24 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do The Wall Street Journal, autoria de Tom Doctoroff, reprodução no Valor Econômico
O Valor Econômico reproduziu um artigo de Tom Doctoroff, que é o presidente da J. Walter Thompson para a Ásia Maior, publicado originalmente no The Wall Street Journal, tratando das características dos novos consumidores na China. Ele tem uma experiência de 20 anos trabalhando em publicidade naquele país, e informa que eles estão se modernizando com o consumo de produtos de luxo consagrados no Ocidente, mas não se ocidentalizando. Eles estão ficando cosmopolitas, mas continuam mantendo os costumes chineses.
Os produtos de marcas ocidentais que estão consumindo são globais e isto está ocorrendo dentro de um processo para tornar a China uma superpotência. Os fundamentos culturais do país continuam os mesmos de milhares de anos, com influências como do confucionismo (o que se observa em todo o Extremo Oriente, englobando o Japão e a Coreia). A estrutura hierárquica de clã continua sendo mantida na China. Neste processo, alguns aspectos entram em conflito, havendo comportamentos diferenciados entre os chineses, principalmente os mais jovens e os que atuam no mundo globalizado.
Tom Doctoroff
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24 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as dúvidas sobre os dados chineses, as limitações dos dados estatísticos, estatísticas brasileiras
Sempre houve dúvidas sobre alguns dados estatísticos chineses, ora subestimados ora superestimados. Os próprios acadêmicos chineses não confiavam muito na sua validade e agora até as autoridades chinesas afirmam que elas são “elaboradas por homens”. Como dentro da “meritocracia” daquele país, alguns resultados obtidos podem estar inflados para beneficiar a ascensão de alguns líderes. De outro lado, os japoneses sempre acreditaram que os dados populacionais chineses estavam subestimados, pois no meio rural o número de filhos considerados gêmeos e trigêmeos eram bem acima do normal internacional, com idades físicas diferentes, como consequência da política oficial de filhos únicos, mais efetivas nos centros urbanos, com a existência das chamadas “inspetoras de quarteirão”.
Estas deficiências dos dados estatísticos não ocorrem somente naquele país. Nas pesquisas estatísticas efetuadas no Brasil, como na maioria dos países em desenvolvimento ou emergentes, acredita-se na hipótese que nos grandes números os erros se compensam, quando podem apresentar vieses tendenciosos. Muitas das informações estatísticas começam pelas fornecidas pelas empresas, havendo uma forte tendência à sonegação, ainda que algumas correções sejam efetuadas. As unidades municipais de estatísticas são consideradas encargos para os municípios, salvo no que se refere aos dados demográficos que servem para efeito das cotas de participações nos tributos estaduais e federais. O mesmo acontece na agregação por Estados e acabam chegando às nacionais, cujos censos não são tão precisos como desejados.
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23 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Ásia ou América Latina, coincidências internacionais, na Europa, o normal é a instabilidade | 2 Comentários »
Dois artigos de autores diferentes, um de R.Daniel Kelemen, professor de Ciência Política e Diretor do Centro para Estudos Europeus da Rutgers University, New Jersey, USA, outro de Noeleen Heyzer, de Cingapura, subsecretária geral das Nações Unidas e secretária executiva da Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico, utilizam a mesma expressão “novo normal” para países europeus e do Sudeste Asiático. O primeiro foi publicado no Foreign Affairs e o segundo no Project Syndicate, ambas as instituições são respeitáveis e se dedicam à divulgação de estudos de profundidade. Os dois credenciados autores informam sobre as instabilidades dos países europeus e asiáticos no atual quadro internacional. Como isto também ocorre na América Latina, notadamente no Brasil, pode-se deduzir que se trata de um fenômeno praticamente universal, sendo necessário se adaptar ao novo quadro.
Noeleen Heyzer e R.Daniel Kelemen
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22 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: antecipação à crise, aumento do crédito, críticas, redução de impostos e juros
Diante do conjunto de medidas tomadas pelo governo brasileiro visando a ativação de sua economia, alguns críticos se apressam a apresentar suas objeções, observando que a da demanda não seria a melhor das soluções. Quando os pátios das montadoras de automóveis estão abarrotados com produtos que aguardam a sua colocação, haveria alternativas mais inteligentes? A economia mundial está desaquecida, e a tentativa de ampliar as exportações teria limitadas possibilidades, e os investimentos públicos em infraestrutura demandaria muito tempo para produzir resultados. Poucas seriam as alternativas para ativação da economia, num prazo curto.
Todos os meios de comunicação do país divulgam as medidas tomadas, e entre elas a redução dos encargos tributários e de juros sobre a aquisição de bens de produção como caminhões, equipamentos etc.. Também ajudam a desovar parte do estoque, diante de uma produção realizada, e cujo consumo ficou limitado com os endividamentos assumidos com encargos pesados. Esta nova rodada de medidas tem, evidentemente, um efeito mais limitado que a primeira do mesmo tipo em 2008. Sem a redução do atual estoque não haveria condições para novos investimentos no setor automobilístico, que tem um forte impacto em toda a economia brasileira. O outro setor equivalente em resultados, o da construção civil, já está suficientemente beneficiado.
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22 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Wall Street Journal, ativos líquidos internacionais, títulos e investimentos diretos
Ainda que a China já tenha ultrapassado o Japão como a segunda economia do mundo, e esteja ampliando seus ativos financeiros e investimentos diretos em todo o mundo, um artigo publicado por Takashi Nakamichi, que atua em Tóquio no The Wall Street Journal, baseado nos dados fornecidos pelo FMI – Fundo Monetário Internacional, informa que o Japão continua como o primeiro do mundo nestes ativos líquidos. O líquido considera a diferença entre os ativos que os japoneses possuem no exterior, inclusive os títulos do Tesouro norte-americano, deduzidos os que os estrangeiros possuem no Japão. O artigo recebeu o título “Japan Retains Status as Biggest Creditor”.
Segundo os dados informados pelo Ministério de Finanças do Japão em fins de 2011, o país tinha um saldo de cerca de US$ 3,19 trilhões, apesar de um declínio de 5,5% com relação ao ano anterior. A China, junto com Hong Kong, possuía cerca de US$ 2,43 trilhões líquidos, mas continua aumentando estes ativos, como uma tendência do aumento das economias emergentes. Nos últimos quatro anos, os chineses triplicaram seus ativos no exterior, segundo o artigo, mas também estão desacelerando estes investimentos nos últimos meses.
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22 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Robert Skidelsky no Project Syndicate, discussão sobre a liderança chinesa, posições acadêmicas variadas
A China vem registrando um crescimento econômico e político respeitável no cenário internacional, e são muitas as discussões sobre o que acontecerá no futuro se ela vier a superar os Estados Unidos. Robert Skidelsky, professor emérito de Política Econômica da Warwick University e biógrafo de John Maynard Keynes entre outros, elaborou um artigo que está sendo distribuído pela credenciada Project Syndicate, com o título “Why China Won’t Rule”, informando sobre as restrições que existem no próprio país que nunca se dedicou à expansão de seu domínio político, mesmo pelos seus vizinhos.
O autor argumenta que parece inevitável que a China continuará crescendo mais que o resto do mundo, enquanto o mundo desenvolvido permanece atolado em recessão ou perto dela. Pode chegar à primeira do mundo em 2017, ao mesmo tempo em que seus gastos militares crescem mais rapidamente que o seu PIB. Segundo o autor, para a mente norte-americana só pode haver uma superpotência, e se a China conquistar esta posição será em detrimento dos Estados Unidos, e isto constitui um grande desafio.
Robert Skidelsky
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21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: editorial do Nikkei, envelhecimento, o problema do decréscimo populacional
Segundo um editorial publicado pelo jornal econômico japonês Nikkei, a falta do sentimento de urgência com relação ao decréscimo da população no Japão confundem os observadores estrangeiros. Eles chegam a questionar por que os japoneses não flexibilizam a imigração estrangeira. Alguns chegam a considerar que esta atual política populacional chega ser considerada um suicídio do Japão.
Algumas avaliações são simplistas, segundo o editorial, mas oferecem a oportunidade para a reflexão japonesa sobre a perspectiva do declínio da população e seu impacto no futuro do Japão. Sabe-se que se existem variáveis que acabam influindo fortemente e de forma inexorável em toda a economia elas são as demográficas.
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21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: limitações para as medidas de estímulo, preocupações na China e outros lugares do mundo
Como um exemplo da preocupação generalizada no mundo sobre o desaquecimento que se observa em todas as economias, o site do Bloomberg informa que o premiê chinês Wen Jiabao prometeu concentrar os esforços do governo no estímulo ao crescimento naquele país. Ainda que a taxa de crescimento da China continue elevada em termos internacionais, houve um desaquecimento, e para a manutenção da sua estabilidade política e social é vital que a mantenham alta. Os problemas das pressões inflacionárias são considerados secundários, pois os das commodities importadas estão em queda, havendo necessidade de manter os salários em elevação para ampliar o seu mercado interno.
Estes tipos de colocações ocorrem na maioria dos países emergentes, inclusive na Índia e no Brasil. Mas, no caso da China, existe uma limitação que parte substancial do mercado financeiro depende das instituições não bancárias, e a redução da taxa de juros tem um efeito mais limitado. O câmbio na China, depois de uma valorização continua e gradual por longo tempo, também acusou algumas mudanças, para preservar suas exportações.
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17 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista de Masatoshi Ito da Ajinomoto, mudanças de posturas dos empresários japoneses
Reconhecendo que os principais grupos empresariais do Japão estão se tornando multinacionais, nota-se que os seus principais líderes intensificam a concessão de entrevistas para a imprensa internacional. Se o CEO da Hitachi, Hiroaki Nakanishi, falou com o jornalista do The Wall Street Journal, agora o da Ajinomoto, Masatoshi Ito, concedeu entrevista aos jornalistas Kana Inagaki e Hiroyuki Kachi do mesmo jornal, reproduzido pelo Valor Econômico. Como estes empresários não costumavam se manifestar nos meios internacionais de comunicação, com raras exceções como o Akio Morita que foi o presidente da Sony, parece ocorrer um reconhecimento que a maior parcela dos seus mercados já não está no Japão, mas no mercado mundial.
O artigo em questão informa que a Ajinomoto está buscando aquisições de empresas no mercado internacional, visando acelerar o processo de sua expansão. O grupo já atua no Brasil, tanto para a produção de matérias-primas para seus temperos como a colocação de alguns dos seus produtos cuja demanda está em crescimento. Tendo adquirido o controle de uma empresa japonesa que produzia macarrões com preparos instantâneos, com temperos orientais, notaram que no mercado brasileiro a sua demanda estava crescendo rapidamente. Isto decorria da disseminação dos hábitos de consumos de produtos da culinária japonesa, como ampliação de uma nova classe média local, bem como aumento do emprego de mulheres que se dedicavam no passado exclusivamente às lides domésticas.
Masatoshi Ito
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16 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: algumas lideranças destacadas, dificuldades na média, influencias culturais
Há um evidente contraste na Ásia: enquanto algumas mulheres conseguem galgar as posições máximas, mais que em outras regiões no mundo, na média das sociedades asiáticas elas continuam contando com restrições culturais para a sua ascensão. Aquelas que superam estes obstáculos acabam se destacando. Um artigo publicado por Vishakha N.Desai, Astrid S. Tuminez e Gerald Rolfe no Project Syndicate procura discutir estas questões complexas.
Os autores observam que as atenções mundiais se voltam hoje para a Ásia, principalmente a China e a Índia. As performances recentes de suas economias, a dimensão populacional, os desenvolvimentos tecnológicos e a vitalidade empresarial ajudam neste processo, que se espalha pelo Sudeste Asiático, ao mesmo tempo em que o Japão e a Coreia mantêm os níveis já conquistados. Mas, segundo o artigo, continuam se estimando que cerca de 1,3 milhão de meninas por ano não chegam ao nascimento, somente na China e na Índia.
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