23 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a realidade asiática, discussões de Michael Petis, problema do comércio e uso como moeda, resistências das autoridades chinesas
Como é conhecido por muitos, Michal Petis que trabalha na China é considerado também um importante conhecedor de economia, tratando no seu site, com grande frequência de assuntos complexos envolvendo aquele país. A mais recente discussão é sobre a possibilidade do renminbi ser transformado numa moeda destinada à reserva internacional, como acontece com o dólar norte-americano, o euro, o franco suíço e parcialmente com o yen japonês. Ele é pessimista sobre o assunto, pois entende que as autoridades chinesas não pretendem arcar com os custos que isto implicaria, tendo um elevado superávit comercial.
O fato concreto é que Michael Pettis tende a ignorar a importância dos chineses residentes no exterior, notadamente no Sudeste Asiático, com fortes relacionamentos comerciais e financeiros com a China. Constata-se que está havendo um refluxo de recursos daquele país para o exterior, diante da redução do seu processo de desenvolvimento, além das reformas que estão sendo exigidas, aumentando as incertezas sobre o futuro do país.
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23 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aproveitamento dos mercados externos, artigo sobre o mercado japonês para economia de energia, competitividade internacional
Um artigo publicado no jornal japonês Nikkei informa que a empresa japonesa de pesquisas Fuji Keizai detectou que o mercado do Japão para inovadores equipamentos destinado à economia de energia e produtos que dão suporte para o chamado smart cities está em rápido crescimento, prevendo que até 2020 deva crescer cerca de 160%. Os problemas energéticos japoneses estão induzindo a estas inovações, pois a energia mais limpa e barata acaba sendo a economizada.
Segundo o artigo, a demanda de veículos amigos da ecologia e a infraestrutura para estes transportes devem expandir 290%, com autos híbridos e elétricos estimados para crescer cerca de 560%. Como o problema do custo de energia não se restringe ao Japão, ainda que seja mais grave naquele país, imagina-se que as tecnologias desenvolvidas pelos japoneses possam ser vendidas, de formas competitivas, para muitos mercados. Evidentemente que terão que competir com os já estabelecidos no mercado, como a IBM e a Siemens, mas a escala do mercado interno japonês pode permitir a sua competitividade. No Brasil, mesmo contando ainda com recursos renováveis, as tarifas relacionadas à energia tendem a elevar-se.
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23 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a plataforma eleitoral do principal partido da oposição, artigo do Yomiuri Shimbun, as pesquisas indicam a elevada possibilidade de vitória do LDP
Já informamos neste site que haverá no próximo dia 16 de dezembro eleições gerais no Japão, e as pesquisas que vêm sendo efetuadas mostram até agora que o LDP – Partido Liberal Democrata, o principal da oposição atual, conta com a possibilidade de obter maior número de parlamentares, constituindo com coligações a maioria para assumir o governo. O jornal japonês Yomiuri Shimbun apresenta um artigo onde figuram os principais pontos da plataforma eleitoral do LDP, que mais exerceu o poder depois da Segunda Guerra Mundial no Japão e tem como atual presidente o veterano político Shinzo Abe. Como esta plataforma poderá se tornar a base do próximo programa, parece interessante que se tome conhecimento da mesma. Como o regime político no Japão é parlamentarista, é costume manter um “shadow cabinet” que possui um programa já detalhado na eventualidade de assumir o poder.
Um ponto sensível para os eleitores japoneses é o atual sistema de autodefesa, principalmente diante das crises com a China e a Coreia, decorrentes das disputas de ilhas e do mar territorial. O artigo informa que se propõe a criação de um Conselho Nacional de Segurança junto ao gabinete do primeiro-ministro. O outro aspecto relevante é o que se pretende fazer para a reativação da economia japonesa, que se encontra com baixo crescimento, elevado déficit público e comércio exterior deficitário, além de sofrer uma tendência deflacionária.
Shinzo Abe
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22 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: o caso da China como exemplo, possibilidades futuras, técnicas decorrentes dos jogos estratégicos
Um esquema publicado pelo site do jornal econômico japonês Nikkei dá uma mostra do tipo de análise que é feito na Ásia para a avaliação da futura evolução do quadro político. Ainda que não estejam consolidadas as mudanças atualmente em processamento, os analistas se preocupam com o que deverá ocorrer nas próximas etapas, ainda que não haja garantia total sobre as projeções. A identificação dos considerados “príncipes”, com elevadas possibilidades de atingirem os cargos máximos, depende tanto dos seus currículos passados como dos cargos que deverão ocupar, considerado as possíveis rotas para o poder.
Na última reunião geral do Partido Comunista Chinês, já foi sacramentada a posição de secretário-geral da entidade que ficou com Xi Jinping, ainda considerado da quinta geração de líderes. Ele deverá ser confirmado como presidente e comandante máximo do Conselho Militar nos primeiros meses de 2013. Também Li Keqiang deverá ocupar a posição de primeiro-ministro, dentro das orientações que estão sendo traçadas.
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21 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: candidatura de S.Paulo para a Expo 2020, notícia em O Estado de S.Paulo, questões a serem examinadas
Num artigo elaborado por Andrei Netto, correspondente em Paris de O Estado de S.Paulo, informa-se que São Paulo mobiliza uma força-tarefa política para conseguir a autorização para realizar a EXPO 2020. Para tanto, a Prefeitura de São Paulo, representada pelo prefeito Gilberto Kassab, tendo a participação do prefeito eleito Fernando Haddad, o presidente da FIESP – Federação da Indústria do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, além do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, apresentaram a candidatura ao BIE – Escritório Internacional de Exposição, organismo que cuida destes eventos.
Examinando-se o histórico destas exposições universais, sob a perspectiva de quem foi o comissário do Governo Brasileiro na EXPO Tsukuba 85, existem alguns aspectos que exigem um cuidado na promoção destes eventos que são esporádicos. Eles diferem dos contínuos e sistemáticos, cujos custos acabam sendo menores.
O Japão justificava a realização da exposição naquele ano, pois ainda se encontrava sob o impacto de um período de intensa atividade de desenvolvimento tecnológico, contando com uma das maiores cidades científicas junto a Universidade de Tsukuba, reunindo mais de uma centena de instituições voltadas às pesquisas. E os investimentos efetuados na exposição, só da parte do governo japonês, representavam na época mais de algumas centenas de milhões de dólares, ao que se somavam os do setor privado e de governos estrangeiros. Para um evento que durava seis meses, atraindo milhões de visitantes locais e estrangeiros.
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20 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento dos entendimentos para o livre comércio, negociações no Asean, RCEP e TPP
As autoridades asiáticas procuram resolver seus problemas econômicos e políticos aumentando o comércio regional. Na atual reunião realizada em Phnom Penh, capital da Camboja, os países que compõem a ASEAN – Associação dos Países do Sudeste Asiático, Brunei, Cambogia, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã, mais a China, o Japão, a Índia, a Austrália e a Nova Zelândia, resolveram iniciar as negociações para criar o RCEP – Regional Comprehensive Economic Partnership, além do que já está sendo negociado envolvendo os Estados Unidos, que se denomina TPP – Trans-Pacific Partnership.
O RCEP envolve o mercado de mais de 3 bilhões de habitantes, um produto de US$ 19 trilhões, ou cerca de um terço do mundial. As negociações dos detalhes devem começar no início do próximo ano, esperando-se estar concluído em 2015. A notícia foi divulgada pela agência Kyodo e publicada no The Japan Times.
Líderes da Asean antes do encontro nesta terça-feira, dia 20/11. Foto: Tang Chhin Sothy / AFP
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20 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: atrasos no PAC, escolhas de prioridades, observações do The Economist, pronunciamentos da Dilma Rousseff na Europa
Todos creditam à presidente Dilma Rousseff a capacidade de manter um alto prestígio popular neste período inicial de sua primeira gestão, mesmo que os resultados colhidos na economia não estejam entre os mais brilhantes. Não sofreu desgastes, até agora, com os problemas relacionados com a ineficiência do governo na implantação de projetos e a corrupção detectada, e continua manifestando suas opiniões para a recuperação da economia mundial, como na sua recente viagem à Europa. No entanto, começam a aparecer alguns sinais importantes de potenciais desgastes que merecem a devida atenção no campo interno.
O The Econonomist, que influencia a opinião pública mundial, publicou um artigo alertando sobre os perigos que rondam a Petrobras, diante do potencial alardeado pelas descobertas do pré-sal. Mas expõem as baixas produções até agora conseguidas, com atrasos substanciais nos seus projetos, inclusive de refino que aumentam as importações, expressando a exagerada interferência do governo, com a manutenção dos preços dos combustíveis para auxiliar no processo de redução das pressões inflacionárias. Ainda que conte com a presidente Graça Foster, profunda conhecedora da empresa. A Folha de S.Paulo destaca os atrasos nos projetos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, atribuindo à ministra responsável, Miriam Belchior, a interpretação de que eles fazem parte da regra de jogo, numa atitude defensiva e perigosa.
A imprensa vem destacando a retração dos empresários e investidores nacionais e estrangeiros em projetos como os relacionados com a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, diante da redução das margens de lucros potenciais e exagerados, o mesmo acontecendo com projetos relacionados com as parcerias público-privadas no setor de transportes. Mesmo reconhecendo que a economia mundial não vem ajudando no crescimento da economia brasileira, bem como geração dos recursos necessários, fica-se com a impressão que a gestão do conjunto da política de desenvolvimento enfrenta crescentes dificuldades que estão se acumulando perigosamente.
Presidente da Petrobras Graça Foster e a ministra do Planejamento Miriam Belchior
É evidente que uma atitude de contração das iniciativas públicas em nada ajudaria a economia brasileira no momento. No entanto, quando os recursos são escassos, não resta senão reestabelecer as prioridades, concentrando os gastos em alguns projetos que podem ser concluídos, passando a gerar recursos e não exigindo intermináveis gastos que se tornam mais pesados com os atrasos.
Parece que existem graves problemas de gestão do conjunto do governo. Mesmo com a presidente Dilma Rousseff sendo considerada uma estudiosa de todos os projetos, até em excesso, aparenta ser conveniente que ela se reserve à função de presidente para as decisões de última instância. As administrações que parecem ter sido mais eficientes sempre contaram com um anteparo de um chefe da Casa Civil, um coordenador experiente de todas as ações governamentais, que contasse com a liberdade de discutir com o presidente as questões cruciais, inclusive da difícil articulação política, sem o risco de ser demitido quando divergir de opinião com o chefe do governo e do Estado.
Tudo indica que somente a disposição positiva do governo não consegue superar as limitações impostas pela economia, que podem ser minoradas, mas não totalmente superadas. Existem restrições que não são superáveis somente pela vontade. As atividades oficiais se tornaram complexas, envolvendo interesses conflitantes, e novas necessidades de gastos se apresentam, como as decorrentes das calamidades públicas como as secas e inundações.
É preciso que o governo conte com imaginações para atender estas necessidades, com o mínimo de recursos orçamentários que não são elásticos. Um dos artifícios possíveis sempre foi o uso destes recursos com os financiamentos dos bancos, somente para reduzir os encargos como os juros, concedendo prazos adequados. Existem infindáveis possibilidades, mas o governo necessita selecionar as prioridades que proporcionam os melhores impactos, num prazo bastante curto.
Os desgastes políticos com os contrariados sempre existirão. Mas existe uma máxima na administração pública que afirma: “quando não se podem atender as reivindicações, é preciso dar carinho, no mínimo”. Parece conveniente que se tenha a clara consciência que o acúmulo de dificuldades costuma ser um processo exponencial, e tomar medidas para minorá-lo parece fundamental.
20 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos sobre a economia chinesa e a defesa dos Estados Unidos, preocupações mundiais, publicações no prestigioso Project Syndicate
Pode-se avaliar a importância atual da China pela quantidade de importantes artigos publicados no Project Syndicate sobre as questões envolvendo aquele país por personalidades destacadas no cenário internacional. O prêmio Nobel de Economia que ocupa cargos importantes, Michael Spence, publica um artigo sobre a possibilidade de Cingapura servir como modelo do que pode ser feito pelo novo secretário geral do PCC, Xi Jinping no seu país. O ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos, Harold Brown, que igualmente continua a desempenhar um papel importante nos assuntos de segurança, publica sobre os problemas norte-americanos com a China atual.
Todos reconhecem que as mudanças que estão ocorrendo na China merecem as suas atenções, tanto do ponto de vista da economia como da segurança internacional, desejando-se aventar o que pode ocorrer com a passagem do comando para uma nova geração de líderes, com a transparência menor do que desejada pelo mundo. E os relacionamentos chineses mais importantes ainda se referem aos com os Estados Unidos, onde o presidente Barack Obama teve um segundo mandato confirmado por uma eleição transparente e democrática.
Michael Spence Harold Brown
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17 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a região comercial da 25 de Março em São Paulo, alterações de hábitos, descoberta de pequenas oportunidades, garimpando mudanças que continuam ocorrendo dinamicamente
A região comercial em torno da Rua 25 de Março em São Paulo já está sendo invadida por multidão de consumidores. Antes conhecida como proximidades do Mercado Municipal, vem se destacando há muitas décadas, passando por transformações não planejadas, por iniciativa de milhares de comerciantes que captam as mudanças que estão ocorrendo no consumo. Era uma região eminentemente atacadista, com predominância de pequenos e médios empresários, principalmente os de origem árabe, famosos pelas suas habilidades nos negócios. Passou a incorporar consumidores que procuram bons preços e novos produtos, notadamente nas proximidades de algumas festividades. Tornou-se hoje uma complexa mistura de consumidores e intermediários de todos os tipos, vindos de todas as partes do país, inclusive do exterior.
Muitas sacoleiras fazem suas compras na região para levar seus produtos para todos os recantos do Brasil para serem revendidos, como uma substituição dos antigos mascates e caixeiros viajantes. O que está se observando é que os consumidores brasileiros, conhecidos como aqueles que faziam as suas compras na última hora, estão mostrando que aproveitam algumas sequências de feriados, como neste fim de semana, para anteciparem também suas compras de Natal. O movimento da região é assustador, como poucas em qualquer parte do mundo, havendo necessidade de verdadeiras batalhas para entrar nos estabelecimentos comerciais para adquirirem as pechinchas que estão sendo oferecidas.
A Rua 25 de Março atrai multidão de consumidores, principalmente nos feriados
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17 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: condições prévias aprovadas, eleição kamikaze segundo The Economist, possibilidade de mudança do partido situacionista
O primeiro-ministro Yoshihiko Noda convocou eleições gerais para o próximo dia 16 de dezembro no Japão, que a revista The Economist considerou como uma atitude de kamikaze, diante da elevada possibilidade do DPJ – Partido Democrata do Japão atualmente no governo perder o comando do país para uma coligação que seria formada pelo LDP – Partido Liberal Democrata junto com o New Komeito. Com esta atitude suicida, ele conseguiu aprovar na Câmara Baixa alguns tópicos cruciais para a atual economia japonesa.
Com o acordo firmado, ele conseguiu a aprovação da cobertura do atual déficit fiscal com um novo limite para o lançamento de bônus, até o ano fiscal de 2015. Aprovou também a reforma eleitoral, que reduz a disparidade de representação entre os grandes centros urbanos com os distritos das pequenas cidades e meio rural, que sempre beneficiaram o LDP. As pensões públicas serão reduzidas, com a redução dos preços aos consumidores, e haverá um pagamento mínimo de 5.000 yens para os aposentados de baixa renda. Estas informações estão no site do The Japan Times.
Primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda
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