2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cogitações depois de duas décadas, instrumento interessante para a ativação industrial procurada pelo governo, notícias sobre ZPE no Valor Econômico
Depois de um longo período em que o governo não mostrou maior interesse na implementação das chamadas ZPEs – Zonas de Processamento das Exportações, começam a aumentar as notícias sobre medidas que permitam a sua implantação. Elas foram criadas em 1988, prevendo-se que 80% da sua produção seriam destinadas à exportação, mas agora se cogita da sua redução para 60 a 50%, promovendo a substituição de parte das importações que continuam se elevando no Brasil. O assunto mereceu uma ampla reportagem do Valor Econômico, comandada por João Villaverde.
O governo vem sentido a necessidade de dar um forte impulso para o setor industrial que veio perdendo competitividade internacional, aumentando as importações de bens que poderiam ser produzidos no país, criando empregos de qualidade. Mesmo o índice de nacionalização de 60% sobre os equipamentos pesados que seria utilizado no pré-sal, cogita ser reduzido, diante dos atrasos que estão sendo observados na sua produção, que pode prejudicar importantes programas do governo. Teoricamente, existem 24 ZPEs que estão aprovadas no Brasil, mas muitas delas podem sofrer modificações, e se as regulamentações forem alteradas, novas podem ser pleiteadas.
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a força do exemplo realizado, além do discurso, contribuições relevantes
Muitos analistas estão enfatizando somente os discursos feitos pelo Brasil e parceiros na última reunião dos BRICS, países com características diferentes, sem reconhecer devidamente as ações concretas dos brasileiros e de outros membros do grupo que contribuem para o novo cenário internacional. É evidente que as críticas às políticas adotadas pelos países já desenvolvidos ficaram mais explícitas. Elas geraram problemas financeiros para muitos e agora só estão remediando alguns dos seus próprios problemas, sem contribuir para a melhoria do quadro geral mundial e até pelo contrário, mas este não parece ser o ponto principal do que está acontecendo no mundo.
Na realidade, os países emergentes estão ampliando seus mercados internos e promovendo a sensível melhoria de distribuição de renda na sua economia, como é marcante no exemplo do Brasil, até dentro de um quadro de sólida consolidação democrática do ponto de vista político. A troca de experiências entre os países membros do BRICS pode ajudar na melhoria da política em cada de um deles que apresentam limitações diferentes.
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30 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a demanda chinesa de alimentos, importações crescentes, tendência para continuar subindo
Num extenso artigo publicado pela China Daily, de autoria de Lu Chang, informa-se que a China continuará importando alimentos de forma crescente em suas diversas formas. Mesmo as partes consideradas menos nobres dos animais encontram uma grande demanda, tendo se importado mais de 880 mil toneladas em 2011, mais que 65% do total de suínos. Alem do robusto crescimento econômico, a dieta dos chineses vem melhorando, e todos os produtos relacionados, como as rações estão em alta, principalmente a soja e o milho. O total da importação de produtos agrícolas chegou próximo a US$ 95 bilhões em 2011, comparado com US$ 12 bilhões em 2001, com um crescimento surpreendente.
A China se tornará a maior importadora líquida de produtos agrícolas nos próximos 10 anos, segundo pesquisador sênior Cheng Guoqiang, do Centro de Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Conselho de Estado do país. Já é o maior importador de algodão e soja e se tornou o maior destino das exportações de produtos agrícolas dos Estados Unidos. Importou 19,8 milhões de toneladas de soja do Brasil, que detém 38% do total importado de todos os países.
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30 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: abaixo da necessidade, comparações com outras cidades, metrô em São Paulo, The Economist
Uma notícia sobre o metrô de São Paulo foi publicado no The Economist, que mesmo procurando ser simpática acaba mostrando o quando estamos atrasados no transporte de massa. Informa que o que chama a atenção de qualquer visitante estrangeiro é o problema dos engarrafamentos de trânsito nesta metrópole de 19 milhões de habitantes, que conta somente com 71 quilômetros de metrô. México teria mais de 200 quilômetros, Seul cerca de 400 quilômetros e até Santiago do Chile, com um quarto da dimensão de São Paulo, tem um metrô 40% maior.
O artigo refere-se à ligação entre a Avenida Paulista e a Avenida Faria Lima, dois distritos de negócios da cidade, servido agora pela linha 4 que já está sobrecarregada, transportando mais de 550 mil passageiros diariamente. Na hora do rush, há um congestionamento de passageiros que procuram fugir de outros de veículos, ligando outros tipos de transportes que servem a periferia da cidade. Esta linha terá prosseguimentos para ambos os lados, mas ainda não estão concluídas. Pela Constituição brasileira de 1988, este sistema de transporte ficou a cargo do Estado e da Municipalidade, e os investimentos não são suficientes.
Vista das escadarias do metrô República. (Foto: Divulgação) / Lotação no horário de píco
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29 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: cobertura da China Daily, Financial Times, pouco destaque na imprensa brasileira
Há um reconhecimento geral de que o BRICS é só um grupamento de países que foram reconhecidos como emergentes, de grandes dimensões geográficas. Eles têm poucos interesses em comum, sendo difícil operacionalizar uma ação coletiva destes cinco países, o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul. A sua última reunião de cúpula realizada em Nova Delhi mereceu pouca cobertura da imprensa brasileira, que acabou se concentrando mais no discurso que a presidente Dilma Rousseff fez quando recebeu da Universidade de Delhi o título de doutora honorária, quando insistiu contra o tsunami monetário como já vem fazendo há algum tempo. E os contatos bilaterais do Brasil com a Índia, cujas dimensões não justificam os atuais volumes de transações comerciais e investimentos diretos recíprocos ainda muito baixos.
O China Daily destacou, naturalmente, os discursos de Hu Jintao que pediam uma maior confiança política entre os países membros apelando por compromissos com desenvolvimentos comuns e promoção da prosperidade dos países membros, intensificando suas cooperações. Não se conseguiu um consenso sobre a ideia de um banco de desenvolvimento cogitado para tanto, onde a China e Índia contam com maiores interesses, concordando-se que este assunto seria estudado mais profundamente.
Dilma Rousseff recebeu o titulo de honoris causa e com os quatro presidentes dos países do Brics
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28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dispêndios externos, opções difíceis, recursos que podem fazer falta
As economias em desenvolvimento, como as emergentes como a do Brasil, tendem a necessitar de divisas para arcar com os compromissos externos decorrentes das importações necessárias de equipamentos com tecnologia avançada, honrar os empréstimos obtidos no passado, bem como seus serviços de juros. Ainda que conte momentaneamente com um forte influxo de recursos de financiamentos externos, acumulando as nossas reservas e tendendo a valorizar o câmbio, a possibilidade de necessitar de poupanças externas para arcar com os investimentos indispensáveis no futuro é bastante grande. Entre os dispêndios que não afetam demasiadamente o processo de desenvolvimento estão os decorrentes do turismo externo e as importações a ele associados.
Quando do término da Segunda Guerra Mundial, o Brasil contava com uma reserva externa razoável que acabou sendo utilizada para a importação de quinquilharias como gomas de mascar e uvas passas, mesmo considerando que deveria ser evitada a elevação da sua tributação. Era ainda um período em que a intervenção governamental era elevada na pauta das importações. Os tributos mais elevados de importação acabam estimulando a substituição das mesmas com produções locais, quando o desejável era o incentivo às produções locais de equipamentos e matérias-primas indispensáveis ao desenvolvimento brasileiro.
Ator Humberto Carrão causa tumulto entre turistas brasileiros na Disney
Turistas brasileiros são um dos que mais gastam em compras no exteior
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28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: boatos, diferenças nos comportamentos dos empresários, fatos, potencialidades
Os comportamentos dos empresários e seus efeitos acabam dependendo dos públicos aos quais eles se voltam, bem como as culturas dominantes em que estão inseridos. No passado, um importante banqueiro brasileiro procurava evitar aparecer na imprensa, procurando manter-se discreto, que ainda é considerado como uma postura adequada em muitas culturas, mesmo obtendo bons resultados nas suas atividades usuais. Outro empresário agrícola queixava-se sempre das condições desfavoráveis para os seus negócios, reclamando dos prejuízos, mas adquiria todo ano uma nova fazenda. Existem também os que alardeiam com rara capacidade seus empreendimentos, que potencialmente podem ser interessantes, conseguindo impressionar muitos analistas e colocar os seus papéis no mercado e junto a grupos investidores, mesmo que os seus resultados obtidos até agora não sejam apreciáveis, até pelo contrário.
É evidente que estes resultados dependem do tempo em que são avaliados (curto, médio ou longo), e as hipóteses que são utilizadas para tanto e o futuro é, infelizmente, sempre incerto envolvendo riscos. Os otimistas podem avaliar que a maioria das condições continuará positiva e os resultados mínimos podem ser satisfatórios, mesmo que não atinjam todos os projetados. Que o otimismo sempre ajuda nos empreendimentos ninguém pode duvidar. Mas, entre um comportamento discreto e o pessimismo, existe uma grande diferença, parecendo sempre conveniente ser um pouco cauteloso quando se trata de negócios.
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28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: câmbio no OMC, dificuldades no consenso, reunião dos BRICS
Para sair do atual “imbroglio” em que está envolvido o mundo, vêm sendo realizadas muitas tentativas, mas ainda não se encontrou um mecanismo adequado para a sua superação. No passado, problemas como o do realinhamento cambial eram decididos dentro do G7, onde os Estados Unidos podiam impor, com a ajuda dos mais poderosos parceiros europeus, uma valorização do iene japonês como ocorreu no Acordo de Plaza. O Brasil provocou uma reunião na OMC – Organismo Mundial do Comércio para discutir o efeito dos câmbios nos fluxos comerciais, mas com as acusações generalizadas, principalmente entre os norte-americanos e chineses, sugeriu-se que o assunto fosse discutido no G20, como está noticiado em diversos jornais. Entre eles, o Valor Econômico, num artigo do Assis Moreira, com o título “China defende acordo temporário sobre o câmbio”. Realiza-se a reunião do BRICS, mas não se atinge um consenso sobre a criação de um novo banco de desenvolvimento entre os seus membros, como noticia Sergio Leo no mesmo Valor Econômico.
Os organismos multinacionais como o FMI – Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, e muitos outros que são considerados como componentes das Nações Unidas não conseguem a eficácia nas suas ações para equacionar estes problemas que estão afligindo a todos nesta economia globalizada. Com o desejo legítimo de todos os países participarem das decisões de medidas que os afetam, ainda não se atingiu um novo sistema de governança eficiente em escala global.
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27 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: expectativas, ministro Marco Antonio Raupp na Fiesp, problemas, situação presente do Brasil | 2 Comentários »
O ministro Marco Antonio Raupp, um especialista em ciência e tecnologia já comprovado pelos seus trabalhos no Centro Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos – SP, fez uma ótima apresentação na Fiesp – Federação da Indústria do Estado de São Paulo. Mostrou uma situação preocupante do Brasil, onde na última década os investimentos em P& D são extremamente baixos quando comparados com os principais países desenvolvidos e emergentes como a China. Mostrou que as inovações, com os dados mais recentes disponíveis, ainda são baixos nos principais países da América Latina e mesmo dos chamados BRICS, com participação insignificante do setor privado.
Mostrou ainda que dos formados em ciências naturais e engenharia em 2008, o Brasil conta com uma participação insignificante, 3% na primeira especialização, e 2% na segunda, quando os outros concorrentes, principalmente a China, contam com 17% e 34% dos mesmos, e os países asiáticos em bloco, incluindo a Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Coreia, Taiwan e Tailândia, estão com 26% e 17% respectivamente.
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26 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: análises incompletas, mudanças substanciais, potenciais consequências
Todos os importantes jornais do mundo estão anunciando que Barack Obama indicou, em nome dos Estados Unidos, Jin Yong Kim, nascido coreano, mas criado em Iowa e reitor da prestigiosa Dartmouth College, como candidato à Presidência do Banco Mundial. Ele conta com um curriculum brilhante, formado na Universidade de Brown, médico e doutorado em antropologia em Harvard, tendo atuado em muitos países em desenvolvimento na área da saúde pública, mas sem experiência em finanças ou na diplomacia. Tradicionalmente, o Fundo Monetário Internacional fica sob o comando de uma personalidade indicada pelos países europeus e o Banco Mundial pelos norte-americanos que juntos possuem os votos suficientes para tanto. Mas está havendo uma forte pressão internacional para que estas decisões fiquem mais descentralizadas com a participação de outros países, refletindo as mudanças que estão se observando nas últimas décadas no mundo.
Outra candidata está sendo colocada na disputa, a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala. Ela já foi vice-presidente do Banco Mundial, ex-ministra das Finanças da Nigéria, é uma brilhante diplomada em Harvard com “magna cum laude” e com doutorado no MIT – Massachusetts Institute of Techonology em desenvolvimento econômico regional. No presente quadro, que está sofrendo pressões para ser alterado, os votos dos países, excluídos os europeus e norte-americanos, não são ainda suficientes para a sua vitória.
Jim Yong Kim, entre Hillary Clinton e Barack Obama / Ngozi Okonjo-Iweala
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