3 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comportamentos de manada, dados virtuais, depois das melhorias nas comunicações, exageros nas depressões, exageros nas euforias
Observando-se os comportamentos econômicos nas últimas décadas em todo o mundo, nota-se que os sentimentos exagerados de euforia e depressão estão se acentuando nas suas flutuações. Tudo indica que a melhoria dos meios de comunicação tornou o mundo uma verdadeira aldeia global, onde as informações são transmitidas “on time” por meios como a internet, além dos meios tradicionais de comunicação social como o rádio, os jornais e revistas, a televisão. Dados dos comportamentos virtuais, como os das bolsas de valores, acabam sendo transmitidos instantaneamente por todo o mundo, acentuando os comportamentos chamados de manada. Quando são detectadas algumas tendências altistas, elas acabam sendo exageradas, ao mesmo tempo em que as de baixas também as são, acentuando as flutuações que eram naturais nos mercados de bens.
Depois de um longo período de uma “exuberância” exagerada, beneficiada pela globalização econômica que incorporou amplos segmentos que estavam fora do mercado internacional, os descontroles do setor financeiro propagaram a partir de 2008 um sentimento de crise semelhante ao que se seguiu a crise de 1929, quando muitos abusaram dos modelos econométricos imaginando que todos os riscos poderiam ser calculados. Mesmo com a lenta recuperação que está se processando, há momentos em que as naturais flutuações acabam gerando tendências exageradamente pessimistas, como as que se observam atualmente.
Imagens da Bolsa de Valores de Nova Iorque
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31 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Wall Street Journal, dependência das modas, planos de ampliação nos Estados Unidos, presença mundial, presidente Tadashi Yanai | 2 Comentários »
O Valor Econômico reproduz em português um artigo escrito por Seth Stevenson para o The Wall Street Jounal sobre os planos da Uniqlo. Tendo entrevistado por videoconferência Tadashi Yanai, o fundador e presidente da Uniqlo que se expande pelo mundo, com planos ambiciosos para os Estados Unidos, o autor do artigo apresenta as intenções desta rede de produtos de consumo de massa, que pretende chegar entre as primeiras do setor no mundo, sem se prender aos tecidos de fibras naturais como o algodão.
O presidente Tadashi Yanai informa que, baseado nos seus produtos de alta tecnologia, o chamado Heattech que aquece o corpo no inverno e o Airism que refresca no verão, com preços competitivos e modelos usuais, procura alcançar os consumidores de massa, que não procuram se diferenciar com vestuários da alta moda, comparando-se com os eletrônicos que atendem as necessidades de uma ampla gama de consumidores. Para tanto, usa a expressão “made for all”.
Tadashi Yanai
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29 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: elevadas taxas de poupança das famílias chinesas, intrigantes questões acadêmicas, outros casos asiáticos
Um estudo elaborado por Raman Ahmed e Heleen Mees publicado no Vox – Research-based policy analysis and comentary from leading economists mostra que muitos estudos profundos utilizando instrumentos estatísticos estão sendo efetuados, tratando das questões como as elevadas taxas de poupança das famílias chinesas e asiáticas. Utilizando métodos diferentes de análises e tomando dados de variados períodos, estes estudos não conseguem resultados substanciais, além dos mais genéricos. Ainda que muitos estudos estejam listados no artigo mencionado, parece que resultados robustos não conseguiram ser obtidos.
Tudo indica que elas decorrem de comportamentos absorvidos ao longo da história, transformando-se em culturas que recomendam poupanças para as eventualidades futuras, onde a previdência e a assistência social ainda não eram desenvolvidas. No caso da China, houve períodos em que o conceito de clã era importante, mais do que de família, e recomendava-se a poupança para fazer frente a situações de elevada incerteza, como as decorrentes das muitas guerras a que estavam sujeita. A necessidade de rápidos deslocamentos de suas residências parece ter determinado a preferência sobre ativos facilmente transportáveis, como joias e outras formas de reservas, como metais, pedras preciosas, pérolas, jades e peças de marfim.
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28 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: antecedentes, os frigoríficos de suínos de Santa Catarina, potencialidades, potencialidades das exportações de carnes brasileiras para o Japão | 2 Comentários »
Os principais jornais brasileiros e até o Nihon Keizai Shimbun – Nikkei, o principal jornal econômico do Japão, estampa a ótima notícia da potencial autorização de frigoríficos de suínos de Santa Catarina receberem permissão para exportar seus produtos para os japoneses. Não há dúvida que a notícia é alvissareira, mas seria interessante que se adicionasse as informações da evolução das longas negociações que vêm ocorrendo com as importações japonesas de carnes, que é um dos mercados mais sofisticados destes produtos, podendo servir de exemplo para outros países, notadamente da Ásia.
As autoridades japonesas alegaram por muitas décadas que a importação destes produtos apresentaria riscos sanitários, mas era uma forma de proteger a produção local, principalmente das provenientes de países vizinhos, como a China. É o que se denomina proteção “não tarifária”, mais terrível porque não permite nenhuma importação. Hoje, muitos produtos de origem agropecuária abarrotam as prateleiras dos supermercados japoneses, notadamente os provenientes da China e da Austrália, além de outros países do Sudeste Asiático. O critério era tão “científico e técnico” que toda a carne bovina proveniente dos países ao sul do México era considerada como apresentando riscos de aftosa, mesmo que houvesse áreas comprovadamente livres destes destas pragas.
Todos sabem que estas autorizações poderão ocorrer porque os Estados Unidos enfrentam uma insuficiência temporária da produção de rações que está afetando todo o mundo. Os frangos brasileiros que também sofriam restrições, hoje representam 90% das importações japonesas. Ainda que haja algumas defasagens, as carnes bovinas, com algum tempo, tendem a contar com maior liberalidade. Pois todas estas medidas consideradas “sanitárias” são meramente protecionistas, e acabarão se reduzindo com as condições imperiosas do mercado.
Mas, é preciso cuidar de novas restrições que possam ocorrer, com o uso de vacinas e outros medicamentos para evitar algumas pragas, que hoje são facilmente rastreáveis.
Existem correlações entre os preços dos frangos, suínos e até dos bovinos, ainda que haja defasagens e outros fatores que interferem nestes mercados. Portanto, se o frango brasileiro já conquistou o mercado japonês, há possibilidades que os suínos e os bovinos acabem conquistando uma parte do mercado japonês, pois os produtos brasileiros apresentam algumas diferenças com os dos outros concorrentes.
Por exemplo, no caso dos bovinos, os australianos, que são os grandes fornecedores dos japoneses, contam com raças originárias da Europa, devidamente adaptada às condições daquele país. No caso brasileiro, as carnes como as dos nelores decorrem do cruzamento das raças trazidas pelos portugueses com os zebuínos indianos, sendo mais rústicos e resistentes. Ainda que não tenham a maciez dos europeus, nem a quantidade de gordura dos japoneses, apresentam sabores diferenciados que podem conquistar uma parte do mercado, que se sofistica cada vez mais.
Com as autorizações sanitárias do Japão, que são mais rigorosas que as dos Estados Unidos, muitos outros países, notadamente os asiáticos, poderão também importar os produtos brasileiros, se eles se mantiverem competitivos como estão se mostrando até agora.
Alguns mercados são mais exigentes, demandando cortes especiais que apresentam melhores preços. Também os industrializados, na forma de embutidos, podem ganhar mercado com o tempo, havendo necessidade de uma campanha agressiva para introduzir os hábitos dos seus consumos pelos mercados não tradicionais. Comer uma feijoada no Japão era uma tristeza, pois não contavam com todos os seus pertences adequados.
Afinal, todos os estrangeiros que experimentaram os produtos brasileiros acabam apreciando a sua qualidade, como vem ocorrendo com a “caipirinha”, hoje encontrada em todo mundo, até em restaurantes de outras culinárias, no sofisticado mercado japonês. É um campo que apresenta grandes potencialidades, mas vai exigir um esforço sistemático, com o apoio das autoridades, pois o setor privado já vem fazendo a sua parte, levando estes produtos brasileiros para novos mercados, até no outro lado do mundo.
27 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: China Daily publica artigo sobre Sérgio Amaral, perspectivas do crescimento do comércio bilateral, posições ocupadas, presidente do Conselho Empresarial Brasil – China
Como é do conhecimento geral, o embaixador Sérgio Amaral ocupou posições de destaque no Brasil e em organismos internacionais. Atualmente, ele é o presidente brasileiro do Conselho Empresarial Brasil-China, que conta com a participação das principais empresas envolvidas no comércio bilateral, que vem crescendo substancialmente contando com grandes perspectivas para a sua continuada elevação.
O China Daily, principal jornal chinês que tem edições norte-americanas e europeias, publica uma matéria destacando o seu importante papel e as posições que ocupa atualmente, que não se resume ao do organismo citado, como na Fiesp – Federação da Indústria do Estado de São Paulo. Destaca o seu papel na implantação do Instituto Confúcio na capital paulista, visando tanto o ensino do mandarim como da cultura chinesa, alem de preparar os recursos humanos para darem continuidade ao intercâmbio entre os dois países.
Embaixador Sérgio Amaral
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27 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: açaí continua ampliando seus usos, artigo publicado em O Globo, demanda mundial, necessidade de explorações mais organizadas, novas pesquisas
Se existe um produto natural brasileiro que ganha cada vez mais projeção até no mercado mundial é o açaí. Todos reconhecem o seu elevado poder energético e em muitas academias mundo afora o açaí já é de uso constante. Os nutricionistas e novas pesquisas mostram que os seus efeitos benéficos se estendem até para a preservação da pele no envelhecimento, pelas pesquisas efetuadas por dermatologistas e nutricionistas. Ele é um produto tipicamente brasileiro, tradicional alimento amazônico onde é consumido misturado com a farinha de mandioca pelos nativos, apesar de apresentar um gosto ligeiramente exótico.
Todos reconhecem o seu elevado poder calórico, e o seu consumo exagerado pode provocar efeitos colaterais. É conhecido como um dos antioxidantes mais importantes, contendo um elemento chamado antocianina, que dá uma cor arroxeada aos alimentos, segundo o artigo publicado no O Globo. A antocianina é encontrada em outras frutas como cerejas, morango, ameixa, uva vermelha, mas o seu teor é mais destacado no açaí, que tem 33 vezes mais que o vinho tinto, segundo a nutricionista Gabriela Maia.
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27 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas observações sobre uma viagem a Minas Gerais, Belo Horizonte e arredores, Brumadinho e a região, Inhotim
Ainda que todos esperem que o desenvolvimento econômico seja um processo homogêneo que envolva simultaneamente muitos aspectos da atividade humana, ele é um processo que vai se promovendo com muitos contrastes, com o avanço de alguns segmentos enquanto outros permanecem ainda defasados. Quem não visita Minas Gerais há alguns anos vai observar estes fortes contrastes, mostrando uma efervescência dinâmica marcante de um processo que todos desejariam que fosse mais equilibrado, mas que vai se corrigindo nas distorções mais fragrantes. Pode-se afirmar que se sente o anseio popular pelo desenvolvimento.
Inhotim é uma surpreendente manifestação cultural de nível internacional, na região metropolitana de Belo Horizonte, compreendendo um Instituto de Arte Contemporânea e um Jardim Botânico (algumas informações podem ser obtidas no: http://www.inhotim.org.br/) instalada numa região de mineração e pouco desenvolvida e objeto principal de nova recente visita. Ele é o sonho de um empresário visionário que se autodenomina um “louco”, Bernardo de Mello Paz, que se concretiza com a ajuda de profissionais internacionais competentes, e provoca um forte impacto sobre seus arredores diante do influxo de visitantes nacionais e estrangeiros. Inhotim veio se ampliando por décadas e continua acrescentando novas galerias. A infraestrutura de Minas Gerais procura acompanhar a demanda e o desenvolvimento geral que está se observando, mais ela somente acaba sendo construída com alguns atrasos, enquanto todos necessitam enfrentar os desequilíbrios existentes, mas que certamente serão corrigidas em parte nos próximos anos, inclusive por causa da Copa do Mundo. As precariedades das estradas e avenidas são fortemente constatadas, diante da transformação por que passa a área metropolitana de Belo Horizonte, com toda a sua industrialização deixando o aspecto pacato que era a marca passada desta parte do Brasil.
Belo Horizonte: rápida transformação / Aeroporto de Confins
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21 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigos no O Estado de S.Paulo, discussões conjuntas de coreanos e brasileiros, evento na FEA-USP, outras considerações
A jornalista Raquel Landim publicou no O Estado de S.Paulo dois artigos sobre o surpreendente crescimento econômico coreano, apresentando numa reunião conjunta de especialistas coreanos e brasileiros na FEA – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Cita como um “milagre” o que aconteceu depois da Guerra da Coreia (1950-l953), quando, de uma situação como de uma favela, Seul passou a ser uma moderna metrópole, ainda que enfrente os seus problemas como de um intenso tráfego. O que houve foi muito trabalho, compreendendo as limitações coreanas.
Algumas observações, como da professora de língua e cultura coreana, Yun Jung Inn, sobre suas muitas guerras, além do professor Gilmar Masiero, coordenador do Programa de Estudos Asiáticos da FEA-USP, além de José Luís Fiori, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sobre a política industrial enriquecem os artigos, que tenta também explicar a evolução das suas “chaebol” naquele país, que vem executando planos quinquenais desde 1962.
Fotos do rio que cruza o centro de Seuol, em 1950, e como está hoje
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21 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Grandes Empresas Japonesas Procuram Se Reinventar | 2 Comentários »
Procurando mostrar que as empresas que estão alcançando resultados negativos procuram se reinventar, Daisuke Wakabayashi, do The Wall Street Journal, publica um artigo reproduzido em português no Valor Econômico. Ele informa que nos produtos eletrônicos de consumo ninguém está obtendo resultados no Japão, e se voltam para segmentos que devem crescer com a população mais envelhecida, ainda que não abandonem totalmente os que vinham produzindo. É o caso dos equipamentos voltados para a saúde e energia, para o qual estão habilitadas as empresas como a Sharp, Sony, Panasonic e Toshiba, ainda que seus produtos não sejam tão conhecidos da população. Seus clientes são empresas, mas a acirrada concorrência deve continuar a baixar os seus preços também nestes novos mercados.
O jornalista se baseia nas informações prestadas pelo novo presidente do Conselho da Panasonic, Fumio Otsubo, como um dos exemplos. Só no Japão, sete empresas estão voltadas à energia solar, baterias recarregáveis de lítio, e os produtores de câmeras e produtos eletrônicos se voltam para o segmento da saúde, onde alguns dos seus equipamentos já são conhecidos. A economia de energia está no foco e devem ampliar suas atividades para o exterior, como as lâmpadas fluorescentes de LEDs, que consomem menos energia e duram mais.
Daisuke Wakabayashi, do The Wall Street Journal
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20 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a luta pela preservação dos atuns, artigo no Ilustríssima da Folha de S.Paulo, o artigo no Nikkei, tecnologias | 2 Comentários »
Ainda que o assunto seja dramático com a assustadora elevação da demanda mundial de atuns, com a disseminação do consumo de sushis e sashimis, o assunto acaba sendo colocado com algumas lacunas pelas jornalistas Laura Capriglione e Marlene Bergamo, ainda que com as melhores intenções, como no longo artigo publicado no suplemento Ilustríssima deste fim de semana na Folha de S.Paulo. É compreensível, pois como registra o próprio artigo, a produção brasileira restringe-se a 0,15% da mundial, ainda que o assunto mereça atenção cuidadosa, para não se repita o que vem acontecendo lamentavelmente com as baleias.
Num outro artigo publicado pelo jornal econômico Nikkei, anuncia-se que as autoridades japonesas desejam introduzir novos controles até para a pesca do atum mais cobiçado, chamado de bluefin, até para a sua criação nas fazendas marítimas existentes para tanto, com a imposição de limites quantitativos. Todos sabem que o famoso mercado de Tsukiji em Tóquio é o centro mais importante no seu comércio, com algumas peças chegando a custar muitas centenas de milhares de dólares, com o seu peso chegando até próximo de 400 quilos. A criação do atum já ocorre em diversas partes do mundo, não somente no Pacífico, como até na Turquia, que é um grande produtor.
Bluefins em mercado japonês / Pequeiro japonês em águas brasileiras
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