14 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: contrastes com as preocupações financeiras, exemplos das siderurgias, grandes movimentações pesadas, tecnologias
Enquanto uma parcela substancial do mundo preocupa-se com os problemas conjunturais e financeiros que abalam as economias internacionais, parece que os setores pesados desta mesma economia se concentram em pensar nas décadas futuras, promovendo substanciais inovações tecnológicas e procurando posicionar adequadamente os seus grandes conglomerados. Alguns parecem estar cansados destas especulações de curto prazo para cuidar do que é realmente importante para o bem-estar da população mundial, que continua vivendo e exigindo infraestrutura adicional para atender suas necessidades.
O setor siderúrgico mundial é um deles. Mesmo sendo uma indústria pesada, cujas mudanças se observam ao longo de muito tempo, nota-se que cada novo projeto introduz substanciais inovações tecnológicas, pois necessitam produzir com eficiência produtos para atender as demandas, que vão apresentando novos materiais que competem com os metais, como os desenvolvidos pelos setores petroquímicos. Um indicativo artigo saiu no jornal econômico japonês Nikkei, resumindo a acirrada disputa que ocorre na siderurgia mundial, hoje comandada pelos asiáticos, ainda que instalados em todo o mundo.
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9 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cautelas dos pequenos investidores, divulgações incompletas, problemas cambiais
O conceituado jornal econômico japonês Nikkei noticia hoje com destaque no seu site que os pequenos investidores japoneses, muitos conhecidos como Mrs. Watanabe, mal informados pelos intermediários financeiros, assustam-se com as variações cambiais, pois somente consideram seus retornos em yens. Os elevados juros pagos pelo Brasil, contrastando com o quase zero do Japão, levaram muitos pequenos investidores a aplicarem nos fundos que os investem especulativamente em mercados externos como o do Brasil, que também oferecem opções em real. Estes montantes, segundo o artigo, chegaram a um saldo de cerca de US$ 100 bilhões.
Informados agora que os juros estão baixando no Brasil pela ação do Banco Central, bem como houve variações cambiais que reduziram seus retornos em yens, provocaram alguns refluxos e ficaram mais cautelosos com relação ao Brasil. Eles chegaram, segundo a Nomura Securities, ao montante de quase US$ 200 bilhões nos chamados Investment Trust Funds, com cerca de 60% operando com o Brasil, depois dos problemas da Lehman Brothers.
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8 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: colaboração com uma entidade acadêmica portuguesa, intercâmbio de qualidade, outras visões, visões mais profundas
Estamos iniciando no asiacomentada um intercâmbio de interesse recíproco com o blog ocidentesubjetivo, organizado por um grupo de estudantes de mestrado em política internacional, cujos objetivos estão contidos no editorial que se segue:
Ocidente Subjectivo
O Ocidente já não é centro do Mundo, mas o centro do nosso olhar. E é partir dele que observamos o que nos rodeia.
Para introduzir este novo espaço, nada melhor que começar pela origem do seu nome. O Ocidente Subjectivo é o espaço onde vivemos. A partir do qual observamos o Mundo. É uma espécie de jaula dourada da qual nós, ocidentais, temos, muitas vezes, a pretensão de fugir quando nos debruçamos sobre o resto do Planeta, mas invariavelmente não conseguimos se efectivamente não saímos de cá.
Este blogue é um espaço criado por alunos do Mestrado em Relações Internacionais que estão cientes dessa realidade e de que essa tal jaula pode toldar e limitar as observações que fazemos. Mesmo que queiramos ser rigorosos, essa “ocidentalidade” irá estar sempre presente nas nossas reflexões e molda o nosso pensamento. Porque é muito diferente, por exemplo, reflectir a esta distância sobre o Sudeste Asiático e reflecti-lo depois de lá vivê-lo, de deixá-lo nos inundar… Então se estamos cientes dessa limitação e se a abraçamos, porquê seguir este caminho? Porque iremos tentar, ao longo do tempo, procurar pistas que nos coloquem o mais possível do lado de fora da “box”. Vamos tentar raciocinar nesse sentido.
Sendo nós alunos do Mestrado em Relações Internacionais vamos procurar trabalhar matérias que nos digam respeito, principalmente no que concerne à temática das Informações e Segurança, já que é a nossa especialização. Mas, mais uma vez sublinhe-se, serão reflexões que nunca serão espartilhadas ou amarradas só ao tema base. Pretendemos trabalhar as mais variadas matérias, tentando olhar ao/pelo prisma das Informações e Segurança e tudo o que gravita dentro e fora deste universo. Ajuda ao Desenvolvimento, o Terrorismo, Política interna e externa, entre muitos outros temas. Tudo cabe neste espaço. Temos uma referência no cume, mas a base da pirâmide será muito larga! Não queremos ser muito fundamentalistas no tema, mas sim alargar o “scope”. Procurar vários pontos de vista e âmbitos. Olhar aos mais variados temas, tendo como referência as matérias da nossa especialização. E do alto deste Observatório, procurar a lente correcta de observação.
Como iremos fazer isto? Para além dos observadores residentes, vamos tentar ter connosco uma variada panóplia de observadores convidados, como forma de enriquecerem o nosso espólio. Com textos curtos e com opiniões o mais directas possível!
Por fim, objectivos. Ser, um dia, uma referência para os nossos colegas. Mas também ser uma ponto de passagem para todos aqueles que estudam estas matérias no âmbito das RI. Estes serão os nossos objectivos essenciais. Além do nosso enriquecimento individual.
Sejam bem vindos!
Esperamos que esta colaboração, do mais alto nível, ajude os que visitam o nosso site ter uma visão diferenciada, europeia e portuguesa, do mais alto nível acadêmico, formados pelos estudantes de mestrado de uma instituição centenária. Os que desejarem conhecer o conteúdo completo dos demais artigos postados poderão ter acesso direto acionando o no nosso blogroll.
7 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: além dos problemas europeus e norte-americanos, dificuldades japonesas com o TPP, suporte ao atual governo
Além das dificuldades enfrentadas pelas economias norte-americanas e europeias, o mundo globalizado também conta com problemas que começam a se acumular no Japão. O atual governo do Japão, comandado pelo primeiro-ministro Yoshihiko Noda, necessita do suporte dos seus eleitores e da Dieta para avançar nas questões sobre os orçamentos indispensáveis para os programas de reconstrução, e de iniciativas como as chamadas TPP – Trans-Pacific Partnership. Pretende-se discutir com os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, além de alguns países do Sudeste Asiático e da América do Sul, os termos de um acordo de livre comércio. Os mesmos facilitariam as exportações de produtos industriais do Japão, mas eles precisam fazer concessões para a importação de produtos agrícolas.
As pesquisas de opinião pública feitas pela agência Kyodo indicam um razoável equilibro no eleitorado, entre os que são a favor do início das discussões e os que são contra. Muitos adotam a posição que o governo não forneceu à população todas as informações sobre as implicações destes acordos, e o próprio suporte ao atual governo tende a reduzir-se, ao lado do desgaste natural que vem ocorrendo ao longo dos primeiros iniciais desta administração.
Primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda
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6 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: diferenças com o real, ponto de vista de um dirigente do Citigroup no Japão, valorização do yen | 4 Comentários »
Se existe um problema complexo é entender o que acontece com o câmbio de uma economia, e como ele pode comportar-se no futuro. Tsutomu Fujimura, vice-chairman do Citigroup no Japão, publicou um artigo no jornal econômico Nikkei informando que não vê uma razão estrutural para a mudança da tendência atual que vem levando à contínua valorização da moeda japonesa, yen. No Brasil, que sofre semelhante valorização do real, diferente do Japão, ainda existe uma possibilidade de redução da taxa de juro interno reduzindo a diferença com a vigente no exterior, procurando desestimular o influxo de capital, o que parece difícil no Japão que já pratica, tradicionalmente, um dos juros mais baixos do mundo.
Apesar da maioria dos pequenos investidores japoneses acreditar que o yen acabará se desvalorizando, Tsutomu Fujimura não encontra, na sua análise, o que poderá provocar esta tendência, baseado na experiência do que aconteceu no passado, desde quando o câmbio estava fixo no nível de 360 yens por dólar norte-americano.
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6 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: globalização e o Japão, interesses culturais, o câmbio japonês
Em todas as viagens, como esta minha atual ao Japão, existem muitas oportunidades para receber informações adicionais que acabam provocando reflexões, permitindo compreender melhor parte de alguns problemas difíceis que são complexos para serem analisados à distância. Um deles refere-se ao yen extremamente valorizado, quando a economia japonesa não se encontra numa situação brilhante e seus juros são baixos, mas existe um forte influxo de recursos mesmo que não seja das economias mais seguras, com sua elevada dívida pública e baixo crescimento. O segundo é o interesse de parte da população japonesa sobre as influências recebidas dos portugueses do ponto de vista da arte.
Não são respostas conclusivas para questões tão complexas, mas a desconfiança que existem profundas razões objetivas que permitem compreender melhor algumas atitudes que nos parecem pouco exageradas. São meros esboços que exigem um exame mais profundo para que possam ser considerados como corretos. O cultural parece mais evidente, e o econômico mais complexo, e ambos devem merecer textos específicos adicionais neste site.
Capa catálogo da exposição no Suntory Art Museum e Tsutomu Fujita do Citigroup
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5 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Política, webtown | Tags: camaradagem com os companheiros de trabalho, paz na mente, uso do zazen
O jornal econômico japonês Nikkei publicou um artigo noticiando sobre um pequeno templo zen budista de Nagano, onde o monge Bunkei Shibata, um ex-executivo da Yokogawa Eletric, atua no sentido de ajudar na preparação de recursos humanos de empresas. Shibata aprendeu as técnicas da General Eletric para a preparação dos líderes das empresas, e agora combina estes conhecimentos com o conceito zen de mushin, ou mente sem pensamentos.
O templo Kaigan, fundado em 1691, está localizado numa pequena vila no topo da velha estrada de Zendoji-Kaido, e, segundo o artigo, grupos de jovens voltados aos trabalhos empresariais recebem treinamentos intensivos. O dia começa às 5h da madrugada, com zazen, a meditação zen budista, e com as leituras das sutras em coro caminham em direção do mushin.
Grupo de líderes de empresas sendo treinado templo Kaigan
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4 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: acerto da compra da parte dos minoritários, espera de melhorias tecnológicas, operação com valores exagerados | 12 Comentários »
O site Giro News distribui notícia proveniente da revista Exame informando que os minoritários da Schincariol, irmãos Gilberto, José Alberto e Daniela Schincariol, que detêm 49,55% das ações da cervejaria brasileira por intermédio de uma holding, chegaram a um acordo com a Kirin, pelo valor em torno de R$ 2,5 bilhões, menor que o pago para os majoritários, irmãos Adriano e Alexandre que são primos dos primeiros.
A operação só foi possível, segundo a notícia, porque as vendas da cervejaria brasileira estavam em queda, e a segunda posição que ocupavam no mercado brasileiro já tinha sido superada pela Petrópolis, outra cervejaria brasileira, pois os minoritários pretendiam o mesmo valor dos majoritários que foi de R$ 3,95 bilhões, valor que o mercado considera exagerado, supondo-se que a Kirin não foi bem assessorada nesta operação.
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2 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: alternativas dos fornecedores de produtos alimentícios, os agricultores prejudicados, trabalhos de reconstrução
A televisão estatal japonesa NHK divulgou um extenso programa focalizando o esforço de um empresário agroindustrial que fornece seus produtos para diversas redes de supermercados, com nome Fukushima, muito comum na província do mesmo nome, fortemente atingido pelas radiações da usina de Fukushima Daiichi. A província é fornecedora tradicional de um dos tipos de arroz mais prestigiados no Japão, cujo consumo caiu vertiginosamente diante da maior radiação de algumas áreas. Este empresário, que trabalha com diversos produtos agroindustriais da região, ficou numa situação econômica bastante complicada, mas acabou conseguindo que o arroz que comercializa ganhe a confiança dos consumidores, diante da dupla checagem, tanto efetuada pelo produtor agrícola como pela sua empresa, de forma a assegurar a qualidade do seu produto e reconquistar a confiança dos seus consumidores.
No entanto, verifica-se que muitas terras aráveis da região Nordeste do Japão continuam com níveis de radiação elevadas e, mesmo que os produtos possam ser comercializados por estarem dentro dos padrões aceitáveis, os consumidores acabaram ficando com o receio de consumi-los, deixando os produtores rurais numa situação calamitosa. Isto continua acontecendo com muitos destes produtores, apesar de diversos esforços promocionais, inclusive de ostras produzidas na região. Certamente, as autoridades japonesas necessitam dar uma assistência adicional para estes produtores.
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1 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Tecnologia, webtown | Tags: câmbios exageradamente valorizados, dificuldades, intervenções governamentais | 2 Comentários »
O professor Antonio Delfim Netto, economista dos mais experientes no mundo, afirma que quem pensa saber o que está acontecendo na economia mundial tão confusa deve estar mal informado. Economias tão diferentes como a brasileira e japonesa sofrem com a excessiva valorização de suas moedas, fazendo com que as importações sejam favorecidas, as exportações fiquem menos competitivas, os seus turistas gastem mais no exterior, e o influxo de turistas estrangeiros fique mais custoso, os fluxos financeiros fiquem exagerados, entre outros efeitos.
O Brasil, que é exportador de muitos produtos primários, principalmente agropecuários, continua sofrendo fortes influxos de recursos financeiros externos, e o Japão, exportador de produtos industrializados de alta tecnologia, também recebe uma quantidade absurda de recursos externos, ambos sofrendo valorizações exageradas que prejudicam suas atividades econômicas internas. E as autoridades acabam sendo obrigadas a interferir no mercado cambial, ainda que saibam das limitações de suas influências. O yen, que estava no patamar dos 76 por dólar, atingiu o de 79 por dólar norte-americano.
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