dada pelo presidente Xi Jinping e, além dos seus muitos artigos já publicados, ela apresenta no suplemento Eu & Fim de Semana do Valor Econômico um quadro mais completo do que observou pessoalmente naquele país. Principalmente com a entrevista com o diretor Zhang Yuyan, do Instituto de Economia e Política Mundial da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Os desafios dos novos líderes, presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang, são das dimensões chinesas, necessitando reformar sua economia que se sustentava com suas exportações e passam a depender fortemente da expansão do mercado interno. Resume-se o quadro com uma população estimada em 1,3 bilhão de habitantes, renda per capita média anual de US$ 6.100, 56 etnias diferentes e 130 milhões de habitantes abaixo da linha de pobreza absoluta, que vivem com menos de US$ 1 por dia. O governo trabalha perseguindo um crescimento de 7,5% ao ano para dobrar a sua renda per capita, que se igualaria a brasileira em 2020, levando 700 milhões de trabalhadores do campo para o regime de previdência social.
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6 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: noticias cautelosas no Japão, notícias eufóricas no exterior, os problemas, resultados positivos
Ficaram mais evidentes as diferenças da economia japonesa com outras no exterior com as reações diante da nova política monetária do Bank of Japan, banco central daquele país, agora presidida por Haruhiko Kuroda. No exterior, ouve-se um amplo reconhecimento da ousadia do novo “monetary easing”, num montante mais agressivo do que o FED – banco central dos Estados Unidos, provocando uma aceleração da desvalorização do yen, uma substancial elevação das ações na bolsa de Tóquio, visando perseguir uma elevação da inflação para 2% ao ano. Mas seria interessante entender a reação cautelosa da imprensa japonesa, que se espera conheça melhor a sua economia que analistas que atuam no exterior.
O Bank of Japan anunciou a compra maciça de títulos do governo japonês, aumentando o meio circulante visando estimular o crédito e as compras, esperando que a deflação que vinha se observando por muitos anos resultem numa reversão para o aumento da inflação. Ao mesmo tempo, haveria um aumento da competitividade da economia japonesa, aumentando suas exportações e elevando os preços das importações. Como a taxa de juros continua mantido em torno de zero, espera-se que a expectativa de inflação futura acabe induzindo muitos poupadores a utilizarem seus recursos financeiros nos aumentos de consumo, evitando a desvalorização dos seus ativos, ou caminhando para a aquisição de ações que registram uma apreciável elevação quase imediata.
Haruhiko Kuroda
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5 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: muitos artigos sobre o assunto, o influente site Project Syndicate pergunta se os BRICS estão em queda, problemas também no resto do mundo
Como a economia mundial passou por anos de expansão até 2008, como costuma acontecer nos ciclos econômicos que não se consegue evitar até hoje, observam-se problemas que parecem não somente dos países emergentes incluídos como BRICS. O site do prestigioso Project Syndicate, que publica regularmente os mais variados autores consagrados em todo o mundo, abrangendo análises sempre interessantes, pergunta se que os BRICS estão em queda. Mas pode-se arguir se isto não estaria acontecendo em todo o mundo, salvo honrosas exceções, mostrando que o passa-se pelo ramo descendente de um forte ciclo. As exceções parecem concentrar-se entre os países de baixíssima renda per capita, que começam a sair da chamada miséria absoluta, dentro deste mundo globalizado.
Project Syndicate menciona com destaque artigos como de Joseph S. Nye que se refere à visita de Xi Jinping à Rússia para visitar Vladimir Putin, tentando renovar uma aliança importante que se manteve com a China no pós-Segunda Guerra Mundial para fazer face aos aliados. Noruriel Roubini, sempre considerado entre os mais pessimistas, que viajou por diversos países recentemente, menciona que a economia mundial não decola. Sanjaya Baru, que sempre escreve sobre a Índia, refere-se aos constantes atritos com a China, estes dois gigantes asiáticos.
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3 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: artigo de Beth Koike no Valor Econômico, aumento de produtividade pela resolutividade, experiências nos Planos de Saúde, Heráclito Brito, mudanças no comando da Rede D’Or
Quem imaginar que existe uma solução fácil no natural confronto da eficiência dos serviços médicos e hospitalares com os planos de saúde que viram a melhor rentabilidade para os seus controladores, pode estar enganado. Uns procuram prestar os melhores serviços cujos custos vão se elevando com os avanços tecnológicos, quando em outros setores da economia estes avanços costumam proporcionar reduções de custos. Os planos de saúde procuram naturalmente uma rentabilidade mais elevada para os seus controladores, procurando reduzir os seus pagamentos para os prestadores de serviços. E muitos deles passaram a ser controlados pelos fundos de investimentos que procuram evidentemente as melhores rentabilidades para os seus participantes.
Na notícia publicada por Beth Koike no seu artigo sobre a mudança de comando da Rede D’Or, que veio ampliando suas atividades com as aquisições de muitos hospitais, inclusive o São Luiz de São Paulo, informa-se que os novos dirigentes, como Heráclito Brito, com longa experiência do outro lado do balcão, ou seja, dos planos de saúde, procuram investir na ampliação da capacidade dos hospitais já existentes na rede, mudando a orientação anterior. Estaria tentando ampliar suas receitas com a manutenção dos seus custos, para não prejudicar a qualidade dos serviços prestados. Estaria procurando elevar a resolutividade dos serviços dos hospitais para conseguir manter bons relacionamentos com os seus clientes que são basicamente os planos de saúde.
Heráclito Brito
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2 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artifício com a ajuda dos estados, notícia no site da Bloomberg, superam as restrições de empréstimos externos para os municípios
Segundo uma notícia publicada no site da Bloomberg, alguns bancos internacionais como o JPMorgan e o Credit Suisse encontraram um mecanismo com alguns estados brasileiros para superar as restrições existentes de empréstimos externos aos municípios. Ainda que as taxas de juros tenham baixado na última operação para 4,216 por cento ao ano em dólares norte-americanos, quando a anterior teria sido feita com 5,33 por cento, estes empréstimos teriam como base os bônus de 15 anos emitidos por municípios, utilizando uma empresa de propósitos especiais do Estado, como o de Minas Gerais. O montante teria sido de US$ 1,27 bilhão e este mercado já contaria com operações idênticas feitas com o México, que somariam US$ 4,85 bilhões. Evidentemente, as taxas de juros são superiores aos empréstimos feitos para o Estado ou a União, atraindo os bancos internacionais, que contariam com garantias federais idênticas.
O artigo informa que em agosto do ano passado o governo brasileiro autorizou 21 Estados brasileiros a tomarem empréstimos até o montante de R$ 60 bilhões, ou seja, cerca de US$ 30 bilhões. Outros estados, como o Paraná e o Mato Grosso, também estariam cogitando destas operações, mas nem todos os estados são avaliados como seguros para estas operações pelos bancos.
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