Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Diferentes Comportamentos de Empresários

28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: boatos, diferenças nos comportamentos dos empresários, fatos, potencialidades

Os comportamentos dos empresários e seus efeitos acabam dependendo dos públicos aos quais eles se voltam, bem como as culturas dominantes em que estão inseridos. No passado, um importante banqueiro brasileiro procurava evitar aparecer na imprensa, procurando manter-se discreto, que ainda é considerado como uma postura adequada em muitas culturas, mesmo obtendo bons resultados nas suas atividades usuais. Outro empresário agrícola queixava-se sempre das condições desfavoráveis para os seus negócios, reclamando dos prejuízos, mas adquiria todo ano uma nova fazenda. Existem também os que alardeiam com rara capacidade seus empreendimentos, que potencialmente podem ser interessantes, conseguindo impressionar muitos analistas e colocar os seus papéis no mercado e junto a grupos investidores, mesmo que os seus resultados obtidos até agora não sejam apreciáveis, até pelo contrário.

É evidente que estes resultados dependem do tempo em que são avaliados (curto, médio ou longo), e as hipóteses que são utilizadas para tanto e o futuro é, infelizmente, sempre incerto envolvendo riscos. Os otimistas podem avaliar que a maioria das condições continuará positiva e os resultados mínimos podem ser satisfatórios, mesmo que não atinjam todos os projetados. Que o otimismo sempre ajuda nos empreendimentos ninguém pode duvidar. Mas, entre um comportamento discreto e o pessimismo, existe uma grande diferença, parecendo sempre conveniente ser um pouco cauteloso quando se trata de negócios.

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Difícil Governança Mundial na Atual Transição

28 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: câmbio no OMC, dificuldades no consenso, reunião dos BRICS

Para sair do atual “imbroglio” em que está envolvido o mundo, vêm sendo realizadas muitas tentativas, mas ainda não se encontrou um mecanismo adequado para a sua superação. No passado, problemas como o do realinhamento cambial eram decididos dentro do G7, onde os Estados Unidos podiam impor, com a ajuda dos mais poderosos parceiros europeus, uma valorização do iene japonês como ocorreu no Acordo de Plaza. O Brasil provocou uma reunião na OMC – Organismo Mundial do Comércio para discutir o efeito dos câmbios nos fluxos comerciais, mas com as acusações generalizadas, principalmente entre os norte-americanos e chineses, sugeriu-se que o assunto fosse discutido no G20, como está noticiado em diversos jornais. Entre eles, o Valor Econômico, num artigo do Assis Moreira, com o título “China defende acordo temporário sobre o câmbio”. Realiza-se a reunião do BRICS, mas não se atinge um consenso sobre a criação de um novo banco de desenvolvimento entre os seus membros, como noticia Sergio Leo no mesmo Valor Econômico.

Os organismos multinacionais como o FMI – Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, e muitos outros que são considerados como componentes das Nações Unidas não conseguem a eficácia nas suas ações para equacionar estes problemas que estão afligindo a todos nesta economia globalizada. Com o desejo legítimo de todos os países participarem das decisões de medidas que os afetam, ainda não se atingiu um novo sistema de governança eficiente em escala global.

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Novo Ministério de C,T & I no Brasil

27 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: expectativas, ministro Marco Antonio Raupp na Fiesp, problemas, situação presente do Brasil | 2 Comentários »

O ministro Marco Antonio Raupp, um especialista em ciência e tecnologia já comprovado pelos seus trabalhos no Centro Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos – SP, fez uma ótima apresentação na Fiesp – Federação da Indústria do Estado de São Paulo. Mostrou uma situação preocupante do Brasil, onde na última década os investimentos em P& D são extremamente baixos quando comparados com os principais países desenvolvidos e emergentes como a China. Mostrou que as inovações, com os dados mais recentes disponíveis, ainda são baixos nos principais países da América Latina e mesmo dos chamados BRICS, com participação insignificante do setor privado.

Mostrou ainda que dos formados em ciências naturais e engenharia em 2008, o Brasil conta com uma participação insignificante, 3% na primeira especialização, e 2% na segunda, quando os outros concorrentes, principalmente a China, contam com 17% e 34% dos mesmos, e os países asiáticos em bloco, incluindo a Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Coreia, Taiwan e Tailândia, estão com 26% e 17% respectivamente.

Apresentação MEI-FIESP 1

Apresentação MEI-FIESP 1

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Mudanças Substanciais no Comando do Banco Mundial

26 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: análises incompletas, mudanças substanciais, potenciais consequências

Todos os importantes jornais do mundo estão anunciando que Barack Obama indicou, em nome dos Estados Unidos, Jin Yong Kim, nascido coreano, mas criado em Iowa e reitor da prestigiosa Dartmouth College, como candidato à Presidência do Banco Mundial. Ele conta com um curriculum brilhante, formado na Universidade de Brown, médico e doutorado em antropologia em Harvard, tendo atuado em muitos países em desenvolvimento na área da saúde pública, mas sem experiência em finanças ou na diplomacia. Tradicionalmente, o Fundo Monetário Internacional fica sob o comando de uma personalidade indicada pelos países europeus e o Banco Mundial pelos norte-americanos que juntos possuem os votos suficientes para tanto. Mas está havendo uma forte pressão internacional para que estas decisões fiquem mais descentralizadas com a participação de outros países, refletindo as mudanças que estão se observando nas últimas décadas no mundo.

Outra candidata está sendo colocada na disputa, a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala. Ela já foi vice-presidente do Banco Mundial, ex-ministra das Finanças da Nigéria, é uma brilhante diplomada em Harvard com “magna cum laude” e com doutorado no MIT – Massachusetts Institute of Techonology em desenvolvimento econômico regional. No presente quadro, que está sofrendo pressões para ser alterado, os votos dos países, excluídos os europeus e norte-americanos, não são ainda suficientes para a sua vitória.

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Jim Yong Kim, entre Hillary Clinton e Barack Obama / Ngozi Okonjo-Iweala

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Análise das Relações do Governo com os Empresários

26 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: além das notícias sobre o evento, causas e consequências, pano de fundo

A opinião pública foi informada que houve uma gigantesca reunião de 28 empresários convidados com a presidente Dilma Rousseff na semana passada, mas quais foram às razões que a provocaram e quais serão as suas consequências? Ainda que uma equipe da revista Veja tenha efetuado numa longa entrevista com a presidente logo depois da mesma e Sérgio Leo, do Valor Econômico, tenha feito um resumo do evento na sua coluna semanal, somente alguns poucos pontos ficaram esclarecidos.

Já foram feitas diversas destas reuniões no passado, na tentativa de coordenação da ação governamental com as aspirações e ações do setor privado, com efeitos limitados. É sempre difícil que haja eficácia em reuniões desta magnitude sem um preparo prévio e adequado, sem que uma minuta de um documento seja submetida na tentativa de aprovação de uma posição razoavelmente consensual.

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Reunião da presidente Dilma Rousseff com 28 empresários brasileiros.Foto: Sergio Lima/Folhapress

Tudo indica que a economia passa por um período de substanciais investimentos, com parte suportada pelo governo, com recursos orçamentários e financiamentos, e a maioria pelo setor privado. O governo encontra-se numa fase de contenção dos seus gastos para não agravar o seu endividamento, e enfrenta problemas de gestão em muitos dos seus projetos. E o setor privado conta com restrições decorrentes da alta tributação e confusa, juros altos ainda que em queda, inadequada infraestrutura, câmbio desfavorável e tudo que se convencionou chamar de “custo Brasil”, que limita sua competitividade com empreendimentos em outros países. Todos concordam com estes problemas agravados pelas condições externas. E alguns empresários aproveitam a plateia para manifestar seus investimentos futuros, com grande eloquência.

Ninguém seria ingênuo para concluir que um evento desta natureza seria suficiente para desencadear uma nova onda de investimentos, mesmo com as promessas governamentais de minorarem alguns dos problemas. A promessa de que tais reuniões se repetirão trimestralmente e que medidas adicionais do governo serão anunciadas brevemente confortam, mas ainda não são suficientes para entusiasmar e estimular o espírito animal dos empresários.

Mesmo aceitando-se que o papel aceita tudo, parece que seria conveniente que as próximas reuniões contem com diagnósticos claros dos principais problemas, as metas que serão perseguidas e os esboços das estratégias que serão adotadas pelo governo. Sendo os recursos sempre limitados, opções necessitam ser tomadas e elas são importantes como orientações para os demais empresários e investidores privados. Ainda que não sejam planos, as múltiplas mudanças de condições que se observam em todo o mundo ficariam com menores riscos se contarem com diretrizes claras. Até porque o Congresso, o Judiciário e principalmente a opinião pública também são relevantes.

Como os investimentos privados não serão feitos somente pelos 28 empresários que foram convidados para o evento, e os estrangeiros possuem um peso muito grande, seria interessante que uma ata resumida à semelhança das divulgadas depois do Copom fosse elaborada, principalmente porque a imprensa não teve acesso direto à reunião.

Em qualquer hipótese, a evolução dos sistemas de administração da economia brasileira, a demonstração que o Executivo está sensível a algumas das reivindicações do setor privado, o desejo manifesto que muitos empresários desejam ampliar os seus investimentos são confortadores. Seria interessante acrescentar que as principais economias emergentes que competem com o Brasil contam com Planos Quinquenais mais expressivos, refletindo a visão de longo prazo existente no país.


Farmacêutica Japonesa Takeda Expandindo no Brasil

23 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aquisição da Nycomed, declaração de Frank Morich, fábrica em Jaguariúna (SP), notícia no Valor Econômico | 6 Comentários »

O líder global de operações comerciais da Takeda fora do Japão, a maior empresa farmacêutica japonesa, Frank Morich declarou ao Valor Econômico que está considerando entrar no mercado de genéricos no Brasil, mas ainda não possui planos concretos. A Takeda adquiriu a Nycomed, com sede na Suíça, está acompanhando os passos das grandes empresas do setor, como a francesa Sanofi-Aventis e a americana Pfizer, mas os produtos que está oferecendo no mercado ainda são limitados.

As informações fornecidas para o artigo elaborado por Mônica Scaramuzzo dão conta que os alvos são os genéricos, e suas operações começaram de fato em 2010. Está procurando avançar nas áreas cardiometabólicas, com produtos cardiovasculares e diabetes, além dos destinados a oncologia. Possui diversos produtos que não necessitam de prescrição médica, como a Neosaldina e Dramin, segundo a notícia.

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Sede da Takeda em Tóquio e nos Estados Unidos

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Indícios da Continuidade da Disputa Política na China

22 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo do The Wall Street Journal, censuras na internet, depois da queda de Bo Xilai, manifestações conservadoras

Num artigo publicado por Josh Chin e Brian Spegele no The Wall Street Journal, reportam-se indícios que a disputa política continua na China, mesmo depois da queda do radical conservador Bo Xilai que foi removido do posto de secretário do Partido Comunista em Chongquing, ele que tinha pretensões para ocupar um posto no poderoso Politburo. As redes sociais continuam disseminando informações, com subterfúgios para superar a censura de alguns nomes, mostrando que o clima ainda continua tenso em Beijing, com boatos e rumores de diversas tendências.

Uma versão é que Zhou Yongkang, o chefe da segurança interna, que seria um forte partidário das posições de Bo Xilai e é atualmente um dos membros do Politburo, estaria disputando com o presidente Hu Jintao, que deverá deixar o cargo com a aposentadoria neste ano. O Partido Comunista depende da fachada de que mantém a unidade, e as fontes de rumores online irritam os censores. Entre eles, os disseminados em chinês, como os dos grupos que estariam ligados ao grupo religioso Falun Gong. Para fugir da censura, utilizam-se nomes que ligam com as personalidades desejadas indiretamente.

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Bo Xilai e o chefe de segurança interna Zhou Yongkang, que seria partidário de suas ideias

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Migrações Que Continuam Ocorrendo

22 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atividades exercidas, aumento de emigrantes portugueses para a Suíça, possibilidades dentro da Comunidade Europeia, presença de brasileiros naquele país

A Suíça é um dos países onde a taxa de desemprego é das mais baixas, ainda em 2,8%, e a sua legislação permite a imigração de outros países da Comunidade Europeia. A BBC informa, numa notícia reproduzida no site da UOL, que algumas pequenas cidades suíças acabaram ficando com grande contingente de portugueses que exercem atividades simples que não são executadas pelos nascidos naquele país. Menciona-se o caso do vilarejo de Täsch que hoje é de 1.270 habitantes, com 700 deles portugueses. Sempre houve dentro da Europa fenômenos semelhantes das regiões menos desenvolvidas para as mais desenvolvidas, sendo que parte destes imigrantes é ilegal, mas encontram-se formas criativas e convenientes de convivência para ambas as partes, que são toleradas.

No passado, era comum encontrar turcos na Suíça, como portugueses na França, para a execução de trabalhos domésticos. Também existem pequenas comunidades de brasileiros que prestam serviços como o de cuidar da faxina ou das crianças, principalmente junto às famílias estrangeiras que moram na Suíça. Em Täsch, os depoimentos mostram que a comunidade dos portugueses acabou criando uma cultura local, com lojas que atendem as necessidades destes imigrantes, e tornou-se comum ouvir o idioma português.

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Imigrantes trabalham em hotéis e restaurantes na pequena cidade turística de Täsch

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Ambientes Para Favorecer a Criatividade

22 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Wall Street Journal, contribuição de Jonah Lehrer, republicado no Valor Econômico

Jonah Lehrer publicou um livro que tem o título em inglês “Imagine: How Creativity Works” (algo como Como a Criatividade Trabalha), e publicou um artigo resumindo o assunto no The Wall Street Journal, que foi republicado em português no Valor Econômico. Ele se baseia em algumas pesquisas efetuadas sobre o assunto e acaba resumindo e concluindo sobre dez pontos identificados como estimuladores ou favorecedores da criatividade. No gráfico apresentado no artigo figuram como 10 caminhos para a invenção.

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Aproveitando Novo Artigo de Minxin Pei Sobre a China

20 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Minxin Pei no Project Syndicate, condicionamentos políticos e históricos, distorções de outras análises semelhantes

Um novo artigo publicado por Minxin Pei, professor da Claremont Mc Kenna College, divulgado pelo prestigioso Project Syndicate expressa o ponto de vista do autor sobre as dificuldades de adoção das recomendações feitas pelo Banco Mundial sobre a China. Ele afirma que as reformas propostas, como o aumento da privatização das atuais estatais, não se ajustam aos interesses dos que dominam o Partido Comunista Chinês, que acomodam os seus 80 milhões de membros em organizações desta natureza.

Ainda que muitos dos diagnósticos possam estar corretos do ponto de vista técnico, como as diversas reformas políticas e econômicas para a continuidade do desenvolvimento da China até 2030, o autor entende que eles não cooptam os interesses da maioria dos interesses que dominam o país, correndo o risco de simplesmente serem ignorados. O Plano propõe que os gastos em serviços sociais se elevem em 7 a 8% por cento do PIB nos próximos 20 anos, quando a atual tributação já gira em torno de 35% do PIB, para atender as necessidades de custeio e investimentos.

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Minxin Pei

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