Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Os terraços de arrozais Honghe Hani da China

11 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: agricultura na China, os terraços Honghe Hani, patrimônio cultural da humanidade

Os viajantes que têm o privilégio de visitar o interior da China podem ter a clara ideia da importância da disponibilidade de terras para a agricultura daquele país. O caso dos terraços de Honghe Hani, motivo do artigo Wang Hao, Pauline D. Loh e Cang Lide, publicado no China Daily, excedem qualquer expectativa. Estes terraços foram considerados patrimônios culturais da humanidade, pelo Globally Important Agricultural Heritage Systems Pilot Sites (GIAHS) da FAO – Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, em 2010.

Os terraços de Honghe Hani ficam na província de Yunnan, no sudoeste chinês, quase na fronteira com o Vietnã, e mesmo nos períodos das secas mais terríveis da região se mantêm verdes e produtivos. Como a região é montanhosa, terraços foram construídos para os plantios do arroz, como se fazem em algumas áreas asiáticas, pois mesmo os terrenos acidentados precisam ser aproveitados para esta produção vital do alimento básico da grande maioria dos povos da Ásia.

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Indústria Chinesa de Equipamentos Para a Construção Pesada

11 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista no China Daily, Globalização da Sany Group, parceria com a alemã Putzmeister, Sany do Brasil | 6 Comentários »

Muito se conhece sobre os feitos chineses, mas pouco ainda é divulgado sobre a globalização de suas empresas privadas em setores de tecnologia de ponta, como a da construção pesada. Uma entrevista publicada no China Daily, elaborado pelos jornalistas Hu Haiyan e Feng Zhiwei, informa sobre suas atividades, com base na entrevista feita com o seu presidente mundial Xiang Wenbo, 50 anos, sobre as atividades na China e no exterior, que ganham um forte impulso com a parceria estabelecida com a tradicional empresa alemã Putzmeister de equipamentos para a construção pesada. A Sany do Brasil já atua no país, e está construindo uma grande planta em Jacareí, ao longo da rodovia Presidente Dutra, que deverá estar operando plenamente em 2013. Ela já atua com seus equipamentos na construção dos estádios voltados para a Copa do Mundo de 2014 em Brasília, Fortaleza e Cuiabá e ajudou na recente concretagem da Usina de Fukushima Daiichi.

Como todos sabem, a China conta com 50% da capacidade mundial de construção civil, e o volume de suas atividades no setor nas últimas décadas impressiona a todos. Suas edificações estão entre as mais avançadas, suas autoestradas competem com as europeias e o seu sistema de trens rápidos e metrô são construídos com velocidades que não se encontram em outros países. O Grupo Sany iniciou as suas atividades em 1989, formada pelos seus sócios Liang Wengen que é o seu Chairman atual (considerado o maior milionário chinês), Tang Xiuguo, Mao Zhoungwu e Yuan Jinhua. Um dos sócios fundadores é o responsável pelo projeto no Brasil, mostrando que consideram o país um mercado promissor para seus equipamentos, inclusive suas pesquisas para inovações. No seu site abaixo se encontra informações sua atuação no Brasil: http://www.sanygroup.com/abroad/brazil/pt-pt/

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Xiang Wenbo, presidente da Sanyy. Sany do Brasil e seus equipamentos

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Evento que marcou a parcveria da Sany Group com a alemã Putzmeister

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Dramático Artigo de Carlos Ghosn no Nikkei

6 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Carlos Ghosn publicado no Nikkei, diagnóstico claro, dramático quadro da indústria japonesa | 18 Comentários »

Apesar de brasileiro nascido em Rondônia, Carlos Ghosn, com respeitável experiência como empresário de origem francesa, tornou-se um dos líderes empresariais mais considerados no Japão, pelo reerguimento que conseguiu na presidência da Nissan japonesa que estava à beira do colapso em 1999. Tornou-se também o presidente mundial da francesa Renault e sua opinião tem um efeito importante no Japão e no mundo. Num artigo publicado pelo prestigioso jornal econômico japonês Nikkei, ele faz um claro diagnóstico da situação da atual indústria japonesa.

Ele informa que a Nissan recuperou-se, superou a crise de 2008, do terremoto e tsunami no Japão em 2011, e da inundação que ocorreu na Tailândia e a crise de consumo que ocorre na Europa, tendo aprendido a adaptar-se às circunstâncias com rapidez. Conseguiu um lucro próximo de US$ 7 bilhões em 2011, tendo produzido cerca de 4,85 milhões de unidades, 15,8% acima do ano anterior. É considerado um competente “monozukuri” (fabricante de bens de excelência) com uma competência globalizada.

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Carlos Ghosn faz um diagnóstico nada promissor para a indústria automobilística japonesa

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Variados Artigos Sobre a Sustentabilidade

5 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: medidas gerais, muitas publicações, proposições objetivas e empresariais | 2 Comentários »

Tanto em decorrência do Dia do Meio Ambiente, como proximidade da reunião do Rio + 20, muitos jornais e meios de comunicação estão dedicando grandes espaços para os assuntos relacionados com o tema, chegando a mencionar alguns exemplos em andamento. A esperança é que muitas das ideias veiculadas tenham a possibilidade de conscientizar a opinião pública sobre a urgência das medidas que ajudem na preservação do meio ambiente, ainda que as autoridades e as empresas estejam tratando do assunto como se fossem problemas dos outros, comprometendo-se pouco com metas objetivas.

Falar em tese sobre estas posições sempre é simpático, bem como apontar as graves consequências que podem advir das tendências presentes. No entanto, diante dos problemas econômicos que todo o mundo está enfrentando, poucos são os casos de medidas concretas que estejam sendo decididas, aumentando os esforços que levem a inverter a tendência atual.

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Problemas Políticos Até em Cingapura

4 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Luke Hunt no Asean Beat publicado no The Diplomat, insatisfações políticas | 2 Comentários »

Para quem não conhece, Cingapura é hoje uma cidade-país com cerca de 5 milhões de habitantes, com renda per capita estimada em cerca de US$ 60 mil, considerada a terceira mais alta do mundo. É formada de chineses, hindus, malaios e seus descendentes e até os anos sessenta do século passado era considerado um país pobre. É a mais importante metrópole do Sudeste Asiático, extremamente moderna, o grande centro financeiro da região.

Impressiona hoje pela limpeza e contemporaneidade quando antes era formada por bairros chineses, hindus e malaios imundos. Conquistou a sua total independência da Malásia dois anos depois dos ingleses deixarem aquele país em 1965. O primeiro-ministro Lee Yuan Yew veio governando o país com mão-de-ferro, promovendo o seu rápido desenvolvimento, que lhe deu a denominação de Tigre Asiático. Hoje, o seu filho Lee Hsien Loong detém o poder por intermédio do People’s Action Party – PAP, que começa a ser incomodado pelo WP – Worker’s Party.

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Relações Nipo-Brasileiras no Mundo Conturbado

4 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as mudanças no Brasil e no Japão, aspirações de informações, no quadro de incertezas globais | 2 Comentários »

Todos os analistas admitem que os intercâmbios nipo-brasileiros gerais se encontram em patamares inferiores às potencialidades econômicas de ambos os países, mesmo considerando as limitações existentes e as incertezas que dominam o cenário internacional. Com o Japão enfrentando décadas de um crescimento modesto, muitas das suas atividades produtivas e até muitos dos seus idosos cada vez mais numerosos na sua população necessitam ser transferidos para o exterior. Isto vem ocorrendo e o Brasil, apesar de preencher muitas das condições desejadas e preferenciais para tanto, não tem se beneficiado expressivamente destes fluxos.

Pequenas e médias empresas japonesas estão efetuando suas ampliações, os fornecedores de equipamentos pesados e tecnologias estão interessados, mas não chegam a se interessar por investimentos expressivos que exigem parcerias de longo prazo. Como já enfrentaram problemas no Brasil no passado, desejam contar com as determinações das autoridades brasileiras sobre os objetivos que estão sendo perseguidos para concretizarem suas potencialidades, pensando em escalas globalizadas.

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Considerações Sobre a Economia do Pós-Crescimento

1 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas reflexões, artigo no Valor Econômico sobre o Japão, complexidades

Sem pretender análises mais profundas, as interessantes colocações exploratórias que foram efetuadas no artigo elaborado por Carlos Eduardo Lins da Silva para o Valor Econômico, publicado no suplemento Eu & Fim de Semana com o título “A economia do pós-crescimento”, estimulam algumas reflexões. O autor se baseia na experiência pela qual passou recentemente em Osaka e Tóquio e aventa a possibilidade do Japão estar atravessando por um novo ponto de inflexão na sua evolução, diante dos dilemas energéticos por que passa depois da contaminação provocada por Fukushima Daiichi. Considera o passado histórico do primeiro povo que sofreu bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundia, mantendo este trauma coletivo.

Ele observou a renovação do “Cool Biz” que vem sendo usado desde o período de governo do Junichiro Koizumi, muito antes dos recentes acidentes que atingiram o Nordeste do Japão, como forma de economia de energia. Todos sabem que o verão nas zonas temperadas pode ser mais desagradável que nos trópicos, tanto pelas suas elevadas temperaturas como o grau de umidade, sem uma ventilação adequada. Cheguei a experimentar no Japão o mesmo que enfrentei muitas vezes em Belém, Manaus, Teresina ou Cuiabá, locais conhecidos pelas condições climáticas adversas em determinados verões.

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Carlos Eduardo Lins da Silva

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Preocupações Com a Economia Brasileira no Exterior

1 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do The Economist, preocupações internas e externas, Ruchir Sharma do Morgan Stanley no Foreign Affairs | 2 Comentários »

Alguns artigos importantes publicados no exterior, como no The Economist e no Fogeign Affairs, este último do Ruchir Sharma, do Morgan Stanley, somam-se às preocupações dos analistas brasileiros sobre a evolução futura da economia brasileira. Todos apontam que o Brasil beneficiou-se do período em que a economia mundial cresceu, mesmo depois de 2008, quando os preços das commodities agrícolas e minerais se mantiveram altos, sem que reformar profundas fossem efetuadas aumentando a sua eficiência e competitividade internacional. Agora, quando a economia mundial sofre uma forte desaceleração, mesmo com a redução dos juros no Brasil, melhoria do seu câmbio e aumento dos créditos, a sua economia não consegue uma aceleração perseguida pelo governo.

Já postamos neste site que a comunicação das autoridades brasileiras para o público no exterior encontra-se deficiente, mesmo sabendo que a crise atual está afetando a todos. Comparando com outras economias emergentes, avançamos tanto no que se refere à consolidação do processo democrático como na melhoria da distribuição de renda, com a ampliação do mercado interno. A política macroeconômica caminha de forma razoável, antecipando-se ao maior aprofundamento da crise no resto do mundo, mas a gestão relacionada com os projetos de infraestrutura, reforma fiscal e outros aspectos estão abaixo do desejável. O crescimento da economia está abaixo do seu potencial.

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Visita do Ministro Fernando Pimentel ao Japão

1 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: acordo sobre tecnologia para o pré-sal, entrevista ao Nikkei, ministro Fernando Pimentel no Japão

Algumas empresas japonesas que estão com dúvidas sobre o futuro da economia brasileira depositavam grandes esperanças de esclarecimentos com a visita do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. O ministério só divulgou sucintamente que foi assinado um acordo entre o Brasil, representado pelo ministro e o Japão, representado pelo ministro Takeshi Maeda, da Terra, Infraestrutura, Transportes e Turismo, com duração de cinco anos, que parece pouco, como parte do esforço brasileiro para importar e desenvolver tecnologia para o setor da construção naval, visando à exploração do pré-sal.

Um acordo foi assinado entre a empresa brasileira SOG Óleo e Gás e a japonesa Toyo Engineering para formar duas outras que atuarão na área da construção e integração de plataformas marítimas no Brasil. A brasileira foi criada em 2005 e a japonesa conta com 50 anos, sendo conhecida pela sua atuação no Brasil, notadamente junto à Petrobrás.

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Fernando Pimentel e Takeshi Maeda

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As Ampliações das Empresas Japonesas no Exterior

1 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aquisições no exterior, artigo do Wall Street Journal, reprodução no Valor Econômico | 11 Comentários »

 

Na falta de uma perspectiva brilhante no Japão, muitas empresas japonesas estão ampliando suas atividades no exterior, como ressalta o artigo elaborado por Kana Inagaki e Atsuko Fukase, publicado originalmente no The Wall Street Journal, e reproduzido no Valor Econômico. Como muitas empresas no mundo, elas estão com grandes ativos financeiros, e se lançam no processo de aquisições de ativos fixos no exterior, aproveitando o valorizado iene. O artigo cita os casos das aquisições feitas pela trading Marubeni e pela farmacêutica Takeda, já comentadas neste site.

Os jornalistas informam que estas empresas japonesas estão mais cuidadosas que no passado, quando efetuaram péssimos negócios como a aquisição do Rockfeller Center em Nova Iorque e a Universal Studios nos Estados Unidos. Pode ser que seja verdade em muitos casos, mas a aquisição da Schincariol brasileira pela Kirin, segundo o mercado, está sendo considerada que foi efetuado por um valor exagerado, sem o devido cuidado no exame dos complexos problemas fiscais e legais que cercam esta empresa de cervejas.

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O que se observa é que os japoneses são afetados pelas condições vigentes no Japão, onde, por falta de espaços, os imóveis sempre tiveram preços mais elevados que no exterior. Não possuem o hábito de utilizarem consultores externos e seus funcionários e dirigentes acabam considerando que os ativos imobiliários em outros países são relativamente baratos.

As empresas japonesas utilizam pouco dos serviços de consultoria jurídica, que só comparecem no final das negociações, quando já existe um consenso dos demais setores da empresa sobre a aquisição. Nos Estados Unidos e em outros países, as negociações começam com a ativa participação dos advogados.

Muitas das condições para um bom processo de aquisição ou fusão não são adequadamente avaliadas pelas suas equipes que possuem maiores experiências dentro das condições japonesas. Tradicionalmente, os japoneses não são bons conhecedores das culturas estrangeiras e tendem a ter um comportamento de manada. Quando outras empresas japonesas consideram que determinado mercado é promissor, existe uma tendência para acompanharem estas avaliações, pois eventuais erros são considerados coletivos.

As informações constantes do artigo mostram que os japoneses estão se aperfeiçoando nestas técnicas, contando com estudos mais aprofundados. No entanto, examinando-se alguns casos concretos, nota-se que ainda continuam presas fáceis de aconselhamentos inadequados, não sendo bons avaliadores das condições objetivas.

No passado, muitas destas operações contavam com a participação de empresas de trading ou bancos, mas agora muitas operam diretamente em países estrangeiros e procuram manter um exagero de segredo nas negociações, que podem conduzir a situações de insuficiência de outras informações que devem subsidiar estas operações de alta complexidade.

Não se pode subavaliar as diferenças das culturas empresariais, e todas as complexidades das condições vigentes em diferentes países. Evoluir de uma economia peninsular para o mercado global pode ser mais complexo do que parece.