Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Bloomberg Publica Sobre os Novos Capitalistas Chineses

27 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: muitos novos capitalistas chineses descendem dos líderes companheiros de Mao Tsetung, os relacionamentos com as estatais chinesas, toda a sorte de irregularidades e privilégios

Um grande grupo de jornalistas da Bloomberg publicou um longo artigo denunciando que descendentes dos chamados “Oito Imortais”, que apoiaram Deng Xiaoping após a morte de Mao Tsetung na abertura da China para a economia de mercado, contaram com inúmeros privilégios que lhes permitiram acumular grandes fortunas. A íntegra do artigo pode ser acessada, em inglês, no: http://www.bloomberg.com/news/2012-12-26/immortals-beget-china-capitalism-from-citic-to-godfather-of-golf.html. A Bloomberg alega que muitos dos mencionados não responderam as questões que lhes foram formuladas por e-mail, mas deve-se levar em conta que esta instituição está proibida de operar em toda a China, só o fazendo em Hong Kong.

Estas acusações são bastante comuns em diversos países que passaram por períodos autoritários, com destaque para a Rússia, e seria conveniente entender que a China na sua milenar histórica somente contou com cerca de 50 anos de comunismo, ainda que o problema de corrupção seja antigo. Tendo trabalhado em torno de 1985 na China, foi possível constatar que a maioria dos chineses persegue os lucros milenarmente, desde a época da Rota da Seda, sendo bons comerciantes, tendo um forte espírito que poderia ser chamado de capitalista de aproveitamento das oportunidades que se apresentavam. Não há duvidas que as conexões dos grupos estrangeiros com as autoridades eram importantes, num país em que o governo chinês controlava tudo o que poderia ser relevante. A própria formação dos grandes grupos econômicos nos Estados Unidos, ou no Reino Unido, passaram por períodos que hoje poderiam ser considerados de privilégios, se não do exercício de poderes monopolísticos, que procuram ser coibidos agora. O próprio sistema financeiro internacional, mesmo atualmente depois de 2008, recebeu uma assistência governamental em volume inusitado, ação criticada por outros segmentos da economia.

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Vídeo no Site do Valor Econômico Sobre Robótica

26 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: legenda em português, produzido pelo FT, robótica na ajuda aos seres humanos, vídeo no site do Valor Econômico

Um interessante vídeo está sendo divulgado no site do Valor Econômico mostrando que a Toyota está se empenhando na produção de robôs para atividades que vão além das linhas de montagens de automóveis. O vídeo produzido pela FT em Nagoya, no Japão, mostra que os mesmos ajudam pacientes que têm dificuldades motoras a efetuar seus movimentos. Com o aumento de idosos com problemas entre os japoneses, a Toyota está caminhando no sentido de ajudar nos tratamentos médicos, além de exercer atividades que seriam dos chamados helpers, mas que tendo suas próprias personalidades teriam dificuldades de atender permanentemente as vontades dos pacientes.

Estes vídeos podem ser acessados diretamente entrando no site do Valor Econômico que é http://www.valor.com.br/ , e poderá ser localizado facilmente no setor que trata dos mesmos. Como algumas falas estão em japonês, há legendas em inglês, e o jornal tornou disponível também o conjunto todo em português, dando o devido crédito para FT.

Outras informações de variadas fontes informam que muitos robôs já estão sendo utilizados em cirurgias, com grande precisão e cuidado, mas o seu emprego necessita de aprovação das autoridades de cada país, como os medicamentos.

Tudo indica que os robôs não terão necessidade de possuírem formas humanoides, como costuma aparecer em diversos meios de comunicação, mas podem ser apresentados nestas formas para se tornarem mais amigáveis para os pacientes que possuem poucos contatos humanos.

Evidentemente, além dos problemas meramente físicos, muitos pacientes necessitam de calor humano, e como a carência de recursos humanos para tanto estão ficando cruciais, o Japão vem autorizando estrangeiros que tenham capacidade de se comunicar no idioma japonês, com destaque para filipinos e indonésios.

Os diversos desafios que estão sendo apresentados por um número cada vez maior de idosos em todo o mundo que, infelizmente, demandam mais serviços médicos e correlatos, acabam estimulando outros setores da atividade econômica a produzirem equipamentos adequados para tanto, utilizando o que já se conhece nos setores industriais.


Mudanças no Mundo Não Percebidas Pelos Europeus

26 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Hubert Védrine no Foreign Policy, dificuldades na percepção das mudanças, reprodução em português no O Estado de S.Paulo, resquícios do colonialismo | 1 Comentário »

Ainda que as mudanças que estão se processando no mundo sejam lentas é difícil compreender como Hubert Védrine, que foi nada menos que chanceler na França, que publicou um artigo no Foreign Policy reproduzido em português no O Estado de S.Paulo, tenha tamanha dificuldade no seu entendimento. Ele parece continuar a viver num mundo centrado na Europa, aliada com os Estados Unidos, que continuaria comandando o mundo, cabendo aos demais somente um papel secundário. O título do artigo resume o seu pensamento: “Ocidente não tem nada a temer, além do próprio medo”.

Ninguém pode negar que os Estados Unidos ainda possuem um papel fundamental no mundo, e que herdou esta posição da Europa, como ficou comprovado na Segunda Guerra Mundial. A Europa ainda que tenha acumulado um patrimônio importante, principalmente do ponto de vista cultural, parece arrogar-se em continuar como a metrópole do resto do mundo colonial. Ainda que tenham conseguido a sua posição ao longo de alguns séculos, parece que não seria tão difícil admitir que o mundo conte também com a Ásia, a América Latina, a África e todo o Pacífico, que vai recuperando e impondo a sua importância econômica e política.

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Imaginando o Ponto de Vista do Paraguai

26 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a história da Tríplice Aliança, as tendências nacionalistas, dificuldades que enfrentam no Mercosul, o que motivou o artigo histórico do The Economist sobre o Paraguai

Para tentar entender um pouco o artigo publicado no The Economist sobre a guerra sem fim do Paraguai, seria interessante se colocar no ponto de vista dos dirigentes daquele país, que faz parte do Mercosul. Os outros países da América do Sul entenderam que a deposição recente do presidente Fernando Lugo, um bispo católico que chegou a poder eleitoralmente derrotando o forte Partido Colorado que domina o país por muito tempo, foi efetuado num processo rápido e foi considerado na realidade um golpe sobre quem ficou conhecido como o “pai dos pobres”. Ainda que Lugo tenha reconhecido dois filhos das quatro mulheres que alegavam ter relações quando ainda deveria ser celibatário, a acusação final sobre ele foi de corrupção.

Um dos diplomatas paraguaios que discutia com os demais representantes dos outros países sobre a suspensão do Paraguai do Mercosul, que se estendia para a OEA – Organização dos Estados Americanos, referiu-se à Tríplice Aliança. Ela foi formada pelo Brasil, Argentina e Uruguai no século XIX para sufocar Solano Lopes e seus soldados, no que é considerado até hoje um dos maiores massacres da história. Thomas Whigham, da Universidade de Geórgia, estima que foram mortos 60% da população do Paraguai e 90% dos seus homens. Também do lado brasileiro, que era a principal força da Tríplice Aliança, os custos foram elevados, ainda que lembrados como grandes marcos militares do Brasil, consagrando Duque de Caxias e o Almirante Visconde de Tamandaré, diante das poucas guerras externas das quais participaram forças brasileiras.

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Ilustrações da Guerra do Paraguai e da Batalha do Riachuelo

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Contínua Ampliação do Cerrado Brasileiro

23 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo na Folha de S.Paulo, o que vem acontecendo no cerrado brasileiro, olhos para ver, superação contínua das dificuldades

Como sempre, no mar do pessimismo cultivado atualmente por muitos analistas com o que acontece no mundo de negativo, fica-se com a impressão que estamos dominados lamentavelmente por uma cultura da “fossa”, que considera um sinal de elevada manifestação de inteligência se aprofundar na depressão, como prevaleceu em alguns períodos que se seguiu à Segunda Guerra Mundial. Ainda que sempre hajam desafios a serem vencidos, como ao longo da história da Humanidade que acabaram sendo superados, parecem que insistem em não ver o que também acontece de positivo.

Um artigo publicado neste domingo pela Folha de S.Paulo, pela jornalista Tatiana Freitas, enviada especial para Balsas no Maranhão, Araguaína e Pedro Afonso no Tocantins, “Cerrado vira terra fértil e se torna nova fronteira agrícola”, na região que passou a ser conhecida como Mapitoba, compreendendo áreas do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, antes considerada das mais pobres do país. Minha experiência longa e pessoal é da época em que o Cerrado passava a ser cultivado intensamente em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, chegando à Bahia. Antes, porém, também o Estado de São Paulo contava com cerrados extensivamente ocupados pela pecuária, que viraram ricas terras de cultura agrícola. E assim vai continuar ocorrendo ainda por muitos anos.

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Editoria de Arte/Folhapress

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Mudanças Num Importante Símbolo do Capitalismo

22 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aquisição da Bolsa de Nova Iorque pela ICE, avanço das atividades eletrônicas, indicações da profundidade da crise financeira mundial

Para quem não é do setor, a venda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, a famosa The New York Stock Exchange, para a sua concorrente ICE – Intercontinental Exchange, baseada em Atlanta, por um valor de US$ 8,2 bilhões é extremamente surpreendente, pois chegou a ser cotado em US$ 108,26 bilhões em 2006. O assunto está explicado num artigo do The Economist, que informa ainda que o atual valor da transação oferece um bom prêmio sobre o seu real valor. Isto mostra o quando as bolsas de valores perderam nas suas rentabilidades nos últimos anos, notadamente depois da crise financeira de 2008.

A ICE é uma bolsa que trabalha mais com produtos, como energia, no mercado futuro e em todo o mundo, algo parecido com a antiga BMF – Bolsa de Mercadorias e Futuro, que já tinha se fundido no Brasil com a Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo. Na realidade, as transações, mesmo em bolsas, ocorrem mais eletronicamente, não havendo mais aqueles famosos gritos nos pregões. Parece que estas mercadorias continuam mais firmes, mas também trabalham com diversos tipos de papéis derivativos, que se multiplicam no mercado, exigindo algumas especializações para a avaliação corretas dos riscos envolvidos, bem como as formas mais sofisticadas para as suas coberturas.

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Bolsa de Valores de Nova Iorque

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O Combate à Corrupção em Todo o Mundo

21 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: desdobramentos, o caso do Mensalão no Brasil, o destaque na China, problemas no Japão | 4 Comentários »

A principal resolução do Partido Comunista Chinês – depois do caso em que Bo Xilai acabou expurgado da agremiação, ele que tinha a pretensão de tornar-se membro do grupo restrito de comando – foi dar uma forte ênfase no combate à corrupção. Os novos dirigentes escolhidos, começando por Xi Jinping, o novo secretário-geral e comandante máximo das forças militares, que deverá assumir a Presidência da China nos primeiros meses de 2013, destacam que a praga que pode comprometer o desenvolvimento daquele país é a corrupção. No Japão, ainda que o poderoso Ichiro Ozawa tenha sido livrado da Justiça, não teve condições de continuar no PDJ – Partido Democrata do Japão, e seus auxiliares diretos acabaram condenados, mostrando que algo de podre havia no seu grupo. No Brasil, o processo que ficou conhecido como Mensalão acabou condenando importantes ex-dirigentes do PT – Partido dos Trabalhadores, inclusive o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e seu ex-presidente da agremiação, José Genoino.

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Bo Xilai                             Ichiro Ozaki                     José Dirceu e José Genoino

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The Economist Sobre as Eleições no Japão e na Coreia

21 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do The Economist no seu site, cuidados sobre o comando de Shinzo Abe, eleição de Park Geun-Hye na Coreia do Sul

Depois da agradável surpresa com os resultados arrasadores conseguidos pelo PLD – Partido Liberal Democrata, comandado por Shinzo Abe, nas eleições do último domingo e das eleições coreanas de quarta-feira, com a vitória apertada de Park Geun-Hye e seu partido Saeniri, o artigo do The Economist no seu site já reflete uma posição mais cautelosa. Ambos são descendentes de controvertidos líderes políticos locais. Os problemas que precisam ser resolvidos no Extremo Oriente são complexos, acabando por confrontar o Japão com a China do ponto de vista político, obrigando a convivência de países que precisam acelerar o crescimento de suas economias, tendo ainda como pano de fundo os resquícios deixados pelas guerras passadas entre seus povos.

Shinzo Abe retornou ao poder mais pela objeção dos eleitores ao atual PDJ – Partido Democrata do Japão que ocupa o governo até o próximo dia 26 de dezembro, como já postamos neste site. Ele está prometendo ativar a economia japonesa provocando uma inflação de 2% ao ano e desvalorização do yen, interferindo na atual política do Banco do Japão que tem um objetivo vago de uma inflação de 1%, quando o país vem sofrendo problemas de deflação. A independência das autoridades monetárias acaba restrita. Recebe o apoio do empresariado, que também não conta com expressivos líderes, enquanto o elevado montante da dívida pública não permite muitas manobras.

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Shinzo Abe                                                               Park Gean-Hye

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Suplemento do Valor Econômico Sobre Cenários Para 2013

20 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: analistas financeiros e acadêmicos mais críticos, autoridades mais otimistas, depoimentos como os esperados, empresários mais realistas e cautelosos

No panorama geral que se pretendeu, ousadamente, descrever o que pode acontecer em 2013, os depoimentos refletem o que seria de se esperar: autoridades sempre mais otimistas, empresários mais realistas, mas cautelosos, analistas financeiros e acadêmicos mais críticos. Constam do suplemento especial sobre os cenários para 2013, publicado pelo Valor Econômico, com depoimentos de brasileiros e estrangeiros. Ainda que o futuro seja sempre incerto e depender do que vai ser feito, todos desejam traçar um cenário que poderiam orientar suas atividades, o que seria sempre uma ousadia.

Por mais pragmáticos que os depoimentos sejam, basta olhar o que aconteceu neste 2012, que surpreendeu a todos com mais dificuldades que seriam previsíveis. A recuperação europeia está sendo mais problemática, os Estados Unidos conseguem alguns resultados prejudicando outros parceiros, a Ásia sofre uma ligeira desaceleração, e o resto do mundo, inclusive o Brasil, sofre com o cenário internacional que ocorreu.

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Cultura de Evitar Desperdícios

18 de dezembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: crises estimulam economias, efeitos das atuais crises, magnitude dos desperdícios, povos que foram pobres

Os brasileiros desenvolveram uma cultura própria vivendo num país tropical, abençoado por Deus, que propicia desperdícios diante da abundância que os cercam, sem grandes desastres naturais. Os lixos dos brasileiros estão entre os mais ricos do mundo, com as sobras de contêm, como de alimentos. Os povos que passaram por dificuldades, como guerras, contando com poucos recursos naturais e sofrendo invernos rigorosos tendem a providenciar reservas para os períodos de falta. E os economistas consagrados informam que evitar os desperdícios acaba sendo a forma mais econômica para contar com alguns fornecimentos adicionais, como por exemplo, o suprimento de energia elétrica.

Muitos filhos de imigrantes que são numerosos no Brasil receberam na sua infância lições dos seus pais afirmando que nada deveriam deixar nos seus pratos nas refeições. Entre os japoneses, utiliza-se a expressão “motainai”, que seria indicar que está se desperdiçando o que se produziu com muito sacrifício. Explicaria em parte porque a poupança é elevada no Japão como em diversos países asiáticos, enquanto entre os brasileiros costuma ser baixa, porque a natureza favorece a disponibilidade para a alimentação de amanhã.

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