Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Inspirações Para os Futuros Projetos da Ford

22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Marli Olmos para o Valor Econômico, observações para inspirar projetos futuros, produtos orgânicos, tendências futuras dos hábitos humanos

Marli Olmos é uma jornalista com rara sensibilidade e elevada competência para captar sutilezas que vão marcando a mudança de comportamento de algumas empresas, como no caso da Ford. Ela publica um expressivo artigo no Valor Econômico, mostrando os esforços que estão sendo feitos para captar as tendências que devem orientar os projetos futuros daquela empresa. A Ford criou um grupo baseado na sua matriz em Dearborn, em Michigan, mas que parece ter ramificações em muitos países onde atua.

Ela informa que os engenheiros da Ford utilizam informações sobre os hábitos das pessoas que devem servir para definir os modelos futuros. Cita, por exemplo, a preferência do tomate sem agrotóxico, ainda que ele não seja de melhor aparência, ou o comportamento dos filhos nas escolas. Não é um problema simples, mas algumas tendências acabam sendo definidas para o futuro, que se procura atender. No fundo, procura-se produzir até automóveis que procuram estar em sintonia com o comportamento das pessoas, ainda que elas sejam emocionais.

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Marli Olmos

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As Dificuldades de Execução dos Projetos

22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: difícil execução dos projetos, discursos das autoridades, execução dos planos, formulação da política

Ainda que muitas autoridades elaborem bons planos de governo, e seus discursos sejam bem formulados, verificam que existem mais dificuldades para a sua execução do que estimavam. Há um dito em política que diz que o papel aceita tudo, mas a execução dos projetos e programas exigem mais suor e paciência, além de outras habilidades indispensáveis, para se tornarem realidade, principalmente num cenário interno e externo pouco favorável. Quando existe um entusiasmo geral, tudo parece mais fácil de ser executado, ainda que sempre haja exageros e desperdícios nestes movimentos emocionais. Quando se trata de reerguer a economia, com o pessimismo sendo alimentado pelos adversários políticos, tudo parece ficar mais complicado.

Isto não acontece somente no Brasil, mas na maior parte do mundo, tanto desenvolvido como emergente. Ainda que muitos críticos aleguem que o governo brasileiro só se preocupa com o aumento da demanda, parece que ele também se torna indispensável, pois quando a economia mundial ainda está contida, fica difícil alavancar a economia com os estímulos das exportações. E sem demanda ou suas expectativas, infelizmente, não se efetuam investimentos, pois os públicos encontram tanto a barreira dos recursos disponíveis, como de executores eficientes, havendo grandes riscos de desvios.

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O Presidente José Mujica do Uruguai

22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: comportamento raro, depois de eleito continuou como antes, José Mujica manteve seus hábitos

Um artigo originalmente publicado por Simon Romero no The New York Times foi republicado no suplemento da Folha de S.Paulo em português, descrevendo o comportamento do novo presidente José Mujica do Uruguai, depois de eleito. Ele mantém os hábitos de um modesto oposicionista, continuando a viver com sua esposa, senadora naquele país, também uma ex-guerrilheira, numa simples residência, sem empregados, preparando ele mesmo as suas refeições, segundo o artigo, contando somente com dois policiais que ficam no outro lado da rua onde mora.

Ex-guerrilheiro como Dilma Rousseff, mora na periferia de Montevidéu, dispensando as honrarias de presidente, bem como as mordomias usuais. Seu patrimônio era equivalente a US$ 1.800 antes de ser eleito, e continua com o Fusca 1987 estacionado na sua garagem.

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O presidente do Uruguai José Mujica com seu fusca

Ele não usa gravata e doa 90% do seu salário, principalmente para projetos de habitação popular. Não é mais um radical como no passado, mas se mostra aberto para novas ideias.

Ele não fala do período em que esteve preso, pois acha que tudo deve começar de novo. O Uruguai vem crescendo 3,6% ao ano, e o presidente parece convencido que nem tudo deve se resumir na perseguição da melhoria econômica, admirando a vida simples dos pastores de cabra.

Certamente, ele se diferencia de outros mandatários, até na América do Sul. Muitos políticos brasileiros, principalmente os prefeitos e deputados, poderiam aprender um pouco com ele.


Mudanças Com as Reduções Populacionais

22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: brasileiros contam com dificuldades para algumas análises, economias com redução da população, o caso da Rússia, o caso do Japão

Um interessante artigo de Andrew E. Kramer, publicado originalmente no The New York Times, foi republicado no suplemento da Folha de S.Paulo em português. Refere-se a recente multiplicação de shoppings na Rússia para atender a classe média local, ainda que sua população venha se reduzindo recentemente. Este tipo de redução populacional observa-se também no Japão, que provocam fenômenos pouco conhecidos em países como o Brasil, que continua aumentando a sua população, ainda que na faixa dos mais idosos.

Naturalmente, quando a taxa de crescimento populacional passa a ser negativa, muitas das demandas que eram fortes no passado passam a deixar espaços para outras. Por exemplo, o número de habitações necessárias diminui ainda que haja espaços para as suas melhorias, os investimentos em ensino primário diminuem, maternidades ficam menos necessárias e outros gastos indispensáveis para as crianças ficam reduzidas, tanto para o governo como para as famílias. É interessante observar que demandas de produtos de melhor qualidade tendem a subir, inclusive muitos de luxo, com as poupanças realizadas.

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Alguns shoppings de Moscou

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Dificuldades na Formulação da Política Econômica

22 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: diferenças entre as administrações federais e estaduais, experiências desejáveis, política econômica no quadro das restrições

Observam-se dificuldades em diversos países na formulação adequada da política econômica, diante do quadro de limitações generalizadas que existem no momento, inclusive no Brasil. Muitos profissionais acabaram conseguindo resultados favoráveis quando as condições mundiais proporcionavam um cenário favorável, mas as restrições atuais dificultam, naturalmente, enquanto as pressões políticas e sociais tendem a aumentar, mesmo dentro das limitações dos recursos disponíveis. Tanto os quadros políticos como setoriais procuram manter as suas participações, inclusive ampliando-as, imaginando que existem condições para a mudança na distribuição dos recursos, dando maior impressão do acirramento nas disputas.

Muitos profissionais aparentam estar treinados para situações favoráveis, nem sempre contando com condições de conseguir reverter o quadro para um de maior eficiência nos menores recursos com que contam no momento, principalmente de gestão dentro de um quadro desfavorável. É quando se observam as maiores diferenças entre os que acumularam experiências nas execuções consideradas eficientes, quando os dados lhe eram fornecidos. Quando eles necessitam formular novas condições, mais criativas diante das limitações de recursos, nem sempre contam com experiências mais amplas para os difíceis diálogos políticos indispensáveis. Um artigo publicado no jornal A Folha de S.Paulo sobre a situação do atual secretário do Tesouro brasileiro, parece resvalar em alguns aspectos desta natureza, ainda que não se possa responsabilizá-lo por todas as atuais trapalhadas.

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Secretário do Tesouro Arno Augustin. Foto: Agência Brasil

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Crescimento da Economia Chinesa

19 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 8 por cento, identificações de problemas internos, impulso para o resto do mundo, opiniões variadas com o crescimento de 7

Em qualquer economia do mundo, mesmo com uma renda per capita ainda modesta e mal distribuída, um crescimento de 7,8% em 2012, dentro de um quadro internacional com grandes dificuldades, deveria ser considerado um resultado excepcional. Foi o que se conseguiu na gigantesca economia chinesa, que tem a maior população do mundo. Algumas bolsas de valores do mundo saudaram este resultado, principalmente porque marcava uma elevação com relação ao conseguido no ano anterior, dando sinais de recuperação da China, que poderia estimular o mundo que ainda se recupera modestamente, ressaltando com esta contribuição a importância das economias emergentes.

Mas todos sabem também, e principalmente os chineses, que existem problemas difíceis que precisam ser enfrentados. As novas lideranças políticas do país se mostram conscientes, clamando por reformas ainda não definidas, pois a distribuição de renda no país não melhorou de forma significativa, e as poluições registradas nos últimos dias exigiram paralisações de algumas atividades. Alguns estudiosos chineses, como a Zhang Monan, pesquisadora em instituições que informam a cúpula política daquele país, publicou no Project Syndicate um artigo sobre os limites do crescimento do consumo interno no país. Importantes correspondentes estrangeiros na China, como Keiko Yoshioka, do Yomiuri Shimbun, o maior jornal do mundo, também apontam os problemas que ocorrem com a força de trabalho daquele país, que vem se movimentando politicamente acima do esperado e cujos salários estão se elevando, deixando alguns produtos não competitivos com outras economias do sudeste asiático.

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Zhang Monan

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Consequências dos Problemas do Boeing 787

18 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: complexidade de um avião, principais empresas envolvidas, usuários e fornecedores

Os problemas em que estão sendo envolvidos os Boeings 787 Dreamliner afetam não somente o seu fabricante principal, como os usuários e muitos fornecedores. O jornal econômico Nikkei aponta num artigo que, além dos seus grandes usuários que são a ANA – All Nippon Airlines e a JAL – Japan Air Lines, também existem muitos fornecedores japoneses que estão com as barbas de molho. Muitos apontam que um dos graves problemas estaria ocorrendo nas baterias de lítio-íon que estão sendo fabricadas pela GS Yuasa, que é uma grande fornecedora destes equipamentos para variadas finalidades, como os veículos elétricos e híbridos da Mitsubishi Motors e da Honda Motor. Estas baterias são mais eficientes para carga e descarga, tendo metade do peso e duas vezes mais eficientes que as convencionais de níquel-hidreto metálico.

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Erro no Gráfico Utilizado Pelo The Economist

17 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo sobre o Brasil no The Economist, gráfico atribuído ao IBGE e Nomura, quando a posição crítica leva à irracionalidade, texto reproduzindo críticas de analistas brasileiros | 2 Comentários »

A revista The Economist está atualmente muito crítica ao governo brasileiro, tendo razões em algumas observações, mas cometendo erros incompreensíveis para a sua qualidade, num gráfico que está utilizando, citando como fonte o IBGE e a Nomura, possivelmente pelo seu escritório local. Está no número que deverá circular no próximo dia 19, mas que já está disponível no seu site. Apresenta o crescimento do GDP (PIB em português) e deduz a inflação, como se este dado fosse nominal, quando na realidade é real, ou seja, já está sem a inflação. Mesmo com a contrariedade de sua equipe com a presidente Dilma Rousseff e seus ministros, e a favor do sistema bancário e investidores no mercado de capitais, este tipo de desinformação acaba comprometendo a sua credibilidade, como vem procurando fazer com a do governo.

O artigo do The Economist afirma que os brasileiros estão desapontados com os resultados no final do ano, com a previsão de somente 1% de crescimento em 2012, o que em grande parte é verdade. Fala dos artifícios utilizados para a redução do déficit fiscal primário, o que também é correto. Bem como uma inflação mantida abaixo do máximo da meta do Banco Central, manipulando preços da gasolina e dos transportes públicos, informando que estas pressões ocorrerão neste ano, o que deve ser verdade em grande parte.

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Gráfico publicado no The Economist

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Interpretação de Michael Pettis Sobre o Momento Chinês

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: interpretação dos pronunciamentos dos novos líderes chineses, muitas reformas a serem implementadas, um crescimento mais modesto perseguindo a sustentabilidade

Todos reconhecem que o professor Michael Pettis, da Universidade de Peking entre outros importantes cargos, está entre os mais qualificados para compreender o que está se passando na China. Ele vem sustentando que a economia chinesa só pode manter o seu crescimento promovendo reformas profundas, nos diversos artigos publicados no seu site. E lista uma série de pronunciamentos das novas autoridades no mesmo sentido, mas ainda não ficam claro exatamente quais são as reformas e como serão efetuadas.

Todos sabem que o recente desenvolvimento acelerado por que veio passando a economia chinesa aprofundou as desigualdades, notadamente entre o setor urbano industrial situado na costa leste e o interior rural, bem como entre as pessoas. Que o nível de poluição atingiu um ponto de comprometimento deste desenvolvimento, e que a economia chinesa precisa passar a depender mais fortemente do seu mercado interno, pois o resto do mundo não oferece os estímulos suficientes.

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Michael Pettis                                  Xi Jinping                             Li Keqiang

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Aquisição de Terras Africanas Pelos Estrangeiros

15 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Peter Singer no Project Syndicate, generalizações sempre perigosas, inclusão dos brasileiros, o problema da ética na agricultura

Peter Singer é um australiano, professor de ética na conhecida Universidade de Princeton dos Estados Unidos e Laureado Professor da Universidade de Melbourne na Austrália, e escreveu um importante artigo sobre a maciça aquisição de terras africanas pelos estrangeiros que merece uma adequada atenção. Parece que ele, ao generalizar o problema, pode levar a conclusões algumas vezes injustas, que deveriam ser ressalvadas. Ele informa que desde 2000 até hoje, mais de 83 milhões de hectares de terras agrícolas foram adquiridas pelos estrangeiros, nos países mais pobres, na África, principalmente, cifra que corresponderia a um país como Quênia.

Ele agrupa os investidores públicos e privados em três grupos diferentes: as economias emergentes como a China, a Índia, o Brasil, a África do Sul, a Malásia e a Coreia do Sul; os ricos países produtores de petróleo, como os do Golfo; e os desenvolvidos, como os Estados Unidos e os europeus. Em média, a renda per capita dos investidores seria quatro vezes maiores do que os que estão vendendo. Ele não inclui os australianos, devendo-se lembrar de que naquele país as terras agrícolas são concedidas por prazos longos, sem serem vendidas, como acontece em alguns países que foram influenciados pelos ingleses.

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Professor Peter Singer

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