12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: faixas preferenciais, japoneses investindo na China, tecnologias avançadas em alimentos
Muitos são os que reclamam da China, mas continuam efetuando investimentos naquele país visando atender uma parte do seu mercado que continua crescendo, mesmo num ritmo menos acelerado que nas últimas décadas. Muitas empresas japonesas não possuem alternativas, pois o mercado nipônico continua crescendo modestamente, e precisam ampliar suas atividades no exterior, com preferência nos seus vizinhos asiáticos. O jornal Nikkei publicou um artigo a respeito.
Segundo a informação, as empresas japonesas que possuem alta tecnologia neste setor de alimentos visam preferencialmente os consumidores de padrão mais elevado da China. Existe uma demanda por alimentos mais seguros e mais saborosos entre os segmentos de consumidores de média e alta renda. Uma pesquisa mostrou que esta demanda é grande, e os japoneses já estão atendendo via exportações.
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12 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: análise profunda sobre a China, dificuldades acima das notícias, Michael Pettis do Financial Times
Michael Pettis é considerado um dos mais credenciados analistas da China onde reside e seus artigos são publicados em diversos meios de comunicação, principalmente pelo Financial Times, pois ele é muito experiente e tem acesso a muitas informações. No seu currículo aparece como professor nos Estados Unidos e na China, em universidades de alto padrão. Ao contrário de artigos superficiais, ele entende que a China não está mudando a sua política para o mercado interno, até porque sempre esteve nesta posição. E os empréstimos feitos naquele país vão acabar sendo rolados, pois muitos tomadores não possuem capacidade para liquidá-los. O que pode ser considerado inadequado, mas é o que acaba acontecendo.
O problema na China é diferente dos Estados Unidos ou da Europa, segundo o autor, mas parece que isto também está acontecendo em muitos países europeus, com os prejuízos transferidos para os bancos e seus acionistas. Muitos dos empréstimos efetuados não serão honrados, transformando-se em transferências do governo central para o local, o que vai desacelerar o seu ritmo de crescimento, como já vem ocorrendo. Mesmo com a ajuda do relatório do Banco Mundial, como já postado neste site, há dúvidas sobre a eficácia de suas recomendações no sentido de maior privatização, e reformas de variados tipos.
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: efeitos da democratização, estudos de um grupo de acadêmicos, evidências chinesas, publicação recente e preliminar
O professor Antonio Delfim Netto insiste que é da natureza humana o desejo de ampliação da sua liberdade quando as necessidades básicas de sobrevivência começam a ser atendidas, mesmo nos estágios iniciais da melhoria do padrão de vida de qualquer sociedade. Como paralelo, assisti à soberba apresentação da Sinfonia nº 5, de Dmitri Shostakovich (1906-1975), na Sala São Paulo, pela Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, regida pela maestrina Marin Alsop, peça que foi apresentada pela primeira vez na então Leningrado, em 1937, hoje novamente São Petersburgo. Verifica-se que a genialidade do compositor superou algumas limitações duramente impostas pelas restrições da época de Stalin na Rússia, voltadas exclusivamente para o monumental e triunfalismo realista do Estado. Ainda que suas marcas medonhas tenham ficado gravadas na personalidade deste fenomenal compositor russo, como relatado por Isaiah Berlin sobre sua visita à Oxford, quando recebeu o título de doutor honoris causa daquela Universidade, em 1958. Como consta da Revista da Osesp, de março de 2012.
Este é o pano de fundo para a apreciação de um inédito e profundo trabalho de um grupo de acadêmicos sobre o efeito das eleições democráticas na China atual em suas vilas. Chegou-me por intermédio de Claudio Mendes, ainda numa redação preliminar, o fabuloso trabalho conjunto de Monica Martínez-Bravo, da Johns Hopkins; Gerard Pedró i Miguel, da London School of Economics; Nancy Qian, da Yale University; e Yang Yao, da Peking University. Receberam suportes de instituições como Brown University, Stanford, Harvard e National Foundation Grant. Ele se denomina “The Effects of Democratization on Economic Policy: Evidence from China”. E trabalharam com dados colecionados pelo Chinese Ministry of Agriculture. Ainda que muitos possam duvidar, as instituições envolvidas merecem créditos. Mostram que, mesmo em regimes considerados autoritários, de partido único, os primeiros indícios da aspiração por sistemas mais democráticos estão germinando, por meios criativos, superando as restrições como as que foram sofridas por Dmitri Shostakovich.
Dmitri Shostakovich e eleição na pequena vila chinesa de Wukan
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: materiais para serem experimentados, Tokyu Hands, uma inovação na lanchonete
Uma das lojas mais criativas no mundo encontra-se em Tóquio, no bairro elegante de Shibuya, e se chama Tokyu Hands, que é de uma rede e conta com outras unidades. É um prédio todo, de muitos andares, onde se encontram materiais para todos os tipos de trabalhos que podem ser executados pelos clientes, interessados em criatividade. Algumas lojas mais simples e similares no Brasil são do tipo “pegue e faça”, onde se vendem produtos que podem ser utilizados pelos consumidores para trabalhos manuais com madeiras e outros materiais. Agora, o Tokyu Hands inaugurou uma lanchonete onde muitos materiais ficam à disposição dos clientes para serem manipulados lá mesmo.
Desde jovens estudantes até idosos utilizam estes tipos de lojas, que contam com materiais para serem manipulados com criatividade. Desde sofisticados equipamentos eletrônicos até simples materiais como tecidos, madeiras, papéis e tudo que se possa imaginar, com amplas variedades para a feitura de criativos produtos, normalmente manuais. Encontram-se muitos que estimulam os clientes, e nas viagens à Tóquio sempre eu faço visitas a esta loja, que frequento há décadas, desde quando lá morei, e sempre encontro novos produtos que servem de bons presentes para serem usados pelos que me são gratos, com muita originalidade.
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9 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos sobre problemas criados por Fukushima Daiichi
Yukiya Amano, diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica, e Martin Freer, que é professor de Física Nuclear da Universidade de Birmingham entre outras ocupações, escreveram artigos divulgados pelo Project Syndicate, organismo que divulga trabalhos de grande relevância. O primeiro afirma que este tipo de energia tornou-se mais segura depois dos acidentes de Fukushima Daiichi e se tornará mais confiável nos próximos anos. Ele admite que os problemas que ocorreram foram devidos ao terremoto e o tsunami, mas também falhas humanas contribuíram para o desastre.
As regulamentações japonesas não eram suficientemente independentes e a supervisão sobre a operadora era fraca, segundo ele. A energia alternativa para a usina não estava devidamente protegida, e a resposta para o acidente não estava treinada adequadamente. Isto não ocorre só lá e serviu de alerta para os outros. Uma revisão está sendo efetuada em todo o mundo, para os novos padrões exigidos. A usina resistiu ao terremoto, mas não estava projetada para o tsunami. O uso da energia nuclear vai continuar crescendo nos próximos 20 anos, segundo o autor. A Agência Internacional prevê pelo menos 90 usinas adicionais aos 437 existentes, até 2030.
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9 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: exemplos da Grécia e da China, propagações dos efeitos no mundo globalizado, vantagens e desvantagens | 2 Comentários »
Os estudiosos de economia sempre afirmaram que algum comércio internacional é sempre melhor que a sua ausência. Um país pode exportar o que tem de competitivo e importar o que necessita ou encontra mais barato no exterior. O mundo globalizado veio ajudando a maioria dos países no seu desenvolvimento nas últimas décadas, mas a falta de cuidado com os problemas que eles também trazem geraram as crises recentes, provocadas em grande parte pelos exageros dos fluxos financeiros. Eles são muitas vezes maiores que os fluxos comerciais.
Um artigo do site da Bloomberg, escrito por Michael Heath e Andy Sharp, informa sobre as consequências da dívida grega sobre muitos países do mundo. Outro artigo, do The Wall Street Journal, informa que não é somente os Estados Unidos que reclamam do câmbio desvalorizado da China, mas até seus vizinhos asiáticos. E os países desenvolvidos acabaram criando um tsunami de recursos financeiros que está prejudicando a todos, ainda que deem a ilusão de uma recuperação temporária de suas economias.
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7 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: consumo interno estimulando a economia, melhoria na distribuição de renda, o PIB de 2011, possibilidade de 2012, recuperação no final do ano
A análise do comportamento de uma economia como a brasileira exige um cuidado maior que a simples avaliação do PIB atingido num ano. O de 2011 pode ter frustrado muitos, por ter ficado bem abaixo do desejado pelo governo e analistas, mas ainda está melhor do que está ocorrendo no mundo, tendo se tornado a 6ª ao ultrapassar a do Reino Unido, com possibilidade de superar a da França para se tornar a 5ª ainda este ano, segundo dados do IBGE e estimativa da consultoria britânica Economist Intelligence Unit, como publicado em muitos jornais, entre eles a Folha de S.Paulo, num artigo escrito por Érica Braga.
Isto está ocorrendo porque no final do ano passado ela já estava se recuperando, comandada pela demanda interna, dependendo menos do mercado internacional que começa a esboçar a sua recuperação a partir dos Estados Unidos. Mas a Europa continua problemática e até a China desacelerou o seu crescimento. O País do Meio está tentando reformar a sua economia, impulsionando o mercado interno, o que o Brasil já vem conseguindo há muitos anos.
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7 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: agilidade nas mudanças das estratégias, notícias do Wall Street Journal reproduzido no Valor Econômico, problemas de chineses como japoneses
O The Wall Street Journal, com uma equipe de jornalistas, publicou uma matéria sobre os espaços que os chineses estão conseguindo no setor petrolífero norte-americano e em outros países, onde encontravam resistências. Todos estimam que a China ocupe a posição de maior importador de energia no mundo com o seu desenvolvimento, ainda que tenham algumas reservas, inclusive de xisto, que exigem tecnologias mais eficientes para a sua exploração. Segundo o artigo, Fu Changyu, que lidera o processo de aumento chinês no espaço norte-americano, fracassou na sua primeira tentativa, mas mudou de estratégia.
Os chineses estão adquirindo fatias minoritárias nas empresas dos Estados Unidos e mantêm um papel passivo e uma distância dos funcionários da China das tecnologias americanas de ponta, conseguindo sucesso, a ponto de investirem US$ 17 bilhões em 2010.
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6 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo publicado no Foreign Affairs, conflito seria uma escolha não necessária, relações sino-americanas
Poucas pessoas estariam tão qualificadas para o tratamento da questão do relacionamento dos Estados Unidos com a China como Henry Kissinger. Ele escreveu um artigo para o respeitável Foreign Affairs, no número de março/abril de 2012, tratando deste complexo problema. Trata-se da convivência das duas maiores potências econômicas do mundo atual, que também tem facetas políticas e militares. Sua análise exige muitos cuidados, mas esta nota é somente uma avaliação superficial, tentando fazer um resumo e dando notícia de sua divulgação.
Kissinger começa com o que foi anunciado no comunicado conjunto depois da visita do presidente chinês Hu Jintao ao presidente norte-americano Barack Obama em 19 de janeiro último. Ele proclama que ambas as partes estão comprometidas com um “positivo, cooperativo e abrangente relacionamento dos EUA – China”, e que os Estados Unidos saúdam uma China forte, próspera e bem sucedida que desempenha um papel crescente nos assuntos mundiais. E a China cumprimenta os Estados Unidos como uma nação da bacia da Ásia – Pacífico, que contribui para a paz, estabilidade e prosperidade da região. Desde então, os dois países trocaram visitas setoriais de alto nível para cuidar das questões econômicas, militares e sociais.
Henry Kissinger
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6 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a emblemática figura de Bo Xilai de Chonqing, artigo do Financial Times republicado no Valor Econômico, problemas econômicos e demográficos, violentas disputas políticas
Procuramos acompanhar neste site o que vem acontecendo nos bastidores da política chinesa, como quando postamos em 28 de fevereiro último o artigo A Política Chinesa Segundo Especialistas, com base no artigo de Elizabeth C.Economy divulgado pelo Council on Foreign Relations. Hoje, o Valor Econômico reproduz numa página toda artigos provenientes do Financial Times com revelações aterradoras contra Bo Xilai, o poderoso secretário do Partido Comunista em Chonqing, que representa a ala mais retrógada na China, e candidato a um dos cargos do Politburo neste ano, e tudo indica, ele não conseguirá o seu intento.
O Financial Times, com sua alta e longa credibilidade, procurou documentar-se o melhor possível para noticiar os terrores que foram cometidos em Chonqing, pelo chefe da polícia de Bo Xilai, Wang Lijun. Este já caiu em desgraça e se dispõe a revelar toda a trama contra os empresários daquela região, promovida pelo Bo Xilai, acusando-os de pertenceram a uma máfia. Li Jun, um ex-empresário que relata as barbaridades sofridas pessoalmente e pelas perseguições aos seus familiares, é a fonte principal das informações e ele está refugiado em lugar incerto e não sabido, como um pobre refugiado político, quando era antes um poderoso empresário em Chonqing. Outros expurgos desta natureza já foram efetuados na China.
Bo Xilai e a atual reunião do Congresso Nacional do Povo na China
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