29 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: alternativa ao FMI e ao Banco Mundial, notícias sobre a China atuando no mundo, problemas de disputas com os Estados Unidos
A China vem atuando na assistência financeira a países, concorrendo com o FMI bem como fornecendo financiamentos alternativos ao Banco Mundial.
Leia o restante desse texto »
23 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: chuvas na América do Sul, informações sobre El Niño da Austrália e do Japão, seca na Ásia
Phoche Sedgman, do site da Bloomberg, informa que as indicações existentes são da persistência do El Niño no Pacífico, o que pode determinar seca na Ásia e muitas chuvas na América do Sul no próximo ano.
Leia o restante desse texto »
23 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Política | Tags: ampliação do papel do yuan chinês no mundo, notícia no BLOOMBERG, operações de swap.
Ye Xie publica no site do Bloomberg o aumento das operações de swap pelo qual a China aumenta a assistência a muitos países, procurando ampliar o papel de sua moeda no mercado internacional.
Primeiro-ministro chinês Xi Jinping
Leia o restante desse texto »
23 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no The Economist sobre a demanda de carne suína na China, melhoria do padrão de vida, problemas que estão ocorrendo em todo o mundo
Na edição dos feriados de fim de ano do The Economist que reúne artigos sobre assuntos variados e um pouco confusos, um deles bastante longo refere-se à crescente demanda de carne suína com a melhoria do padrão de vida dos chineses, que numa parcela muito grande é atendida pela produção local, de pequenos produtores como empresas de porte que utilizam a inseminação artificial. Estas atividades provocam a demanda de soja para rações como a fornecida pelo Brasil, pois precisam de 6 quilos para produzir um de suíno. Existem grandes variações da oferta de suínos em decorrência de pestes, que exigem a formação de estoques estratégicos. Existem indícios do uso intensivo de antibióticos nestas criações que estariam ajudando a disseminar as superbactérias em diversos locais.
A China é a maior produtora de suínos no mundo, estimando que chegue a uma produção anual de 50 milhões de toneladas
Informa-se que os chineses foram os primeiros que conseguiram domesticar o javali para a sua criação visando o fornecimento de carne há cerca de 10 mil anos. O porco é um dos símbolos zodíaco chinês e existem muitas menções sobre este animal tanto nos poemas como nas miniaturas em argila foram encontradas nos túmulos da dinastia Han (206 BC – 220 AD). Ainda que considerados no Ocidente como exagerados no colesterol, as informações científicas recentes informam que são mais saudáveis que as carnes vermelhas dos bovinos. Existem também muitos estudos históricos no Ocidente sobre os porcos.
Na época de Mao Zedong, o porco foi considerado uma fábrica de fertilizantes de quatro patas, consumindo produtos que não tinham outros destinos. Os chineses aproveitam, como outros povos, todo o porco para diversos alimentos. O suíno é considerado muito adequado para o tipo de culinária chinesa.
O tipo de porco criado na China também vem evoluindo no tempo, sendo que 95% da produção atual daquele país são de pequenos produtores, e de raças provenientes do exterior. O seu consumo de ração compromete diversas áreas florestais do mundo, inclusive a Amazônia, segundo o artigo, o que nem sempre corresponde à verdade.
Informa-se que o preço da carne de porco é importante na China, de forma que o governo destinou subsídios de US$ 22 bilhões em 2012, o que representa cerca de US$ 47 por porco, formando o estoque estratégico. A China tem adquirido empresas no exterior que trabalham com carne suína. São constantes as informações sobre contaminações provocadas pelos porcos, e até poluições que ocorrem no meio ambiente.
Na realidade, principalmente na China, o porco é o animal criado mais importante na alimentação humana, razão por que mereceu um artigo tão extenso.
22 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no China Daily, avaliação dos chineses sobre o intercâmbio, relação entre emergentes, visita de Xi Jinping
Um artigo publicado por Yang Yao no China Daily apresenta a avaliação chinesa do intercâmbio com o Brasil em 2014. Segundo ela, o ponto alto foi a visita de Xi Jiping ao Brasil em julho, quando os dois países emergentes estabeleceram mais de 50 acordos em diversos setores mostrando que países emergentes podem contribuir para o relacionamento Sul-Sul. Destacam a cooperação na elaboração da infraestrutura, onde a ferrovia no Brasil merece registro. O intercâmbio comercial atingiu a US$ 83,3 bilhões quando era de somente US$ 3,2 bilhões em 2002, com a participação do minério de ferro, soja e óleo do Brasil e produtos manufaturados chineses. O que não foi mencionado é que no final do ano este intercâmbio mostra que está declinando, tanto pela desaceleração do crescimento chinês como pela queda de preços das exportações brasileiras.
Xi Jinping com Dilma Rousseff
A China se mostra satisfeita, pois com os países da América do Sul, não somente com o Brasil como o Chile e o Peru, já está superando até a União Europeia, ocupando o segundo lugar. Os bancos chineses estão se estabelecendo na região, enquanto o Banco do Brasil se instalou em Xangai, quando deveria ser mais agressivo.
Do ponto de vista brasileiro, ainda que seja verdade que o intercâmbio com a China veio crescendo substancialmente nos últimos anos, chegando até os projetos de alta tecnologia como o lançamento de um satélite para observação do desmatamento que ocorre na Amazônia, bem como entendimentos nos mais variados setores. A presença brasileira na China ainda não é de grande importância, diante da concorrência de muitos outros países.
As perspectivas futuras chegam a ser preocupantes, pois existe uma redução de exportação de minérios brasileiros como produtos agropecuários, sendo que os de maior valor tecnológico, como na aviação ou em atividades industriais, não apresentam o dinamismo desejado.
A China vem investindo pesado na formação de melhores recursos humanos, como os estudantes enviados para os Estados Unidos. É claro que a dimensão populacional da China é muito maior, o que lhe confere um potencial de crescimento econômico, ainda que sua renda per capita ainda seja modesta. O mesmo dinamismo não se constata no Brasil, mostrando que a distância entre os dois países, em muitos setores tende a se agravar.
O que parece é que o Brasil, se deseja ocupar um destaque no conjunto dos países no futuro, necessita ter a mesma orientação tanto econômica como política, traçando objetivos de longo prazo. O que parece é que o Brasil está mais avançado na disseminação do poder político, sem mais o autoritarismo que ainda impera em alguns setores da sociedade chinesa.
Há sinais que existem muitos aspectos onde o Brasil deve se sentir estimulado com o que um país gigantesco como a China, com todos os seus problemas, vem lutando para superar. São demonstrações que muitos avanços podem ser obtidos, diante dos desafios existentes.
22 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no site da Bloomberg, dilema russo, oferecimento de Li Keqiang do respaldo do Shanghai Cooperation Organization
O site da Bloomberg divulga um artigo informando que Li Keqiang, o premiê chinês, apresentou na reunião realizada em Astana, Cazaquistão, na semana passada, a possibilidade da China fornecer o respaldo para assistir à Rússia nas suas atuais dificuldades. Seria mobilizado o SCO – Shanghai Cooperation Organization, fortalecendo a posição chinesa como uma potência mundial, papel que vinha sendo exercido pelos Estados Unidos até agora. Como todos sabem, a violenta queda do preço do petróleo, e consequentemente de todas as energias, está provocando grandes problemas, inclusive para a Rússia, cuja moeda está sendo motivo de especulações, sofrendo uma significativa desvalorização, que está se procurando evitar com a brutal elevação dos juros internos russos.
Ainda que esta aliança sino-russa esteja se esboçando há tempos com o fornecimento de gás da Rússia para a China, na falta de alternativa de demanda na Europa, deve-se recordar que Vladimir Putin apresentou-se à imprensa informando que o crescimento naquele país ficará prejudicado nos próximos anos. É claro que esta rede de proteção que os chineses estão estendendo podem reduzir as especulações, mas vai depender se os russos desejam aumentar a sua dependência à ajuda da China. Apesar do volume das reservas internacionais chinesas próximo de US$ 4 trilhões permitir estes oferecimentos, deve-se recordar que também a economia da China passa por uma redução do seu crescimento, necessitando efetuar reformas que não são fáceis.
Estão sendo frequentes os encontros de Xi Jinping com Vladimir Putin
É evidente que a Rússia está sentindo as pressões dos Estados Unidos e da Europa às suas tentativas de aumento da influência na Ucrânia, inclusive a absorção da Crimeia, inaceitáveis para o Ocidente.
Todos estes movimentos são de grande importância mundial. Opiniões de acadêmicos chineses como Cheng Yijun, pesquisador sênior da Academia Chinesa de Ciências Sociais, atuando no Instituto Russo, Leste Europeu e Ásia Central, estão sendo apresentadas para enfatizar esta relevância. Mas todos admitem também que a decisão russa de depender fortemente da China é uma decisão difícil.
Mas também existem opiniões recomendando cautela da parte da China para o risco de ser arrastada para uma crise envolvendo-se tão fortemente no relacionamento com os russos. De outro lado, com o mundo tão atribulado, não se espera que o agravamento da situação russa seja algo que possa ser ignorado. Espera-se que o bom senso volte a reinar na Rússia, admitindo-se que o papel que tinham na antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas já é coisa do passado.
18 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: aspectos positivos e preocupantes, comparação com 1990, no site do The Economist
A respeitada revista de circulação internacional The Economist publica uma matéria, como muitos veículos de comunicação social estão fazendo no mundo, efetuando uma comparação com o que ocorria em 1990, que lhes afigura mais semelhante com a situação atual, ainda que se possa preferir outras datas como base para comparações. Em alguns casos, talvez, o recomendável seria com comparação com 1986, logo depois do chamado Acordo de Plaza que estabelecia uma nova paridade cambiais com a participação dos países chamados desenvolvidoscomo os Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Reino Unido, quando o dólar foi desvalorizado, em alguns casos de forma exagerada como com relação ao yen japonês. O que parece destacável é que nestas últimas décadas, o setor financeiro ganhou maior importância no mundo com fluxos exagerados de recursos, do que com o desenvolvimento tecnológico como o provocado pela computação e uso da internet, que parece mais relevante na contribuição para a melhoria do bem-estar em todo o mundo.
O que a revista menciona é um estado de relativa fraqueza atual de economias desenvolvidas, mesmo com a recuperação da norte-americana, com a da Alemanha e do Japão, quadro que parece generalizado na Europa. Haveria problemas em países emergentes como a Rússia e Brasil, enquanto a China ganhou uma importância destacada nas últimas décadas, mas sofre também uma desaceleração no seu ritmo de crescimento como aumento da sua poluição. Parece haver um exagero, provocado pelas autoridades monetárias na tentativa de recuperar o crescimento de algumas economias, com as ampliações da disponibilidade de créditos provocadas pelo chamado “quantitative easing monetary policy”. Mais recentemente, observa-se um excesso de produção de matérias-primas, inclusive do petróleo e outras fontes de energia, mas também de minérios e produtos semielaborados como os metais que estão com seus preços em queda. Problemas políticos estão sendo enfrentados com o aumento das manifestações populares de insatisfação devido a variados problemas. A produtividade agropecuária parece generalizar-se e os problemas de fome ficaram restritos a alguns países.
Mesmo nas economias como a norte-americana, que mostra uma recuperação respeitável, com redução dos seus problemas de emprego, um mercado de capitais com exageros de ganhos em algumas empresas, os problemas políticos se aprofundam com as divergências internas existentes. O que ainda predomina é um cenário mundial decorrente da crise de 2007-2008 que não foi totalmente superada, aumentando as diferenças nas distribuições do bem-estar no mundo.
As previsões de um painel de analistas é que, para 2015, os Estados Unidos devem continuar com um crescimento de 3%, segundo a revista, enquanto com 1,1% no Japão e na área do Euro, como um primeiro grupo de problemas. Mas a queda do preço da energia, se de um lado ajuda a maioria da economia mundial, provoca problemas até nos Estados Unidos, com as explorações de xisto, e nas empresas menos eficientes que contribuíram para este crescimento.
O segundo grupo de problemas decorreriam do baixo crescimento tanto da Alemanha como do Japão, em decorrência de problemas que não são comuns. E o terceiro seriam o que está ocorrendo com os países emergentes, onde Rússia se encontra já em forte crise, mas que também se estende a outros países como o Brasil, e alguns países do Sudeste Asiático. Também os que se sustentavam com suas receitas decorrentes da exportação de petróleo passam agora por dificuldades.
Como o mundo está globalizado, parece evidente que os problemas existentes acabarão afetando também os Estados Unidos, talvez com algumas defasagens. Segundo a revista, ainda que o setor financeiro esteja menos alavancado, as manipulações que estão sendo identificadas como nas cotações dos títulos do Tesouro Norte-Americano, das taxas de câmbio e da taxa de juros tipo Libor, mostram que regulamentações necessitam ser introduzidas, mesmo com a resistência dos bancos.
Os problemas existentes, notadamente nos países mais pobres, acirram as dificuldades como de absorção dos imigrantes, diante das dificuldades com os desempregados locais para onde se dirigem. As manifestações políticas acabam ficando agudas, e as tendências nacionalistas se manifestam em diversos países.
Nem sempre os diagnósticos do que precisa ser feito, inclusive com reformas, não acabam recebendo o respaldo político, sendo difíceis de serem colocados em prática. Mas é preciso constatar que a Humanidade veio superando os seus problemas, e, mesmo que de forma menos brilhante, os problemas serão atacados também em 2015 e nos anos seguintes. Se não existe espaço para muito otimismo, também não se pode considerar este quadro mundial como dos mais calamitosos.
17 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: notícia no The Japan News do Yomiuri Shimbun, reunião com empresários, sindicatos e governo, vitória eleitoral expressiva
Depois da expressiva vitória eleitoral do partido do primeiro-ministro Shinzo Abe nas eleições do último fim de semana, o The Yomiuri Shimbun, num artigo elaborado por Takeshi Kurihara e Ryosuke Yamaguchi, informa sobre a reunião realizada por ele no seu gabinete com representantes dos empresários na sua principal organização – Keidanren, os sindicalistas representados pelo Rengo – Trade Union Confederation e os participantes do governo. Shinzo Abe teria expressado o seu desejo que os setores beneficiados pela sua Abeconomics, com a desvalorização do yen, proporcionando altos lucros para as empresas exportadoras, deveriam ajudar a expansão da demanda local, mediante a transferência de parte dos seus resultados para os consumidores com aumento dos salários, bem como ajudando as pequenas e médias empresas que estão sendo prejudicadas pelos aumentos dos produtos importados.
Para analistas que observam o Japão do exterior, estes fatos são surpreendentes numa economia de mercado. Parece que os resultados eleitorais não expressam tanto a aprovação da política implementada, mas a falta de alternativas que fossem apresentadas por uma oposição desarticulada. Numa economia como a japonesa, que tem uma longa tradição de orientação sutil da economia pelo governo, os níveis salariais costumam ser estabelecidos pelo mercado. Sabe-se que afetam as grandes empresas quando os recursos humanos disponíveis estão escassos, o que não parece o caso no momento, e que funciona mais junto às grandes empresas. As pequenas e médias empresas que são importantes no Japão não guardam uma relação tão simples e estas orientações não costumam ser fáceis de ser comandadas, mesmo com o entendimento do governo, empresários e sindicatos. As milhares de relações existentes na economia dificilmente podem ser comandadas por poucos dirigentes, e o seu funcionamento é mais complexo na realidade, não podendo ser tão simplificado, pois estas entidades não possuem um poder de comando tão amplo em todo o país.
Surpreendente reunião de Shinzo Abe com empresários e sindicatos no seu gabinete depois da vitória eleitoral, foto publicado no The Yomiuri Shimbun
Como uma tentativa de informar sobre a política que está sendo perseguida, uma reunião desta natureza pode ser relevante. Mas, observando-se que nos principais meios de comunicação social não se verificam muitas notícias a respeito, o que pode ser um indício de que consideram de pouco efeito prático para gerar um ciclo virtuoso na economia daquele país.
Existem vozes que, mesmo na próxima temporada de negociações salariais as pretensões dos empregados não podem ser totalmente aprovadas, pois as empresas ainda não estão seguras quanto a evolução da economia japonesa, num contexto mundial que não aparenta ser tão favorável. Mesmo com a redução atual do custo da energia. Ainda não existem indícios que as empresas japonesas se tornaram competitivas, pois somente o câmbio não provoca tantas mudanças.
O que vem ocorrendo é uma exagerada valorização da Bolsa com o excesso de liquidez, além do aumento das atividades financeiras em todo o mundo com fluxos de recursos astronômicos, com manipulações das mais variadas formas, tanto nas taxas de juros, câmbios como até as cotações dos bônus do Tesouro Norte-Americano, sem que se consiga uma regulamentação adequada.
Num cenário mundial desta natureza, ainda que a recuperação da economia japonesa seja desejável, não se pode esperar um comportamento mecânico e muito simplificado.