2 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a crise econômica, dificuldades em todo o mundo, participação popular, problemas morais
Nesta passagem do ano de 2011 para 2012, diversos problemas afloraram no mundo, como as dificuldades relacionadas com a crise econômica que se generalizou por todo o mundo globalizado. No entanto, começaram a esboçar-se as manifestações populares expressando a inconformidade com os problemas da corrupção, como os que estão no fundo da Primavera Árabe ou do movimento Ocupação de Wall Street, e parece que a manifestação mais enfática de reação acaba ocorrendo na Índia. Noticiou-se que um indiano, de forma semelhante com Mahatma Gandhi, declarou-se em greve de fome contra a corrupção que também afeta o Parlamento Indiano. A presidente Dilma Rousseff vem se declarando disposta a fazer uma limpeza na política brasileira, mas ainda não recebeu o apoio popular indispensável para tal operação.
O jornal The Time of India registra que o primeiro-ministro Manmohan Singh divulgou a população a decisão do seu governo sobre “iniciativas de transformação” para capacitar as pessoas a combater a corrupção, listando os cinco desafios pessoais para o ano novo. Ele reconhece que tudo demandará um bom tempo, mas se comprometeu a trabalhar pessoalmente para transformar o seu governo em algo eficiente e honesto, procurando uma economia mais competitiva e robusta, e uma ordem mais justa social e politicamente.
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29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: balanços de final do ano, críticas ao desenvolvimento brasileiro, críticas ao desenvolvimento chinês, desacelerações para acomodações | 2 Comentários »
Apesar de aulas de renomados professores de desenvolvimento econômico, entre eles Antonio Delfim Netto, parece ser de difícil compreensão até para os economistas que este processo implica em constantes superações de problemas, que geram desafios que necessitam ser transpostos. Trata-se de um processo em que a superação de um obstáculo acaba criando outros que também precisam ser vencidos. Não existe, na história da humanidade, nenhum processo de desenvolvimento econômico que ocorreu sem nenhum problema, ou não estaríamos no mundo de recursos escassos onde o que se deseja sempre vai se multiplicando.
Apesar do espantoso desenvolvimento pelo qual vêm passando a China nas últimas décadas, muitos na mídia internacional procuram ressaltar as suas dificuldades e não as conquistas que vem superando. Que problemas ainda existem, ninguém duvida, ainda que uma massa de mais de um bilhão de chineses melhorou o seu padrão de vida nestes anos. Só não admitem os que não querem ver. Eles passaram a fazer parte importante dos produtores mundiais, a ponto de incomodar o resto do mundo, e ao mesmo tempo tornaram-se grandes consumidores que sustentam a atual economia mundial. A China tornou-se a principal parceira comercial da maioria dos países relevantes no mundo.
A China tem mais de 9,6 milhões km², sendo parte de desertos e montanhas inabitáveis, e mais de 1,4 bilhões de habitantes
Numa escala menos expressiva, destaca-se também o Brasil nas últimas décadas, que, mesmo sem a mesma expressiva taxa de crescimento econômico da China, vem impressionando o mundo com uma sensível melhoria na sua distribuição de renda, incorporando na sua classe média produtora e consumidora um segmento de sua população que impressiona o mundo. Consolida o seu regime democrático, com a sucessão de seus governantes desde o seu período de regime militar, com expressivo aumento de sua produção agropecuária e de recursos minerais. As limitações com que contam são públicas, notadamente na sua infraestrutura física e social, ao lado de sua desfuncionalidade na gestão pública e privada.
O Brasil tem mais de 8,5 milhões km² habitáveis, e uma população superior a 190 milhões de habitantes
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29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comentários do Financial Times, reações do governo norte-americano, tempo para os seus efeitos
Os jornais relevantes no mundo registraram as reações do governo norte-americano, por intermédio do presidente Barack Obama e do secretário do Tesouro Timothy Geithner, aos entendimentos preliminares do Japão e da China para aumentar a participação do yuan chinês e o iene japonês nos mercados internacionais. E o jornalista Simon Rabinovitch, do Financial Times, localizado em Beijing, publica um artigo reproduzido pelo Valor Econômico informando que “para analistas, pacto cambial entre China e Japão é ‘simbólico’”.
O que parece importante entender é que o mundo vem interpretando que a política monetária dos Estados Unidos em aumentar a oferta de dólares norte-americanos no mundo acaba desvalorizando-o no mercado internacional, provocando a valorização das demais moedas, até dos seus parceiros tradicionais, visando reduzir o seu déficit comercial, no que não conseguem sucesso, como apontou o prêmio Nobel Michael Spence, como postado neste site. O caminho correto e de longo prazo necessita do aumento de sua eficiência para tornar os produtos americanos competitivos.
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27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aprofundando as parceriais, exemplo para o Brasil, Japão e Índia, projetos conjuntos do setor público e privado
O governo indiano já havia estabelecido um acordo com o governo japonês para estruturar um corredor de 1.500 quilômetros entre Nova Delhi e Mumbai. Na nova visita do premiê Yoshihiko Noda à Índia, os japoneses estão anunciando um novo plano que estende mais US$ 4,5 bilhões para completar este corredor industrial, com a ativa participação dos principais grupos privados japoneses. Há um reconhecimento que a infraestrutura indiana ainda é deficiente, havendo muitas oportunidades para a sua melhoria, utilizando o sistema de parceria público-privado.
O jornal econômico japonês Nikkei anuncia um novo pequeno trecho de 14,5 quilômetros que vai ligar o centro da cidade ao distrito industrial de Pune, com a mesma orientação, comandada pela Toshiba e a Oriental Consultants. Isto visa desenhar o projeto, efetuar o seu planejamento, construir e operar o sistema de infraestrutura, o que não vem se conseguindo entre o Brasil e o Japão.
Primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, e Manmohan Singh, primeiro-ministro indiano
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27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo original no Project Syndicate, considerações sobre o câmbio e o comércio internacional, Prêmio Nobel Michael Spence
Michael Spence, Prêmio Nobel de Economia, professor da Universidade de New York, no seu artigo reproduzido pelo The Japan Times, originalmente publicado no Project Syndicate, chama a atenção que os Estados Unidos estão demasiadamente preocupados com o câmbio, e está se descuidando do problema da produtividade e de suas relações comerciais. Ele chama a atenção que os Estados Unidos está com déficit comercial com quase todos os países, como o Canadá, México, China, Alemanha, França, Japão e Taiwan, além dos países exportadores de petróleo, sendo o mais expressivo com a China. Se calculado pelo valor adicionado nos produtos dos diversos países, a lista não se alteraria muito, mas a posição da China cairia muito.
Os países como o Japão, a Coreia e Taiwan possuem superávit com a China e a Alemanha mantém um razoável equilíbrio neste comércio. Os Estados Unidos está um déficit comercial persistente e global que oscila na faixa de 3 a 6% do PIB. Mas o Congresso dos Estados Unidos está obcecado com a China, referindo-se a sua manipulação da taxa de câmbio. Poderia se acrescentar que se observam as mesmas tendências na maioria da imprensa norte-americana, que acaba sendo arrastada pelos problemas ideológicos e não racionais de economia.
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27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: considerações per capita, divulgações na Europa sobre o crescimento da economia brasileira, índices do IDH, sugestões operacionais | 4 Comentários »
Apesar de a economia brasileira tornar-se a sexta maior no mundo, superando a do Reino Unido, e este fato ter merecido uma ampla divulgação na imprensa europeia, a sua comemoração pelo ministro Guido Mantega acabou provocando uma série de reparos na imprensa local. Todos sabem que o dado do PIB nacional é global, não se referindo a um dado per capita, levando em consideração o tamanho da população. E o próprio ministro previu que haveria necessidade de mais vinte anos para a população brasileira obter o mesmo padrão de vida dos europeus. As previsões existentes mostram que a economia brasileira vai continuar crescendo mais que muitas europeias, no longo prazo, não se tratando somente de um problema temporário determinado pela atual crise européia.
Os críticos procuram mostrar que, mesmo assim, os índices do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil continuam numa posição bem inferior, mesmo desconhecendo as metodologias empregadas na construção de todos estes indicadores. O que seria construtivo é fossem apresentadas as sugestões para as suas melhorias operacionais, pois todos esperam que o desenvolvimento brasileiro seja acompanhado da melhoria do bem-estar da sua população.
Inglaterra: área de 130 395 km², com população estimada de 50 milhões de habitantes
Brasil: área de 8 514 876,599, com população estimada de 192 376 496 de habitantes
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22 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Nikkei, economia de energia, fibra de carbono, outras alternativas, peso menor | 2 Comentários »
Tudo indica que haverá uma competição acirrada no fornecimento de materiais para serem utilizados na fabricação dos veículos. O jornal Nikkei publica hoje um artigo de Taisei Hoyama informando que importantes fabricantes de fibras de carbono, como a Teijin, a Toray e a Mitsubishi Rayon entraram numa acirrada competição para a produção de materiais que sejam mais leves e economizem combustíveis nos veículos. Elas adotam estratégias diferentes para alcançar o seu objetivo de serem fornecedores importantes destes materiais.
A Teijin firmou um entendimento com a GM nos Estados Unidos para desenvolver em conjunto fibras de carbono. Eles esperam substituir peças vitais nos modelos da GM. As metas não estão claras, mas devem chegar a dezenas de milhares de veículos por ano, visando o ano de 2015, mas a base de pesquisa já estará instalada no próximo ano.
Protótipo de um carro da Teijin para março próximo. Foto: Nikkei
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22 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: instrumentos novos nos países industrializados, notícia no Nikkei, Zonas Econômicas Especiais no Japão | 2 Comentários »
Muitos acreditavam que os mecanismos da criação de zonas especiais para atrair investimentos de empresas estrangeiras eram mais frequentes nos países emergentes. O grande impulso das últimas décadas na China ocorreu com as suas criações em diversas regiões, notadamente no litoral chinês, visando atrair empresas que, utilizando seus recursos humanos baratos, tivessem a possibilidade de elevar as suas exportações. No Brasil, há décadas já funciona a Zona Franca de Manaus, que exerceu um papel importante, mas ficou com os benefícios concentrados no seu distrito industrial, apesar das suas vantagens estarem previstas para toda a Amazônia. Na Argentina, Terra Del Fuego foi considerada zona especial para promover o desenvolvimento do seu extremo sul. São muitos os exemplos cujos benefícios foram significativos mundo afora.
Agora, o Japão tomou a decisão anunciada no jornal econômico Nikkei de hoje que cria sete zonas econômicas especiais para finalidades específicas, o que é pouco comum nos países industrializados, mas demonstra a determinação do governo para reverter à situação de baixo crescimento que se estende por décadas na economia japonesa. O inusitado é que tais zonas abrangem regiões de grande atividade econômica, inclusive Tóquio.
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20 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo da Bloomberg, existem mais fatores que influem na demanda do que os considerados pelos economistas, Toru Fujioka
Cheguei a desconfiar que a minha percepção pessoal sobre o que estava ocorrendo nas vendas a varejo no Japão estivesse com algum viés, pois me pareciam altas. Mas ela continua sendo confirmada por uma série de dados que parecem refletir tendências mais gerais, que nem sempre são considerados adequadamente pelos economistas, que costumam se concentrar nos dados relacionados com as rendas das famílias. Um artigo publicado por Toru Fujioka, constante do site da Bloomberg de 19 de dezembro último, parece sugerir que existem mais fatores que estão determinando uma demanda mais aquecida no Japão e em outros países. Sempre se falou do efeito “riqueza”, além da renda, que permitisse um consumo superior utilizando o patrimônio acumulado no passado.
Há indícios que os lamentáveis acidentes naturais ajudaram a introduzir outro fator a ser considerado. A percepção que a vida pode ser mais fugaz e que é preciso considerar os relacionamentos, como os familiares ou de amizade, que estavam se esfriando com o tempo. O artigo cita alguns exemplos concretos em que os consumidores decidiram voltar a visitar seus familiares levando como presentes alguns produtos que não estavam nos seus consumos usuais.
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20 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: infraestrutura, negócios sustentáveis, Nordeste, um balanço muito informativo e útil
O jornal Valor Econômico publica com regularidade suplementos sempre úteis, pois permitem fazer um balanço do que acontece no segmento abordado. Hoje, antes que todos entrem no clima natalino e de final de ano, foram publicados os suplementos especiais sobre a infraestrutura, o Nordeste brasileiro e os negócios sustentáveis que merecem uma consulta mais demorada dos leitores. O relacionado com a infraestrutura faz um balanço dos investimentos que foram programados para o quatriênio 2006 a 2009 (R$ 247 bilhões) no Brasil e o que está previsto para o atual de 2011 a 2014 (R$ 380 bilhões). Compara a formação bruta de capital com relação ao PIB de algumas economias emergentes como a China (45,6%), Vietnã (34,5%), Indonésia (30,8%), Índia (29,3%), Coreia do Sul (28,7%) e o Brasil (19,5%) com dados do Banco Mundial e do IBGE. Procura mostrar que o Brasil está em marcha engrenada.
Nos outros dois suplementos, igualmente importantes, o primeiro sobre o Nordeste, mostra que desde 2003 o seu crescimento médio é de 7% ao ano, acima da média brasileira, mas ainda necessita de maiores investimentos em infraestrutura e educação. No segundo, sobre os negócios sustentáveis, destacam-se alguns esforços que estão sendo efetuados no Brasil mostrando que existem ainda outras oportunidades, como a produção dos pescados em cativeiros.
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