13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento dos produtos genéricos, mudanças no mercado de medicamentos no Japão, produções vindas do exterior
Não faz muitos anos que vêm ocorrendo mudanças no mercado japonês de medicamentos. No passado, os médicos que atendiam nos hospitais prescreviam medicamentos para os seus pacientes que eram fornecidos no próprio hospital, na quantidade exata da prescrição. Depois, começaram a ser vendidos em farmácias localizadas nas proximidades das residências japonesas. Agora, o jornal Nikkei informa que está havendo um aumento substancial do uso de medicamentos genéricos, muitos produzidos no exterior.
A partir de 1º de abril último, os médicos que prescreverem medicamentos de marca precisam escrever também todas as alternativas genéricas existentes. Os genéricos respondiam por 23,6% no final de 2011, mas existem previsões que devem se elevar nos próximos anos. As indústrias farmacêuticas estão se ajustando para atender a nova demanda japonesa.
Farmácias no Japão
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12 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: agiotagem na China, cifras astronômicas, muitos condenados à morte por operações ilegais, necessidade de torná-las oficiais
Todos os números que envolvem a China são astronômicos, e a Bloomberg publica um artigo de Jun Luo, de Xangai, e Yidi Zhao, de Beijing, com a editoria de Peter Hirschberg, citando cifras inacreditáveis de operações dos agiotas, pois suas ações não estão regulamentadas. Ren Xianfang, economista da IHS Global Insight, de Beijing, estima que os chamados “Shadow Banks” estariam com empréstimos e investimentos da ordem de US$ 1,3 trilhão, que corresponde ao déficit do governo dos Estados Unidos em 2011. Ou, segundo Yao Wei, economista do Societé Generale, somando-se as “trust companies” ligadas aos bancos, o total chegaria a US$ 2,4 trilhões, quase o endividamento das famílias norte-americanas.
Este assunto vem sendo discutido na imprensa e pelas autoridades chinesas, pois existem muitos condenados à morte pelas práticas ilegais, tendo o primeiro-ministro Wen Jiabao comentando o tema numa entrevista à imprensa em 14 de março último. Segundo ele, as empresas chinesas, especialmente as pequenas, necessitam destes fundos, e é preciso efetuar os financiamentos privados de forma regulamentada. Segundo a Bloomberg, o caso que se tornou mais conhecido foi a condenação à morte de Wu Ying, de 28 anos, conhecida como a “Rich Sister”, que foi considerada culpada por tomar dos investidores US$ 55,7 milhões sem pagar de volta. Ela não é a primeira, não se sabendo ao certo quantos estão condenados, o que vem sendo veiculado pela Xinhua News Agency e pelo People’s Daily, que são oficiais do governo chinês. Também nos altos organismos do Partido Comunista da China, estes assuntos estão sendo discutidos, com alguns entendendo que a condenação à morte não é a sua solução.
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: benefícios para os produtos como distribuidores, computação nas nuvens na agricultura, informações além do mercado e dos individuais
Aqueles que imaginam que a agricultura de hoje ainda continua com tecnologias tradicionais podem estar enganados. Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que até a agricultura japonesa está mudando, deixando de ser feita pelos idosos, mas incorporando jovens com elevada tecnologia. A NEC está oferecendo tablets que são utilizados não somente para controle dos custos e das previsões de safra, mas para fornecer aos distribuidores as informações das próximas safras de legumes e outros produtos agrícolas, mesmo com as variações do clima. Os produtores de commodities agrícolas do Brasil estão ligados com as cotações do mercado de Chicago, sabendo exatamente as opções entre a produção de soja ou milho, por exemplo.
Desde janeiro de 2011, as empresas agrícolas do Japão já utilizam estes sistemas de computação nas nuvens, tanto para a avaliação dos fertilizantes e outros insumos a serem utilizados como para o andamento de sua produção, tendo informações de outros produtores. Ao mesmo tempo, uma cadeia de lojas de conveniência como a Lawson, utiliza estas informações para as suas programações de compras. Tanto produtores como distribuidores acabam sendo beneficiados, não somente com os dados da sua produção como de outros produtores.
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: os exemplos do Mar do Norte, os problemas ecológicos do pré-sal, reportagens da Folha de S.Paulo
Aos poucos vão ficando mais claros os desafios que existem para a exploração sustentável do pré-sal brasileiro. Ainda que tenham sido localizadas reservas promissoras na região, o conhecimento mais profundo de suas condições, inclusive geológicas, mostra a magnitude dos desafios existentes. A Folha de S.Paulo publica duas matérias que chamam atenção sobre dois aspectos relevantes. O primeiro, relacionado com os marcos regulatórios indispensáveis, utilizando o lançamento do livro de Maurício Trombino Tolmasquin e Helder Queiroz Pinto Junior sobre a experiência internacional disponível, ressaltando o exemplo da Noruega na exploração do Mar do Norte. O segundo, apontando que a logística exigida aumenta os riscos de acidente do pré-sal, com muitas informações úteis para a sua avaliação.
Há um consenso internacional que a Noruega apresenta uma regulamentação cuidadosa, com flexibilidade suficiente para enfrentar os problemas que se apresentam na exploração offshore. A própria Petrobras atribui muitos dos seus conhecimentos tecnológicos a sua participação nos esforços para a exploração do Mar do Norte, que devem ser aproveitados também para o pré-sal. O livro organizado por Maurício Tolmasquim, da Empresa de Pesquisa Energética do governo, e pelo professor da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Helder Queiroz Pinto Junior, informa o artigo da Folha, apresenta a experiência do Brasil e da Noruega, além de outros nove países, sobre o assunto da regulamentação da exploração do petróleo. Deve ajudar no aperfeiçoamento da regulamentação brasileira.
Capa do livro Marcos Regulatórios da Indústria Mundial do Petróleo e vazamento de petróleo da Chevron no campo de Frade
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5 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Matriz Energética, o custo da energia elétrica no Brasil, privatização, segmentos do mercado
Entre os muitos problemas enfrentados pela economia brasileira, de difícil compreensão para todos, está o do custo da energia elétrica, e dentro do pacote de correções recentes que foram introduzidos pelo governo muitos empresários notaram a ausência de qualquer medida. Em termos internacionais, o Brasil é um dos países que conta com a energia hidroelétrica na sua matriz, que deveria ser mais barata que as geradas por outras fontes. No entanto, os empresários alegam que pagam custos elevados que tendem a subir, tornando-os menos competitivos que os seus concorrentes externos, em parte devido a tributações elevadas sobre seus fornecimentos.
O problema é de grande complexidade, pois existem diferenças regionais pelos setores consumidores de energia e também para os grandes consumidores a possibilidade de contarem com fornecimentos próprios ou adquiridos de terceiros em leilões. Além das dificuldades de gerações, existem os relacionados com a sua transmissão até chegarem aos consumidores, que continuam deficientes. E, nos últimos anos, as precipitações pluviométricas contribuíram para manter os reservatórios abastecidos, o que nem sempre tem sido favoráveis.
Termoelétrica de Candiota (RS), Hidrelétrica do Funil (RJ) e usina de etanol
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4 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: caso da Boeing, FMC Technology, fornecimentos com tecnologias avançadas, pesquisas
As tradicionais empresas multinacionais também estão se voltando às pesquisas necessárias no Brasil, pois parecem convencidas que os desafios da economia brasileira exigem tecnologias de ponta para assegurarem seus fornecimentos. Dois casos noticiados hoje pelo Valor Econômico mostram casos concretos em que esta orientação está sendo adotada. A filial da Boeing no Brasil, comandada por Donna Hrinak, ex-embaixadora dos Estados Unidos no país, anuncia a montagem de um centro de pesquisas com vistas ao desenvolvimento de biocombustíveis. A FMC Technology, fornecedora de soluções de tecnologia para a indústria de petróleo, anuncia um acordo de US$ 1,5 bilhão com a Petrobras para o fornecimento inicial de 78 equipamentos (valor de US$ 900 milhões), as chamadas árvores de natal submarinas que serão utilizadas no pré-sal, submetidas às maiores profundidades e pressões.
As necessidades brasileiras estão se tornando mais complexas, e a Boeing estima que a demanda do Brasil de aeronaves nos próximos 20 anos devem chegar a US$ 100 bilhões. Mas, no estágio inicial das pesquisas, os montantes investidos são modestos, devendo girar em torno de US$ 4 a 5 milhões. Além do biocombustível, as pesquisas devem ser voltadas ao controle do tráfego e desenvolvimento de novos materiais para a aviação. Além da Embraer, deverá se manter entendimentos com a FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Donna Hrinak, da Boing no Brasil, e José Mauro Ferreira, diretor comercial da FMC Technology no Brasil
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3 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as opções das autoridades, dosagens, limitações a que estão sujeitos, medidas possíveis
Todos concordam que existem problemas na economia brasileira, principalmente na competitividade do seu setor industrial no mercado internacional, havendo um razoável consenso sobre o seu diagnóstico. Como um câmbio valorizado diante do forte influxo de recursos externos, taxas de juros internos elevados, tributações mais pesadas que de muitos concorrentes, e o conjunto de custos fora do chão de fábrica, que costumam ser chamado de “custo Brasil”, muitos relacionados com as infraestruturas deficientes. Mas quando as autoridades procuram iniciar algumas de suas correções mais cruciais no momento, as críticas abundam sem que alternativas sejam apresentadas. Muitos parecem imaginar que as autoridades não possuem restrições e que basta querer que podem fazer o que desejariam.
Ainda que muitos não concordem, o governo admitiu explicitamente que o câmbio no mundo se encontra extremamente manipulado das mais variadas formas, e declara que procurará manter o brasileiro dentro dos limites que considera razoável, ainda que a sua aquisição de divisas no mercado acabe tendo um custo. A acumulação de reservas já está acima do mínimo indispensável, e enquanto sua aplicação no exterior rende pouco, necessita absorver os excessos de meios de pagamento no país, com a contração de dívidas adicionais que exigem encargos elevados, sem o que acabaria gerando pressões inflacionárias.
Guido Mantega ao lado de Marco Maia, Dilma Rousseff, Michel Temer e Gleisi Hoffmann, durante anúncio de medidas de incentivo. Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação/Presidência
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3 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: evento da ONU por iniciativa do Butão, FIB – Felicidade Bruta, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, prêmios Nobel de Economia Joseph Stiglitz e Jeffey Sachs
Nem todos os analistas do mundo concordam que o PIB – Produto Interno Bruto utilizado por muitos economistas indicam o nível de bem-estar de um país. Assim, Butão criou em 1972 o FIB – Felicidade Interna Bruta, utilizando 72 variáveis para mensurar o bem-estar de sua população, e a sua discussão continua em andamento para fazer parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, como propõe o prêmio Nobel Jeffrey Sachs. O assunto deve ser discutido no próximo Rio + 20 em junho próximo. Segundo os participantes destas conferências, ações para prevenir problemas ainda não vivenciados, mas previstos como inevitáveis, como as consequências das mudanças climáticas ou esgotamentos de recursos naturais devem ser debatidos, como foi colocado num artigo de Ana Cristina Duarte, publicado no O Globo.
Outro prêmio Nobel, Joseph Stiglitz, defende a sanção comercial aos Estados Unidos, pois sendo um dos maiores poluidores do mundo não aderem às metas que precisam ser estabelecidas para a redução da poluição, como vem acontecendo desde o Protocolo de Kyoto. Ele entende que um avanço na agenda sobre o assunto é indispensável mesmo sem o apoio daquele país.
Joseph Stiglitz e Jeffrey Sachs
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aguardam-se medidas drásticas, divulgação da Bloomberg, montadora de equipamentos de diversas empresas multinacionais, os problemas encontrados na auditoria
A Bloomberg divulga no seu site uma série de fatos chocantes encontradas numa inspeção efetuada por uma equipe liderada pelo CEO da Apple, Tim Cook, numa visita às instalações da Foxconn na China informando que foram encontradas sérias e persistentes (serious and pressing) violações das leis chinesas de trabalho. Como é amplamente conhecido depois do suicídio de mais de 10 operários em 2010, a Apple que monta muitos aparelhos terceirizados para aquela empresa chinesa aderiu em janeiro último ao Fair Labor Association ( tradução livre, Associação pelo Trabalho Correto) com sede em Washington, USA.
A Foxconn foi instalada para cortar as horas de trabalho extra que chegam ao total de 16 horas diárias sem a redução dos salários, bem como permitir visitas externas às fábricas, como decorrência de suicídios de operários e mortes provocadas por explosões. Tudo mostra como a imagem da Apple foi atingida pelo uso de trabalhadores em condições degradantes em economias emergentes para a produção de seus equipamentos. A ampla reportagem informa que, além da Apple, a Microsoft, Dell, Hewlett Packard e a Samsung terceirizam com a Foxconn a montagem de muitos equipamentos.
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do Financial Times, dificuldades nos relacionamentos apesar das conveniências, ponto de inflexão no relacionamento bilateral
Aproxima-se a data em que a presidente Dilma Rousseff deve fazer uma visita oficial aos Estados Unidos e certamente a pauta dos assuntos a serem tratados é extensa e importante. Mas não se devem aguardar grandes avanços nas relações bilaterais destes dois maiores países das Américas, ainda que pequenos gestos possam dar sinais que estes entendimentos estão subindo de patamar. Os Estados Unidos encontram-se num ano eleitoral e o Brasil não é um país que perfila automaticamente com algumas posições de política internacional daquele país, possuindo uma posição própria e independente. Joe Leahy, do Financial Times, trata destes assuntos num artigo, mostrando que existem muito mais assuntos que os comerciais, onde as cifras com a China estão superando a destes gigantes das Américas.
Existem interesses norte-americanos no fornecimento de aviões, do mesmo modo que fornecimentos brasileiros foram suspensos. Sobre o etanol brasileiro foram suspensas as tarifas, mas o Brasil é hoje importador deste produto. A reivindicação brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança, sem sacrificar a sua neutralidade, pode ser um ponto importante, que ainda encontra resistência por parte da China.
Barack Obama e Dilma Rousseff
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