13 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: início de reformas mesmo impopulares, novas aberturas, novos planos de Manmohan Singh para a Índia, saindo do marasmo | 2 Comentários »
Manmohan Singh, o credenciado primeiro-ministro, da Índia já veio introduzindo inovações naquele país desde quando assumiu o seu Ministério de Finanças. Mas, nos últimos anos, a Índia ficou excessivamente controlada pelos seus burocratas, com a corrupção grassando entre seus políticos, ao mesmo tempo em que era atingido pela crise econômica internacional, reduzindo o seu crescimento e criando um clima de desânimo. Desde setembro último, o primeiro-ministro decidiu iniciar a tomada de decisões pouco populares, mas indispensáveis para resolver os seus problemas de longo prazo. O assunto está tratado no artigo elaborado por Shashi Tharoor, que, além de diversos cargos internacionais, é parlamentar na Índia, sendo o autor do livro “Pax Indica: India and the World of the 21st Century”, cuja íntegra pode ser encontrado no Project Syndicate.
Muitos analistas estão apontando as novas medidas tomadas pela Índia como exemplo para os países emergentes que enfrentam problemas de desaceleração do seu crescimento como o Brasil. Mesmo retirando mais de 10 milhões de indianos anualmente da pobreza absoluta, Manmohan Singh tomou a surpreendente iniciativa de enfrentar a impopularidade, abrindo o setor de varejo e da aviação civil para empresas estrangeiras, que encontra resistências políticas. O governo reduziu os subsídios para o diesel e o gás de cozinha, apesar da vociferante oposição política local.
Shashi Tharoor Manmohan Singh
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11 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: além da macro e microeconomia, artigo postado no Project Syndicate, autores chineses
Os autores Andrew Sheng, professor adjunto da consagrada Tsinghua University da China, e Xiao Geng, diretor de pesquisa do Instituto Fung Global, tecem considerações atualizadas sobre os avanços registrados nas análises econômicas recentes, que vão além das acadêmicas de micro e macroeconomia. Como as tradicionais análises econômicas não estão conseguindo explicar o que vem acontecendo na recente economia mundial globalizada, como outros autores atualizados no mundo, propõem os estudos de meso-economia que recomendam a incorporação de aspectos institucionais, e da meta-economia que aprofunda os aspectos funcionais da economia, voltando ao que se considerava economia política no passado, na sua fase inicial desta parcela do conhecimento humano.
Eles se baseiam nas frustrações expressas por prêmios Nobel em economia como Ronaldo H. Coase e Paul Krugman. Referem-se às contribuições de Kurt Dopfer, John Foster e Jason Potts que adicionam aspectos institucionais como tribunais, partidos políticos e religiões para entender os problemas econômicos da população, empresas e países. Com as contribuições da meta-economia, as análises aprofundam aspectos funcionais para entender as complexas, interativas e os sistemas holísticos da vivência, citando contribuições como de Fritz Schumacher e Eric Beinhocker, mostrando que os economistas chineses se encontram nos estágios atualizados da análise econômica.
Andrew Sheng e Xiao Geng
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9 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a venda da Amil para a UnitedHealth, ampliação das dificuldades, noticiado em todos os jornais, os problemas existentes
Todos os jornais brasileiros, como o Valor Econômico, num conjunto de artigos comandados por Beth Koike, divulgaram com generosos espaços a notícia sobre a venda de 90% da Amil, a maior empresa de plano de seguro saúde do Brasil, para a UnitedHealth, a maior nos Estados Unidos e que já opera em 18 países, envolvendo cifras aproximadas de R$ 9,8 bilhões. Permanece com o grupo brasileiro a parcela relacionada a alguns hospitais no Brasil (eles controlam 22 hospitais e 50 clínicas médicas), bem como a parcela de 10%, ao mesmo tempo em que o empresário brasileiro Edson Bueno torna-se o a maior acionista privado do grupo norte-americano. Informa-se que as negociações demandaram anos.
O grupo controlador da Amil dispõe de 70% das ações da empresa, que conta com o restante no mercado de capitais. Informa-se que o seu capital será fechado, por meio de oferta pública para aquisição, o que já vem gerando especulações diante do vazamento de informações. Esta operação acontece no momento em que a classe médica brasileira manifesta publicamente a sua insatisfação com as remunerações dos seus trabalhos pelos planos de saúde, o que acontece também com as prestadoras de serviços para estas empresas. Informa-se que a UnitedHealth é um grupo originário de pessoas relacionadas com a TI – Tecnologia da Informação, dispondo dos melhores sistemas para o setor.
Edson de Godoy Bueno e Stephen J.Hemsley, presidente da UnitedHealth
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8 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Samantha Pearson no Financial Times, Maria das Graças Foster, origem humilde para até a presidência da Petrobras
No artigo de Samantha Pearson, publicado no Financial Times, consta um pouco da vida da Maria das Graças Foster, atualmente presidente da Petrobras. Mas refere-se a sua adolescência modesta na favela, como se fora um roteiro de cinema, pois teve que recolher latas de outras sucatas para poder comprar os livros escolares. Escreveu cartas para migrantes analfabetos e outros biscates para ajudar a família, fugindo do caminho dos traficantes. Chegou ao atual posto depois de acumular títulos como bacharel em ciências, engenharia química, mestrado em engenharia química, pós-graduada em engenharia nuclear e MBA em economia, como muitos dos 40 milhões que saíram da pobreza na última década durante o governo do ainda popular Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas o artigo afirma que ela não deseja nenhuma piedade, revelando que teve uma infância feliz, não havendo necessidade de superação dos obstáculos para se obter o sucesso. Funcionária de carreira da Petrobras conhece os seus problemas, e é casada com Colin Vaugham Foster, inglês, que também trabalha na empresa. No seu gabinete, que tem uma vista linda do Rio de Janeiro, fica com a foto da presidente Dilma Rousseff que a escolheu para o cargo.
A presidente Dilma Rousseff e presidente da Petrobras Graça Foster
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8 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comércio internacional, consumo de pescados no Brasil, produção da aquicultura
Um interessante artigo foi publicado no Valor Econômico, elaborado por Luiz Henrique Mendes e Tarso Veloso, tratando do aumento do consumo de pescados no Brasil, que está sendo parcialmente suprido pela importação. Todos sabem que apesar do extenso litoral brasileiro e uma quantidade invejável de rios, o consumo de pescado no Brasil manteve-se baixo, começando a crescer significativamente nos últimos anos. Mesmo que a criação dos mesmos venha aumentando no país, ainda está muito abaixo do potencial, tanto para o atendimento do mercado interno como a exportação. Seria o caso da criação de um vigoroso programa do governo para o seu incentivo.
Todos sabem que o litoral brasileiro não é dos mais piscosos, pois as lindas praias existentes não favorecem a pesca extrativa. Na América do Sul, por exemplo, diante da existência dos Andes, o Pacífico apresenta águas mais profundas e frias, fazendo com que o Chile e o Peru sejam grandes exportadores, inclusive de espécies criadas, como é o salmão muito importado pelo Brasil. A informação não muito conhecida é que o Brasil é importador do pangasius (conhecida em inglês como catfish, que é uma espécie de traíra) inclusive da China e do Sudeste Asiático.
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8 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as transformações recentes e rápidas do centro de Tóquio, experiências japonesas nas valorizações das áreas urbanas, expressivas inovações no planejamento urbano
Como é sabido de forma geral, o espaço é vital e crucial no Japão e os japoneses acabaram desenvolvendo técnicas para o seu melhor aproveitamento em todos os sentidos. Isto ocorre nos pequenos apartamentos que proporcionam o conforto equivalente ao dobro do espaço em outros países. O chamado “land development” fez com que regiões próximas de Tóquio fossem mais bem aproveitadas, como por exemplo, com a criação da Cidade Científica de Tsukuba, numa das regiões menos desenvolvidas do Japão, hoje interligada à Capital pelo sistema de subway mais avançado dos japoneses.
O atual centro de Tóquio pouco tem do que ocorria por lá a menos de uma década atrás. Bairros inteiros, como Marunouchi, Otemachi. Yurakucho e Ginza, estão irreconhecíveis com os novos edifícios onde as lojas mais conhecidas do mundo estão intensamente presentes. Restaurantes e escritórios ocupam estas áreas nobres ao qual se somou recentemente a nova Estação Central de Tóquio, construída no início do século XX e que teve um aumento do espaço de cerca de 50.000 metros quadrados com a adição de dois novos pavimentos intermediários, com a manutenção da sua tradicional cobertura inglesa, permitindo a instalação de um novo Tokyo Station Hotel, de alto luxo, com vista para o Palácio Imperial.
A acirrada concorrência fez com que o outro lado da principal rede férrea do Japão, o bairro conhecido como Yaesu, se tornasse a nova atração como um revigorado centro comercial. Com a reabertura de loja de departamentos, como a Daimaru Matsuzakaya, centenas de novos outros estabelecimentos foram inaugurados na região. O novo Tokyo Okashi Land (terra dos doces, mas que se dedica a todos os alimentos) no primeiro subsolo da Primeira Avenida de Tóquio, aproveita o aumento de fluxo de passageiros da região.
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5 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: medidas com a participação do setor privado, notícias no Valor Econômico e no Nikkei, o programa Inovar Auto bem recebido
A manchete do jornal Valor Econômico, com base na matéria elaborada por Sergio Leo, informa que “Novo regime automotivo agrada a empresas do setor”, mostrando que a tributação do IPI – Imposto de Produtos Industrializados pode representar até 34%, se atendidos os requisitos do novo regime automotivo. Visa aumentar o uso de componentes locais, ao mesmo tempo em que se estimulam os investimentos em inovações e eficiência dos motores e das seguranças dos veículos. Constata-se que as críticas que as medidas até agora tomadas eram pontuais acabam sendo respondidas.
É interessante notar que o jornal econômico Nikkei divulga no mesmo dia que a Toyota está incentivando seus fornecedores de peças no Brasil para aumentarem a sua produção no país, de forma a reduzir os seus custos e adquirirem experiência internacional. A Toyota iniciou a produção do seu modelo Etios na unidade em Sorocaba, e esta orientação deve estimular os produtores de componentes até para veículos de outros fabricantes, inclusive japoneses.
Ministros Guido Mantega, Fernando Pimentel e Marco Antônio Raupp no lançamento do programa Inovar Auto. Foto: Jefferson Rudy
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5 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Joseph Stiglitz no Project Syndicate, ineficiências, mensagens que estão enviando
Joseph E. Stiglitz é prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia, e seus artigos merecem atenção, como o último publicado no Project Syndicate. Ele informa que o FED – Banco Central dos Estados Unidos, bem como o ECB – Banco Central Europeu, ao que poderia ser adicionado o BOJ – Banco Central do Japão, estão tomando pela terceira vez novas medidas do chamado “quantitative easing” – aumento dos meios de pagamento, visando o aquecimento das suas econômicas, sem conseguirem resultados expressivos. Muitos criticam que isto apresenta riscos inflacionários e aumento das despesas dos governos. Mas ele entende que estes riscos não existem, pois há uma grande capacidade ociosa no mundo atual.
Ele entende que eles estão enviando três mensagens: que as medidas anteriores não deram resultado; as taxas de juros continuarão baixas por muito tempo, possivelmente até meados de 2015; e que o mercado é incapaz de recuperar o emprego por si próprio, necessitando de medidas governamentais. O que ele acha é que se tornam necessários estímulos fiscais, quando estão tomando medidas de austeridade adicionais.
Joseph E. Stiglitz
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5 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aproveitamento dos participantes das reuniões do FMI/BM, assistências adicionais, Nikkei noticia promoções em Ginza
Já informamos que, depois de 50 anos, o FMI – Fundo Monetário Internacional e o BM – Banco Mundial voltam a realizar seus encontros anuais em Tóquio, reunindo próximo de 200 delegações dos diversos países membros. A Associação de Ginza, entidade que promove as empresas locais, procura tirar o maior proveito possível da presença de tantos visitantes ilustres. Ainda que a famosa sala de Kabuki esteja em reconstrução, a associação vai promover uma performance especial de estudantes primários no próximo dia 13 de outubro, pois a região é conhecida por estes espetáculos desde o período Edo (1603-1867), quando a capital ainda não estava transferida para esta cidade. A notícia foi dada num artigo do jornal Nikkei.
Os mais conhecidos restaurantes conhecidos como “ryoteis”, como o Kitcho, Shinkiraku e Kanetanaka, que apresentavam custosos jantares com a presença de “geishas” verdadeiras, que estão cada vez menos utilizadas, pretendem promover pacotes especiais no período das reuniões, entre 12 a 14 de outubro. Serão promovidas apresentações com incenso bem como arranjo floral, consideradas ícones da cultura japonesa.
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3 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: críticas sobre a sua falta de experiência política, entrevista concedida em Brasília, opiniões variadas, reformas indispensáveis
Em que pese à entrevista dada pela presidente Dilma Rousseff a Joe Leahy em Brasília, o artigo que foi publicado no Financial Times não conseguiu mostrar a qualificação do jornalista para aproveitar a rara oportunidade oferecida. A matéria está entremeada de opiniões como do professor Jose Scheinkman, de Princeton, da artista Fernanda Montenegro, do economista Tony Volpon, da Nomura Security, pronunciamentos da presidente na ONU e aspectos de sua carreira, inclusive quando foi presa e torturada como guerrilheira. Não conseguiu destacá-la dos problemas enfrentados pelo PT – Partido dos Trabalhadores e do protecionismo de que o Brasil está sendo acusado, ainda que tenha mencionado a inclusão de 30 a 40 milhões de brasileiros na classe média.
Tentando abranger tantos temas, o artigo não conseguiu entender o ponto crucial que o Brasil tenta recuperar a sua competitividade, não somente tornando os seus juros compatíveis com os internacionais, como começando a esboçar uma política industrial, ao mesmo tempo em que pragmaticamente incorpora a contribuição do setor privado no esforço de melhorar a sua infraestrutura. O jornalista pareceu perdido no meio das críticas fáceis de que o Brasil não se consegue efetuar as reformas necessárias, manter um ritmo de crescimento mais elevado recentemente, sem parecer entender a complexidade do quadro político local e o combate à corrupção, que compromete também outros países com os quais está concorrendo. Nem que tenha compreendido plenamente a política externa brasileira.
Dilma Rousseff durante encontro com David Cameron
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