23 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: diferenças nos centros urbanos e no meio rural, melhoria com os recursos enviados pelos imigrantes, o caso chinês | 2 Comentários »
Cris Buckley, da Reuters, elaborou um interessante relatório especial sobre a visita do premiê chinês Wen Jinbao à vila de Zhaoyuan, na Província de Anhui, durante os feriados do Ano Novo chinês, dentro do “novo socialismo para o interior”, que visa à melhoria da distribuição de renda na China. Ele, que é conhecido como o Grande Pai, pela imagem de um homem do povo, só permaneceu lá quarenta minutos, para insatisfação da população local.
Os processos de desenvolvimento acelerado das economias emergentes, como da China e da Índia, infelizmente pioram a distribuição de renda, o que preocupa suas autoridades, principalmente agora que está se assistindo aos problemas do mundo árabe. A China conta com 720 milhões de habitantes rurais e seus trabalhadores migrantes que vão para conseguir trabalho temporário nos centros urbanos. Os idosos e as crianças que permanecem no interior dependem dos recursos enviados por estes migrantes.
Premiê Wen Jinbao durante visita a Zhaoyuan
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21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: artigo no Valor Econômico, comparações com o BG Group inglês, investimentos chineses no pré-sal brasileiro
Um extenso e cuidadoso artigo de Cláudia Schüffner foi publicado no jornal Valor Econômico de hoje, reportando que os investimentos chineses no pré-sal já se aproxima meteoricamente dos da BG Group inglês, com aplicações superiores a US$ 10 bilhões, tendo acesso a uma área de 1.232 quilômetros quadrados nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. A área do BG Group soma uma área de 1.361 quilômetros quadrados, segundo o artigo.
A China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec) teria adquirido 40% da espanhola Repsol nos campos Carioca e Guará, sendo a maior operação. A Sinochem teria adquirido 40% do campo Pelegrino, da norueguesa Statoil. Os chineses não teriam ido às concorrências da Agência Nacional de Petróleo, dispondo-se de poucas informações sobre os possíveis comprometimentos de fornecimentos das produções.
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21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: artigo do The New York Times, discrepância com o que acontece com outros emergentes, o desenvolvimento agrícola indiano | 2 Comentários »
Um interessante artigo de Vikas Bajaj, do The New York Times, foi publicado no suplemento da Folha de S.Paulo de hoje. Depois da Revolução Verde dos anos 60 e 70, que melhorou as sementes, fertilizantes e técnicas agrícolas beneficiando países como a Índia e o Brasil, as pesquisas agropecuárias continuaram elevando a oferta de alimentos nos países chamados atualmente de emergentes. Isto tem acontecido no Brasil e na China que, além de atender as suas necessidades, ajudam no suprimento mundial.
A economia indiana tem crescido cerca de 9% ao ano, o que aumenta também o seu consumo interno de alimentos pela melhoria da renda da sua população. Se a agricultura não acompanha este crescimento, ficando em torno de 3%, quando existem irregularidades climáticas como neste ano, acaba sendo necessária a importação de produtos agrícolas, ao mesmo tempo em que ocorrem pressões sobre os seus preços. Isto está trazendo problemas para a economia daquele país.
Pequenos agricultores ainda são maioria na Índia
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21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: avaliação do crescimento do produto e da inflação, consideração sobre o lado real, interesses vinculados ao setor financeiro
Existem fortes evidências que o mercado funciona e os preços de todos os tipos influenciam na alocação de recursos. Os salários dos profissionais relacionados com o setor financeiro têm sido relativamente elevados quando comparados com o lado real da economia. Isto provoca uma natural atração dos melhores talentos para as atividades financeiras, que nem sempre efetuam análises isentas sobre o comportamento da produção que são mais trabalhosas e demandam mais tempo para se efetivarem.
Nas estimativas de crescimento da economia brasileira, bem como da inflação para 2011 e 2012 efetuados pelos economistas ligados aos estabelecimentos bancários e consultorias econômicas com eles relacionados, fica-se com a impressão que existem tendências para alguns vieses, sobre os quais as autoridades deveriam tomar as devidas cautelas. As estimativas de crescimento costumam considerar a participação dos setores primários (que é baixa), secundários (que é moderada) e terciários (que é grande e usualmente baseado no crescimento populacional) pelo percentual na formação do PIB total que deveria ser apurado pelos censos econômicos e é utilizado pelos responsáveis pelas contas nacionais. Os jornais anunciam que as autoridades batalham para que o crescimento seja superior a 4% em 2011, com uma inflação que ficaria ligeiramente acima da margem superior da meta inflacionária que está fixada em 4,5%.
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21 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: clima de incertezas, complexidades com seus retornos, os problemas com os trens rápidos
O prosseguimento da concorrência do trem rápido ligando Campinas, São Paulo, Cumbica e o Rio de Janeiro continua acrescentando dúvidas. Complicações estão ocorrendo com projetos similares em muitas partes do mundo. No Brasil, noticiam-se as inclusões dos Correios, que utilizam estes serviços, bem como dos fornecedores de energia elétrica, fazendo com que consórcios que já tinham desistido voltem a considerar a participação no projeto, como os japoneses.
Na China, o The Wall Street Journal noticia que depois da queda do ministro dos transportes, Liu Zhijun, acusado de corrupção, está se verificando que os retornos dos muitos projetos que foram construídos como medidas antirrecessivas acabam atendendo uma elite pelos seus elevados custos das tarifas, colocando em dúvida a sua sustentabilidade. O jornal japonês Nikkei lamenta da decisão do governo do Estado da Flórida recusando recursos federais para o seu projeto. Tudo indica que os japoneses depositavam grandes esperanças que vencendo esta concorrência nos Estados Unidos voltariam a ser competitivos no mercado internacional.
A japonesa JR Tokai formou um consórcio de 11 empresas para candidatar-se a uma pré-triagem do governo da Flórida
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16 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: agradecimentos à natureza, controle dos investimentos estrangeiros, tecnologias chinesas para portos
Existem alguns costumes que são comuns na Ásia, como o agradecimento dos seres humanos à natureza, observados pelos chineses como japoneses, de formas pouco diferentes. Antes do início dos trabalhos no ano novo, os pescadores chineses apresentam seus agradecimentos ao mar que lhes fornece os peixes do qual vivem. Também entre os japoneses costuma-se efetuar uma cerimônia xintoísta que agradece aos deuses pelas possibilidades de continuar trabalhando, em variadas atividades, inclusive restaurantes.
Ainda que a China tenha se beneficiado dos investimentos estrangeiros que estimulou a se instalarem em diversas de suas “zonas especiais” dos quais obtiveram substanciais benefícios, hoje se preocupam em selecionar os que mais lhes interessam, inclusive com a interiorização. Como não dispõe de condições geográficas favoráveis para grandes portos, desenvolveu tecnologias para superar as suas limitações, que também servem para finalidades de defesa civil diante de desastres naturais.
Pescadores chineses agradecem ao mar, Instalações portuárias na China
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16 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: anúncio da fusão das bolsas de Nova Iorque e Frankfurt, sinal da globalização, uso do meios eletrônicos nas operações
O anúncio da fusão das bolsas de Nova Iorque e Frankfurt é o sinal mais evidente da globalização das operações financeiras mundiais. É evidente que existe uma economia de escala nesta fusão e que resistências tiveram que ser removidas, mas a realidade econômica acabou sendo mais forte, provocando um acelerado esforço para o mundo Ocidental fazer frente aos avanços asiáticos. No mundo financeiro, já não existiam as barreiras territoriais e dos fusos horários, e os agentes que atuam nas bolsas eram obrigados a acompanhar desde o que acontecia na Nova Zelândia até nos Estados Unidos, durante as 24 horas de cada dia.
Uma nova realidade dramática é que os norte-americanos ficarão com 40% das ações que controlam a nova organização, com os europeus majoritários com 60%, mostrando que os Estados Unidos perderam a sua primazia econômica que detinham desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Na economia global, infelizmente, não existe nacionalidade.
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16 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: entregas de células solares, relatório do Banco do Japão, suspensão da pesca de baleia
A economia japonesa, que passou por um longo período de recessão a partir da crise econômica mundial de 2008, começa a apresentar os primeiros sinais de uma recuperação mais contínua, ainda que em ritmo modesto. O Banco do Japão, o banco central daquele país, pela primeira vez depois de nove meses, noticia a melhora dos indicadores chaves de crescimento. Numa linguagem ainda cautelosa, espera-se que a economia japonesa saia da recente desaceleração para retornar a um crescimento moderado, segundo notícia distribuída pela Reuters, mas também publicada pelo jornal econômico Nikkei.
Também o Nikkei noticia que a entrega interna de células solares dobrou em 2010 para atingir 992 mil kilowatts, segundo a Japan Photovoltaic Energy Association. E o site da Folha de S.Paulo, utilizando informação proveniente da France Press, informa que os baleeiros japoneses suspendem antecipadamente atividades na Antártida.
Fachada do Bank of Japan, Navio Sea Sheperd seguindo um baleeiro japonês
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15 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: o PIB chinês e japonês, outros problemas relacionados, tamanho de suas populações
A humanidade sempre viveu de marcos e símbolos que precisam ser profundamente analisados nos seus significados. A oficialização dos dados que demonstram que o PIB chinês ultrapassou o japonês acabaram ganhando manchetes em muitos jornais do mundo, para decepção de muitos nipônicos, mas pouco festejo de cidadãos do País do Meio. Até pelo contrário, muitas observações dos chineses indicam uma preocupação, com novas pressões internacionais que devem sofrer.
O ponderado jornal econômico The Wall Street Journal publicou uma matéria mostrando que a diferença das cifras do PIB chinês de US$ 5,88 trilhões, que vem crescendo rapidamente, não difere muito do US$ 5,47 trilhões do japonês, estando muito longe dos US$ 14,66 trilhões dos norte-americanos, pelos dados publicados em janeiro deste ano. Em termos per capita, o da China ainda está somente em um décimo do Japão, entre os mais pobres do mundo, que leva uma ex-autoridade chinesa a descrever como “um país rico, com população pobre”. Mas o jornal alerta que os japoneses têm sido aliados geopolíticos dos norte-americanos, mas os chineses potenciais desafiadores.
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14 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: abundância de pequenas missões, atuação japonesa nos grandes projetos brasileiros, projeto como o trem rápido e usinas atômicas
São constantes as informações sobre a vinda de missões empresariais japonesas ao Brasil para cogitar da participação de projetos. Não há dúvidas de que a economia interna do Japão ainda está com um crescimento modesto e que existem poucas perspectivas de uma aceleração, diante de uma população extremamente idosa que representa pesados encargos aos que se encontram na faixa ativa. Uma alternativa é o aumento dos seus investimentos no exterior, notadamente nas economias emergentes. A primeira prioridade japonesa volta-se aos seus vizinhos asiáticos, ainda que existam lamentáveis resquícios da Segunda Guerra Mundial. O Brasil, que possui uma imagem positiva dos japoneses, fica distante do Japão, e seus principais dirigentes não se dispõem a uma ação coordenada e intensa, notadamente na área política.
Ainda que estejam sendo tomadas iniciativas japonesas relacionadas à Índia, ao Vietnam, à Turquia e outros países emergentes, com uma maior coordenação das atividades oficiais com as privadas, são tênues as informações sobre o mesmo tipo de ação com relação aos grandes projetos brasileiros. Informa-se sobre a possível retomada do interesse japonês no projeto do trem rápido ligando Campinas, São Paulo, Cumbica e Rio de Janeiro, o que seria interessante, mas exige um grande empenho que ainda não está se constatando. E sempre existem dúvidas sobre a sua viabilidade econômica.
Trem rápido que liga Tóquio a Quioto. Usina nuclear projetada pela Toshiba
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