8 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Estados Unidos e a China, intercâmbios complementares, intercâmbios nos mesmos setores, o caso da energia não poluente
Muitos analistas tradicionais ainda entendem que o intercâmbio bilateral entre dois países ocorre quando existem, por exemplo, complementaridades, com riqueza de matérias-primas em um deles e produtos industrializados em outros. Na realidade, muito do comércio internacional efetua-se intraempresas neste mundo globalizado, onde partes ou alguns modelos são produzidos em determinados países, intercambiando com outros produzidos em outros países. O mesmo parece acontecer com setores da economia, como indica um artigo publicado pelo The Economist sobre o que vem acontecendo entre os Estados Unidos e a China que são importantes parceiros comerciais, no segmento de energias renováveis.
A economia chinesa tem uma elevada capacidade de produzir grandes quantidades de produtos destinados à produção de energia solar, eólica e mesmo tecnologias avançadas para a produção e uso inteligente da energia, que acabam sendo exportados inclusive para os norte-americanos. Os Estados Unidos possuem tecnologias que estão embutidos em componentes avançados nos mesmos setores, que são exportados para a China para que sejam incluídos nos produtos que vão importar. Este tipo de intercâmbio comercial ocorre entre muitos países desenvolvidos com os emergentes que não se resumem na exportação de produtos primários, mas que já agregam valores adicionados utilizando estes produtos.
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7 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cachimbo entorta a boca, outros aspectos importantes, visão de Martin Wolf, visão de um analista financeiro | 2 Comentários »
O editor e principal comentarista econômico do Financial Times teve seu artigo publicado em português no Valor Econômico enfocando principalmente a política que será adotada pelo Banco Central do Japão, o Bank of Japan. Ainda que seja um dos melhores analistas de questões econômicas, o seu artigo parece viesado pela sua posição num jornal de enfoque eminentemente financeiro. Ele informa que o novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, objetiva conseguir passar da atual deflação para uma inflação de dois por cento ao ano. Para tanto, teria designado para o comando da política monetária Hakuhiko Kuroda, ex-vice-ministro de finanças para assuntos internacionais e ex-presidente do Asian Development Bank, um duro crítico da inércia da antiga política econômica japonesa, que será secundado pelos dois vice-presidentes no Bank of Japan, Kikuo Iwata e Hiroshi Nakaso. E o autor pergunta se isto vai funcionar?
Por tudo que se observa na nova política econômica japonesa, que está ficando conhecida no exterior como “Abeconomics”, não parece se concentrar num objetivo de inflação de dois por cento ao ano, ainda que a dívida pública japonesa, que já é das mais altas no mundo, continue crescendo. Na realidade, já está se conseguindo uma forte desvalorização do yen japonês perante as demais moedas, principalmente o dólar norte-americano, que já supera a vinte por cento desde a designação do novo governo japonês. Como existe uma credibilidade nas autoridades que se perseguirá a competitividade da economia japonesa no mundo, mesmo sem a atuação do Bank of Japan, já se conseguiu este que parece um dos objetivos mais importantes desta política.
Shinzo Abe Hakuhiko Kuroda
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7 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: acompanhamento das safras, notícia no Valor Econômico, projeto conjunto da Hitachi e da Mitsui, tecnologia da informática, utilização de informações colhidas por satélites
Ainda que seja tradicional o trabalho de acompanhamento das grandes plantações com informações colhidas pelos satélites, este projeto conjunto da Hitachi com a Mitsui, como apresentado no artigo de Gustavo Brigatto e Carlos Ferreira no Valor Econômico, parece apresentar importantes inovações para serem aplicadas por produtores que trabalham com mais de 10 mil hectares de plantações. Informam que as pesquisas iniciais estão sendo feitas no Brasil numa fazenda do grupo Mitsui na região do Xingu, no oeste baiano. Algumas informações colhidas pela Mitsui já vêm sendo utilizadas por alguns produtores brasileiros com sucesso, como as previsões de chuvas, que apresentam elevado acerto, com mínimos de dias de diferenças, importante para o inicio da semeadura.
Pelas informações constantes do artigo, esta tecnologia já vem sendo aplicada no norte do Japão para acompanhamento da produção de arroz e trigo, e os japoneses desejam aplicar a mesma adaptada às condições brasileiras brevemente, bem como em outros países emergentes importantes produtores de cereais. Os dados coletados pelos satélites exigem um mínimo de comprovação no campo, pois colorações diferentes captadas pelos satélites podem ter causas diferentes. Por exemplo, o início de uma praga na plantação de soja pode ser confundido com a maturação da planta, e a recomendação para os agricultores necessitam ser precisa, como a necessidade imediata de um tipo de pulverização.
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6 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: alguns destaques, artigo na Folha de S.Paulo, dados da Thomson Reuters, perigos das generalizações
Todos os analistas reconhecem que as pesquisas e inovações são fundamentais para acelerarem o desenvolvimento econômico. E os dados coletados pela Thomson Reuters são os mais utilizados para medir o que está acontecendo. Um artigo elaborado por Rafael Garcia, publicado na Folha de S.Paulo, relata os esforços que estão sendo efetuados pelos países emergentes, agrupando o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a Coreia do Sul, que são heterogêneos entre si. Informa-se que quase chegam a alcançar em conjunto os G7 (EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Canadá) em patentes, mas os dados mais utilizados são as referências constatadas nos artigos científicos das principais revistas do mundo, que são poucas como o Science e Nature.
O artigo informa que a produção científica brasileira aumentou, mas o país ainda registra menos inovação do que outros emergentes. O que realmente interessa para o desenvolvimento são as patentes que permitem a produção mais eficiente de produtos, tanto para o mercado interno como voltado para a exportação. Ainda que o Brasil venha se destacando com artigos científicos sobre agricultura, zoologia e botânica, toxicologia e farmacologia, microbiologia e ambiente/ecologia, que são importantes, os coreanos e chineses se concentram nas tecnologias que permitem que seus produtos sejam crescentemente competitivos, inclusive com os desenvolvidos.
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5 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a política do Bank of England, a política do Bank of Japan, a política do FED, as lições do Professor Delfim Netto, recomendação de humildade
A magnífica coluna do professor Delfim Netto de hoje no jornal Valor Econômico mostra a necessidade de maior humildade por parte dos economistas, que pouco sabem sobre os efeitos dos instrumentos que utilizam na execução da política econômica, tanto no Brasil como nos Estados Unidos e na Europa. Outro artigo da Yuriko Koike, do Partido Liberal Democrata do Japão, atualmente no governo tendo como primeiro-ministro Shinzo Abe, desejando implementar a chamada Abenomics, também mostra os resultados diversos que estão colhendo naquele país, apesar de perseguirem um aumento da inflação para o nível de dois por cento por ano, como está no seu artigo publicado no Project Syndicate com o irônico paralelo com a eleição do Papa, que sugere que a economia passou a ser como a religião, mais uma questão de crença do que de conhecimento pseudocientífico.
Delfim Netto cita as manifestações do Open Market Committee do FED norte-americano e do Monetary Political Committee do Bank of England que indicam que estamos num território totalmente desconhecido, quando se supunha que a teoria monetária aperfeiçoada por 250 anos tinha a capacidade de controlar a economia, ainda que com algumas demoras. E permitiram que patifarias fossem efetuadas pelas autoridades com os dirigentes de instituições financeiras que receberam substanciais ajudas, tornando-se mais que milionários, a custa dos pequenos poupadores. Sempre se alimentou a ideia que os mercados eram “perfeitos, moralmente administrados e seguramente autorregulados”.
Delfim Netto Yuriko Koike
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4 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: ampla cobertura sobre a África, as relações com o Brasil e a Ásia, limitações e potencialidades
O The Economist é uma revista que está atenta ao que acontece de relevante no mundo, e no número desta semana publica um relatório especial, com diversos artigos. Isto tem uma importância grande para o Brasil que está presente também, notadamente na África de língua portuguesa, onde somos considerados com simpatia como uma espécie de irmão mais velho da mesma origem na metrópole portuguesa. E porque os brasileiros estão presentes na exploração dos seus recursos minerais como potencialidades agropecuárias, principalmente nas savanas africanas que apresentam semelhanças com o nosso cerrado, transferindo tecnologias. Suas produções visam os mercados asiáticos, com economias nos custos de transporte para os grandes mercados compradores da Ásia. Precisamos consolidar as nossas parcerias, antes que eles se tornem importantes concorrentes.
Todos que viajam pelo continente africano constatam que a África de hoje não se resume na imagem estereotipada que ainda muitos possuem sobre este continente. Mas ainda é um continente de contrastes e flutuações, e, segundo o artigo do The Economist, nos últimos dez anos a sua renda real per capita aumentou mais de 30%, enquanto nos últimos 20 anos diminuiu 10%, mesmo que suas estatísticas não sejam totalmente confiáveis. Os investimentos diretos estrangeiros na África de US$ 15 bilhões em 2002 passaram para US$ 37 bilhões em 2006 e US$ 40 bilhões em 2012, ainda que suas estatísticas sejam precárias, com destaque para os efetuados pelos chineses.
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2 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: insatisfações dos estudiosos, mudanças que estão observando, perspectivas de longo prazo
O suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico deste fim de semana apresenta dois artigos que merecem ser analisados. Um de Murillo Camarotto, que visitou a pequena localidade de Cocal no Estado do Piauí, que era considerada das mais pobres no país, e outra de Diego Viana baseado numa pesquisa de Anilson Favoreto e outros da Universidade Federal do ABC e do CEBRAP – Centro Brasileiro de Análise e Planejamento feito em Monteiro, na microregião do Cariri paraibano. Diante de muitos trabalhos que vim realizando desde fins dos anos cinquenta do século passado no nordeste brasileiro, sinto-me qualificado para uma análise do que está se constatando.
O primeiro trabalho do qual participei foi no Vale do Açu, no Estado do Rio Grande do Norte, um dos primeiros de irrigação fora dos moldes do DNOCS – Departamento de Obras Contra a Seca, que visavam construir açudes no nordeste brasileiro, diante do diagnóstico que os rios da região não tinham a capacidade de regularizar as águas decorrentes das precipitações baixas e irregulares. O organismo, infelizmente, estava somente a serviço dos políticos locais, conseguindo poucos resultados. Mas, com a perspectiva de quase cinquenta anos, é possível perceber mudanças radicais ocorreram na região nordeste como um todo, com mais destaque em algumas áreas e menores em outras.
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2 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a produção do gás de xisto nos EUA, disputas tribais, previsões de ampliação, problemas variados
São impressionantes as notícias sobre o rápido aumento da produção de petróleo e gás do xisto (shale-oil). Há cinco anos, eram insignificantes, tendo chegado em 2010 a 23% de todo o gás produzido nos Estados Unidos, estimando-se chegar a 49% em 2035, e algo semelhante vem acontecendo do petróleo de mesma origem. Aquele país espera ficar independente da importação de energia nas próximas décadas, provocando uma das mais espantosas mudanças estruturais na sua economia. Este verdadeiro boom não poderia deixar de provocar também muitos problemas cujas discussões científicas e jornalísticas se intensificam.
Como na fragmentação do xisto, visando a produção de petróleo e gás, utilizam-se variados métodos, mas normalmente envolvendo a injeção de água com produtos químicos, e existem discussões técnicas sobre a poluição que estaria ocorrendo no subsolo, ainda que não existam, por ora, comprovações científicas insofismáveis, possivelmente do curto tempo decorrido. Nos vazamentos de óleo na superfície são evidentes os danos ecológicos, discutindo-se os males que estão causando aos animais e seres humanos. Nos transportes dos produtos químicos existem elevados riscos de contaminação do meio ambiente. Discute-se também o aumento dos riscos de terremotos com estas explorações.
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1 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a revista Inovação Brasileiros, artigos interessantes, diversos setores onde eles ocorrem
Muitos esforços de inovações estão ocorrendo em todo o Brasil, apesar de sua intensificação ser indispensável. A revista Inovações Brasileiros, bimestral, acaba informando iniciativas variadas, que vão deste a melhoria na educação, na instalação de um parque tecnológico, produção de bicicletas com o uso do bambu, o parque dos falcões, pesquisas de neurociências em conjunto com os norte-americanos, a produção artesanal de cervejas, a carreira de um executivo, esforços para assistências às aves, veículos de entretenimentos e outros pequenos assuntos.
Acompanhando os seus diversos números, nota-se que esforços estão sendo efetuados, ainda que insuficientes. Mas já é um começo e aumenta a consciência da população que estes esforços necessitam ser apoiados e multiplicados, como já vem ocorrendo em diversos países que estão se desenvolvendo, sejam já avançados ou mesmo emergentes e concorrentes com o Brasil.
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28 de fevereiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: indícios brasileiros, indícios de melhoria na economia chinesa, o noticiário pessimista, problemas de confiança
Os economistas e os empresários sempre utilizaram alguns indicadores como antecedentes das tendências futuras das economias. Os aumentos das demandas de papelão ondulados costumam indicar que as empresas estão preparando embalagens para vendas crescentes no futuro próximo, os aumentos das vendas de veículos de transporte indicam perspectivas da elevação de transportes de cargas, aumentos das encomendas ou compras de equipamentos indicam expectativas de produções crescentes, e o aumento da demanda de minérios indicam possibilidades de aumentos de produtos siderúrgicos que serão utilizados para as mais variadas produções, são alguns exemplos.
As empresas siderúrgicas de todo o mundo esperavam que com a desaceleração do crescimento da economia chinesa ocorreria uma sobra de produtos siderúrgicos naquele país, que seriam colocadas a preços mais baixos no mercado internacional. Tempos difíceis eram esperados pelas siderurgias de todo o mundo com o aumento da concorrência. No entanto, está se constatando atualmente que as demandas de minérios na China continuam se recuperando, como a Vale informa por intermédio de seu diretor executivo de ferrosos e estratégia, José Carlos Martins numa entrevista para o jornal Valor Econômico, dando indícios de melhoria até dos preços dos minérios, ainda que seja difícil de estabelecer o seu patamar em que deve ficar neste ano.
José Carlos Martins
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