26 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: efeitos sobre os preços das carnes, experiências brasileiras, os preços do milho e do farelo da soja
A economia brasileira já começa a ser beneficiada pelas dificuldades climáticas nos Estados Unidos que provocam uma forte alta nos preços do milho e da soja no mercado internacional, cotada na Bolsa de Chicago. E, como consequência, as rações que são utilizadas na produção de frangos e suínos sobem, afetando também as carnes, como a dos bovinos, beneficiando os produtores brasileiros e a economia brasileira. O mercado de produtos proteicos apresenta esta característica de transmitir para outros estes efeitos, em decorrência da possibilidade de serem substituídos uns pelos outros pelos consumidores, ainda que em parte.
Um artigo publicado na Folha de S.Paulo de hoje, elaborado pela equipe do Financial Times que atua nesta Capital, informa que as carnes suínas e de frango se tornarão produtos de luxo, e os produtores norte-americanos procuram se abastecer no Brasil com o que necessitam. Como a safra intermediária conhecida como “safrinha” que está em andamento foi maior do que a esperada, com estes preços os produtores brasileiros já estão sendo beneficiados. Também as demandas de insumos agrícolas para a safra de 2012/2013 estão em alta, como já postamos neste site, e os prognósticos do clima são favoráveis, prometendo uma boa produção para o começo do próximo ano, o que deverá provocar uma euforia no meio rural, beneficiando toda a economia brasileira.
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24 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo publicado no Project Syndicate, implicações mundiais, importante colocação de Joseph S.Nye
Poucos artigos foram tão felizes como este de Joseph S.Nye, chairman do US National Intelligence Council e professor da Universidade de Harvard, publicado no Project Syndicate, que esclarece a importância da independência energética que está sendo alcançada pelos Estados Unidos, com consequências em todo o mundo. Ele começa se referindo à intenção de Richard Nixon nos primeiros anos 1970 procurando a independência energética daquele país, mas que os diversos mandatários seguintes só conseguiram agravar a dependência do fornecimento externo, a preços 15 vezes mais elevados.
O autor afirma que o choque energético contribui para uma combinação letal da estagnação econômica e inflação, mas ninguém levou o assunto a sério. Os Estados Unidos importavam naquela época um quarto do petróleo necessário, e depois do embargo árabe e a revolução iraniana passaram a importar metade do que necessitavam. Hoje, a US Energy Information Administration estimam que a metade do petróleo bruto necessário seja produzida nos Estados Unidos no final desta década e 82% virá do lado americano do Atlântico.
Joseph S.Nye
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24 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigos do China Daily sobre os chineses na América do Sul, investimentos na Argentina, Sany | 2 Comentários »
Demonstrando a intensificação dos investimentos chineses na América do Sul, o China Daily publica dois artigos de Zhou Siyu, o primeiro sobre as atividades da Sany Heavy Industries em São José dos Campos, para a produção de equipamentos pesados de construção que competem com a Komatsu e com a Caterpillar. Ela espera dobrar suas vendas nesta parte do mundo, e já conta com 21 subsidiárias em todo o mundo, e cinco fábricas nos Estados Unidos, Alemanha, Índia, Brasil e Indonésia. Ela é a maior indústria de equipamentos pesados para construção na China, que detém nada menos que 50% da capacidade mundial neste segmento.
Já contam com 30% deste mercado no Brasil, à frente da Komatsu e da Caterpillar, e seus diretores afirmam que os equipamentos necessários no Brasil são similares aos da China. Visam atender obras como a da Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Suas vendas totais no mundo chegam a US$ 7,9 bilhões. Eles esperam melhorar a qualidade dos seus produtos e se tornarem competitivas internacionalmente. Sua base de produção no Brasil visa atender também países vizinhos como a Colômbia, Peru e Equador. Eles adquiriram a Putzmeister, um grande produtor alemão de bombas de concreto, investindo cerca de US$ 640 milhões.
Numa outra matéria, publica-se a foto de um estande brasileiro na Feira de Cantão, informando que, em 2010, US$ 17 bilhões foram investidos pelos chineses no Brasil, tornando-se o maior investidor estrangeiro neste país.
Mas a matéria refere-se ao gigantesco investimento conjunto da Shaanxi Coal & Chemical Industry, Shaanxi Xinyida Investiment e Jinduichang Molibdênio, totalizando US$ 1 bilhão em Rio Grande, na Argentina, para produzir 450 mil toneladas de amônia e 800 mil toneladas de ureia, portanto fertilizantes.
Mas com a crise argentina, as dificuldades começaram a aparecer, com equipamentos de construção proibidos de desembarcar naquele país. Os investimentos não podem ser realizados e o projeto se encontra paralisado.
Como a demanda de fertilizantes como a amônia e a ureia são vitais para o aumento da produção agrícola, não seria um absurdo se negociar a sua relocalização, inclusive para o abastecimento do Mercosul.
23 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as dificuldades existentes, críticas generalizadas das gestões, experiências passadas
Se existem críticas quase consensuais sobre determinados assuntos, um deles parece ser sobre a gestão no Brasil, que além do setor público atinge também serviços privatizados. Raríssimos são os elogios formulados, até porque os que estão conseguindo resultados positivos preferem tirar partido da situação, sem alardear as razões do seu sucesso, para não serem imitados, reduzindo os méritos que eles obtêm. Muitas razões podem ser apontadas como as que determinam esta lamentável situação, mesmo reconhecendo que as experiências positivas obtidas no exterior também apresentam algumas inconveniências, não decorrendo somente da insuficiência no preparo local dos recursos humanos.
Os que administraram grandes organizações, públicas ou privadas, relatam as suas experiências mostrando que nenhum executivo pode comandar um número exagerado de subordinados diretos. Quando são obrigados a tanto por organogramas pouco racionais, acabam concentrando a atenção a uns poucos, ficando os outros com despachos eventuais. Parece ser o caso do gabinete do governo federal, que teoricamente somam algumas dezenas de ministros, mas a presidente Dilma Rousseff rotineiramente só transmite suas orientações a poucos auxiliares diretos.
Esplanada dos Ministérios em Brasília
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23 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: avaliações sobre o Brasil e outros Emergentes, suplemento Eu & Fim de Semana, Valor Econômico
Carlos Eduardo Lins da Silva, no artigo “Brasil depois do Carnaval” publicado no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico, enfatiza que em fins de 2009 o influente internacionalmente The Economist registrou que o Brasil decolou com sua economia. Em julho deste ano, o igualmente respeitado mundialmente Financial Times fez um diagnóstico completamente ao contrário. Os correspondentes estrangeiros teriam uma importância nos relatos que enviam para o exterior, o mesmo acontecendo com a economia chinesa e o resto do mundo. Colaboramos modestamente neste debate do Valor Econômico com o artigo “Riscos e vantagens de um país em suas emergências”, discutindo o que foi colocado por Ruchir Shama no Foreign Affair de forma pessimista com o Brasil. Isso gerou debates com experientes analistas como Shannon O’Neal, Richard Lapper, Larry Rohter, Ronaldo Lemos, entre outros, que o contrariavam em muitos pontos. Seguiram-se colocações sempre pessimistas como de Nouriel Roubini, e outras mais ponderadas como de Olivier Branchard, no artigo de Alex Ribeiro “Mundo de incertezas”, no mesmo suplemento do Valor Econômico.
O que estaria proporcionando visões tão diferentes sobre o Brasil, a China e outros países emergentes, com consequências mundiais? É evidente que sempre existiram otimistas e pessimistas, como os ideologicamente mais liberais e outros a favor de uma intervenção estatal mais acentuada, os que defendem pontos de vistas convenientes para setores como o financeiro e às atividades produtivas. Mas fica a impressão que está se acentuando as rápidas decisões coletivas que são mais movidas pela psicologia coletiva, com menos profundidade nas condições que diferenciam os diversos países envolvidos, baseados em análises mais objetivas da realidade, que são sempre difíceis mais difíceis e menos rápidas.
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23 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: o conceito dos BRICS, problemas europeus, vantagens e desvantagens
Quando se formulou o conceito de BRIC, envolvendo países tão diferentes como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, ao qual se adicionou posteriormente o S da África do Sul, pode ser que alguns dos países se beneficiaram ao fazer parte do grupo, como o Brasil. Mas agora parece que está sendo prejudicado pela desaceleração que se observa em todo o mundo, como se as políticas para resolverem seus problemas fossem os mesmos. Consideraram-se somente as características de serem países emergentes, de grandes dimensões geográficas, que teriam elevada potencialidade de crescimento acelerado, ainda que em situações visivelmente diferentes. Estas generalizações sempre induziram a erros de avaliação, tanto para o bem como para o mal, mesmo em revistas cuidadosas como o The Economist, comentando o fim dos sonhos dos BRICS.
O Brasil era um país com curta história com amplas fronteiras agrícolas, quando comparado com a China e a Índia antigas, como acontece agora com a África do Sul, fazendo a companhia de uma Rússia que sempre foi um dos países menos avançados da Europa, com território amplo e com inverno rigoroso no norte da Ásia. O mesmo tipo de generalização aconteceu com na União Europeia, que adotou a moeda única euro, englobando países tão diferentes como a Alemanha e Portugal, necessitando contar com a mesma política monetária e fiscal, e por consequência a cambial, sem o benefício de uma Federação, que permite minorar as discrepâncias. Exemplos destas perigosas generalizações são incontáveis, induzindo a erros dos mais variáveis.
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20 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: análises parciais, chinesa, economia europeia, longo artigo de Michael Pettis, norte-americana e brasileira | 2 Comentários »
Muitos analistas se preocupam, com razão, sobre a evolução da economia mundial, e um exemplo expressivo é o longo artigo do reconhecido Michael Pettis, da Universidade de Peking, que no seu site postou um longo artigo sobre o assunto, incluindo debates teóricos. Ele se preocupa com o que está acontecendo na Europa, focalizando a Espanha em particular, onde se encontra neste período, fazendo paralelos com o que acontece na China, que sofre uma desaceleração considerada perigosa para o mercado de commodities. Mas como não faz menção à recuperação da economia norte-americana nem às perspectivas de melhoria das economias como a brasileira, que reduzem algumas das preocupações, as preocupações acabam parecendo exageradas.
Como já postamos neste site, a desvalorização do dólar norte-americano e sua política de expansão monetária estão permitindo que os Estados Unidos ampliem suas exportações, inclusive de serviços, ajudando a manter um crescimento que pode chegar a 2% ao ano, nada desprezível para a dimensão de sua economia e seu impacto mundial. Ao mesmo tempo, com a geração de gás de xisto, estão conseguindo uma expressiva redução da importação de petróleo, notadamente do Oriente Médio. De outro lado, ainda que os preços das commodities em geral estejam em queda, ajudando a reduzir as tensões inflacionárias em todo o mundo, os dos agrícolas, como o milho e a soja, estão elevados, estimulando a agropecuária como a brasileira, que poderá atingir ainda neste ano um patamar de crescimento de 4%, que deve prosseguir no próximo ano. Ainda que existam muitos insatisfeitos com esta performance, para uma avaliação equilibrada, pode ser considerado satisfatório, no atual cenário mundial.
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18 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comparações com os dados brasileiros, estimativas do PIB chinês, problemas estatísticos | 2 Comentários »
O Valor Econômico publica hoje, em português, um artigo originalmente publicado por Dexter Roberts, do Bloomberg Businessweek, comentando as dificuldades dos analistas com os dados relacionados com o PIB chinês. O assunto já teria sido colocado por Li Keqiang em 2007 e ganha maior importância, pois ele é o futuro primeiro-ministro na próxima renovação da liderança política da China. Os dados divulgados regionalmente na China podem estar viciados, pois, dentro da meritocracia daquele país, as performances dos líderes consideram os resultados obtidos nas suas administrações das províncias. O artigo informa que a correlação feita com os consumos de energia não corresponde ao crescimento de 7,6% no PIB do segundo semestre, socorrendo-se de opiniões abalizadas como da GK Dragonomics, considerada uma das qualificadas em análises sobre a economia chinesa.
Muitos analistas chineses já admitiam a precariedade dos dados estatísticos chineses, que poderiam estar superestimados, havendo um esforço para a sua melhoria com a colaboração de organismos internacionais. Mas fazendo um paralelo com os dados brasileiros, é preciso admitir que poucos analistas se dedicam à adequada compreensão de suas precariedades que, ao contrário, podem estar subestimados. Credenciados analistas brasileiros também utilizam os dados de consumo de energia, como uma “proxy” da variação do PIB, pois os mesmos estão mais rapidamente disponíveis.
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17 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: igualdade com os americanos, importância da melhoria da sua situação econômica, pesquisa da Pew Research
Em artigo publicado no The New York Times, Catherine Rampell se surpreende com o resultado obtido por uma pesquisa de opinião feita recentemente pela famosa Pew Resarch Center, que costuma fazer levantamentos sobre diversos assuntos em todas as partes do mundo. Chegou-se à conclusão que três quartos dos chineses que muitos consideram ainda comunistas concordam com a afirmativa que muitas pessoas estão melhores numa economia de livre mercado, ainda que algumas pessoas sejam ricas e algumas pobres. Numa pesquisa efetuada em 2010, o resultado era de 74%, não fazendo diferença com a opinião dos norte-americanos, pois existem margens de erros, e estas pesquisas são rigorosas.
A jornalista interpreta que pode haver alguns problemas de tradução, ainda que a pergunta tenha sido formulada em mandarim e 15 outros dialetos chineses. O significado de mercado livre pode ser ligeiramente diferente, mas, admitindo-se que a tradução é boa, a autora explica que a regulação governamental da economia na China vem melhorando desde 1970.
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16 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do The Economist, impactos em outras economias, importância do gás de xisto
Todos reconhecem que a recuperação da economia dos Estados Unidos é de vital importância para o mundo. O artigo publicado pelo The Economist informa que o gás de xisto (shale) está dando um grande impulso para a reativação da economia norte-americana, onde Barack Obama procura reduzir a dependência à importação de energia. Baseia-se na consagrada concepção de que nenhum país é totalmente independente se não puder cuidar da sua defesa externa, da alimentação de sua população e do suprimento da energia que necessita. A atual dependência dos americanos ao fornecimento de energia é considerada exagerada, tanto de petróleo como de gás do Oriente Médio, que apresenta riscos de instabilidade política.
As reservas de xisto tecnicamente recuperável dos Estados Unidos são consideradas entre as maiores conhecidas no mundo, segundo os US Energy Information Administration, seguindo-se às da China, mas que também existem no Canadá, México, Argentina e África do Sul, inclusive no Brasil. As técnicas mais utilizadas foram desenvolvidas por George Mitchell, conhecidas como “fracking”, injetando água com outros componentes nas reservas de xisto. Há informações que podem ser também extraídos óleos do xisto, que no passado não eram econômicos.
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