18 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: fornecimento do etanol dos Estados Unidos para o Brasil, noticias do Nikkei, política do METI
Duas notícias publicadas no jornal econômico japonês Nikkei dão uma ideia do engajamento do Japão nas novas energias, pois não podem contar mais com a nuclear diante dos problemas que sofreram. Um artigo informa que o METI – Ministério de Economia, Indústria e Comércio Exterior do Japão realizou um painel deixando claro que devem perseguir a competitividade japonesa no mercado de novas energias que deverão triplicar nos próximos 10 anos no mundo, chegando à metade dos setores ligados à indústria automobilística. Numa outra, informa que a trading Itochu fornecerá para o Brasil etanol norte-americano para suprir algumas regiões de Minas Gerais e Tocantins.
O METI informa que as indústrias de energia solar, eólica e de baterias para a sua armazenagem no mundo devem passar de cerca de US$ 400 bilhões para mais de US$ 1 trilhão em 2020. A exportação de produtos e tecnologias destes setores deverá crescer no Japão, chegando a cerca de 30% de sua produção nacional. Eles consideram que os setores chaves devem ser seis: energia solar, energia eólica, energia termal, baterias para estocagens, células de combustíveis e edifícios comerciais e residenciais amigas do meio ambiente.
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16 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ação conjunta de instituição de peso, aumento dos tributos para carros importados no Brasil, liquidez para o sistema bancário | 8 Comentários »
Muitas vezes, as decisões das autoridades em todo o mundo contrariam suas intenções para evitar problemas maiores, assunto sempre difícil de ser compreendido pela opinião pública. Atuando conjuntamente, o Banco Central Europeu, o FED dos Estados Unidos, o Banco Nacional Suiço, o Banco da Inglaterra e o Banco do Japão deram liquidez ao mercado, pois não era mais possível que os bancos privados internacionais conseguissem recursos para a continuidade de suas operações. Todos sabem que eles estão carregados com empréstimos feitos para países europeus que não têm condições de honrar seus compromissos e isto deveria ser um assunto privado. Mas a insolvência de um banco a esta altura provocaria um movimento em cadeia, paralisando todo o mercado mundial, como aconteceu em 2008.
Ainda que esta situação decorra da falta de cuidado dos bancos e sua intenção de ganhos substanciais com riscos elevados, a medida que acaba os beneficiando precisava ser tomada, pois o mal que ocorreria para toda a economia mundial seria uma nova crise como a que se provocou há alguns anos e ainda não está resolvida adequadamente. Todas as populações acabam pagando para que os dirigentes do sistema financeiro continuem ganhando, não sendo punidos pelas suas operações arriscadas.
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15 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Kevin Short no Daily Yomiuri, colheita de arroz no Japão, setembro | 4 Comentários »
As dimensões das plantações de arroz no Japão, em tanques intensamente irrigados (polders inglês, ta em japonês) são pequenas. E no mês de setembro, quando se efetua a sua colheita, é preciso que os próprios proprietários o façam, normalmente com o auxilio de uma pequena máquina colheitadeira. São usualmente idosos, pois seus filhos não se dedicam mais à agricultura, preferindo empregos urbanos, nas indústrias e nos serviços. Kevin Short, um antropologista cultural e naturalista, professor da Tokyo University of Information Sciences, escreve sobre estes e outros assuntos do cotidiano japonês, com interessantes enfoques, no Daily Yomiuri Online.
Este tipo de cultivo do arroz já se faz no Japão há cerca de 3.000 anos, e depois da reforma agrária efetuada pelo general Mc Arthur durante a ocupação americana, quando o país foi derrotado na Segunda Guerra Mundial, todos os trabalhadores agrícolas receberam o correspondente a um hectare, um minifúndio. Com o tempo, de algumas formas, os japoneses conseguiram reaglutinar estas propriedades, mas elas continuam pequenas quando comparadas com outros países. São antieconômicas, e os agricultores acabam recebendo subsídios governamentais para manter a sua produção, considerada fundamental para a independência alimentar do Japão. São totalmente diferentes dos predominantes no Brasil, que são variedades plantadas em áreas secas, em escala muito maior.
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14 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Dan Steinbock, os custos que necessitam enfrentar, publicado no China Daily | 2 Comentários »
Um abrangente artigo de autoria de Dan Steinbock, diretor do International Business at the India, China and America Institute, um think tank independente baseado nos Estados Unidos, e visitante do Shanghai Institutes for International Studies, foi publicado no China Daily de hoje referindo-se às dificuldades norte-americanas depois dos lamentáveis ataques às Torres Gêmeas de Nova Iorque. Ele se refere aos encargos que foram provocados pela tragédia que vitimou cerca de 3.000 vidas, provocando as guerras no Iraque e no Afeganistão para combate ao terrorismo, bem como todas as suas consequências econômicas.
Segundo o autor, os norte-americanos estão divididos quanto às questões econômicas e de segurança que os afetam. Segundo uma pesquisa recente da CNN, a maioria acredita que os mais importantes problemas são econômicos (60%), os déficits orçamentários (16%) e a saúde (9%). Somente uma parcela acredita que os problemas do Iraque, do Afeganistão e da Líbia (5%) ou o terrorismo (3%) são os focos dos problemas.
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14 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: investimentos chineses no exterior, pesquisas no mar, produção de cereais
A China continua consolidando a sua importância na economia mundial, e é natural que notícias relacionadas às suas atividades acabem ganhando destaque na imprensa internacional. O seu principal jornal, China Daily, editado naquele país em inglês, conta hoje com uma versão para os Estados Unidos e outro para a Europa. Apresenta artigos sobre assuntos mundiais, mas com destaque para os relacionados com a China.
Entre os assuntos que atraem o interesse dos leitores internacionais está a evolução dos investimentos chineses efetuados no exterior, que na sua edição de hoje apresenta dois destaques. Um se refere ao recente 15ª China International Fair for Investment & Trade realizado em Xiamen, que focaliza o COFDI – Chinese Outward Foreign Direct Investment, ou seja, exatamente estes investimentos. É de autoria de Jean-Marc F.Blanchard, da San Francisco State University, que informa existirem mal entendidos, pois eles estão crescendo rapidamente e os executivos chineses não atentam o suficiente para as contribuições aos benefícios nos países hospedeiros e bem como para a economia mundial. Acabam gerando receios colonialistas destes investimentos chineses, que parecem visar somente seus interesses de abastecimento de produtos que interessam aos chineses e exportar produtos fabricados na China com custos baixos.
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13 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: colocações ponderadas, coluna no Valor Econômico, respostas às criticas dos economistas ligados aos bancos
O jornal Valor Econômico costuma dar oportunidade para economistas de variadas tendências expressarem suas opiniões, e Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, de forma abalizada, expressa seus pontos de vista sobre a discussão que se trava no Brasil. Desde que o Banco Central reduziu a taxa Selic de juros em 0,5%, muitos economistas ligados ao sistema financeiro e consultorias que dão orientações aos que vivem de suas aplicações financeiras passaram a atacar as autoridades monetárias alegando que a instituição perdeu a sua autonomia, dependendo da vontade do governo, de forma injusta.
Nakano expressa, corretamente, que o Banco Central atual não conta mais com diretores representantes do sistema financeiro, que informavam os seus colegas das instituições privadas, utilizavam o chamado Focus para expressar seus pontos de vista que antes eram acatados como se fossem do “mercado”. Neste sentido, o Banco Central recuperou a sua verdadeira autonomia, baseando-se não somente no que ocorreu no passado, mas compreendendo que a sua função de controlar a inflação no prazo médio depende também do comportamento da oferta. As indicações do Banco Central já estão acelerando a queda dos juros no Brasil, que eram recordes no mundo, apesar de todos considerarem que sua economia tinha condições para atrair recursos externos. O mercado antecipa o que tende a ocorrer ao longo do tempo.
Economista Yoshiaki Nakano
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12 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: bluefin tuna, criação do atum, parceria da Kyokuyo e Nippon Formula Feed | 7 Comentários »
Como é do conhecimento de todos, a demanda internacional de atum da melhor qualidade (bluefin tuna em inglês, honmaguro em japonês) vem aumentando substancialmente pela popularidade mundial da culinária japonesa, principalmente porque a sua gordura é considerada colesterol de boa qualidade. Recentemente, ela ganhou novo impulso com os numerosos chineses passando a apreciar o sushi e o sashimi. Antes, eles não tinham o costume de consumir produtos crus na sua alimentação. O jornal japonês Nikkei publica hoje um artigo informando sobre uma parceria das tradicionais empresas japonesas Kyokuyo e a Nippon Formula para aumentar a sua produção de atum criado, como forma de reduzir a sua captura em todo o mundo.
O método empregado pelas duas firmas é fertilizar artificialmente as ovas dos peixes capturados e cultivar os filhotes até a idade adulta. Este ciclo é repetido com os peixes cultivados. Este tipo de criação de peixes é presentemente usado somente por poucos criadores, como a empresa líder nesta área, a Maruha Nichiro e Kiinki University. Convencionalmente, peixes ainda jovens são capturados nos oceanos e criados em fazendas por um período de dois a três anos, quando atingem o peso adequado para o mercado. Os japoneses possuem uma tecnologia comprovada para a criação de produtos marinhos em suas fazendas marítimas.
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10 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: CSN adquirindo ações da Usiminas, noticias no Brasil e no Japão | 4 Comentários »
A Usiminas foi a primeira siderúrgica brasileira que nasceu da cooperação nipo-brasileira, e continua sendo um ícone desta relação bilateral, mesmo com todos os problemas que vêm enfrentando, introduzindo inovações tecnológicas. Uma evidência desta importância pode ser verificada na cobertura que o assunto do seu controle acionário recebe na imprensa de ambos os países. O principal jornal econômico japonês Nikkei publicou seu terceiro artigo sobre o problema, sempre com destaque. Os jornais brasileiros também destacam suas matérias sobre o assunto.
A Nippon Steel sempre foi uma acionista minoritária da Usiminas que era uma estatal, fornecendo sua tecnologia e inicialmente participando da Nippon Usiminas, um consórcio de empresas japonesas, que detinha 40% de seu capital, que se reduziu no tempo. Depois de privatizada a Usiminas, a Nippon Steel voltou recentemente a aumentar sua participação no seu capital, detendo o seu controle num acordo de acionistas com os grupos Camargo Correa e Votorantim. Nos últimos meses, a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, controlada pelo grupo Steinbruck, passou a adquirir ações da concorrente Usiminas, e as notícias recentes informam que deseja adquirir os blocos de ações da Camargo Correa e Votorantim, sobre as quais a Nippon Steel possui direito de preferência. A CSN teria a vantagem de tornar-se uma importante siderúrgica mundial, apropriando-se da tecnologia da Usiminas.
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8 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: noticias do Nikkei, presença também no Brasil, Sany chinesa no Japão | 6 Comentários »
Segundo o credenciado jornal econômico japonês Nikkei, a líder de equipamentos pesados de construção da China, a Sany Heavy, está desafiando os produtores japoneses tradicionais, como a Komatsu, Hitachi Construction Machinery e Kobelco Construction Machinery, efetuando suas primeiras vendas de cinco a dez escavadoras hidráulicas de médio porte para uma empresa local japonesa de aluguel de equipamentos. Esta empresa chinesa já está instalada no Brasil disputando com as grandes empresas internacionais, como a Caterpillar, a Fiat e a própria Komatsu, contando com a liderança pessoal de um dos seus cinco fundadores.
Como é do conhecimento de todos, a construção civil pesada da China chega a representar mais da metade do mundo todo, e a sua gigantesca demanda determinou o espantoso crescimento de empresas como a Sany Heavy, com tecnologias avançadas e preços competitivos. No Japão, seus escavadores hidráulicos de multiuso estão sendo oferecidos com preços 20 a 30% mais baixos que seus concorrentes, que são grandes empresas tradicionais e mundiais.
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7 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Gastronomia, webtown | Tags: ampla cobertura, evento no Senac Aclimação, produção do Wagyu no Brasil
A palavra Wagyu é uma combinação de dois ideogramas que significam Japão (wa, nosso dos japoneses) e carne (gyu). A raça bovina desenvolvida e aperfeiçoada no Japão proporciona uma carne marmorizada de gorduras muito apreciadas na elaboração de uma tradicional culinária japonesa chamada sukiyaki, que é um cozido de carne com legumes, bem com outros ingredientes complementares, tipicamente do Japão. Este prato passou a ser conhecida no exterior antes do sushi e do sashimi, elaborados do peixe cru. Outro prato em que se usa muito desta carne é o shabu-shabu, uma palavra onomatopaica, decorrente do som provocado pelo mergulho das carnes e legumes num caldo. Este é de origem mongol, que originalmente utiliza a carne do carneiro, e que era conhecida na Europa como fondie chinoise.
O evento permitiu que a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Wagyu, composta de 30 criadores, divulgasse a sua produção que já atingiu uma qualidade razoável para os rígidos critérios japoneses. Eles consideram muitos fatores para a sua classificação, como a maciez e coloração da carne, a quantidade e coloração da gordura, entre outros fatores. Na sua publicidade, exalta-se a qualidade desta gordura, que seria rica em ácido oléico, não sendo prejudicial à saúde, apesar de ser demasiadamente gordurosa para os paladares ocidentais, principalmente para os que consomem a carne em grande quantidade. Os japoneses consomem pouca carne, que é muito cara, principalmente a produzida no Japão.
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