8 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: aperfeiçoamentos, disposições legais já existentes, preocupações brasileiras | 2 Comentários »
Os recursos naturais de um país, incluindo entre eles as terras cultiváveis, constituem um patrimônio de uma nação, e é natural que o seu uso pelas empresas estrangeiras seja controladas, ficando impedido de governos de outros países ou suas agências possuam a sua propriedade. A questão volta a se tornar sensível no Brasil diante de informações que a China teria interesse na sua aquisição para garantir o seu abastecimento, como tem ocorrido na África. Aos governos estrangeiros e suas agências só se limitam as propriedades de embaixadas e consulados, onde existe uma convenção internacional de extraterritoriedade, e a legislação destes países vigora plenamente naquela área limitada.
O assunto volta a ser noticiado, inclusive na imprensa internacional, pois o ministro da Agricultura Wagner Rossi concedeu uma entrevista sobre o assunto ao Financial Times que publicou dois artigos sobre o assunto, tanto de terras rurais como de empresas estrangeiras atuando em atividades agropecuárias no Brasil.
Ministro da Agriocultura Wagner Rossi
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8 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: analises do The Economist, novas multinacionais de países emergentes, outras considerações | 2 Comentários »
A revista The Economist publica um artigo sobre as novas empresas multinacionais que aparecem no mundo com origem nos países emergentes, mostrando que elas já chamam atenção, tendo características próprias. Segundo o artigo, muitas destas empresas, inclusive brasileiras, reproduzem o que as tradicionais faziam pelo mundo, outras apresentam novidades, mas parece que não cabe uma divisão tão simples, pois elas se expandem por variadas razões, próprias de cada uma delas e suas circunstâncias.
O artigo cita explicitamente algumas da Índia, como a Infosys Technologies e Tata Group, do Brasil, como a Embraer e a Votorantim, da África do Sul, como a MTN de telefones celulares, como o Grupo Slim e Alfa do México, como outras de Hong Kong, Migros da antiga União Sovietica, Koe da Turquia, mas a lista real é interminável. A revista informa que elas estão sendo estudadas pela Harvard Business School assim como a Boston Consulting. The Economist comete o equivoco de supor que elas decorrem, predominantemente, de estímulos oficiais, estando condenadas ao desaparecimento.
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8 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: artigos do The Economist, diferenças em todo o mundo, preocupações mundiais
Todos se mostram preocupados sobre os impactos que podem ser causados na economia mundial pelos problemas no mundo árabe que, infelizmente, ainda parece estar no seu começo. A revista The Economist como sempre, traz uma série de artigos ponderados e profundos, procurando esboçar o quadro das principais dificuldades. As crises passadas mostram que os impactos podem ser decorrentes das dificuldades geradas com o suprimento de energia e do medo que se espalha pelo mundo econômico. Mas não se sabe qual a sua extensão, que em qualquer hipótese, prenuncia-se de grande monta.
A revista pergunta se a crise corresponderá a um novo choque petrolífero, e responde preliminarmente que poderá ser, mas a um custo menor. Como sempre, o mundo desenvolvido parece mais aparelhado para sofrer menor impacto, pois já vem reduzindo o consumo de petróleo, ainda que o processo de sua recuperação possa sofrer uma redução. Segundo suas análises, o mundo emergente pode sofrer maiores efeitos inflacionários, estando menos preparado para efetuar substituições de energia, dependendo ainda do petróleo nas próximas décadas, notadamente na Ásia.
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4 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: nióbio no intercâmbio do Brasil com a Ásia, novas tecnologias, perspectivas para o pré-sal
O nióbio, produto pouco conhecido pelos leigos, tem sido um dos mais importantes no intercâmbio bilateral do Brasil com o Japão por muitos anos, e agora ele expande a sua influência pela Ásia. O Valor Econômico e muitos importantes jornais no mundo anunciam que um importante consórcio asiático de japoneses e coreanos adquiriu 15% do capital da CBMM – Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, produtora e exportadora de nióbio, pertencente ao grupo Moreira Salles.
Este produto vem sendo explorado em Araxá, Minas Gerais, e é utilizado pela indústria siderúrgica para aumentar a resistência, tenacidade e leveza do aço. Por décadas, os japoneses são os clientes tradicionais, tendo sido suplantados em volume pelos chineses recentemente. Esta participação do consórcio nipo-coreano é justificado pelos aperfeiçoamentos tecnológicos que podem acelerar, o que pode beneficiar até o pré-sal que, dada a sua profundidade, vai exigir aços de grande leveza.
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2 de março de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: empresas japonesas na China procuram alternativas, o custo da mão-de-obra no Vietnã | 4 Comentários »
Os economistas mais treinados informam que entre os preços mais significativos numa economia está o dos salários, dado o peso de sua influência no conjunto das atividades. Segundo o jornal econômico japonês Nikkei, muitas empresas japonesas procuram alternativas de localização na Ásia, pois os custos da mão-de-obra na China se elevaram, refletindo a sua escassez, como um indicador de sua saturação. Não somente em setores de mão-de-obra intensiva, como no setor têxtil, principalmente produtor de confecções. Também o fornecimento de matérias-primas como o nylon, o poliéster (70% produzido na China) como materiais acrílicos já encontram dificuldades de suprimento, segundo a notícia.
Também as matérias-primas petroquímicas, como o PTA (purified terephthalic acid) e o PET (polyethylene terephthalate), afetaram as operações de indústrias têxteis, mostrando que se trata de problemas mais generalizados. Na China, o índice de preços ao consumidor subiu 4,9% em janeiro deste ano refletindo uma pressão que se transfere para os demais setores.
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28 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: Crescimento chinês, crescimento da agricultura, crescimento hindu, problemas inflacionários
Ainda que todo o impacto da crise nos países árabes não tenha sido avaliado, muitos já preveem que os preços do petróleo vão continuar elevados, afetando o crescimento de todas as economias. No entanto, o primeiro-ministro chinês Wen Jinbao concedeu uma entrevista que foi destacada pelo China Daily, informando que o crescimento previsto para o próximo plano quinquenal (2011-2015) é de 7% ao ano, diante da necessidade de manter um crescimento sustentável, com maior respeito ao meio ambiente e os problemas relacionados com a inflação, principalmente dos custos dos alimentos.
De forma similar, o ministro de finanças da Índia Pranab Mukherjee referiu-se ao orçamento de 2011 no Parlamento daquele país e forneceu as informações que o crescimento hindu será de 9% no próximo ano fiscal (estimado em 8,6% no atual), com grande preocupação com a inflação dos alimentos que está declinando de 20,2% no último ano para 9,3% em janeiro deste ano. A agricultura receberá crescimento de empréstimos de 4%. Tudo isto foi noticiado, com detalhes pelo The Times of Índia.
Premiê chinês Wen Jiabao e o ministro das finanças da Índia Pranab Wukherjee
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28 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: G20 considera uma prioridade, preços reais elevados, relatório especial do The Economist sobre abastecimento de alimentos | 2 Comentários »
Os preços dos alimentos estão os mais elevados desde 1984 em termos reais, agravando problemas de todas as ordens, fazendo com que o G20 considere a segurança alimentar entre as prioridades deste ano. Para o The Economist, há que distinguir problemas entre estruturais, temporários e irrelevantes e muitas autoridades econômicas o considera como o último e não o primeiro. Os altos preços se devem principalmente às razões temporárias, como as irregularidades climáticas em muitas regiões produtoras. Entre as razões estruturais, as gigantes China e Índia estão demandando mais alimentos de vários tipos com seus crescimentos.
O relatório estima que, em função do crescimento populacional e econômico dos emergentes, a produção de alimentos precisa crescer 70% até 2050. Existem limitações de áreas cultiváveis e água, com pequenas possibilidades de ganhos de produção com fertilizantes. Pela primeira vez desde 1960, o crescimento da produção de arroz e trigo está abaixo do crescimento populacional. Há dificuldades para alimentar os 9 bilhões de habitantes do mundo em 2050 adequadamente. Há que se estimular, ironicamente, os produtores com a alta dos preços, ao lado da eliminação do desperdício que chega a um terço do total produzido em muitos países pobres.
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25 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: chineses construindo hotel de quinze andares em seis dias, informações do Gizmeg Emerging Technology Magazin | 11 Comentários »
Muitos imaginam que o rápido desenvolvimento da construção civil na China decorreu da mão de obra barata. No entanto, um importante artigo do dr. Jaroslav Boublike, constante do site do Gizmeg Emerging Technology Magazine, mostra que as Olimpíadas e a recente Exposição Internacional 2010 em Xangai provocou um desenvolvimento tecnológico apreciável na construção civil daquele país.
Vendo o volume das obras em andamento na China, tanto na infraestrutura como nas construções de habitações, edifícios comerciais e tudo o mais que se necessita num país em rápido desenvolvimento, nota-se um substancial incremento na sua tecnologia, que hoje se compara com as melhores do mundo, onde os operários migrantes do meio rural necessitam de capacitação que não existe em outros países emergentes, inclusive o Brasil.
Prédio construído em seis dias
Veja também os vídeos
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25 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: artigo do Valor Econômico, aumento do intercâmbio, o caso da Renuka, uma grande operadora na área do açúcar | 2 Comentários »
Muitos analistas continuam presos a ideia do intercâmbio entre países que apresentam possibilidades de complementaridade, quando o mesmo vem ocorrendo mundialmente nos setores que contam com atividades do mesmo setor. Uma interessante cobertura do Valor Econômico efetuada pela jornalista Fabiana Batista mostra que o mesmo pode acontecer entre o Brasil e a Índia até no setor agroindustrial.
Muitas multinacionais atuam em diversos países e o comércio intraempresas está estimado em torno de 50% do mundial. Assim, empresas como a Fiat produzem alguns modelos e componentes em determinados países e são intercambiados com outros produzidos em outros, reduzindo os riscos cambiais e maximizando as vantagens fiscais. Algumas indústrias de suco de laranja produzem no Brasil e nos Estados Unidos, formando estoques onde são mais convenientes, para colocarem em terceiros mercados.
Shree Renuka, jovem empresário indiano
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23 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: exemplos passados, integração local, problemas futuros, relatório especial da Reuters | 1 Comentário »
David Lewis, da Reuters, com a ajuda de alguns colegas, escreveu um relatório especial sobre a recente forte presença chinesa na África, expressando a esperança que os brasileiros poderiam equilibrá-la. Citando diversos casos concretos, tenta mostrar que os chineses estão investindo pesadamente em muitos países africanos, com muitos financiamentos, mas também tendem a levar sua mão de obra. Isto cria resistências locais, como já ocorreu no passado em Angola com os investimentos cubanos, que acabaram abandonando aquele país, deixando uma imagem negativa.
Lula da Silva investiu diplomaticamente nos países africanos, com a pretensão de contar com o apoio deles para um cargo permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, entre outros objetivos. Com um discurso hábil, considerava que o Brasil era como um irmão dos países africanos, por ter sido igualmente colônia de uma metrópole europeia, tendo a contribuição de muitos descendentes de escravos vindos da África, que se miscigenou com outras contribuições étnicas para formar o povo brasileiro. De fato, muitos africanos consideram os brasileiros como irmãos mais velhos, principalmente onde o português é uma das línguas oficiais.
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