21 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: acordo de fornecimento de gás russo para a China, discutido por décadas, firmado na presença de Vladimir Putin e Xi Jinping em Xangai, mudanças geopolíticas mundiais
Os principais jornais do mundo, e entre eles o The New York Times e o The Wall Street Journal, noticiam com destaque um inusitado acordo estimado em US$ 400 bilhões pelo qual a Rússia fornecerá gás natural da Sibéria para a China. Foi firmado em Xangai, na presença de Vladimir Putin e Xi Jinping, entre a russa OAO Gazprom e a China National Petroleum com validade para 30 anos. O acordo certamente modificará o quadro geopolítico mundial, onde o Ocidente se encontra fragmentado, com os Estados Unidos não conseguindo um comando forte de Barack Obama e a Europa hesitante, mesmo diante de grandes problemas como o aumento da influência russa na região da Ucrânia e seus antigos países membros da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. As sanções impostas à Rússia pelos países ocidentais acabam parecendo insignificantes e não permitem mais mantê-la isolada. E o aumento das providências militares dos Estados Unidos diante do crescimento do poder da China na Ásia e no Pacífico acaba se enfraquecendo, inclusive as acusações da guerra cibernética.
A Europa é forte dependente do gás russo e a Alemanha continua sendo a principal consumidora desta energia fundamental. Diante dos problemas com a Ucrânia, havia necessidade de intensificar outros fornecimentos como do Oriente Médio. Mesmo reduzindo o fornecimento russo para a Europa, com a alternativa aberta para a China, a Rússia continuará contando com importantes divisas. De outro lado, os chineses enfrentavam graves problemas de poluição com o uso do carvão mineral, que sendo substituído pelo gás natural russo poderá sustentar o seu desenvolvimento menos poluente. Pode afirmar-se que os russos e os chineses ficaram menos vulneráveis às pressões do Ocidente de qualquer natureza.
Xi Jinping e Vladimir Putin selam acordo que muda a geopolítica global
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21 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a correção cambial, desequilíbrios exagerados, influência dos fluxos financeiros, medidas restritivas
Todos sabem que o Brasil encontra-se numa situação em que sua indústria está sem condições competitivas, que não depende somente do câmbio valorizado. Desde o Plano Real, que conseguiu uma estabilidade monetária importante, o setor externo da economia brasileira veio sendo sacrificado, parte para ajudar na redução das pressões inflacionárias. O Brasil foi ajudado nas contas externas por um período da economia mundial onde as commodities agropecuárias e minerais alcançaram um preço elevado, dando a ilusão que haveria condições de contar com um elevado crescimento econômico, mesmo com as dificuldades do seu setor industrial que já tinha alcançado um razoável patamar de sofisticação.
Com a necessidade de manter uma elevada taxa de juros, o Brasil continua registrando o ingresso de um importante fluxo de recursos externos de natureza financeira, que mantém o câmbio sem uma grande desvalorização que seria necessária, ainda que suficiente para resolver todos os seus problemas. Além da importação de muitos bens que poderiam ser produzidos no país, continua contando com elevados gastos no turismo que chegam perto de US$ 1,5 bilhão mensal, onde muitos brasileiros usufruem as vantagens dos preços de serviços no exterior, como adquirem muitos produtos industriais que trazem para o Brasil como bagagens. As autoridades tomam medidas incipientes para coibir gastos, como dos cartões de crédito no exterior, elevando seus custos, e as bagagens dos turistas só podem ser examinadas por amostragens nos aeroportos. Os turistas brasileiros são considerados os melhores pelos norte-americanos.
Turistas brasileiros em Miami e Nova Iorque: gastos excessivos
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20 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: competição acirrada, notícia no site da Bloomberg, passageiros desejam mais espaço para suas bagagens, receitas de linhas aéreas com bagagens
Como todos sabem, a Embraer é a quarta indústria de aeronaves comerciais no mundo, competindo acirradamente nas aeronaves para médias distâncias de baixos custos operacionais com a Bombardier canadense, a Mitsubishi japonesa e a Sukhoi russa para os próximos anos, as chamadas regionais, que possuem somente uma passagem entre as fileiras de poltronas. Quando todos estão reduzindo os espaços para os passageiros e suas bagagens, a Embraer está ampliando para as bagagens. Os que usam o transporte aéreo com frequência percebem que os passageiros preferem hoje levar à bordo sua bagagem como se fossem de mão para evitar perdas de tempo esperando a chegada das mesmas, notadamente nos deslocamentos de média distância. Muitas companhias aéreas perdem tempo acomodando as bagagens, principalmente dos últimos passageiros a embarcarem. A Embraer está se propondo a resolver estes problemas dos passageiros e das companhias aéreas, aumentando em 40% a capacidade das bagagens à bordo quando comparado com as atuais aeronaves.
Em média, as empresas aéreas estão cobrando US$ 25 por bagagem despachada, o que também é uma fonte de renda delas. Mas, muitos fabricantes de aviões estão preocupados com a satisfação dos passageiros que, mais exigentes, utilizam a internet para obterem informações sobre os limites e serviços das transportadoras. Os especialistas no assunto entendem que a Embraer vai se beneficiar com a orientação que está adotando, pois satisfará tanto os passageiros como os tripulantes que não precisam ficar “brigando” com eles por causa das bagagens, demorando em decolagens. As primeiras aeronaves com o novo desenho deverão ser entregues em 2018.
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19 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: elevação dos tributos sobre vendas, os pobres japoneses, problemas agravados com a Abeconomics, redução da assistência social | 4 Comentários »
A tendência é da opinião pública internacional considerar que países desenvolvidos como o Japão não apresentam problemas para suas camadas mais pobres. No entanto, existem alguns segmentos que não são desprezíveis na população japonesa que estão sofrendo com os ajustes da economia provocados pelo Abeconomics, entre eles os agricultores, os idosos e os mais pobres que existem naquele país também. Os agricultores, normalmente idosos, estão sendo submetidos às reduções de tarifas dos produtos importados, como compensação da possibilidade de exportação de industrializados, dentro do chamado TPP – TransPacif Partnership, quando já não contavam com situações privilegiadas. O arroz está sendo crescentemente importado, como as carnes de diversos tipos, principalmente da Austrália e dos Estados Unidos, sem que existam muitas alternativas.
Os idosos estão sofrendo restrições das assistências sociais, até porque continuam aumentando e seus custos não conseguem ser arcados pelas populações em idade útil. As assistências médicas estão exigindo parcelas de pagamentos dos pacientes, inclusive dos idosos. Um artigo do The Japan Times elaborado por Chang-Ran Kim menciona o caso de uma mulher, mãe solteira de 49 anos, que luta para se manter com sua filha, apesar de contar com um emprego e trabalhar parte do tempo para assistir idosos nos hospitais. Na noite de Natal, teve que ir buscar água com alguns vasilhames plásticos nos jardins públicos, pois cortaram a sua água por falta de pagamento.
(Kazu, favor ilustrar este artigo com uma foto que estou enviando abaixo, retirado do artigo do The Japan Times, mesmo com a legenda em inglês, dando o devido crédito)
Ririko Saito and her 11-year-old daughter, Yumi, eat dinner together, one of only two meals they have each day to keep household costs low, at their apartment in Tokyo on Wednesday. She is one of a growing army of working poor in a society that continues to pride itself on being egalitarian, despite a decades-long rise in poverty. | REUTERS
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19 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: conflitos, histórico do Vietnã, magnitude das providências da China | 2 Comentários »
Todos sabem que o Vietnã é um país que já enfrentou e venceu a França, os Estados Unidos e sempre manteve a China afastada do seu país, o que deve ser considerado como algo muito respeitável para um pequeno país. Os chineses procuram assegurar o suprimento de matérias-primas e energia, notadamente nas áreas mais próximas da China, como o mar do Vietnã, onde colocaram uma plataforma nas regiões marítimas contestadas. As reações dos vietnamitas foram violentas, supondo-se que com o respaldo de suas autoridades. Os chineses também procuram manter relacionamentos comerciais até com países com os quais possuem divergências, notadamente com investimentos das empresas de Taiwan.
As manifestações vietnamitas contra os chineses acabaram ganhando uma dimensão que ameaça fugir do controle, ainda que ambos os países procurem medidas para o seu esvaziamento, pois os conflitos violentos não interessariam a ninguém. A agudeza dos conflitos levou as autoridades chinesas a evacuarem milhares dos seus cidadãos, com o envio de navios para tanto, o que está sendo avaliada por alguns analistas que consideram uma medida exagerada, talvez uma advertência. Uma avaliação ponderada e isenta ainda parece difícil de ser efetuada, mas as indicações são de grande sensibilidade com estas questões entre os dois países. O assunto está relatado num artigo publicado no site da Bloomberg.
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17 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: as expectativas, eleição esmagadora de Narendra Modi, experiência de Gujarat, noticiado na maioria dos jornais
A maior democracia do mundo, a Índia, com mais de 800 milhões de eleitores, passa por uma mudança radical diante dos resultados eleitorais que confirmam uma arrasadora vitória para o Bharatiya Janata Party, que tem como líder o pária Narandra Modi, simpático às empresas privadas, que conquistou 282 cadeiras no Parlamento, do total de 545, ficando com uma larga maioria. Derrotaram o Partido do Congresso, que veio mantendo o poder por 67 anos, controlado pelas famílias Nehru-Gandhi, desgastado por que não conseguiu combater a corrupção, ficando somente com 44 cadeiras. Neste partido, sempre figuraram nomes destacados de sua elite posteriores à sua independência do Reino Unido, muitos que estudaram nas grandes universidades inglesas, como o último primeiro-ministro Mammohan Singh. Gerou-se agora uma grande expectativa de mudanças que será difícil de ser atendida por um gigantesco e complexo país como a Índia, de longa história e tradição cultural.
Narandra Modi tem uma bem sucedida experiência no comando da província de Gujarat, geograficamente um pouco menor que o Estado de São Paulo, que conta com uma população de 60 milhões de habitantes bem maior do que o de São Paulo, tendo como mancha um massacre não bem apurado de cerca de 2.000 muçulmanos. Nesta província, os resultados econômicos foram bem superiores ao do nacional da Índia, e sua campanha eleitoral centrou-se nestes aspectos econômicos administrativos. Conta com o suporte daqueles que advogam uma política com menor presença do Estado e sua burocracia, mas as questões sociais daquele país não permitem mudanças muito radicais.
Narandra Modi e mapa da Índia, com destaque para Gujarat, que foi comandada por ele
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17 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: acordo para suspensão das investigações criminais, artigo no site da Bloomberg, falta de punição dos grandes bancos
O site da Bloomberg publica um artigo elaborado por David Voreacos, Tom Schoenberg e Greg Farrell informando que no mínimo duas pessoas familiarizadas com estes assuntos confirmaram que o grupo Credit Suisse, por intermédio de sua holding, está concluindo uma negociação com autoridades norte-americanas para pagar a astronômica quantia de US$ 2,5 bilhões para encerrar as investigações sobre suas irregularidades que algumas remontam desde 1950. O que se comentava até alguns dias atrás no mercado era um montante em torno de US$ 1,7 bilhão para este acordo. Eles teriam ajudado contribuintes do fisco norte-americano a evadirem recursos para a Suíça, como também outros bancos internacionais estão sendo investigados. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos teriam obtido o nome de 238 destes contribuintes de 22 mil contas, segundo o Senado daquele país.
Com o encerramento das investigações, os possíveis sonegadores não terão seus nomes divulgados. Este tipo de procedimento tem gerado críticas, principalmente depois de 2008 quando as autoridades norte-americanas estão assistindo banqueiros que contribuíram para as dificuldades que se espalharam por todo o mundo, sob a alegação que seus bancos são demasiadamente grandes para quebrarem, o que provocaria um problema sistêmico em todo o setor financeiro internacional. Se os bancos se dispõem a acordos destes montantes, imagina-se o volume dos lucros que obtiveram com estas irregularidades, bem como outras que continuam sendo investigadas.
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15 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a Copa do Mundo, alguns artigos, relatório sobre o Brasil no Financial Times, um país emergente que chama atenção
O Brasil vem chamando a atenção do mundo por alguns motivos especiais: entre os emergentes, é um dos que vem apresentando mais problemas, com um crescimento baixo, quando era considerado de elevada potencialidade e a Copa do Mundo faz com todos fiquem atentos ao que acontece no país. É o caso do Financial Times, que publica um extenso relatório especial. Um dos artigos de destaque deste relatório foi elaborado pelo Henrique Meirelles, que foi o presidente do Banco Central do Brasil no governo Lula da Silva e por ser conhecido internacionalmente e ter executado uma política conveniente para os bancos acabou evitando problemas potenciais diante da natural desconfiança despertada pela eleição de um líder sindical dos trabalhadores. Ele ajudou com que o Brasil não sofresse uma carência de recursos internacionais, bem como os bancos brasileiros continuassem suportando a produção da economia brasileira.
Algumas críticas também podem ser feitas à sua administração que não deu a devida atenção às exportações que foram beneficiadas pela expansão mundial, quando os preços dos principais produtos exportados pelo Brasil permitiram a geração de divisas, sem que houvesse uma efetiva expansão quantitativa de produtos industriais que assegurasse a sua sustentabilidade para um processo mais expressivo do crescimento econômico. Também, na medida em que havia uma tendência clara de desvalorização do câmbio ao longo do tempo, as rentabilidades dos recursos externos aplicados no Brasil eram superiores a uma taxa de dois dígitos, sem que houvesse riscos para os aplicadores externos. Mas, no balanço, é possível afirmar-se que sua contribuição foi positiva.
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14 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Yomiuri Shimbun, estatísticas de patentes depositadas, inovações tecnologias e qualidade, problemas judiciais
Um artigo publicado pelo Yomiuri Shimbun informa sobre a atual tendência das patentes depositadas, mostrando que o Japão, que tinha uma cifra superior aos Estados Unidos e a China em 2005, foi superado pelos norte-americanos em 2006 e pelos chineses em 2011, sendo que a China atualmente consegue 2,5 vezes mais que o Japão. Isto preocupa muitos analistas japoneses que veem o fenômeno com uma diminuição das suas inovações tecnológicas, que pode comprometer a qualidade dos seus produtos. Na realidade, a tendência neste período é de redução das patentes japonesas e um crescimento substancial das chinesas.
The Yomiuri Shimbun
Shigeo Takakura, ex-examinador do Japão do Escritório de Patentes e atual professor da Escola de Pós-Graduação de Direito da Universidade de Meiji, informa que mesmo que as patentes sejam concedidas, muitas vezes os tribunais as invalidam. Mesmo assim, estas estatísticas são alarmantes, diante da tendência clara de redução das japonesas, enquanto as norte-americanas continuam crescendo, e as chinesas estão explodindo.
Nos outros países, estas estatísticas não são tão expressivas. No mundo emergente, inclusive o Brasil, não se consegue acompanhar o que vem acontecendo no mundo desenvolvido, e bem menos o que acontece na China.
12 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dados de diversas fontes, notícia no Valor Econômico, redução nas regiões metropolitanas
Uma informação que não é uma surpresa para os que observam o que acontece no interior brasileiro, mas pode surpreender muitos analistas situados nos escritórios das grandes metrópoles, acaba de ser fornecido num artigo de Alicia Martins e Tainara Machado publicado no Valor Econômico. Ainda que o emprego formal tenha decrescido nas seis regiões metropolitanas brasileiras em quase 9% no primeiro trimestre deste ano, no restante do país aumentou em 22,6%. Os cálculos são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED. Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD, que abrange 3 mil municípios, o desempenho do interior na criação de novas ocupações também tem sido mais favorável.
Havia uma discussão que a mudança de metodologia do IBGE poderia resultar em dados mais negativos e por isto estaria sendo postergado pelas autoridades. Estes dados devem proporcionar uma conclusão inversa. Deve-se entender que as atividades agropecuárias continuam suportando parte importante da economia brasileira, ampliando também os serviços no interior, com a ampliação da construção civil como instalação de muitos shoppings centers. Também alguns projetos industriais, inclusive da indústria automobilística, estão se instalando em cidades de menor porte, evitando problemas das grandes metrópoles.
Gráficos publicados no Valor Econômico
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